Militares tentam reaproximar Bolsonaro e Mourão

Bolsonaro, Hélio Negão e Hamilton Mourão (Marcos Corrêa/PR)

Josias de Souza
Colunista do UOL

Apesar de tudo o que se diz, Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão jamais discutem. Na verdade, o presidente e seu vice já nem se falam. Militares que desfrutam da amizade de ambos tentam promover uma reaproximação. Mourão mostra-se receptivo. Bolsonaro, nem tanto. O problema é que a dupla está condenada pela Constituição a manter relações administrativas. Quando o presidente se desentende com um ministro, manda-o embora. Mas o vice é indemissível.
Bolsonaro não gosta de ser contrariado. Tem horror ao hábito cultivado por Mourão de conversar com repórteres. Irrita-se com as entrevistas em que o vice se expressa como versa, expondo pontos de vista diferentes dos seus. Avaliou que Mourão meteu-se onde não devia ao confirmar a reforma ministerial que está por vir, incluindo o chanceler Ernesto Araújo no rol dos substituíveis.
Para complicar, veio à luz uma troca de mensagens em que um assessor de Mourão insinuou ao auxiliar de um deputado que o vice estaria aberto a conversar sobre impeachment. Mourão demitiu o assessor. Mas o episódio potencializou o mal-estar.
Mourão foi a quinta opção de vice. Foi escolhido depois que fracassaram as tentativas de Bolsonaro de se acertar com Magno Malta, Janaína Paschoal, Augusto Heleno e Luiz Philippe de Orleans e Bragança. Em agosto de 2018, Eduardo Bolsonaro, filho Zero Três do presidente, explicou a escolha do general: “Sempre aconselhei o meu pai: tem que botar um cara faca na caveira pra ser vice. Tem que ser alguém que não compense correr atrás de um impeachment.” Está funcionando.
Há na Câmara seis dezenas de pedidos de impeachment. Nenhum deles deve prosperar. Por três razões:
1) Ao se acertar com o centrão, Bolsonaro passou a dispor de sustentação parlamentar;
2) O presidente dispõe de algo como 30% de aprovação nas pesquisas. A popularidade de Dilma Rousseff, quando foi afastada, rodava na casa dos 7%;
3) Por último, há o fator batizado por Eduardo Bolsonaro de “faca na caveira”. Mesmo quem grita “Fora Bolsonaro” não se anima a entoar o coro de “Mourão presidente.”
Bolsonaro faria um bem a si mesmo se, em vez de brigar, delegasse missões a Mourão. A ociosidade é a mãe de todos os vices.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL
UOL/montedo.com

25 respostas

  1. É melhor o Bolsonaro ficar longe dessa gente, querem o poder, ainda bem que não tem popularidade para se eleger síndicos de prédio, pois não passam confiança alguma.

      1. Quero Brasília cheio de Subtenentes Deputados e senadores, melhor que Marcelo Frouxo e generecos! Acordem praçaiadas praça vota em praças!

  2. Vc anônimo é muito inocente, todos os políticos no Brasil querem poder, inclusive vc se tivesse uma oportunidade. Militares querem o mesmo poder dos quartéis fora dele e o paisano que poder por querer só isso. O bem da sociedade brasileira ninguém quer nem vc.

  3. Às vezes, em minha mente, acaba se passando um pensamento, uma comparação um pouco machista: vemos, durante as disputas das duas espécies de gado, alguns usarem a justificativa para este governo ser melhor que aqueles do PT o fato do JB não ser corrupto. Espero que não seja mesmo, mas agora vem a comparação machista: você é casado, tua esposa não cuida dos filhos, não se arruma para você, não limpa a casa, não contribui com a renda familiar, não cozinha e não comparece naquelas horas. Após tantas decepções, ocorre o divórcio e, como você é humano, acaba se casando novamente, mas tua nova esposa também não comparece, não limpa a casa, não cozinha, porém cuida bem dos filhos. Pergunto se teu segundo casamento pode ser considerado bom ou também é algo ruim, tal qual o primeiro?

      1. Eu tenho a resposta, a vida continua uma droga, com leite, óleo de soja, arroz, carne bovina, gasolina, entre outros atingindo preços exorbitantes. Ele ser honesto é obrigação. Você deve estar contente porque conseguiu comprar um revólver para mostrar no bar. PS: Lula e Bolsonaro devem ser as pessoas mais sedutoras do Brasil, pois estes dois conseguiram seduzir um monte de “homens”.

        1. Ai… Ui… sedução… camarada, passe na padaria e faça um lanche. Esse delírio com bar e arminha, já falou isso por aí centenas de vezes. Pede para teu mentor inventar outras historinhas mais convincentes e menos aficionadas.

  4. Praçaiada, não invejem , vamos apoiar o Hélio Negão, ele tem popularidade para eleger uns 20 deputados federais, não sejamos inocentes, se mecham!

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