Casa Civil comandará ‘Plano Marshall’, apesar de resistência da equipe econômica

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Por Raquel Landim e Thais Herédia, CNN
O chefe da Casa Civil, general Walter Souza Braga Netto, vai coordenar o plano de reconstrução da economia brasileira, que vem sendo apelidado de “Plano Marshall”. Ele conta com o apoio dos ministros do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. Os três tem conversado constantemente sobre o assunto.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, também faz parte do grupo de trabalho, mas há resistências na sua equipe. Segundo apurou a CNN, a área técnica defende que o país não tem recursos para bancar investimento público depois de passado o pico da pandemia no Brasil.
Nesta segunda-feira (20), a Casa Civil publicou uma resolução instituindo um grupo de trabalho para “coordenar ações estruturantes e estratégicas para recuperação, crescimento e desenvolvimento do país”.
O grupo conta com 19 membros das mais diferente áreas do governo e tem prazo de 90 dias para elaborar as propostas – ou seja até meados de julho.
Também serão ouvidas sugestões dos empresários. Na quinta-feira, Braga Netto participa de uma videoconferência com mais de 40 presidentes de grandes empresas para ouvir os diferentes setores e coletar as sugestões.
Segundo fontes próximas às discussões, Guedes não é a pessoa certa para tocar essa iniciativa, porque tem uma visão liberal demais e, neste momento, o país precisa de ações mais desenvolvimentistas. A equipe do ministro argumenta que o foco agora é colocar em prática as medidas que já foram adotadas e definir a melhor forma de reinserção de trabalhadores no mercado. A previsão é de uma alta considerável da taxa de desemprego nos próximos meses.
Na discussão sobre a retomada, a equipe econômica aposta num agressivo programa de concessões e privatizações para dar o impulso necessário à recuperação da atividade. “O dinheiro para investimentos terá de vir da iniciativa privada. O recurso público precisa dar prioridade à segurança do emprego, dos investimentos e da estabilidade dos negócios”, disse à CNN um assessor técnico do ME.
A visão no Planalto é que as medidas adotadas pelo Ministério da Economia são importantes para conter a crise detonada pela epidemia do novo coronavírus, mas insuficientes para o país voltar a crescer.
Até agora as iniciativas da equipe econômica já superam R$ 1 trilhão. No entanto, boa parte é atraso no pagamento de impostos e dívidas. O montante de “dinheiro novo” é de pouco mais de R$ 300 bilhões.
Pessoas próximas à discussão dizem que, se não forem implementadas medidas de “arranque” da atividade, a reeleição do presidente Jair Bolsonaro pode estar comprometida. A área técnica da Economia concorda no mérito, mas tenta defender os cofres públicos, preocupada com a alta do endividamento que já está contratada antes mesmo da crise dar sinais de arrefecimento.
O mercado financeiro já projeta uma queda de 3% do PIB brasileiro, enquanto Banco Mundial e FUndo Monetário Internacional estimam recuo de 5%.
Também serão ouvidas sugestões do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão presidido pelo economista Carlos Von Doellinger. Ele determinou aos pesquisadores que trabalhem na sugestão de um “Plano Marshall”
Segundo Doellinger, as propostas englobam quatro eixos: recuperação das cadeias produtivas e infraestrutura, estímulo às exportações e promoção comercial , medidas sociais de estímulo ao emprego e ações macroeconômicas.
“São apenas sugestões que podem ser implementadas ou não”, disse Doellinger à CNN. Ele afirma que as ações macroeconômicas buscaram dar sustentabilidade fiscal às medidas e apontar caminhos para o seu financiamento.
CNNBrasil-montedo.com

24 respostas

  1. Espero que agora o pobre de direita/ militar do EB entenda que o liberalismo não é a melhor saida.
    O Estado fará toda a diferença, positiva, com suas intervenções na economia.
    Não vou dizer aqui que espero que o Bolsonaro também entenda porque ai é pedir demais. Afinal de contas esse cidadão é um obtuso.

    1. Agora é a hora de sermos patriotas. Precisamos reduzir os salários do militares apoiando os esforços da retomada econômica

  2. Vai ser o mesmo que ele faz aqui no Rio de Janeiro, durante a intervenção federal? Se for, vai ser só mais um pouco de fumaça. Mas isso mostra que o estado não pode ser mínimo e que a iniciativa privada não resolve nada.

  3. Realmente a iniciativa privada sozinha não resolve nada sem o Estado, nem aqui, e nenhum lugar do mundo. Só que o Estado tem de ser o garantidor do que promete na contra partida e não vir numa hora como agora em que os ilustres políticos tiveram a brilhante idéia de criar um projeto de lei instituindo imposto sobre empresas com lucro líquidos acima de 1bi. Aí o empresário pega, fecha a empresa aqui e vai abrir em outro lugar onde o estado ( políticos) não queiram meter a mão no lucro dele na cara dura.

  4. Uma estória para pensarmos. Um professor de economia na universidade disse que ele nunca reprovou um só aluno antes, mas tinha, uma vez, reprovado uma classe inteira.

    Esta classe em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e ‘justo’.

    O professor então disse, “Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas nas provas.” Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e portanto seriam ‘justas’. Isso quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém seria reprovado. Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia um “A”…

    Depois que a média das primeiras provas foram tiradas, todos receberam “B”. Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.

    Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos – eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Portanto, agindo contra suas tendências, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos. Como um resultado, a segunda média das provas foi “D”. Ninguém gostou.

    Depois da terceira prova, a média geral foi um “F”. As notas não voltaram a patamares mais altos mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe. A busca por ‘justiça’ dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala. Portanto, todos os alunos repetiram o ano… Para sua total surpresa.
    O professor explicou que o experimento socialista tinha falhado porque ele foi baseado no menor esforço possível da parte de seus participantes.

    Preguiça e mágoas foi seu resultado. Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual o experimento tinha começado. “Quando a recompensa é grande”, ele disse, “o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós.

    Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem seu consentimento para dar a outros que não batalharam por elas, então o fracasso é inevitável.”

    “É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade. Cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber. O governo não pode dar para alguém aquilo que não tira de outro alguém. Quando metade da população entende a idéia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação.

    É impossível multiplicar riqueza dividindo-a.”

    1. Engraçado, em pleno 2020 os bancos estão correndo atrás do Estado. Para bancos e grandes empresas nunca falta uma teta desse estado. Grandes empresas adoram um subsídio do estado em óleo 2020. Interessante isso, não?

  5. O mal que aflige nosso país, desde a sua independência, é a maneira como se faz política. Política como profissão e meio de enriquecimento. Nada dá certo com os políticos que temos! Nisto a esquerda, a direita e o centro, se é que existem, de fato no Brasil, tais espectros ideológicos, adoram as mordomias que o poder proporciona! Viagens internacionais e hotéis de luxo, restaurantes finos, auxílios disto e daquilo, imensas verbas de gabinete, legiões de assessores bem pagos, cartões corporativos, planos de saúde que cobrem tudo (para as “excelências” não faltarão UTIs e respiradouros), passagens aéreas à rodo e jatos da FAB à disposição, salários altíssimos, carros blindados e seguranças (até para ex-presidentes incluindo os condenados pela justiça), ou seja, é um estilo de vida que daria inveja aos sultões otomanos! Já o povo…continua pobre! Mais de 30 milhões não possuem saneamento básico! E só o congresso custa bilhões por ano! Milhões por dia! Soma se as esferas estaduais e municipais e teremos rios de dinheiro! Agora, em pleno caos e miséria causados pela epidemia, ninguém quer abrir mão dos quase três bilhões de reais do Fundo Eleitoral e do Fundo Partidário! Nem esquerda, nem direita e nem centro! Um ou outro fala alguma coisa…para dizer que ninguém se incomodou com esta insensibilidade de nossas “excelências”. Gostaria de acreditar em planos ou projetos que levassem o Brasil a sair de seu eterno subdesenvolvimento! Mas, infelizmente, já vivi muito o suficiente para não acreditar em mais nada! Não com esta maneira de se fazer política no Brasil…o país não tem um plano, sólido, de desenvolvimento! E os políticos só querem continuar no poder…

  6. Vai parar de ser babá e virar gestor… Moro parece que já caiu fora do Governo Funeral, será que o Guedes é o próximo, anunciaram o plano sem aval da equipe economica, eis a questão…

  7. Sugestão de reportagem para o Senhor Montedo:
    1- bolsonaro quer demitir Valeixo porque investigação de fake news chega próximo de bolsonaro; e
    – bolsonaro procura apoio do centrão mdb, dem…, conhecidos como “velha política”, para dar andamento na política do Brasil. bolsonaro é sínico, fanfarão, mentiroso ou todas as respostas?

  8. Plano Marshall foi a ajuda financeira ofertada pelos estados unidos aos países europeus devastados pela guerra. O que tem a ver com o projeto a ser proposto?
    Tá mais pra um plano Keynes, isso sim.

  9. Uma forma de arrecadar recursos, deve ser por confisco, dos investimentos Chineses no Brasil, tem paises indo nessa direção, mandando primeiro investigar e arranjar prova da não correta atitude do governo Chinês, não importa se o virus fora fabricado ou não, o que importa é que a China não tomou as medidas necessárias e, nem avisou ao mundo.
    Feito isso, confisco, faz novo leilão para conceção de tudo que o governo chinês comprou no pais, estamos falando bilhoes.
    EUA e Irã, como a união européia com certeza cobraram tambem a China pela pandemia.

    1. Abiguinho, se a China parar de comprar do Brasil, o país quebra. Sai do WhatsApp, pelamordedeus. Perto do que vc escreveu, dizer que a terra é plana é ciência.

      1. Ao menos o Falcão está certo. E isso não é idéia dele. EUA e Índia já movem processos trilionários contra a China. Não perde seu tempo escrevendo essas bobagens de adolescente universitário. Só vc mesmo para cair na tua conversa.

  10. Este plano é uma versão do antigo PND( Plano Nacional de Desenvolvimento) ! É um estímulo gigantesco da economia com mega obras de infraestrutura bancadas pelo Estado! Só que o Estado não tem o dinheiro para bancar tais obras. O Guedes sabe disso e por isso defende a iniciativa privada!

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