Gasto com defesa não é condizente com estatura do Brasil, diz ministro

Prosub, desenvolvimento de submarinos: Consiste na construção de um estaleiro e cinco submarinos, sendo um deles nuclear Foto: Marcelo Régua / Agência O Globo

Estratégia a ser enviada ao Congresso pedirá 2% do PIB para o setor, ante 1,3% hoje

Igor Gielow
SÃO PAULO

O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, afirmou que o gasto militar brasileiro “não é condizente à estatura do país”.
Assim, ele afirmou que o texto revisado da Estratégia Nacional de Defesa, que está pronto e será enviado ao Congresso na próxima semana, terá como meta uma elevação ao patamar de 2% do PIB (Produto Interno Bruto) o dispêndio com o setor.
As afirmações foram feitas em uma live do grupo Personalidades em Foco, surgido entre militares da Marinha, nesta quinta (9).
Hoje, o país gasta cerca de 1,3% do PIB com defesa. No ano passado, contudo, dos R$ 109,9 bilhões destinados ao setor, R$ 80 bilhões foram para pagamento de pessoal, R$ 47,7 bilhões desses aos inativos.
“O único oxigênio que falta para a gente é a questão orçamentária”, afirmou. A meta de 2% do PIB já havia sido citada várias vezes pelo ministério, e é baseada no padrão que a Otan (aliança militar ocidental) adota.
Ocorre que a meta da Otan só é atingida por 7 de seus 29 membros, gerando pressões por parte do principal sócio do clube, os Estados Unidos, para que outros países a atinjam. No grupo, inativos não entram na conta.
Azevedo, por outro lado, ressalvou que os orçamentos militares foram preservados em 2019 e 2020, até aqui, embora ele não saiba ainda o impacto da pandemia da Covid-19 sobre o gasto público daqui para a frente.
Os militares foram privilegiados. Como a Folha mostrou no começo do ano, a área teve o maior reforço de caixa da Esplanada, com R$ 6,3 bilhões a mais gastos em relação a seu orçamento original no primeiro ano do governo do capitão reforado do Exército Jair Bolsonaro.
Azevedo disse ter ficado satisfeito em 2019, quando conseguiu ver aprovada a polêmica reestruturação da carreira militar e a reforma previdenciária da categoria. Queria focar em reequipamento das Forças neste ano, mas não sabe se isso será possível com a Covid-19.

Apresentação do avião cargueiro KC-390

“Estamos muito defesados em capacidade operacional”, afirmou, apesar dos avanços nos programas estratégicos da Marinha, com novos submarinos, e da Força Aérea, com o caça Gripen e o cargueiro KC-390.
O ministro falou um pouco sobre política, reforçando o discurso que prevalece no governo desde o auge da crise envolvendo rumores golpistas e as Forças Armadas: “Não há declarações políticas de militares da ativa. Eu sou o representante político das Forças”.
Ele não foi nem questionado, nem elaborou, sobre os estágios mais graves da crise. Disse que o presidente vê as Forças como entes de Estado e que o fato de ele ter sido militar “ajuda muito”. Queixou-se do termo “ala militar”, que designa genericamente na imprensa os dez ministros oriundos da caserna.
Por outro lado, ele citou as 142 operações de garantia da lei e da ordem feitas pelos militares desde 1992. “É muita coisa”, citando as prioridades dadas agora ao combate à pandemia, à questão indígena e à Amazônia.
FOLHA DE SÃO PAULO/montedo.com

9 respostas

    1. Exatamente!!! Servi em um RCG e posso dizer com propriedade que aquilo não serve para Oficiais da ativa e da reserva se divertirem às custas da União e do trabalho duro dos soldados recrutas. Em outras palavras, só serve para massagear o ego das altas estrelas.

      Eu tinha pena da garotada, vendo aqueles vídeos institucionais onde se vê o militar saltando de paraquedas, atirando e outras atividades TIPICAMENTE militares, e depois que incorporados ganhando um carrinho de mão e uma vassoura para varrer merda e mijo de cavalo. Tudo para trazer economia para o bolso dos semi-deuses (vai ver o preço para manter um cavalo em alguma sociedade hípica por aí).

      Se botar esses cavalos, em algum controle de distúrbios REAL, 80% dos cavaleiros ficam a pé porque os cavalos não são treinados para esse tipo de situação. Só fazem demonstração de GLO para algum general ver onde a figuração só atira bexigas d’água (e mesmo assim, os cavalos já se assustam). Imagina voando tijolo, coquetéis molotov, pedra…

      RCG’s só são bonitos para aqueles que estão fora deles…

      1. Quer montar, ter cavalo, competir, sustente o próprio hoby. Só isso.Mas não, são estes moralistas, que aos finai de semana se divertem as custas da União que, dão declarções de incoformismo com determinadas situações. Nossa tradição em cavalo é a mesma do cavalo “Sansão” do livro A Revolução dos Bichos.

  1. Ficaram quietinhos com o desmonte das forças armadas desde o fim do período militar! As verbas sendo cortadas anos após anos! O Brasil que chegou a exportar carros de combate e a estar entre os dez maiores exportadores do Mundo…hoje tem aviões de combate ultrapassados tecnologicamente e em número insuficiente para cobrir o vasto território nacional…boa parte da Marinha está parada nos portos…no EB falta tudo: combustível…comida…e até munição! Militar atirando uma vez por ano! Sobram faxinas, formaturas e ordem unidas…uma tristeza! Ninguém deu um pio neste longo processo de sucateamento! Porque será?

  2. Não é fácil para uma nação pobre, manter uma Forças Armadas adestrada e equipada com padrões moderno. Manter Forças Armadas moderna, com alta teconlogia requer muito dinheiro.coisa que não temos , no momento no Brasil Forças Armadas Moderna da Respeito , além do orgulho; Sgt QE Gomes Aux Prec e Padt; Brasil Acima d Tudo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo