Por rigor do uniforme, guardas presidenciais não usam máscara no Planalto

Sem máscara, soldados da guarda presidencial fazem proteção simbólica do Planalto
Imagem: Kleyton Amorim/UOL

Hanrrikson de Andrade
Do UOL, em Brasília

Soldados do batalhão presidencial não têm utilizado máscaras durante a guarda simbólica na rampa do Palácio do Planalto, em Brasília.
Por conta da pandemia do coronavírus, o item de proteção é obrigatório desde o fim de abril no Distrito Federal, segundo decreto publicado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB).
O próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já foi alvo de uma liminar por descumprir a medida. Em 30 de junho, o TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) derrubou a decisão que reforçava a obrigatoriedade do uso da máscara por parte do mandatário.
Assim como os Dragões da Independência, os soldados do BGP (Batalhão da Guarda Presidencial) são responsáveis por um dos protocolos cerimoniais mais conhecidos da sede do Executivo federal.
Durante o dia, dois militares ficam de prontidão na parte superior da rampa com a missão de “proteger” a entrada do Planalto.
Segundo apurou o UOL em conversa com os jovens que compõem o pelotão, há uma “ordem interna” para que, durante a guarda, eles dispensem o item de proteção em respeito ao rigor do uniforme.
Os militares do BGP e dos Dragões da Independência usam fardas consideradas históricas e regidas por um código específico, o RUE (Regulamento dos Uniformes do Exército). As duas unidades se revezam semestralmente na função simbólica. Além do Planalto, eles também atuam no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência.

Uniformes da guarda presidencial são regulamentados por documento do Exército Imagem: Reprodução/RUE

Ao UOL, o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) informou que apenas a dupla que fica de prontidão na rampa não usa máscara, pois eles se posicionam “distantes um do outro e não têm contato com o público”. Todos os demais “possuem máscaras e as utilizam em serviço”, de acordo com a pasta.
O 1º RCG (Regimento de Cavalaria de Guardas) informou que não existe orientação por parte da cadeia de comando para que os soldados dispensem as máscaras em momento algum.
De acordo com o regimento, os protocolos de saúde estão sendo cumpridos e, na sede da base militar, todos são orientados a usar o equipamento. Nos quartéis, casos suspeitos estão sendo identificados e isolados.
Ainda segundo o 1º RCG, a orientação para a não utilização de máscaras pode ter tido origem na própria estrutura palaciana em alguma “situação pontual”. A cena, no entanto, é recorrente. A reportagem esteve no Planalto todos os dias da última semana em horários diferentes e observou que ela se repetia.
O decreto do governo do Distrito Federal prevê que, além de multa, quem descumprir a regra também pode responder por crime de infração de medida sanitária, com pena que pode chegar a um ano de prisão.
Em junho, o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub foi multado em R$ 2.000 por não usar máscara durante uma manifestação realizada em Brasília.
UOL/montedo.com

21 respostas

  1. Enquanto o chefe do executivo faz três eletrocardiogramas por dia para controlar o uso de medicamento sem comprovação científica, os jovens soldados são jogados na vala.

  2. A “grande mídia” fiscal da máscara e do lockdown, apoiando a qualquer guarda municipal ferir as garantias constitucionais, embasado em decretos fajutos de prefeitos corruptos. Tomara que as FFAA tenha envergadura moral para não ceder a mídia sedenta de verbas públicas.

  3. Depois sai uma nota do Ministério da Defesa falando da participaão na II Guerra, das ações contra o Covid para justificar o injustificável, ou como fazem os de pouco cérebro, culpando a imprensa, o STF, a China, os prefeitos e .governadores, como se isto fosse o causador dos militares serem obrigados a não usar mascara em plena pandemia!

  4. O EB nunca se preocupou com contágio de COVID na tropa. Continuam a fazer TFM centralizado, fazem inúmeras formaturas, mantém vários militares lotando seções, se o militar apresenta algum sintoma de coronavírus, o mesmo não é liberado. Os militares que estão enquadrados no grupo de risco continuam trabalhando em locais aglomerados e os chefes e comandantes não querem dispensar para que os mesmos possam exercer seus ofícios em algum lugar isolado ou em sua residência. Os cursos, estágios, instruções e adestramentos estão sendo realizados com várias aglomerações de pessoas. Enquanto todos os outros órgãos se preocupam e levam a sério algo que está levando a óbito milhares de pessoas não só no Brasil, bem como no mundo, aqui não é levado a sério por mera vaidade.

    1. Só se for na tua unidade. Onde estou servido, há rodízio de pessoal nas seções, o TFM está sendo realizado livre sem aquecimento centralizado. No refeitório, metade das mesas foram retiradas e só entra depois de lavar as mãos. O Cmt vem para OM com o carro próprio. Todos os motoristas são obrigados a descer do carro e fazer o monitoramento da temperatura. Só tivemos uma formatura para receber o Cmt Mil área.

  5. Complicado, mas os militares pelo mundo, estão no sistema home office? Qual a solução?

    O mundo gira, então usemos máscaras e álcool gel a vontade, cada um tenha o seu no bolso ou no seu local de trabalho.

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