‘Intervenção militar não resolve nada, ninguém está pensando nisso’, diz Augusto Heleno

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Ministro do GSI afirmou que nota sobre possível apreensão de celular de Bolsonaro foi ‘genérica’ e não era endereçada a Celso de Mello

Daniel Gullino
BRASÍLIA — O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, afirmou nesta quinta-feira que uma intervenção militar “não resolve nada” e que no governo “ninguém está pensando nisso”. Segundo Heleno, apenas a imprensa pensa nessa possibilidade.
— Intervenção militar não resolve nada. Ninguém está pensando nisso. Não houve esse pensamento nem da parte do presidente, nem da parte de nenhum dos ministros. Isso só tem na cabeça da imprensa. A imprensa está contaminada com isso, não sei por que — disse Heleno a jornalistas, no Palácio da Alvorada.
De acordo com o ministro, os pedidos por uma intervenção das Forças Armadas, que ocorrem em protestos a favor do governo, são isolados e fazem parte do direito de livre manifestação.
— Manifestações absolutamente irresponsáveis. Podem falar o que quiser, podem prever um regime soviético no Brasil. Não tem nada a ver. A manifestação é livre, espontânea, permitida.
Em relação à nota que divulgou na semana passada, dizendo que uma apreensão do celular do presidente Jair Bolsonaro traria “consequências imprevisíveis”, Heleno disse ter feito uma nota “genérica”, sem citar o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). A nota foi publicada após Celso de Mello encaminhar ao procurador-geral da República, Augusto Aras, um pedido apresentado por parlamentares de oposição de apreensão do celular de Bolsonaro.
— Eu não citei o nome do ministro Celso de Mello, não citei o nome do procurador-geral. Fiz uma nota simplesmente genérica e houve uma distorção. Teve gente que colocou o nome do ministro Celso de Mello, como se eu tivesse dirigindo a nota a ele. Não dirigi a nota a ninguém.
Para o ministro, é um “absurdo” vincular a nota a uma possível intervenção militar:
— Uma nota completamente neutra, colocando o problema em si, sem citar nomes. Não falei em Forças Armadas, não falei em intervenção militar. Teve gente que disse que aquilo ali era um preâmbulo da intervenção militar. Virou moda. Isso é um absurdo, ninguém está pensando nisso, ninguém conversa sobre isso.

‘Equilíbrio entre os Poderes’
Augusto Heleno defendeu um “equilíbrio” entre os três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e disse que cada uma precisa ficar limitado à sua atribuição. Ele afirmou que a apreensão do celular de Bolsonaro não poderia nem ser cogitada.
— Tem que ver os dois lados. Vamos manter o equilíbrio entre os Poderes, limitar as atribuições dos respectivos Poderes, é isso que está se pleiteando. No momento que há uma manifestação, não sei de quem, de uma possibilidade de ser apreendido o celular do presidente da República, se nós ficarmos calados, eu principalmente, que sou o responsável pela segurança institucional, parece que eu estou concordando, e sou absolutamente contra isso. Não pode nem ser ventilado.
O ministro disse que “os dois lados” precisam de “harmonia” e “respeito”.
— “Ah, mas o presidente é um cidadão comum”. Sim, o presidente é um cidadão comum, tanto é que vários já tomaram impeachment. Mas qual a razão de apreender o celular do presidente Bolsonaro? Dê uma razão plausível disso aí? É preciso que as coisas sejam, para os dois lados, seja buscado o equilíbrio, o bom senso, a harmonia, o respeito.
Heleno não quis comentar se Bolsonaro fez críticas ao Judiciário na reunião ministerial realizada na quarta-feira, para discutir o inquérito do STF que investiga ataque à Corte. Dizendo que a reunião foi “secreta”, o ministro fez uma crítica velada à decisão de Celso de Mello de divulgar a reunião ministerial do dia 22 de abril.
— Problema da reunião. Chega de revelar reuniões secretas, reuniões reservadas, botar isso no ventilador. Outra coisa que está errada, totalmente errada.
O Globo/montedo.com

21 respostas

  1. Primeiro emite uma Nota ameaçando, agora quer passar pano.

    Ele precisa avisar isso para o Presidente da República, pois a cada decisão da Justiça ou nota da imprensa ele fala em Golpe de Estado. Virou palhaçada, desde seu filho Deputado Eduardo Bolsonaro até o Deputado Roberto Jefferson, o do mensalão, falam em convocar Exército para fazer uma Intervenção Militar ou seja aplicar um Golpe de Estado. Agora Tudo é Golpe de Estado.

    Ah a imprensa soltou nota que não gostamos, isso vai causar instabilidade, é invasão de poderes, vamos chamar as Forças Armadas para um Golpe de Estado.

    Ah o STF está estrapolando seus podemos, isso vai causar instabilidade, é invasão de poderes, vamos chamar as Forças Armadas para um Golpe de Estado.

    Ah estão perseguindo meus filhos, amigos e bloguerinhos de fakenews, isso vai causar instabilidade, é invasão de poderes, vamos chamar as Forças Armadas para um Golpe de Estado.

    Ah a Justiça não está deixando eu destruir a Amazônia, isso vai causar instabilidade, é invasão de poderes, vamos chamar as Forças Armadas para um Golpe de Estado.

    Ah o sobrinho do meu amigo, atropelou 100 pessoas e estava bêbado e a Justiça quer levar ele pra cadeia, isso vai causar instabilidade, é invasão de poderes, vamos chamar as Forças Armadas para um Golpe de Estado.

    Ah querem prender os celulares do Executivo, só pode dos Governadores, se for meu vai causar instabilidade, é invasão de poderes, vamos chamar as Forças Armadas para um Golpe de Estado.

    Ah querem levar Ministro para depor na marra, isso vai causar instabilidade, é invasão de poderes, vamos chamar as Forças Armadas para um Golpe de Estado.

    Esse pessoal acha que a Constituição é Papel Higiênico, Democracia é algo que precisa ser combatido e que Forças Armadas são forças particular deles e seus amigos, para fazer cegamente tudo que qualquer um deles mandam.

    Enquanto isso, vamos chegando aos 26 mil óbitos pela Pandemia, viramos o epicentro da Pandemia no mundo, estamos sem Ministro da Saúde e sem ação do Governo Federal.

  2. Fiquei pensando por aqui…

    Quem estava coordenando a reunião era o Braga Neto. Mourão entrou mudo e saiu calado, só olhava e olhava… Havia ali outros oficiais. A reunião prosseguiu com aquela baixaria toda. Ninguém ousou protestar, quem ousaria? O chefe estava lá, falando as aberrações de sempre. sabem como é, ele é assim mesmo, sincero, sem filtro, como todos devem ser… Acredito que a frase mais suave que soltou foi a respeito da hemorroida dele. Que situação. Quero até me solidarizar com a autoridade máxima da república, dirigir esse país, em meio a uma grave crise sanitária, e tendo que cuidar da hemorroida não deve ser tarefa das mais fáceis…

    Mas não era isso que eu queria dizer. Quero dizer que as reuniões de Estado Maior, até mesmo as do Estado Menor (aquelas no cafezinho), não funcionam assim, há a observação de certo decoro, ao menos fingimos, até podemos estar pensando barbaridades, mas nunca participei de reunião tão “descaracterizada” (não vou colocar aqui a palavra que pensei, sou cristão). Então, aos desavisados, não tentem imitar esse comportamento das altas autoridades eu reuniões na caserna, ao menos por onde passei não funciona assim. E por favor! Em casa também não! É mau exemplo pras crianças.

    P.S.: O Ministro cumpriu um dever cívico, temos que saber sim como se comportam aqueles a quem pagamos o salário.

    1. Concordo com a linha de pensamento do João e vejo que há uma estratégia por parte da equipe de governo. Não querem uma Intervenção porque sabem muito bem o que houve no passado, quando justamente aqueles que foram as ruas exigir a participação dos militares retiraram a escada e os deixaram com a broxa na mão. Em outras palavras: ESTIGMATIZARAM AS FORÇAS ARMADAS. Acredito que a aposta se fundamenta na saída de Celso de Melo ao final do ano e de Marco Aurélio no início de 2021, onde o Presidente nomeará dois novos integrantes para a Corte, colocando um ponto final no já conhecido placar de 6 X 5.

  3. É isso que me revolta, tá claro e evidente que os ministros do STF, estão entrando na área do presidente da República, e fazendo de tudo para não deixar o presidente governar o país,com clara evidência de intromissão no poder executivo. General Heleno, me desculpe, mas se o regime militar não der jeito nessa bagunça que está o nosso país; não haverá como o presidente solucionar os problemas do país; a sua nota foi esclarecedora para qualquer um que entendi o atual cenário político. Agora não pode da um passo à frente e retroceder dois, três; militar tem que se impor na sua opinião, na sua atitude; para o inimigo não achar que é um cão que ladra mas não morde.

    1. Militar tem que respeitar a CF, e cumprir suas funções.
      Se sem ditadura nós tivemos o PL 1645, em uma ditadura iriam nos deixar sem remuneração e quem reclamasse ia pro pau de arara.
      Desde quando ditadura é bom, principalmente pro praça?
      Mas tem muito praça iludido.

  4. O que precisa e chamar o Art. 142 pra por ordem de casa, o Judiciário esta querendo governa o PAÍS, só cego não ver, são infiltrado de esquerda, acorda Brasil.

  5. Os comentários, das 11:50, 12:43, e 13:38 hs, EXCELENTES, mas dizer que não querem deixar o Presidente governar, isso é de dar risadas, governar só que seja para a família e amigos.

  6. Lamentável, muitos anos de estudos, experiência pessoal
    conquistados durante a vida, mas não conseguem conversar educadamente, usando os conhecimentos do bom português, da linguagem culta aprendidos nos bancos da escola, para serem usados em reunião onde serão tomadas as decisões que impactarão a vida de milhares de brasileiros e o futuro de uma nação.

  7. Aos filhos do Bolsonaro, ELES QUE VENHAM, POR AQUI NÃO PASSAM, E EU QUERO VER QUANDO TERMINAR A TETA, AONDE ELES VÃO SE METER.

  8. O que seria a “ruptura” alegada pelo Bananinha?

    Seria a “operação” dele fechar o STF com um cabo e dois soldados? Em caso positivo, onde ele vai escalar esse cabo e esses dois soldados?

    Ou seria mandar aqueles bolsonaristas dos “protestos-piquenique” dominicais de Brasília instalar faixas e outdors na frente do STF?

    Ou ele está planejando desistir do mandato, entregar o cargo, pegar a esposa, partir para os EUA, voltar a fritar hamburguers e frequentar diariamente a casa de Trump? (segundo eles, amicíssimo da família)

    Qual seria essa “ruptura”, Bananinha?

    O deputado Hélio “Bolsonaro” – o Gregório Fortunato bolsonarista – poderia nos informar postando aqui no blog do que estaria falando o Bananinha? Pelo menos escrever acho que sua excelência sabe, já que falar não faz parte do seu mandato.

  9. Eu sou filiado a partido politico. Garanto que nem o Montedo nem os 14 comentaristas até aqui são filiados. São como aqueles técnicos de futebol do povão que dão seus palpites de como montar uma seleção nas vésperas da copa do mundo e depois vão dormir.
    Filiem-se a um partido politico, sejam candidatos ao menos uma vez. Aproveitem a onda de 2020, seja para vereador ou prefeito. Depois voltem aqui para falar da experiência, singela experiência, de uma modesta campanha em suas localidades.

  10. Cada dia o Heleno perde mais um naco da sua credibilidade. Virou motivo de chacota, uma espécie de sancho pança, um fanfarrão. Triste, muito triste esse espetáculo.

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