Servidor exonerado por Teich diz que há intervenção fardada e que nunca viu pessoas tão estranhas à Saúde na pasta como agora

Nelson Teich

Troca de técnicos por militares causa apreensão em meio a crise com milhares de mortes por coronavírus

Sai jaleco, entra farda
A troca de funcionários do Ministério da Saúde por militares, promovida por Nelson Teich, foi vista com perplexidade pelos técnicos da pasta, que interpretam a manobra como uma intervenção fardada inédita e grave por ocorrer no meio de uma pandemia com milhares de mortos no país. Um dos exonerados, Francisco Bernd, funcionário do ministério desde 1985, diz nunca ter testemunhado “uma mudança tão drástica, com a chegada de pessoas tão estranhas à Saúde.”
De paraquedas
Bernd explica que há diversos grupos técnicos na pasta que foram sendo criados em diferentes mandatos e incorporados pelos sucessores. “Os militares que chegam não têm absolutamente nenhuma experiência histórica na Saúde. O próprio Teich não tem experiência em gestão pública”, destaca.

Ordem
Também não caiu bem a colocação de Teich de que os militares fazem “uma coisa organizada”. ” A crise na saúde então é por culpa da desorganização do ministério?”, pergunta Bernd, que era diretor de programa na secretaria-executiva da Saúde. Seu posto ficará com o tenente-coronel Jorge Luiz Kormann.

Sem bússola
Bernd diz que torce muito pelo sucesso deles, mas prevê dificuldades. “Como vão administrar a engrenagem dos repasses para estados e municípios? Como vão lidar com o planejamento do orçamento e com as compras chegando agora?”. Bernd, que já foi secretário-adjunto de Saúde no Rio Grande do Sul e foi levado para Brasília pelo ex-número 2 da pasta, João Gabbardo, voltará para Porto Alegre.

Vapt-vupt
Nesta quinta (7), Teich disse que a substituição não será definitiva. “Conforme for retornando para uma situação normal, essas pessoas vão naturalmente voltar para seus lugares e pessoas não militares vão estar colocadas no lugar. Mas esse é um período de guerra”, afirmou.
Painel/montedo.com

24 respostas

  1. Se o servidor público foi exonerado e substituído por um militar, provavelmente seu rendimento estava aquém do esperado. Da forma como ele fala, parece que no âmbito da Defesa, nunca lidamos com planejamento de orçamento, administração de verbas públicas e compras.

    1. Claro, nas FFAA só tem expert em orçamento, nenhum quis ir pro TCU não, todos ficaram. Esses paisanos nao sabem de nada, só burros, só gente sem fé na missão… Vai nessa…

      Companheiro temos uma forma burocrática e centralizada de trabalhar. O civil não vai entender essa quantidade de reuniões, papeis, tempo perdido até que o mais antigo chegue no recinto… A gestão interna das FFAA é por antiguidade, nao por competência. Por isso um aspira de npor pode ser chefe e decidir tendo um 1SG especialista de subordinado. No serviço público é competencia, alta especialização em um pequeno aspecto (não um grande conhecimento sem profundidade). Aí os civis não suportam, enlouquecem com esse sistema que funciona bem nas FFAA, mas não numa empresa ou no setor público. Como pode a imbel ser defcitária? Tem um bom produto, sua unica concorrente é a taurus, e ainda assim a imbel nao paga nem as próprias contas? A taurus tem um produto bem pior e fecha no lucro.Ahhh devem ser nossos experts de orçamento né?

        1. Quero te informar que é competência e antiguidade. Se permanece na força é competente. Se é antigo é experiente.

          1. Nao é não.
            Você pode ser o PIOR de todos.
            Sairá capitão, major, tc e coronel por ANTIGUIDADE.
            Será chefe. Só esperar o tempo passar

            Os mais competentes nem ficam, fazem faculdade e passam pra outros concursos.

            Viram que a gestão por antiguidade vale na guerra, nao no serviço administrativo.

            É muito comum vc ver numa vara de Tribunal um técnico judiciário, recém empossado, como diretor de secretaria e mandando em analistas com 20 anos de carreira. Sabe o nome disso? Competência e alta especialização. Juiz nenhum quer um “antigão” atrapalhando a vida dele

          2. Olha o comentario:
            Competencia é antiguidade. NPOR que o diga.

            Se é antigo, é experiente: experiente em formatura, tfm. É só esperar o tempo passar companheiro. Promove por antiguidade…

  2. A verdade é que o sistema de saúde brasileiro vem sendo destroçado pela corrupção há muitos e muitos anos! Alguém se lembra da máfia dos sanguessugas? Ou das ambulâncias? Educação e saúde são o alvo predileto dos políticos corruptos a décadas! E, os maiores roubos de dinheiro público, ocorrem, justamente, no repasse de verbas aos estados e municípios! É dinheiro que vai para escolas, hospitais, postos de saúde…aí você vai nos municípios e vê escolas caindo aos pedaços…postos de saúde precários…e o SUS é o reflexo deste sistema corrupto que desvia muuuito dinheiro! O que tem de obras públicas paradas a décadas…ninguém é preso! O país não muda! O sistema é um sorvedouro de dinheiro…agora mesmo, em plena epidemia, vejam os gastos de muitos políticos no Transparência…tem gente viajando para Las Vegas…assistindo shows…tudo com o dinheiro do contribuinte. Tá com preguiça de olhar o Portal? De ver os gastos dos nossos ilustríssimos políticos? Dá uma olhadinha no Diário do Poder…tem denúncia todos os dias…na grande mídia vocês só encontrarão o silêncio…

    1. Boas palavras! Não esquecendo e atento às eleições municipais onde a maioria dos candidatos eleitos são os que prometem mundos e fundos para a Saúde, Educação e Segurança Pública. No tempo do “orçamento participativo” o que mais se pedia era Posto de Saúde, asfalto, iluminação publica e melhoria da merenda escolar, embora a merenda escolar não pudesse entrar no “orçamento participativo”. O Ministério da Saúde precisa fazer um levantamento dos municípios onde estão construindo Postos de Saúde e fiscalizar seus valores, o orçamento.

  3. No momento em que mais precisamos de profissionais, recebemos a incompetência fardada. O lado bom disto… Comprovar mais uma lenda brasileira: competência militar. Daqui uns tempos vão por aspirante pra fazer residência médica.

  4. CABIDEx – Cabide de Emprego do Exército

    Nada mudou. Antes eram sindicalistas, agora são os fardados.

    Mesmas práticas, mesma velha política.

    Só mudam os atores.

  5. Esse governo está jogando a reputação dos militares no lixo…O Bolsonaro já comprou o centrão para não ser afastado da presidência. Daqui a pouco os militares terão que esconder que são militares, para não passar vergonha e ser hostilizado…

  6. Primeiro, era um governo abarrotado de sindicalistas.

    Agora, é um governo abarrotado de militares.

    Mesmo Modus Operandi: a velha política e as relações de Apadrinhamento…

    Nada mudou na República das Bananas.

  7. Os militares são funcionários públicos tão bem preparados como de qualquer outro órgão público. E fico muito a vontade para comentar isso, pois passei 30 anos no EB fui para a reserva, muito tempo ocioso, para passar o tempo fiz novo concurso público federal e bingo, passei e sou funcionário público federal. Bem como praça passei por todas as funções administrativas de uma OM, e qualquer militar que tenha passado pela 1, 4 Seção e licitações de uma OM, meu caso, desempenha qualquer atividade administrativa em qualquer órgão público no país. Tem um tempo de readaptação o que é normal. E e normal também na mudança administrativa de chefia que ocorra mudanças em diversas funções e cargos, quem sai fica chateado, perdeu o emprego e o DAS, machuca muito no bolso. O resto é mi mi mi e chororô.

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