Uma foto e sua história….

Parte interna do 3º RCMec (Bagé-RS)

Ouça as fotos, elas contam cada história…

Ruben Barcellos
O que se vê? Uma lagoa, um pé de salso numa ilha, pavilhões alinhados ao fundo e um céu que se reflete no espelho dessas águas.
O que se ouve? A voz da determinação, da coragem, do altruísmo, do amor extremado à Pátria.
O que se vê? Homens que se vestem iguais, comem da mesma comida e dormem sob o mesmo teto; não raras vezes embaixo deste teto que Deus fez cheio de azuis e estrelas cadentes.
O que se ouve? A voz da Instituição que se propõe a servir, a qualquer preço, sob o juramento de sacrificar a própria vida.
O que se vê? O cumprimento de ordens, a aceitação das regras do jogo, a responsabilidade de ser e estar – quem honra o que é e o que faz.
O que se ouve? A voz da camaradagem, da lealdade, das amizades forjadas em exaustivos exercícios de campo, de guarda, de vigilância e civismo. A voz no contraponto da disciplina em deliciantes histórias dos nossos amigos.
O que se vê? A cadência firme, as mochilas com o estritamente necessário, o armamento pronto para o uso, o treinamento apurado por profissionais competentes.
O que se ouve? A voz do estudo constante, das horas mortas da madrugada em que muitos vigiam, da cadeia de comando definindo a alçada de cada um.
O que se vê? A velha caserna que abrigou sonhos e projetos de vida; os velhos alojamentos que acolheram o cansaço de muitas gerações; as velhas garagens que guardaram as viaturas manutenidas com correção; os velhos soldados a cavaleiro nos passos dos novos recrutas que trilham o caminho do dever.
O que se ouve? O que se vê?
Uma foto conta muitas histórias.
Basta ouvir a voz do vento.
Ou a voz da saudade.
Tanto faz. As histórias são as mesmas, na mesma voz.
Facebook de Ruben Barcellos

10 respostas

  1. Cap Barcellos se superando sempre. Orgulho de ter ingressado nas fileiras do exército nesse Regimento e ter ombreado esse ilustre autor e poeta.

  2. “O que se vê? Homens que se vestem iguais, comem da mesma comida e dormem sob o mesmo teto”

    Na poesia tudo é bonito.

    Fui soldado lá. Depois voltei às fileiras como Sargento.
    A comida não era igual. Lembro-me bem, não era igual.

  3. Anônimo no 25 de Maio 2020, pensou que o poeta falava de ti, não, os homens que ele fala, comem nos cassinos, aqueles que comem no refeitório lá no fundo,atrás do açude, são coadjuvantes apesar de passarem anos a fio labutando pelo “FORTE”, na tua segunda passagem ai sim estavas incluído, kkkkkkk

  4. Belíssimo texto exaltando os valores que se ensinam no 3RCMec e no exército como um todo.

    Infelizmente tem os que ao reclamarem de suas próprias escolhas e de sua própria incompetência preferem culpar os outros ao invés de aceitarem os ensinamentos, absorvê-los e levar para toda a vida, visto que aprender é de responsabilidade individual.

    O mérito não é para todos, apenas para os que pagam seu preço.

    Jamais serei anônimo, a coragem e a vergonha na cada não me permitem isso.

  5. – Sou de Infantaria e estive algumas vezes no 3° R C Mec na cidade de Bagé, RS, quando servia no HGuBa.

    – Unidade centenária onde se labuta diariamente com esmero sua tradição através de seus antigos integrantes, como, hoje, um dos mais famosos o TEN MONTEDO, e dos atuais beiçudos fazendo deste Regimento um dos mais antigas e tradicionais OM´s do Exército do Marechal Manuel Luís Osório, Marquês do Herval.

    – Detalhe histórico: o preferido da tropa e o favorito para ser o Comandante do Exército àquela época imperial, não era o Marechal Luis Alves de Lima e Silva, e sim, o dito tropeiro o Marechal Manuel Luís Osório, Marquês do Herval.

    – Só que a politica prevaleceu e sua preferencia pela Monarquia, fez o Duque de Caxias o Cmt e patrono do Exército.

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