Uma nova escola para transformar a formação dos sargentos de carreira do Exército Brasileiro

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Joarez Alves Pereira Junior* Quarta, 08 Julho 2020 2440 Acessos 3 comentários
O Exército Brasileiro, com sabedoria, prioriza o investimento da Força na formação e capacitação de seus quadros. Ainda que houvesse recursos suficientes para a aquisição de todo o material bélico necessário, com avançada tecnologia, a sua posse seria inócua sem a existência de pessoal qualificado para operá-lo.
A verdade é que o recurso não existe, mas, mais significativo do que isso é o fato de que adquirir material exige, basicamente, dispor de orçamento; já a boa formação não pode ser resolvida somente com a alocação de recursos. Ela leva tempo. Não é possível buscar no mercado um oficial-general ou um sargento adjunto de comando. É preciso anos de investimento e preparo. E a existência de uma liderança qualificada é o verdadeiro diferencial de uma Força Armada. Como já atestou o político e diplomata francês, Charles-Maurice de Talleyrand, “temo mais um exército de cem ovelhas lideradas por um leão, do que um exército de cem leões liderados por uma ovelha”.
Com esse pensamento, nos anos 40 do século passado, investiu-se na transformação do processo formativo dos oficiais, com a criação da Academia Militar das Agulhas Negras. A formação dos sargentos vem passando por constantes melhorias e modernizações. É chegado o momento de pensar na transformação. Nesse contexto, inicia-se o estudo que irá verificar a viabilidade da implantação de uma Nova Escola, uma única Escola para congregar toda a formação conduzida em 16 diferentes Organizações Militares. Uma Escola para sempre, capaz de exponenciar a melhoria do processo de formação dos sargentos, que compõem 62% dos profissionais da Força Terrestre, capacitando-os, de forma diferenciada, para as exigências futuras da nova Era do Conhecimento. Uma Escola capaz de receber homens e mulheres sem vivência militar e transformá-los nos combatentes que o Exército precisa, dotados de elevada capacitação profissional e necessária graduação acadêmica.
Para tanto, o estabelecimento da Nova Escola parte de algumas premissas basilares.
1ª premissa _ manutenção do espírito guerreiro, combatente, dos profissionais das armas. Como nos ensinou Luís de Camões, “a disciplina militar prestante não se aprende, Senhor, na fantasia, sonhando, imaginando ou estudando, senão vendo, tratando e pelejando”. É a base da educação militar, o aprender fazendo. Esta premissa aponta para a primeira necessidade da Nova Escola: a existência de um campo de instrução, preferencialmente contíguo, ou então muito próximo, para a condução das atividades práticas.
2ª premissa _ formação centralizada. Construção de uma escola única, capaz de agregar a atual formação conduzida de forma descentralizada, em 16 diferentes locais. Para tanto, a Nova Escola deverá ser capaz de receber cerca de 2.400 alunos que viverão em regime de internato. Em ambiente escolar unitário serão capacitados profissionalmente nas diferentes especialidades requeridas pela Força Terrestre e submetidos ao ensino acadêmico que oferecerá a graduação de tecnólogo. A formação centralizada permitirá uma série de melhorias, consolidando o perfil transformador do projeto:
– ambiente modelar _ “Verba Movent, Exempla Trahunt” ou seja, as palavras movem, os exemplos arrastam. A Nova Escola deverá ser a referência impregnada na retina dos nossos sargentos daquilo que levarão para ser reproduzido nas Organizações Militares espalhadas por todo o território nacional;
– uniformidade na formação _ é quase impossível, no modelo atual, uniformizar a formação dos sargentos distribuídos em 16 diferentes locais, sendo que cada um deles frequenta dois diferentes estabelecimentos de ensino. O fato é que, ao final do curso, obtém-se uma turma heterogênea, cujos integrantes carregam impressões distintas da caserna e da vida militar e que tendem a reproduzir essa diversidade ao longo de sua vida profissional, enfraquecendo o bloco monolítico de profissionais que é a base da Força Terrestre;
– criação do “espírito de turma” _ apesar de comporem uma turma única, boa parte dos sargentos formados anualmente nem se conhece. Um dos valores basilares do Exército é o Espírito de Corpo, que como define o Manual de Liderança Militar “é a alma coletiva dos integrantes do grupo”. Essa alma coletiva estabelecida para os oficiais formados em uma única academia mostra-se altamente positiva ao longo da carreira, mantendo traço forte de união e criando sinergia coletiva na busca de melhores soluções para os problemas enfrentados pela Força. O comprometimento com seu colega de turma impulsiona cada um de seus integrantes a produzir mais e traz conforto e suporte nos momentos de dificuldade;
– assimilação de valores _ a educação militar está ancorada em três pilares: o ensino, a pesquisa e o desenvolvimento de valores atitudinais. Os valores não bastam ser conhecidos,mas têm que ser assimilados e praticados. Para tanto, a convivência em ambiente que permita a observação constante das melhores práticas, a observação do exemplo a ser seguido e o referencial prático positivo são ferramentas fundamentais. Para tanto, o ambiente de formação deverá conduzir essa pureza de atitudes, constante referencial a ser seguido pelos alunos;
– seleção de instrutores _ os instrutores são aqueles que conduzem, no dia a dia, a formação do pessoal. Além do conhecimento teórico que devem transmitir, eles são o exemplo, o modelo a ser seguido pelo grupo. O formato atual dificulta a seleção de instrutores, obriga a utilizar o profissional disponível na região de cada Organização de Ensino, ao tempo que desloca vários desses instrutores para ambientes que não permitem, nas condições ideais, o desenvolvimento da instrutoria; e
– senso de pertencimento _ atualmente, pelos motivos já expostos, os sargentos não conseguem desenvolver, em plenitude, o sentimento de “turma de formação” e percebem esse diferencial na convivência com oficiais, estendendo esse não-pertencimento à percepção de uma fragilização da importância dada ao grupo pela Força Terrestre. É preciso reforçar a realidade de que os sargentos fazem parte do time verde-oliva, ao lado dos oficiais, sem escalonamento de grau de importância. Todos são igualmente imprescindíveis para o perfeito funcionamento da Instituição. A Nova Escola deverá, por sua qualidade e imponência, reforçar esse sentido de pertencimento.
3ª premissa _ capacidade de conduzir, nas melhores condições, a graduação acadêmica de tecnólogo. A mudança do curso de formação para curso de formação e graduação de sargentos, no nível tecnólogo, exige uma nova estruturação da escola. O novo curso superior do Exército Brasileiro exige professores capacitados, capazes de conduzir a educação em nível superior, associada às novas exigências de pesquisa acadêmica e tutoria de trabalhos de conclusão de curso. Aspectos, até então, menos expressivos, como idioma estrangeiro e tantos outros, passam a ser exigência na implementação da Nova Escola. A proximidade de centros educacionais civis mais expressivos pode facilitar o estabelecimento de parcerias, a atração de professores e o desenvolvimento de atividades acadêmicas conjuntas.
É sábia a decisão da Força Terrestre, em seu planejamento estratégico, de valorizar o que de mais caro existe em qualquer instituição: o seu pessoal. Transformar a formação dos sargentos, parcela expressiva da força de profissionais que compõem o Exército Brasileiro, é pensar estrategicamente no futuro da Força. É ter visão. É ter coragem de efetivamente transformar. É investir onde certamente haverá maior retorno. É pensar grande e não se limitar aos ditames das restrições financeiras do momento. Pode-se comparar a implantação da Nova Escola às decisões visionárias que conceberam a capital federal no Centro-Oeste ou a criação da Academia Militar em Resende.
O desafio está posto, iniciam-se os trabalhos de planejamento.
*General de Divisão R1, Coordenador Executivo do Grupo de Trabalho que irá realizar o planejamento para a implantação de uma Nova Escola de Formação e Graduação de Sargentos de Carreira do Exército Brasileiro.
EBlog/montedo.com

53 respostas

  1. Enquanto não levarem a Praça a sério, enquanto mantiverem o pensamento colonialista, enquanto manterem a servidão, enquanto não houver verdadeira lealdade, nada disso adiantará, pois o Sargento deve servir ao exército e ao estado e não aos oficiais.

    1. Sou militar do EB e lembro que quando servi em outra Força levava mijada quando, naqueles momentos sem atividades durante o dia, não estava estudando . Já quando no EB, tomava mijada quando estudava nos momentos em que não havia atividades. Veremos se é verdade esse bilhete

  2. Ou seja, com todas as deficiências na formação das praças, e estes ainda carregam muitos oficiais e a instituição nas costas. Tomara que após a formação, melhore o reconhecimento do Sargento, e elimine o uso de sistemas de amarras covardes que existem hoje (transferências, conceitos e outros meios de perseguições pessoais), que acaba com o estímulo de qualquer profissional e consequente prejudica a força e s nação.

  3. Retirei esta frase do texto acima:

    “É preciso reforçar a realidade de que os sargentos fazem parte do time verde-oliva, ao lado dos oficiais, sem escalonamento de grau de importância. Todos são igualmente imprescindíveis para o perfeito funcionamento da Instituição.”

    Foram 35 anos de serviços prestados à Força. Nunca vi o sargento fazer parte do time ao lado dos oficiais, sem escalonamento de grau de importância.
    Acontece que atualmente o sargento estuda, tem acesso ao conhecimento e luta pela mesma vaga que o oficial está lutando para ser Auditor Fiscal…

    Quando tratava o sargento com dignidade, era porque precisavam do sargento para o cumprimento exato da missão.

    Para alguns o trabalho, para outros os louros do mesmo.

    1. Para ter sentido a carreira militar, deveria começar com concurso público de nível superior para a EsSA ou AMAN, com o término do curso como sargento e por meio de seleção interna e por meio de cursos internos, ter promoções até general. Praticamente uma carreira única, não existindo mais o acesso direto ao oficialato por intermediário de concurso público.

      O nível médio ficaria para cabos e soldados.

      Inclusive para os militares temporários, com carreira paralela aos militares concursados.

      1. General Collin Powell foi Sargento, não passou por West Point e tornou-se um excelente General, comandando a operação Tempestade no Deserto.

  4. Apesar de eu ser um crítico contumaz de tudo aqui, confesso que pela primeira vez eu concordo com um General.

    Entretanto, como o mesmo disse, são 2300 alunos, algo inviável em uma formação centralizada. Sendo assim, o ideal seria diminuir este número para 800 ou 1000 no máximo e deixar o Exército completar o restante com temporários.

    Uma formação centralizada com mais de 1000 alunos é inviável, independente da estrutura.
    No Exército de hoje, militar de carreira deve ser exceção, pois temporário se for ruim, no outro ano renova e vc pode mandar embora a qualquer momento, agora um mau militar de carreira, vira um fardo para a Força e temos que aturar o VAGABUNDO por 30 anos acochambrando em missões, serviços etc etc.

    1. Concordo plenamente com o comentário do amigo. Todavia é fato a predileção dos oficiais por vagabundos. Estes em geral tem uma vida de rei. São respeitados e adorados sem serem jamais incomodados. Passam a vida toda flanando, servindo em boas OM’s, dispõe de PNR por décadas, jamais são incomodados por transferências, pois tem em mãos informações que deixam a chefia de quatro e ainda atravancam a transferência de quem se dispõe a realmente a servir a servir a pátria, pois passam a vida inteira ocupando a mesma boca rica.

  5. Aos jovens que lerem este comentário: Jovens que sonham em seguir carreira nas FFAA! As FFAA pagam pior que as forças auxiliares; vão ser oficiais e praças das FFAA !

  6. Excelentes valores serão construídos e desenvolvidos no seio militar formando uma mentalidade única militar moldado na frase Braço Forte, Mão Amiga e pátria acima de tudo , Deus acima de todos. Orando

    1. Acho show de bola a unificação de uma nova escola de formação….vai acabar com essa “salada” atual….rs

      Mas vou sentir muita saudade do ano de 1996 na ESA….Epoca boa, de aprendizado e conhecimento….muitos amigos para uma vida toda….

      Sucesso nesse novo local…..se for no Centro Oeste vai ser uma boa…..

  7. O melhor caminho é extinguir a EsPCEx (cuja única finalidade é “preparar” (sic) um cadete) e fazer com que esses jovens incorporem direto na AMAN e lá façam sua preparação, já no ambiente acadêmico. Isso posto, ampliem e utilizem as então instalações da Preparatória para a implantação do CFGS centralizado. É muito luxo ter um aquartelamento dispendioso para tão somente preparar cadetes, seja lá o que isso for ou represente.

  8. Pelo que entendi, serão 24.000 Sargentos em 10 anos? neste ritmo teremos um Exército altamente capacitado em pouco tempo, formado só de Sargentos e Suboficiais, com meia dúzia de Soldados. Na faxina dois 3º, um 2º e comandando um QAO…

    1. Acho válida a idéia, mas na minha opinião devemos formar menos Sgt e Oficiais de carreira e termos mais Oficiais e Sgt Tmpr. Diminui os custos da Força com inatividade e pensões e aumenta os formadores de opinião junto a sociedade, pois estes cidadãos e cidadãs temporários levam mais rapidamente valores adquiridos no seio da caserna ao meio civil. Construir novas instalações é um gasto desnecessário. Se deve reorganizar o uso do que já existe. Construir enormes obras e dispendiosas, me faz lembrar as enormes Igrejas construídas com grandes sacrifícios e que hoje estão vazias. O que se deve é ter um exército enxuto, extremamente capacitado para qualquer missão e com equipamento de ponta. Não adianta se ter quantidade sem qualidade.

    2. Não, é a metade desse numero, em 10 anos serão 12.000 sargentos, pois a formação é em dois anos e a escola irá abrigar as duas turmas juntas.

  9. Os Sargentos nunca foram valorizados. Na teoria e tudo bonitinho e pintado como num conto de fadas, igualmente o texto o faz.
    O jovem entra na forca hoje ja pensando em cair fora, haja vista q desde muito os “autos estudos” so pensam no seu umbigo.
    Nao entendo porque tanta discrininacao e desvalorizacao numa rapida checagem com outros servidores federais, estaduais e ate municipais.
    So teoria nao adianta. Acordem!!!

    1. Meus altos estudos, como oficial, teve como tema a carreira do sargento. Será que eu estava pensandosó no meu umbigo?
      Forças Armadas, enquanto a gente ficar nessa: oficial x sargento, carreira x temporário, combatente x logístico, EB x FAB x MB, entre outros, a roda nunca vai para frente.
      Temos que ter uma visão mais nacionalista e buscar a união.
      Uma união que valorize o trabalho, e não a peixada.

      1. União que só beneficia um lado é foda, né oficial?
        A carreira do Sgt é extremamente desmotivante, com interstícios absurdos.
        As nossas reclamações são absolutamente justas, nada contra os oficiais, mas bem que o altos coturnos poderiam pensam um pouco na sofrida carreira dos praças, né?

        1. Interstícios absurdos? Depende!
          MB, inicia a carreira como equivalente a soldado e de 5 em 5 anos é promovido, isso se passar nos concursos para promoção, se não é rua…
          FAB, inicia como 3S, e a promoção é de 7 em 7 anos. Só sai oficial alguns poucos que forem aprovados.
          EB, começa como 3 Sgt, é depois tem interstícios de 8,8,6,5,2 e 3 anos. Sendo muito mais fácil chegar a oficial QAO em comparação as outras Forças Singulares.

          Mas não estou dizendo que o plano de carreira dos sargentos do EB é maravilhoso, não. Mas tem que pesquisar antes de só reclamar por reclamar. A sinergia tem que ser para empurrar o barco para frente.

          O sargento tem que ser valorizado com uma escola de formação decente, com salários dignos para sustentar uma família com dignidade, e muitas outras coisas.

          Uma ideia simples: Auxílio moradia para quem não consegue PNR seria uma ajuda excelente para todas as forças.

    2. Como foi falado hoje o Oficial e Sargento concorrem a mesma vaga de Auditor fiscal ou outros concursos que pagam melhor, pois até a PM de alguns Estados pagam bem mais que as Forças Armadas, a meu ver não adianta capacitar de mais uma pessoa se ela estará se preparando para sair, por isso tem antes de investir no salário que é baixo para manter o militar na força, sempre soube que leva uns dez anos para o militar estar bem capacitado e começar a produzir e é justo quando vai dar retorno a força ele vê que ganha pouco e fica desmotivado e nesta fase perdem-se bons militares que vão embora através de concursos ou outros. É claro que tem de capacitar, mas antes tem de investir na pessoa e família ou se perde bons militares na hora de dar retorno a força.

  10. Sem querer desmerecer o texto, mas, enquanto oficiais formarem praças e houver esse plano de carreira longínquo, os praças sempre serão heterogêneos, pois se dentro da academia os oficiais já são diferentes (entre turmas) com os sargentos será pior. A prova disso é a própria formação descentralizada.

  11. A ESA vai sair de Três Corações ? Já tem tudo pronto é ampliar o que tem. O campo de instrução da ESA (CIGMAL) é enorme e apresenta excelentes resultados na formação combatente do sargento.

  12. Motivo pra começão de dinheiro!
    Na FAB aconteceu o mesmo com o CIAAR em BH.
    Só que graças às denúncias feitas por uma tenente temporária e por uma civil, ambas da fiscalização da obra faraônica (um elefantão branco que assombra a cidade de Lagoa Santa), os “visionários” não conseguiram fazer o que fazem melhor, que é roubar dinheiro público.
    Sargento precisa é de SALÁRIO decente. O resto ele faz com pé nas costas!

    Suboficial R1 Reis

  13. Um 3 SGT casado, se não conseguir uma moradia na vila militar, se a esposa não trabalha, se não consegue colocar os filhos no colégio militar ou escola pública, tiver carro financiado, ele tá lascado com os seus quase 4mil reais de soldo. Se vier servir no DF então, tá enrolado devido o alto custo de vida, vai ter que fazer bico de uber nas horas vagas…

    1. Uma boa solução nesses casos e, principalmente, quando o militar é transferido por “necessidade do serviço”, ou seja, recebe uma “transferência funcional” e não dispõe de um PNR funcional como ocorre com comandantes e generais, muito embora o caso seja o mesmo, seria o órgão que movimentou o militar e a OM que irá dispor de seus préstimos funcionais, arcarem com os custos de moradia do militar, a fim de que este não tenha que arcar com o financiamento da missão com recursos do próprio bolso. Pois o mesmo não ocorre com o pessoal do andar de cima, muito embora recebam salários exponencialmente maiores. Ou, pelo menos, que o militar possa concorrer de igual maneira à ocupação dos PNR funcionais existentes e estes deixem de ser destinados exclusivamente a oficiais. Isso também daria ares verdadeiramente meritocráticos e isonômicos à administração militar.

  14. A ideia é excelente com essa preparação dos Sargentos em Escola de Formação de Formação, Graduação de Sargentos de Carreira do Exercito Brasileiro! Nome pomposo, com certeza vai melhorar a formação e o Graduado sairá da Escola com o Título de Tecnólogo que é considerado Nível Superior mas não é contemplado com Bacharelado, por o Tecnólogo são dois anos de Formação se não me engano! Mas a ideia é bem recebida por todos os militares Graduados do Exército que penso eu terão igualdade no “interstício” que cumprindo esse requisito a pessoa é Promovida independente de Conceito que dado muitas vezes por um Oficial R/2 que desconhece o graduado porém não gostou de sua fisionomia dá conceito negativo para a Promoção. Mas a ideia se posta em pratica vale a pena!

    1. Estes estão de aposentando montes com “unhas encravadas “e “loucos” de preguiça, por não terem capacidade de passar em concurso público.

  15. “É preciso reforçar a realidade de que os sargentos fazem parte do time verde-oliva, ao lado dos oficiais, sem escalonamento de grau de importância. Todos são igualmente imprescindíveis para o perfeito funcionamento da Instituição. ”

    Construindo uma nova escola de formação de sargentos não representará esse “ideal” de que sargentos e oficiais farão parte do mesmo time, pois o problema no nosso EB, em relação a essa segregação entre sargentos e oficiais, é o currículo das escolas de formação de oficiais (especialmente da AMAN).

    Desde os longínquos tempos da Casa do Trem, se prepara o oficial incutindo-lhe uma farsa de que pertence à “nobreza” da sociedade e o sargento, faz parte da ralé. Isso explica porque ainda hoje vemos jovens aspirantes chegarem na tropa arrogantes e desmerecendo os nossos sargentos.

    Quem é praça já presenciou em sua carreira jovens oficiais humilhando sargentos e subtenentes, simplesmente porque para eles – oficiais – foi assim que aprenderam a enxergar os praças.

    Pessoalmente, poderia dar aqui inúmeros exemplos do que presenciei. Para citar alguns, me senti humilhado presenciando um segundo-tenente de AMAN “mijando” um subtenente na frente da guarda do quartel, numa OM na Bahia, e o motivo o mais prosaico: o “sub” ainda não tinha lhe entregado um documento (documento rolha, diga-se de passagem) ao jovem oficial; esse mesmo oficial era filho do colega de escola de outro subtenente que servia nessa mesma OM, ou seja, veio do mesmo extrato social do subtenente humilhado pelo falso aristocrata. Outro, para não me estender, “aloprou” com um sargento QE calejado de experiência que apenas estava sugerindo uma linha de ação numa reunião, porém mais um jovem tenente de AMAN foi logo gritando em alto e bom som diante de todos os sargentos que ele “sabia fazer o trabalho dele e não precisava da opinião de um sargento”!.

    Enfim, para termos um verdadeiro time de oficiais e sargentos ombreando lado a lado, o EB deve mesmo é atualizar o currículo das escolas de formação de oficiais e lembrar de uma vez por todas que não mais estamos no século XIX.

  16. A intenção é louvável, porém, a realidade é deplorável… Como uniformizar procedimentos, condutas se até peça de uniforme eles conseguem fazer diferente, isto porque se chama “uniforme….Enquanto existir prato e bandeja nada mudará, simples assim….Mentalidade de Brasil Colônia.. infelizmente ainda é assim, ou farão uma Escola de Sargentos na zona sul de qualquer cidade?

  17. Meus Deus!!!! Se é tão ruim como muitos comentários, Porque então não tem a coragem e pedem para sair da Força e procura outro meio?

    1. Para quem está há vinte anos na mesma GU, quinze anos morando em PNR, casa própria na mesma GU, rendendo aluguel, com os filhos matriculados no Colégio Militar, seção felpa, com ar trincando nas costas é fácil achar que está bom e ainda criticar os outros. Quero ver achar bom quando se é transferido pra uma GU por “necessidade do serviço”, sem ter PNR, sem uma escola pública decente para os filhos e ainda pagando financiamento em outra GU.

    2. Sair não é solução, cidadão. Anão ser pra quem consegue sair.
      Sair não vai mudar o problema. Ele não deixará de existir.
      O problema tem que ser encarado e resolvido, de uma vez por todas!
      Não é mais concebível o modelo com o qual os oficiais são formados: são tratados como lordes; e aprendem, com outros lordes, que existem exclusivamente para mandar e terem os egos massageados. Pouco sabem da profissão militar; muito menos de liderança.
      A estrutura é e sempre foi muito errada e tem que mudar.
      Mas é óbvio que, por vontade interna, ela não será mudada. Nisso, tem que ser pensada uma interferência externa (à parte da estrutura feudal que reina) para que alguma coisa realmente mude.

  18. NOVA ESCOLA, NOVO ALUNO, MAIS NUNCA SERÃO ACEITOS COMO PROFISSICIONAIS, MESMO QUE SEJAM.
    Nunca serei! 7ª QA. Essa tal de meritocracia nunca cheguei a conhecer. Até tive uma oportunidade conhecê-la que veria por intermédio de um militar. As condições que me apresentou não faz parte de meus princípios: pagar umas contas, marcar algumas consultas, um cafezinho, carregar malas, sem hora para chegar em casa, suportar alguns gritos, etc. Disse que era pulo do gato para alcançar o “STATUS”. Hoje graças a esses trabalhos ele chegou ao tão sonhado “STATUS”, e eu, nunca serei! mesmo com os trabalhos de 29 anos sem nenhuma alteração grave, apenas alguns conflitos com o pessoal de “STATUS” elevado que acham intocáveis.
    Muitos militares bons foram esquecidos pelo sistema. Criam portarias de um segundo para outros, sem ao menos existir uma regra de transição, cortam logo pela raiz.

  19. É simples copiem a forma de progressão do exército americano, já que quase tdo é copiado deles, com exceção da valorização dos praças, que se baseia no tempo da Missão Militar Francesa, mesma missão que nos EUA, descartou os oficiais antigos da formação francesa, pois os achava obtusos,não quiseram perder tempo com eles, que se preocupavam somente com o corporativismo, focando na turma de George S. Patton em diante, acho que acertaram, o exemplo foi a II GM. Lá as carreiras correm em paralelo,e a ascensão se dá por méritos acadêmicos, ninguém assume função sem curso, e só os melhores de cada turma vão mobiliar as vagas.

  20. Monte de Praça falando baboseira aqui … vim só para rir dos comentários recalcados … kkkkk , Praça reclama de tudo … a maioria só sabe falar de futebol e churrasco , nivel de cultura bem ruim mesmo ….

  21. Bobagem das grandes. Gasto absurdo, se considerarmos também o que foi gasto para a implantação das OMCT e adaptação da EsSLog. O próprio Gen que escreveu a matéria era contrário à idéia quando estava na ativa. Apróxima bobagem será a separação de EsFCEx do CMS. Haverá uma Escola com uma estrutura gigante para a formação de 20 caboclos do QCO. Dizem que no Exército não há dinheiro…bobagem, dinheiro tem de sobra, mas em como toda a Adm Pública brasileira, ou ele é malversado ou gasto de forma tola.

  22. Quando da restruturação, o que mais se ouviu falar foi sobre a consequente necessidade de aumentar os interstícios, para se ajustar ao aumento do tempo de ativa. Interstícios das praças, obviamente! Ninguém jamais levantou a ideia de aumentar o interstício dos oficiais. É um sistema feito por eles e para eles. Como isso pode funcionar? Claro que não pode…
    PNR tem que acabar. Para todos! Pois é um sistema absurdo que beneficia muitos oficiais (que precisam muito menos, haja visto a salário muitíssimo maior, além de maior valor e mais numerosas ajudas de custo) e pouquíssimas praças. É absurdo praça pagar cota de manutenção e esse dinheiro ser usado, quase invariavelmente, para reformar somente PNR de oficial!
    E PNR é só um exemplo:
    A coisa toda tem que mudar

  23. A FAB errou a partir do momento em que criou Quadro Complementar de Sargentos, integrado por Cabos fracamente selecionados e desnivelados em comparação com os Sargentos formados na Escola de Especialistas de Aeronáutica, curso de dois anos em regime de internato. Deu no que deu. Foram à Justiça Federal e conseguiram acesso até Suboficial, ficando mais antigos que Sargentos formados antes mesmo da criação do QCS. Fizeram essa lambança. No Quadro de Oficiais não fizeram isso. O QOEA integrado por Suboficiais e Primeiros Sargentos com CAS, concursados tem o acesso limitado ao posto de Capitão. Pessoal muito mais preparado que o Quadro Auxiliar do EB, para cujo acesso o Subtenente nada faz, a não ser esperar pelo ingresso. E tem mais, para ingressar no QOEA o concurso é por especialidade, com poucas vagas e exigência de média acima de 8,00.

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