Mourão decide exonerar assessor que procurou deputados para saber de impeachment

Vice-presidente Hamilton Mourão durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto 09/07/2020 REUTERS/Adriano Machado

Diego Amorim
O Antagonista revelou que um assessor do vice-presidente Hamilton Mourão trocou mensagens com o chefe de gabinete de um deputado federal a respeito das articulações em curso no Congresso para um eventual impeachment de Jair Bolsonaro.
No diálogo por WhatsApp, ele comentou que tem conversado com “assessores de deputados mais próximos”, pois “é bom estarmos preparados”.
Na conversa, Morato diz ao interlocutor, a quem chama de “irmão”, que eles precisam tomar “um café mais reservadamente”.
Afirma que o vice-presidente dividiu “a ala militar”, antes dominada pelo general Augusto Heleno, do GSI, e comenta que “o capitão [Bolsonaro] está errando muito na pandemia”. “General Mourão é mais preparado e político”, conclui.
O chefe de gabinete do deputado se espanta e diz que não pode ter “esse tipo de conversa”.

Veja os prints:

Por telefone após a divulgação da matéria, Ricardo Roesch Morato Filho negou a O Antagonista o teor da conversa divulgada. Disse que não enviou “mensagem para ninguém”. “Não fui eu.”
Minutos depois, numa segunda chamada, reiterou que “nunca tive esse tipo de conversa, até porque o vice-presidente nunca teve a menor intenção de fazer esse tipo de manobra”. “Para o vice-presidente, é uma coisa inadmissível.”
Diante da afirmação de que havia prints da conversa, Morato alegou que seu celular pode ter sido hackeado. “Meu medo é que meu telefone tenha sido hackeado e alguém tenha feito alguma merda e apagado na sequência. Esse é o meu medo agora.”
Ele também levantou a possibilidade de ter dado “uma opinião pessoal” numa conversa informal com o assessor. “Posso ter exposto uma opinião pessoal, como se fosse do vice-presidente.”

O vice-presidente Hamilton Mourão disse a O Antagonista que decidiu exonerar o chefe de sua Assessoria Parlamentar, Ricardo Roesch Morato Filho. A demissão será publicada amanhã no Diário Oficial.
Mourão, que mais cedo atacou o site, agora agradeceu a divulgação dos prints da conversa. “Me permitiu identificar alguém agindo à margem das minhas orientações e atentando contra o meu único patrimônio, que é a minha honra.”
O vice-presidente não acreditou na versão do assessor, que alegou ter sido hackeado. “Ele está negando com o argumento de que o celular foi hackeado, o que para mim não é verdade. Agiu sem meu consentimento e contra minhas determinações. Será exonerado.”
O Antagonista/Edição: montedo.com

13 respostas

  1. Defender Bolsonaro por que?? Poderia dar uma coisa boa que Bolsonaro fez em toda sua carreira de anos na política (ou militar, KKKKK)?? Uma só ou então vai para o cercadinho aplaudir o miliciano

    1. A questão do Impeachiment do Presidente tem que estar nas mentes de nós brasileiros….comparem com a relevãncia dos fatos que levaram ao impeachiment de Collor e Dilma….como não há um justo sobre a Terra, o que decide não é o fato causal mas os votos no Congresso….Com a saída do Presidente….o Vice poderá ou não ser facilmente 8derrotado nas futuras eleições….acho que serão todos contra Bolsonaro…reitero que acho o trabalho muito bom em meio a pandemia…..vacinamos 1 milhão de pessoas já, acho que o lock down apenas destrói o Brasil….parabéns as ações do Prefeito do Rio e Curitiba….

    2. O MITO FALSO DA NOVA POLÍTICA
      ARTIGO PUBLICADO NA ‘REVISTA SOCIEDADE MILITAR”
      Quem ainda se lembra do cavaleiro, escudo e lança da moralidade pública, Dom Quixote a cavalo inimigo feroz da chamada, por ele mesmo, de “velha política”, adversário declarado do CENTROLÃO do “toma lá dá cá”? O falso moralista, reveladoramente sem escrúpulos, está agora oferecendo mundos e fundos para a mesma politicalha que tanto criticou durante seus muitos anos de parlamentar, mascarado por detrás de uma falsa imagem de verdade, probidade e responsabilidade, três pilares da formação do Cadete de Agulhas Negras.
      Sim, muitos de nós fomos enganados. Civis que votaram nele, mas, também, um monte de militares que, como eu, resolvera olvidar a vida pregressa de um indivíduo comprovadamente desvocacionado para uma militância permanente de ingentes sacrifícios onde se cultua, acima de tudo, a honra e o caminho do dever. E não faltaram avisos, fatos marcantes, lances inolvidáveis de falta de pendor para palmilhar a carreira das armas: exercício de liderança equivocada junto aos oficiais subalternos; tratamento agressivo dispensado aos camaradas seus contemporâneos e “irmãos em armas”; falta de lógica, irracionalidade, desequilíbrio de argumentação, contra indicações que continuam sendo evidenciadas, mas agora tiranicamente agravadas haja vista a suprema dignidade do cargo nacional maior que ocupa.
      Imaturo inveterado, ambição política sem limites focada no ganho pessoal, radicalismo exacerbado e irresponsável, o atual comandante-em-chefe de nossas “Desarmadas” Forças, mal conceituado pelos seus superiores imediatos e oficiais de mais alta patente em sua curta passagem pelos quartéis, como tenente e capitão, tem contribuído para sua desmoralização, fato lamentável que só interessa aos “comunas”, agravado por um mau militar que saiu do Exército Brasileiro pela porta dos fundos. Realmente vossa excelência não faz jus ao posto que muitos julgam, inclusive eu, como “ö mais bonito do Exército do Duque de Caxias”.
      Sim, não há como desdizer, os brasileiros viram e ouviram o que o chefe da nação estampou em imagem televisionada recentemente: – “A gente pode levar muita coisa avante, quem sabe até ressurgir alguns ministérios. Alguém pode falar: – Ah, criar ministério novo! Só o tamanho do Brasil é maior que toda a Europa Ocidental todinha”. E daí presidente enganador, “o que tem a ver os alhos com os bugalhos”. Nós não somos tão idiotas para engolirmos uma sandice deste calibre. Pelo menos, respeite a capacidade de julgamento do seu povo vilipendiado.
      Paulo Ricardo da Rocha Paiva
      Coronel de infantaria e Estado-Maior

  2. Pediu desculpas pelos termos esculhambadores que usou? Mourão não me engana mais. Elegemos dois sacripantas… a única diferença entre os dois energúmenos é que um fala inglês e outro não…

  3. Pega Mourão !

    Do Mito ao seu vampiro Michel Temer, Mourão, após sugerir saída do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo:

    ‘ Se quiser escolher ministro, se candidate em 2022’.

    Cortou suas asas general, podia dormir sem essa.

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