Ministro da Defesa e comandantes militares assinam nota conjunta em que afirmam a separação entre as Forças Armadas e a política

O almirante Ilques, o general Pujol e o brigadeiro Bermudez: distância dos radicais Foto: Marcos Corrêa/PR

Nesta semana, após o presidente Jair Bolsonaro defender uso de ‘pólvora’ para defender a Amazônia, o comandante do Exército, Edson Pujol, fez discursos ressaltando que as forças servem ao país e não ao governo da vez.

G1 — Brasília
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e os comandantes das três Forças, general Edson Pujol (Exército), almirante Ilques Barbosa (Marinha) e o tenente brigadeiro do ar Antonio Carlos Moretti (Aeronáutica), assinaram uma nota conjunta em que afirmam a separação entre as Forças Armadas e a política. A nota foi divulgada neste sábado (14). Veja a íntegra ao final desta reportagem.
Nesta semana, após o presidente Jair Bolsonaro defender o uso de “pólvora” para defender a Amazônia, Pujol fez dois discursos em eventos públicos ressaltando que o Exército é uma instituição do Estado brasileiro e não de governos. Pujol também disse que os militares não querem se envolver com a política nem querem que ela entre nos quartéis.
De acordo com o blog do Gerson Camarotti, as falas de Pujol foram vistas por generais como uma manifestação de um sentimento da categoria, que anda incomodada com o que considera tentativas de Bolsonaro de politizar as Forças.
A nota divulgada neste sábado diz que a separação entre políticas e as forças militares é um princípio constitucional que “não destoa” do entendimento do governo e do próprio presidente Bolsonaro.
“A característica fundamental das Forças Armadas como instituições de Estado, permanentes e necessariamente apartadas da política partidária, conforme ressaltado recentemente por chefes militares, durante seminários programados, é prevista em texto constitucional e em nada destoa do entendimento do Governo e do Presidente da República”, afirma o texto.

Íntegra
Veja a nota completa assinada pelo ministro da Defesa e pelos comandantes militares:
NOTA OFICIAL

A respeito de recentes publicações e especulações envolvendo o Governo e as Forças Armadas, o Ministro de Estado da Defesa e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica esclarecem que:
– A característica fundamental das Forças Armadas como instituições de Estado, permanentes e necessariamente apartadas da política partidária, conforme ressaltado recentemente por chefes militares, durante seminários programados, é prevista em texto constitucional e em nada destoa do entendimento do Governo e do Presidente da República;
– O Presidente da República, como Comandante Supremo, tem demonstrado, por meio de decisões, declarações e presença junto às tropas, apreço pelas Forças Armadas, ao que tem sido correspondido;
– O único representante político das Forças Armadas, como integrante do Governo, é o Ministro da Defesa;
– Os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, quando se manifestam, sempre falam em termos institucionais, sobre as atividades e as necessidades de preparo e emprego das suas Forças, que estão voltadas exclusivamente para as missões definidas pela Constituição Federal e Leis Complementares;
– As Forças Armadas direcionam todos os seus esforços exclusivamente para o cumprimento de suas missões, estando presentes em todo o País. Atualmente, atuam no combate ao novo coronavírus (Operação Covid-19), inclusive com apoio às comunidades indígenas; no combate aos crimes ambientais, ao desmatamento e às queimadas na Amazônia (Operação Verde Brasil 2); no acolhimento e interiorização de refugiados da crise na Venezuela (Operação Acolhida); no combate aos crimes transnacionais (Operação Ágata); no apoio às eleições 2020 (logística e garantia da votação e apuração); no apoio à população do Amapá, em função da recente crise gerada por falta de energia elétrica; em ações humanitárias e sociais, como a Operação Carro-Pipa (que leva água a milhões de pessoas atingidas pela seca), o atendimento médico hospitalar às populações ribeirinhas e o transporte de órgãos para transplantes; além de inúmeras outras atividades, destacando, ainda, a essencial e diuturna proteção das fronteiras marítima, terrestre e aérea, que asseguram nossa Soberania e Desenvolvimento Nacional. Por fim, um País forte requer instituições sólidas e transparentes.

G1/montedo.com

24 respostas

  1. Çei… e a quantidade de boquinhas de gen amantes do erário ocupam, sempre queimando a imagem da força, e os assessores parlamentares sempre barrando projetos que beneficiam as praças.

  2. E os Aspones no cãogresso nacional da ativa e fardados o que fazem lá? São cães adestrados dos deputados e senadores? generais sem noção do ridículo que são. Mentirosos e covardes.

  3. Mais de 6000 militares (a maioria oficiais) nos gabinetes deste desgoverno com ótimos salários e ainda um belo plano de carreiras que chamam de reforma da previdência. Reforma da previdência foi para o trabalhador enganado que vai trabalhar até 65 anos com aposentaria bem pequenininha em razão dos novos cálculos e ainda mentem com a conversa de acabar com os privilégios. Como dizia o Queiroz tem cargo pra caramba, 20 continhos caía como uma uva.

  4. A política faz parte da cultura e tradição brasileira, nenhum brasileiro pode ser excluído da vida política, todos os órgãos públicos, instituições e particulares são influenciados pelas decisões políticas, inclusive a constituição federal foi elaborada por políticos.

    CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

    PREÂMBULO

    Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIlL.

    TÍTULO I

    DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

    Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

    I – a soberania;

    II – a cidadania;

    III – a dignidade da pessoa humana;

    IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei nº 13.874, de 2019)

    V – o pluralismo político.

    Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

    Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

    Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

    I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;

    II – garantir o desenvolvimento nacional;

    III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

    IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

  5. O apogeu e o declinio.
    O antes, o durante e o depois das eleicoes.
    Quem te viu e quem te ve.
    Os atores e suas movimentacoes nos espacos de poder.
    Tirem suas proprias conclusoes desses estrelados.
    PRACA VOTA EM PRACA.

  6. Vereremos na segunda- feira… Dia 16 de novembro… Se o DOU publicará a exoneração de milhares de militares que fazem parte desse governo… De isso ocorrer… Acredito em nossos comandantes militares… Caso contrário… Permanece a frase que ouvimos a vida toda nas OM… Faça o que eu digo… Mas não faça o que eu faço… Falavam tanto da Esquerda e o que vejo até agora é só hipócrisia… Mais do mesmo… Militares… Já provamos relevante incapacidade de governar uma Nação em tempo record… Voltem para a caserna… Lá ainda o RQuero funciona…

  7. Alguém citou parte de artigos da CF, esqueceu de copiar quem é o CHEFE das forças armadas, ou será que não lhe estão subordinadas?
    Em uma escala hierárquica quem deve obediência a quem?
    Teriam autonomia para estarem contra ao Presidente da Nação?
    Errou por não conhecer os traíras.

  8. Politicamente falando, esses sujeitos se colocam , por conveniência, numa hora como instituição de “estado” noutra hora colocam-se sim como instituição de “governo”, como colocaram-se à partir de 2016 e que culminou com essa tragédia e desastre político, social, ético e econômico que mergulharam o país. Na ânsia de destruírem um partido, um projeto, um líder popular…., colocaram-se ao lado da grande imprensa corporativa, órgãos estrangeiros, das elites e das forças antidemocráticas do atraso em geral. Apoiaram e corroboraram descaradamente com essa besteira de “direita” e “esquerda” e ajudaram à dividir a sociedade brasileira. E essa “divisão” será na nossa pátria, uma ferida aberta que levará décadas para cicatrizar. ..se cicatrizar. Financeiramente falando, depois de conseguirem um polpudo aumento para si, seus dependentes e assemelhados, disfarçado de “restruturação salarial e das carreiras”, agora “pulam fora” com essa “conversa” de que política não entra nos quartéis. Agora? E quanto aos “estamentos inferiores”? Aqueles menos privilegiados na caserna que caíram na armadilha do canto da sereia (promessas)? Esses amargarão salários mais miseráveis ainda! Pagarão o preço por analfabetismo político. E, pelo visto, essa turma continua não aprendo mesmo. Muitos votarão em ” candidatos militares” que conforme eu já vi, estão pedindo votos à esses mesmos “estamentos inferiores”, (que se dizem “traídos por seus chefes”) afirmando que continuam apoiando o atual “governo”! Essas pessoas e “associações” obviamente nunca me representaram e nem me representam! E eu, de minha parte, é lógico que depois de vêr uma elite ( que domina e é dona deste país desde 1500) rancorosa e derrotada em todas as votações, simplesmente decidirem que poderiam e deveriam jogar 54 milhões de votos da população no lixo e através de artimanhas e lorotas, as mais esdrúxulas se apossarem de toda uma nação inteira, nunca mais votarei!

  9. As eleições municipais que hora ocorrem vão mostrar que Direita radical e Esquerda radical serão banidos da política brasileira… Pois nada mais são que dois lados da mesma moeda… Excelente para o país que ganha com a eliminação do extremismo Político… Em 2022 tanto petistas… Quanto bolsonaristas serão eliminados naturalmente do cenário político nacional…

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