Para militares, Ernesto Araújo e Ricardo Salles usam despreparo de Bolsonaro para enrolá-lo

Manifestantes levaram faixas contra a lei 13.954, de 2019, que mudou a Previdência dos militares
Imagem: Alan Santos/PR

Vicente Nunes
Integrantes da alta cúpula militar, de dentro e de fora do governo, não têm dúvidas de que os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Ricardo Salles (Meio Ambiente) tiram proveito da falta de preparo intelectual do presidente Jair Bolsonaro para enrolá-lo em assuntos estratégicos para o país.
Segundo os militares, para tomar decisões importantes, os grande líderes ouvem todos os lados, ponderam posições e decidem de forma ponderada, sempre pensando no melhor para as nações que comandam. Como não confia em ninguém e não gosta de ser contrariado, Bolsonaro acaba bancando todas as loucuras de integrantes da área ideológica.
Cientes das fragilidades de Bolsonaro, Araújo e Salles sempre saem vitoriosos em suas posições. E, para não assumir que endossou medidas equivocadas, o presidente acaba embarcando em canoas furadas, que custam caro ao governo e à imagem do país.

Um equívoco atrás do outro
O fato de Bolsonaro não ter cumprimentado até agora Joe Biden pela eleição à Presidência dos Estados Unidos se deve única e exclusivamente ao ministro das Relações Exteriores. Ele fez a cabeça do presidente de que ainda haveria chances de Donald Trump vencer no tapetão. Uma insanidade.
Já Salles tem vencido todos os embates dentro do governo na área ambiental. O ministro conseguiu convencer Bolsonaro a não dar mais ouvidos aos militares sobre a importância de se preservar o meio ambiente. Salles foi o pivô do atual afastamento do presidente de seu vice, o general Hamilton Mourão.
Para os militares, ao se deixar levar por Salles e Araújo, o presidente corre o risco de sepultar seu governo. As mais recentes pesquisas de popularidade já vêm mostrando que nem mais o auxílio emergencial está conseguindo manter o apoio a Bolsonaro.
“É o preço a ser pago por quem optou pelo isolamento e por apostar no radicalismos e dar ouvidos a vozes do atraso”, destaca um dos militares, que diz ainda ter um apreço por Bolsonaro, mas que está assustado com a falta de noção do mandatário. “Ele decidiu fazer as escolhas erradas”, acrescenta.
Blog do Vicente/montedo.com

11 respostas

  1. Srs generais, digam-me com quem andam e lhes direi Bahhhh. Bolsonaro defende com unhas e dentes os bandidinhos 01, 02 e 03, e os Srs, cientes de que os protegidos são bandidos, permanecem no meio, defendendo o capitão e enterrando a imagem das FA às custas dos cargos e ego…

    1. Marco Soares no 13 de novembro de 2020 a partir do 23:52

      Até agora a única evidência minimamente plausível é que apenas o 01 tenha problemas de ordem policial. Tb tentam incriminar o 02, mas nada foi comprovado, nem evidências. Quanto ao 03, nada além de fofoca e bravata. Ou é crime ter opinião ? Ou dizer a verdade é fazer parte do “gabinete do ódio” ? Muita falta do que fazer.

  2. PQP, quando a notícia começa com….”integrantes do governo”…..segundo interlocutores”….”segundo pessoas próximas”…..fica claro que o “jornalista” não tinha nada pra escrever e o chefe estava pedindo uma matéria.. …Então, na preguiça de ir atrás de uma informação, saem com essas barrigadas….

  3. O melhor ministro do governo era o Weintraub. Como ele só falava a verdade, inclusive quando defendeu a prisão dos 11 picaretas do STF, teve que sair. Os outros dois melhores ministros são exatamente os dois citados na matéria. Depois vem o Tarcisio.
    Não elegemos simplesmente um poste p/ fz tudo igual. Elegemos alguém para mudar. Infelizmente nem tudo são flores, e os problemas de polícia do filho 01 do PR fez com que ele escolhesse mal tanto o PGR quanto o ministro do STF. Agora, o ministro Salles é brilhante. Ou alguém acha que não é necessário uma exploração sustentável da Amazônia ? Ou que a falta de saneamento básico é um problema mil vezes mais urgente que o “aquecimento global” ? Esse é o problema, parece que hoje é proibido dizer o óbvio.

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