Bolsonaro revoga decreto que permitia ao Exército ter aviões

Short C-23 Sherpa

Depois da reação de integrantes da Força Aérea Brasileira (FAB), o presidente Jair Bolsonaro resolveu revogar o Decreto 10.386, baixado na semana passada, que permitia ao Exército voltar a ter aviões. O recuo de Bolsonaro está publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (8). O mesmo ato restaura a vigência do Decreto 93.206/1986, que dava ao Exército a permissão para operar apenas helicópteros.
O aval do presidente ao Exército foi visto por Brigadeiros ouvidos pelo Estadão como inoportuno. Eles criticaram “a oportunidade da medida”, um período de crise econômica, em que as verbas para a Defesa são escassas. Também alegaram que a medida pode afetar a operação conjunta das duas Forças. “O problema não é o Exército ter sua aviação, mas o momento da decisão, que não é oportuno”, afirmou o tenente-brigadeiro-do-ar Sérgio Xavier Ferolla, ex-presidente do Superior Tribunal Militar (STM).
O decreto anulado nesta segunda por Bolsonaro foi publicado no último dia 2 para conceder ao Exército, após 79 anos, o direito de ter aeronaves de asa fixa. O texto dizia que os Comandos da Marinha e da Aeronáutica iriam cooperar para a reestruturação da Aviação do Exército e que este utilizaria a rede nacional de aeródromos, além de contar com o apoio de instalações e serviços aeronáuticos das outras duas Forças.
Com a revogação, fica valendo a regra anterior, editada em decreto de setembro de 1986, que criou a Aviação do Exército, “destinada à operação de helicópteros necessários ao cumprimento da missão da Força Terrestre”.
Tribuna do Norte/montedo.com

23 respostas

  1. A ideia do Exército utilizar aviões de asas fixas já é antiga vem desde os governos Lula/Dilma e vem amadurecendo com o passar do tempo. A primeira ideia era identificar quais as aeronaves que mais se encaixariam ao perfil que o EB queria. Uma das aeronaves sugeridas num primeiro momento era o Cesna caravan por ser uma das aeronaves mais segura do mundo, além de servir como meio de transporte para até 14 passageiros e 2 toneladas de carga. Um retrocesso.

  2. Pelo menos reconheceu o erro e, corrigiu.
    As três forças armadas devem trabalhar juntas, cada uma executando e auxiliando a outra, sem revanchismo ou diferença.
    A administração e operacionalidade deve estar com o Min. da Defesa.

    1. Incrível como se dá volta a decretos, MP e etc.., no governo do presidente Bolsonaro. Será que antes de se posicionar favorável ao uso de aviões pelo exército brasileiro, o presidente não se reuniu com o ministro da defesa e os três comandantes das forças, para comunicar que tinha intenção de criar o decreto favorável ao Exército! Agora vem essa nota, dando volta ao decreto. Fica complicado, de entender afinal o que o presidente quer no seu governo e apoia-lo.

  3. Será que o presidente Bolsonaro não se reuniu com o ministro da defesa e os três comandantes das forças, para falar da sua intenção de criar o decreto, autorizando o Exército a ter na sua corporação aviões! Como pode agora, depois da volta ao decreto! Não dá pra entender, certas coisas que estão acontecendo no governo do presidente Bolsonaro.

    1. Depois vem aquele pessoal do apoio incondicional (gado eleitoral) falar que o PR não está conseguindo governar devido às interferências dos outros poderes…É cada uma viu!

  4. Vejo em mais essa trapalhada, uma fio de esperança: quem sabe o Presidente não cai na real e modifica aquela maldita lei de 2019? Afinal, até parece que Sua Excelência não lê o que assina…

  5. FRAQUEZA do governo! Na região amazônica a fab tem, por exemplo, embarcações.
    Chico pode, digo, chico não pode… Continua esse lenga-lenga.
    Duvido ele cumprir com a palavra e revogar a mp do mal.
    Até agora os generais também não cumpriram com a palavra em ajustar a lei do mal, que os beneficiaram e retiraram o alimento da mesa dos soldados e das pensionistas.
    Faltam homens de honra nesse país que não se cumpre com a palavra.
    Vergonha e mais vergonha… Meu Deus!

  6. Já fiz bastante arminha, e não compreendi ainda o governo.
    Como sou robô, não penso, apenas executo.

    Então lá vai: #bolsonaro2020.

  7. Como diria lá em Pasárgada, bairrismo, briga de pelancas entra os cabeças brancas que não leva a nada. A possibilidade do Exército poder operar aeronaves de asa fixa liberaria a Força Aérea das ações de logística de pequena monta, para se concentrar na defesa do espaço aéreo e quem sabe, um dia, defesa espacial. Impressionante como não pensam grande, não conseguem pensar fora da caixa. O Exército operando meia dúzia de teco-tecos seria um grande salto de qualidade para os pelotões de fronteira.

    1. Os asas rotativas do exército já cumprem essa missão, inclusive com maior autonomia que qualquer asa fixa (teco teco).

      1. Meu caro, a autonomia de um C-23 Sherpa, esse é o teco-teco que o EB almeja, é menor que a de um EC 725R2 Caracal? E o custo de operação também? Creio que não. Força Aérea é um meio precioso e estratégico demais para ser utilizado no dia-a-dia do EB. A FAB tem missões mais urgentes e complexas com as quais se preocupar, como por exemplo, defesa aérea e controle do tráfego, busca, salvamento e resgate, investigações aeronáuticas, transporte institucional, combate a incêndios florestais de grande monta, operação, pesquisa e desenvolvimento na Base Aérea de Alcântara, etc. Deixemos o Exército com as rotinas do Exército. Viva e deixe viver.

      2. C-23 Sherpa é um teco teco? Com esse tipo de mentalidade e ignorância aeronáutica, fica fácil entender o porque que Marinha e EB querem independência aérea da FAB (Farsa Aérea Brasileira).

  8. Quem sabe um dia a Marinha do Brasil passe a operar uma versão naval do A-29 Supertucano, em pequenos porta-aviões fluviais na calha dos rios amazônicos. Porta-aviões classe amazonas. 😉

  9. Cada um no seu quadrado, mas acho que a FAB tem que deixar de ser aerotaxi de propineiros corruptos e de urubus da corte, ou seja, parar de fazer lobby com Bandidos para não queimar a imagem da força.

  10. Quem labutou na Amazônia no apoio aos PEF sabe a dificuldade que é trabalhar com a FAB. Nos tratam com desdém, como se tivessem fazendo um favor, o planejamento nunca funciona, a aeronave só sofre pane na sede, nunca no PEF. Vivenciei isso na pele durante quatro anos.

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