Governo quer criar Escola de Defesa na capital federal

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Previsto para 2021, instituto deve oferecer cursos da área também a civis; plano é ter 670 vagas em Brasília e outras 669 no Rio, onde já funciona Escola Superior de Guerra

Felipe Frazão e Tânia Monteiro, O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA – O governo Jair Bolsonaro planeja criar uma Escola Superior de Defesa (ESD), em Brasília, vinculada às Forças Armadas. Com lançamento previsto para março de 2021, o novo braço acadêmico do Ministério da Defesa está sendo discutido dentro de um estudo de reorganização da pasta, que cita, também, a criação de uma secretaria voltada ao ensino e à cultura. A essa chefia passariam, então, a ESD e a septuagenária Escola Superior de Guerra (ESG), criada em 1949, no Rio.
Consultada, a Defesa não citou cifras específicas da ESD, mas disse que a premissa é não aumentar custos. A Defesa mantém, hoje, campi da ESG no Rio e em Brasília, com orçamento previsto de R$ 14,1 milhões para este ano – 5,2% a mais do que em 2020. O ministério tenta reduzir os impactos orçamentários. A ESD herdaria da ESG o campus de Brasília e parte do seu pessoal. “Não haverá alteração de efetivo de pessoal, apenas serão remanejados os servidores civis e militares entre a ESG e a futura Escola Superior de Defesa, ficando em torno da metade dos servidores em cada escola. Após o término dos remanejamentos, cada escola ficará com aproximadamente 225 militares e/ou servidores civis”, afirmou o ministério.
Um indicativo da dimensão do projeto foi a solicitação de imóveis feita em agosto ao Patrimônio da União. O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, pediu ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que cedesse 32 apartamentos funcionais desocupados, localizados no Plano Piloto, para acomodar o corpo discente e servidores militares transferidos do Rio. O pedido está em análise.
Desde 2011, a ESG tem atividades na capital federal. Há um ano, a ESG assumiu o campus da antiga Escola Nacional de Administração Fazendária (Esaf). Trata-se de um terreno de 422 mil metros quadrados, com auditórios, escritórios administrativos, biblioteca, refeitório, vestiários e alojamentos, além de amplo estacionamento. O valor é de R$ 38,5 milhões, segundo avaliação imobiliária de técnicos do governo. Para mantê-lo, a Defesa estimou os custos em R$ 5,8 milhões ao ano. A expansão da covid-19, porém, forçou uma adaptação rápida ao ensino à distância, contou um general ao Estadão, com a necessidade de aquisição de softwares de videoconferência e reorganização dos cursos.

Servidores
A previsão da ESD é que sejam recebidos 24 “intercambistas”, alunos enviados por países aliados a convite do governo. Ao todo, a Defesa prevê 1.369 vagas para os cursos em 2021, sendo 699 delas no Rio de Janeiro e 670 em Brasília, nos diversos cursos. Em 2020, foram matriculados 370 pessoas nos cursos regulares na ESG campus Rio e 350 em Brasília.
Comandante da ESG, o almirante de esquadra Wladmilson Borges de Aguiar disse que deseja atrair servidores de todos os Poderes para a nova estrutura. “A sociedade em geral precisa pensar em Defesa. Daí as portas da escola estarem abertas também para pessoas que trabalham na iniciativa privada e acadêmicos”, disse o almirante. “Defesa não é assunto só de militares.” Na escola, estudam civis do mercado privado, como a indústria de armamentos, de outros ministérios, órgãos públicos e estatais, como Senado, Petrobrás e Tribunal de Contas da União, além de oficiais das Forças Armadas, e polícias militares estaduais.
Em 2020, a direção enfrentou problemas comuns a diversas escolas privadas, como a falta de preparação para dar aulas à distância. Foram cancelados os cursos de “Gestão de Recursos de Defesa”, em Minas Gerais e em São Paulo, e “Programa de Extensão Cultural”, prejudicando 350 alunos. O comando organizou, em substituição, três ciclos de estudos no Rio voltados a empresários da Base Industrial de Defesa, para 1.500 pessoas.
Além disso, alguns órgãos não devem indicar alunos no ano que vem. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) alegaram “contingência de pessoal” e “restrições excepcionais” motivadas pela pandemia de covid-19 para recusar o convite da Defesa a cursos como “Inteligência Estratégia” e “Altos Estudos em Defesa”.

Plano de tirar estrutura do Rio nunca vingou
Discutida há anos no governo federal, a ideia de transferir para Brasília toda a estrutura da Escola Superior de Guerra (ESG), que funciona na Fortaleza de São João, na Urca, um dos bairros mais reservados do Rio de Janeiro, nunca vingou.
Em 2008, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim chegou a levar a proposta ao presidente. Mas houve resistência de oficiais mais antigos da ESG em deixar o Rio, e o plano não foi adiante. Instalou-se, então, em 2011, um “núcleo” da ESG na capital federal. Inicialmente em um anexo na Esplanada dos Ministérios, o “núcleo” da ESG em Brasília herdou o campus da Escola Nacional de Administração Fazendária (Esaf) no ano passado.
Mesmo com as mudanças na área de educação do Ministério da Defesa, e cursos tradicionais, como o de “Altos Estudos em Política e Estratégia”, continuarão no Rio, pela proximidade com outras instituições de ensino, como a Escola de Guerra Naval e a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército.
Disciplinas que requerem mais interação com conhecimentos civis, como o curso de “Diplomacia e Defesa”, devem ir para Brasília. Reservadamente, diplomatas viram a iniciativa de forma positiva, pois reconhecem carência de conhecimento sobre Defesa em servidores de alto escalão nos ministérios.
O Ministério da Defesa diz que levar atividades acadêmicas para a capital federal é preconizado na Estratégia Nacional de Defesa (END). Estar em Brasília possibilita “atender os civis, assessores de alto nível, lotados nos órgãos dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como outras autarquias e instituições”, informou a pasta.
ESTADÃO/montedo.com

5 respostas

  1. Excelente idéia por exemplo Universidades privadas tem que unir tecnologia e soberania – energia eólica e solar. No Japão com neve e frio o cidadão vende energia solar de sua casa para a rede. As universidades federais foram inundadas pela visão da esquerda como solução para o Brasil…está na hora de contrabalançar com soberania sobre nossas terras e riquezas…grandes indústrias, fábricas tem que ter funcionários que no cálculo de investimento e produção lembre-se de soberania sobre nossa Terra e democracia e educação para o povo. Energia eólica, poços profundos, educação de base tem que estar na cabeça dos empresários principalmente os que estão com seu mercado bem estabelecido como material de construção, alimentação e transporte… Dois exemplos: conversando com um engenheiro do ITA no avião que trabalhava em uma multinacional de grande porte nunca foi procurado por nenhum orgão militar ou de governo para como poderia integrar no sistema de soberania…até os chefes estrangeiros achavam estranho…isto tem mais de 10 anos, outra coisa na Fábrica da Suécia onde fiz curso de reparo de radares todos os civis tinham uniforme militar nos armários pois anualmente alguns deles faziam exercícios com as FFAA. Um exemplo final é que principalmente Deputados Federais ou seus assessores podem fazer este curso passariam a oportunizar ações pro soberania nos entreneados da Lei. Orando.

  2. Defender a vida, o direito de viver, em qualquer lugar, dentro da lei, sem xenofobia. Isso tem que integrar a grade curricular, civil e militar, adaptada aos níveis de entendimento de cada idade, cada função, e a cada processo novo de desenvolvimento/tecnologia/integração/interação. Há 3 premissas básicas para a vida com seus desdobramentos:

    1_ Água _ abastecimento integral, saneamento, controle de zoonoses, aproveitamento de água tratada sem desperdício, proteção de mananciais, reciclagem, etc.

    2_ Alimento _ aproveitamento máximo (a América Latina desperdiça R$ 400 milhões por dia em alimentos), estratégias de substituição de alimento por preço x consumo x mercados, incentivo ao aproveitamento da terra + sustentabilidade (agroflorestas), educação para a reciclagem (não jogar lixo nas ruas, separar o lixo), etc.

    3_ Abrigo_ moradia, desenvolvimento urbano planejado, construção civil, ocupação do solo com planejamento, conservação e aproveitamento de diversas fontes de energia, telecomunicação, etc.

    O propósito deve ser a qualidade de vida individual e coletiva com a devida proteção e cuidado nos territórios onde nos fixarmos.

  3. Um dos melhores libelos de Defesa da Pátria:

    A Pátria

    Olavo Bilac

    Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
    Criança! não verás nenhum país como este!
    Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
    A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
    É um seio de mãe a transbordar carinhos.
    Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
    Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
    Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
    Vê que grande extensão de matas, onde impera
    Fecunda e luminosa, a eterna primavera!

    Boa terra! jamais negou a quem trabalha
    O pão que mata a fome, o teto que agasalha…

    Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
    Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!

    Criança! não verás país nenhum como este:
    Imita na grandeza a terra em que nasceste!

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