Ex-ministros da Defesa lançam manifesto e rechaçam pedidos de golpe militar a favor de Bolsonaro

ex ministros da defesa

Ocupantes do cargo cobram respeito à Constituição ante pedidos de intervenção estimulados pelo presidente

Igor Gielow
SÃO PAULO

Um grupo de ex-ministros da Defesa divulgou uma nota exortando as Forças Armadas a ignorar os pedidos por uma intervenção militar em favor do governo do presidente Jair Bolsonaro.
Sem citar o atual ocupante do Palácio do Planalto, os ex-ministros pedem que os militares sigam a Constituição, que no seu artigo 142 determina que as Forças Armadas só podem ser convocadas a intervir para manter a ordem em caso de anarquia por algum dos Poderes constituídos.
Nas últimas semanas, o presidente prestigiou dois atos de apoiadores de seu governo que pediam a ação dos militares na política, visando fechar o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional, instituições que na visão de governistas têm obstruído o Executivo.
Neste domingo, houve nova manifestação na praça dos Três Poderes, mas os apoiadores de Bolsonaro foram orientados pela Presidência a retirar as faixas contra o Supremo presentes. O presidente também foi mais comedido na sua fala.
Entre a ala militar do governo, a ideia de que há um cerco contra o Planalto é aceita, mas nota do ministro Fernando Azevedo (Defesa) após Bolsonaro ter participado de ato golpista no dia 3 passado buscou reafirmar o compromisso democrático das Forças.
Tal leitura de cerceamento do governo federal é compartilhada pelos ministros militares, mas não é corrente na cúpula fardada do país até aqui.
O manifesto dos ex-ministros ressalta o papel central que as Forças Armadas têm tido no combate da pandemia da Covid-19 e relembra o compromisso democrático do estamento militar com a Constituição.
O texto diz que os apelos à intervenção militar merecem “veemente condenação”. A Folha pediu a opinião de Azevedo sobre os termos do manifesto, mas ele preferiu não responder.
A interlocutores, o ministro se disse muito contrariado com a nota, que avaliou desconsiderar as duas manifestações anteriores que ele mesmo havia feito, apesar de o teor dos textos ser bastante semelhante no que tange o papel constitucional dos militares.
O manifesto revelado pela Folha circulou por grupos de políticos, militares e membros do Judiciário ao longo do domingo (17).
Três ministros do Supremo, que pediram para não serem identificados, consideraram a nota um marco importante na delimitação das tensões no país. Políticos e dois oficiais-generais da ativa ouvidos foram na mesma linha.
O texto coroa uma semana complexa no campo militar. Na quinta passada (14), um artigo no jornal O Estado de S. Paulo do vice-presidente, general Hamilton Mourão, criticava duramente outros Poderes que não o Executivo, além da mídia, na condução da crise do coronavírus.
Ao citar o risco à segurança que a crise pode criar, Mourão promoveu rumores de que estaria buscando intimidar o mundo político e judiciário, o que negou em conversas posteriores.
Assinam o manifesto seis ex-ministros da Defesa, cinco de governos do PT e um, Raul Jungmann, da gestão de Michel Temer (MDB).
Ficaram de fora os já mortos Élcio Álvares, Waldir Pires e José Alencar, além de Joaquim Luna e Silva, antecessor de Azevedo e hoje diretor-geral da Itaipu Binacional.

NOTA
As Forças Armadas são instituições de Estado com importante papel na fundação da nacionalidade e no desenvolvimento do país. Sua missão indeclinável é a defesa da pátria e a garantia de nossa soberania. Merecidamente, desfrutam de amplo apoio e reconhecimento da sociedade brasileira.
Diante das imensas dificuldades decorrentes da crise imposta pela pandemia do coronavírus, cujos efeitos se alastram, de forma trágica, pelo Brasil, as Forças Armadas cumprem importante papel no enfrentamento das adversidades e na manutenção da unidade e do ânimo da população.
A democracia no Brasil, mais que uma escolha, conforma-se como um destino incontornável, que necessita da contribuição de todos para o seu aperfeiçoamento.
A Constituição estabelece no seu artigo 142 que as Forças Armadas “destinam-se à defesa da pátria, à garantia dos poderes constituídos e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”.
Não pairam dúvidas acerca do compromisso das Forças Armadas com os princípios democráticos ordenados pela Carta de 1988. A defesa deles tem sido, e continuará sendo, fundamento de sua atuação.
Assim, qualquer apelo e estímulo às instituições armadas para a quebra da legalidade democrática –oriundos de grupos desorientados– merecem a mais veemente condenação. Constituem afronta inaceitável ao papel constitucional da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, sob a coordenação do Ministério da Defesa.
É o que pensamos na condição de ex-ministros de Estado da Defesa que abaixo subscrevemos.
Aldo Rebelo
Celso Amorim
Jaques Wagner
José Viegas Filho
Nelson Jobim
Raul Jungmann

FOLHA/montedo.com

40 respostas

      1. É com certeza uma cabeça privilegiada…não tem argumentos para responder então ataca usando um argumento pífio, nogento, próprio de homens sem carater. Fale sobre assunto, se souber, se não souber fique quietinho, melhor do que falar esta asneira. Estou com saudade de quando os Chefes não eram políticos e sim militares.Estou com saudade sim, de quando o dolar era $ 2,30…estou com saudade de quando os mediocres de espírito não tinham coragem de se manifestar…e por aí vai.

      2. Sim estou com saudade da época que os praças veteranos tinham a mesma regra remuneratório que os oficiais.
        Atualmente criaram a desculpa dos altos estudo, mas esquecem que na MB e na FAB isso só foi criado agora.

        1. Os assinantes do manifesto não são dignos de qualquer credibilidade.
          A assinatura deles não tornam aquele papel mais importante do um papel higiênico usado (desculpem meu línguajar chulo, mas é a melhor forma de expressar meu desprezo ).
          Se eles justificarem os atos de ingerência no Executivo, talvez possamos falar em democracia e respeitado à Constituição.

  1. Todos serviram a governos comunistas portanto nenhum tem moral para falar nada, sabiam da roubalheira e ficaram quietos.

      1. Amigo, esses caras faziam parte do governo e das mazelas. Um general e vc saber da no mesmo, são cidadão alheios ao cerne do governo, sacou a diferença?
        Esses camaradas sempre nos eculacharam, não sei como tem militar que defende essa raça.

  2. Caraco! Capitão, não acredito que o senhor postou isso kkkkk, um bando de pulhas, comunistas e até enrolados na lava jato ( Jaques Wagner) 😆😆😆😆 espero que os militares atuem sim ! Aqui no Rio já falam em ficarmos sem salário no fim do ano, incluindo o Sr. Capitão Montedo …

      1. Hahaha boa. Cada militar aqui aparece querendo não mostrar a verdade.

        Querendo que não mostremos que Bolsonaro está amarrado no Centrão, na velha política que tanto ele criticou. Está comendo na mão do Partido MDB.

        Sim, partido do Sarney, Renan Calheiros. Partido que manda no Brasil desde 64.

        Essa garotada nova não sabe de nada.

  3. Foram péssimos ministros!
    Contudo, não reduziram os salários dos praças, aumentando consideravelmente os adicionais dos generais e de um grupo de babões.
    Infelizmente o atual governo esta sendo pior.
    PEÇAM OS VOTOS DOS GENERAIS NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES.
    NÃO VAMOS ESQUECER O QUE ESTÁ ACONTECENDO.

    1. Amigos QEs a regra era clara, vocês não foram enganados, foi por uma canetada de General que vocês hoje são chamados de sgt e, com ajuda de muitos Sargentos. Vamos ser gratos e felizes.

      1. Ajuda de Sargentos…tá de sacanagem. Amigo, sem querer ofender, todos tem o direito sagrado de querer melhorar de vida, é muito justo, desde que não prejudique ninguém para isso. Alguém está lhe prejudicando? Certo, vai falar de concurso e aquela ladainha toda…Olhe bem, Existe o Sargento de Cavalaria, infantaria e Sargento do QE, notou alguma diferença? ou, Capitão de Artilharia e Capitão do QCO…notou alguma diferença? pois é, São Quadros Distintos. Quanto ao concurso universal, quero ver se tem coragem, acredito que não, para dizer ao Coronel ou ao General que ele entrou no Exército sem concurso? com vagas “reservadas”, e não estou dizendo que é errado, injusto ou algo assim, estou apenas dizendo que em sua mente existe duas interpretação para fatos idênticos, a Entrada. Sem ressentimentos, tive muitos amigos que hoje são QAO e preferiria ir pra guerra com eles do que com um Capitão da AMAM, devido a experiência adquirida nos mais de 30 anos de serviço ao velho Exército.

        1. Prezado,
          O concurso era aberto a todos, vocês foram privilegiados com uma legislação que foge ao regramento jurídico, a carreira de Sgt, é regra até Sten e qao é uma possibilidade, agora ficar sindicalizando, querendo ser promovidos a subtenente, tão de sacanagem é? tapetão nas FFAAs é o fim da picada. Por que não saíram das FAs se foram tão sacaneados?

          1. Se quer responder amigo, faça, mas faça com um minimo de inteligência. Saiba, regramento jurídico chama-se Lei que é igual a Legislação. A carreira de Sgt é até Capitão, se fosse conforme vc diz, Sgt até ST, que carreira seria de 2ºTen a Capitão do Quadro Auxiliar?
            Alguns QEs pleitearam promoção a ST, na reserva. Acontece que as FFAA são compostas pela Marinha, Exército e Aeronautica (olhe o monumento no aterro se não acredita) , mas militares da MB e da FAB, foram prejudicados e não tiveram um tratamento isonômico, nem justo. O QE do EB, não era para sugar o 1º Sgt, isso o menino do CPOR já faz…, era para vencimentos, e o pleito mostrou-se justo tendo em vista o aumento chamado de reestruturação. Quanto ao descontentamento, fale por Vc, a maioria dos QEs, se pudessem ficar mais ficariam, com raras exceções, contribuindo nas OMs, já Vc, pelo jeito, vazaria na primeira oportunidade. O termo “sacaneados” na verdade, é porque lhe falta vocabulário, chama-se Injustiça…e nada foi tirado de Vc, nem de sua carreira, até St, conforme Vc diz.

        2. Sabe qual é seu problema?
          O mesmo de uma grande parte dos militares na época do PL.
          Pensam que as F.A se resumem no EB.
          E o que ocorreu?
          O PL foi todo montado pela estrutura do EB.
          Os oficiais da MB e da FAB não falaram nada pois sairam beneficiados.
          Mas e os praças da FAB e da MB que não fizeram altos estudos porque não havia.
          Repare que esses cursos estão previstos deade 2001, mas só saíram da cartola agora, ou seja, uma irresponsabilidade objetiva da administraçao pública.
          Entendo seu ponto de vista, mas considere que nem tudo se resume ao Exército.

    1. Promover QE da Reserva a STen? Como assim? Para que? A maioria, salvo raras exceções trabalharam até 10 anos, depois só foi pirraça e queimação (laranjas podres), incentivando a quebra da hierarquia e da disciplina, conspirando contra os Cmts e os Sgt de carreiras. O PT destruiu esta Nação.

  4. Mas esses Petistas tem coragem de aparecer. Não são mais ministros para que devamos ouvi-los. Águas passadas não removem moinho. Que autoridade eles tem para se manifestar? há vão catar coquinhos no cerrado.

  5. devem ter feito muito pelas FFAA, vejam em que estado estão.
    eles creio estarem ricos, forças armadas e povo são só efeito colateral.

  6. Anônimo no 17 de maio de 2020 a partir do 23:10, você está defendendo esse ex-ministros porque são todos COMUNISTAS iguais a você. Que coisa nojenta, meu! Aliás, nem sei por que você está neste site. Vá procurar sua turma, “barbudinho”!

  7. Depois de ter lido tantos comentários sem nenhum sentido, bobagens e alguns poucos procedentes, considerando-se que o assunto em análise seria fazermos uma avaliação da declaração dos ministros que ocuparam a Pasta da Defesa, a meu ver nenhum deles tem legitimidade, credibilidade e isenção de propósitos para emitir qualquer juízo de valor acerca da adoção de uma possível intervenção, haja vista que os citados foram indicados politicamente para o cargo e com a agravante da esquerdopatia que acomete a todos eles. Em última análise, jamais deveriam ter ocupado o cargo de Ministro da Defesa. Por outro lado, se Intervenção Militar fosse golpe não estaria previsto na Constituição.

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