Nos bastidores, Pazuello diz que, se sair da Saúde, ‘sairá feliz’

Bolsonaro em visita a Pazuello no hospital

A polêmica sobre os testes para diagnóstico da covid-19 prestes a perder a validade ampliou o estremecimento das relações entre o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Antes da nova crise no governo, Pazuello já estava desgastado por ter sido desautorizado pelo presidente, que chegou a cancelar o acordo para a compra de 46 milhões de doses da vacina chinesa. Em recente conversa com amigos, Pazuello, que é general da ativa, se queixou da pancadaria e disse que, se sair, sairá feliz. Depois, em tom de piada, comentou que seria bom “voltar ao quartel”.
Com o “fogo amigo” cada vez mais alto dentro e fora do Palácio do Planalto, Pazuello afirmou, nos bastidores, que via como “natural” uma possível saída do Ministério, mas foi demovido por colegas, todos auxiliares do presidente, de tomar de qualquer atitude nesse sentido. A cadeira na Saúde é cobiçada por partidos do centrão, que apoiam Bolsonaro em troca de cargas e verbas públicas.
Sua volta para o quartel traria uma situação no mínimo curiosa. É que, como general de três estrelas, depois de ter sido ministro, Pazuello poderia enfrentar contratempos para encontrar um posto. Se retornar para o trabalho nas Forças Armadas, a tendência é ocupar uma função na burocracia do Exército, sem qualquer notoriedade.
Ainda no domingo, quando a notícia dos testes foi divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo, Pazuello recebeu uma mensagem do presidente com um pedido de explicação.
O Estadão apurou que o ministro justificou que o material havia sido enviado aos estados e municípios. Governadores e prefeitos, portanto, deveriam dar justificativas. A informação não estava correta e, ao reproduzi-la nas suas redes sociais, Bolsonaro acabou virando alvo.
Na verdade, quase sete milhões de testes estão encalhados em um galpão do governo federal em Guarulhos. Do total, 6,8 milhões perdem a validade entre dezembro e janeiro.
Bolsonaro também ouviu do ministro que a pasta estava solicitando a prorrogação do prazo de validade dos testes aos laboratórios e também o aval da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária). O presidente previu mais problemas pelo novo debate que isso poderia causar, uma vez que a medida depende do órgão regulador.
Não bastasse isso, o Ministério da Saúde ainda se viu em outra polêmica. Na quinta, o Estadão revelou que vazaram dados confidenciais de 16 milhões de pacientes de covid-19 , incluindo informações do próprio presidente e do ministro da Saúde.
Numa tentativa de blindar o presidente, a estratégia traçada foi tirar Pazuello de cena. “Agora é falar pouco, trabalhar muito e apresentar resultados”, disse ele à equipe. Na prática, o Ministério da Saúde se torna cada vez mais tutelado pelo Palácio do Planalto.
O ministro ainda se recupera das sequelas de covid-19 e admite a complexidade da doença. Ao sair do hospital, ficou ausente de algumas coisas e confidenciou a interlocutores considerar “natural” a sua substituição, em breve, por um nome do centrão, chefiado pelo deputado Arthur Lira (Progressistas-AL). O ministro também disse que evitará novos “problemas políticos”, como no caso da CoronaVac.
Um dos cotados para assumir a cadeira de Pazuello é o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), que foi ministro da Saúde na gestão de Michel Temer. Barros conversou várias vezes com Pazuello nos últimos dias. Mas todos que abordam com ele a possível reforma ministerial ouvem sempre a mesma resposta: “Não tenho interesse em voltar à Saúde”. Poucos acreditam.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
UOL/montedo.com

6 respostas

  1. A saída de militares (gen) do governo fortalecerá o presidente, sugiro colocar civis patriotas com coragem moral para enfrentar os problemas do Brasil e o avanço do Comunismo.

  2. Eu como militar da reserva e cidadão e interessado quanto a administração privada que gera lucro e empregos gostaria, no futuro, de ver uma palestra pela internet sobre Gestão do Sr Ministro como tb de outro Ministro que me faltou o nome agora. Pelo Curriculum deles a formação é basicamente militar. A meu ver estão sendo de muito sucesso. Primeiro pela neutralidade com a Imprensa, segundo os problemas explodem nos estados e municípios por problemas de gestão desses motivados por corrupção, terceiro a linearilidade de posicionamento dos perfis de todos os orgãos subordinados qto a metas e produtividade, terceiro a condução da compra da vacina pelo governo federal que tem sido muito sóbria. Os outros sinto um cheiro de marketing de venda.Nossos ministros vivem em um ambiente de política estilo brasileiro que se busca muito de metas pessoais e um histórico nestes trinta anos de muito oba oba e impunibilidade qto a corrupção…O outro ministro transformou a lama das rodovias em estradas de exportação e ferrovias destruídas em progresso. No Ceará a menção é Areégua, o cabra bom! O Presidente pode ser briguento mas ele e a família não são burros….Orando

  3. Por mim se sair não fará falta alguma. Este Gen é filho de empresário. Só pisou na tropa nos lugares onde passou, inclusive já fez soldado carregar carroça no lugar de um cavalo e também muitas outras coisas. Uma pessoa como esta não faz falta em lugar algum. Só alguns baba ovo que ficam aqui aplaudindo este tipo de gente.

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