Exército monitora capacidade de cemitérios em SP diante de coronavírus

Cemitério Vila Formosa enterra pessoas mortas por suspeita de coronavírus

A exemplo do Rio, municípios do estado têm sido consultados por oficiais sobre espaço disponível para sepultamentos

Carlos Petrocilo
SÃO PAULO

Oficiais do Exército têm telefonado para prefeituras do estado de São Paulo desde o início da semana para coletar informações sobre os cemitérios e a capacidade de sepultamentos diante da pandemia do novo coronavírus.
A ação é conduzida pelo Comando Conjunto Sudeste. Indagado sobre o serviço, o Comando enviou nota afirmando que planeja sua atuação com base no levantamento de cenários hipotéticos e visa mitigar os efeitos nocivos da pandemia.
A Folha havia revelado, na quinta-feira, que essa ação já é realizada no Rio de Janeiro pelo Comando Conjunto Leste. Relatórios com a capacidade de cada cidade serão entregues ao Departamento-Geral Pessoal do Exército, que fica em Brasília.
Em São Paulo, parte dos municípios recebeu o questionamento por escrito, parte por telefone.
Entre os dados pedidos pelo Exército estão a quantidade de cemitérios e o número de sepulturas à disposição.
“O Comando Conjunto do Sudeste, ativado pelo Ministério da Defesa no contexto do emprego das Forças Armadas contra a Covid-19, planeja sua atuação com base no levantamento de cenários hipotéticos, visando mitigar os efeitos nocivos da pandemia junto à sociedade”, diz nota enviada à Folha nesta sexta-feira (17).
A medida surge diante do risco de o país enfrentar um colapso funerário, como tem ocorrido em alguns países. No Equador, atualmente, os corpos são levados para parques ou outras áreas públicas. Espanha e Itália tiveram que contar com ajuda do Exército para transportar seus mortos e sepultá-los.
O Brasil registra 2.141 óbitos pela Covid-19, segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde nesta sexta-feira (17). Em um mês, São Paulo passou de uma morte pela doença para 928.
Nos 22 cemitérios da capital paulista, as mortes com suspeitas de coronavírus são até metade do enterros, segundo levantamento feito pela Folha ao longo desta semana.
A reportagem obteve dados de 19 dos 22 cemitérios municipais, de dias diferentes desta semana. Nestes locais, havia desde unidades sem casos suspeitos nem enterros até outras onde eles já são maioria —em nove cemitérios onde houve enterros na tarde de quarta (15), um a cada quatro sepultamentos eram de casos de suspeita da doença.
Questionada sobre os números gerais, a gestão Bruno Covas (PSDB) se recusou a informar enterros relativos a mortes suspeitas, afirmando que são dados internos.
FOLHA DE SÃO PAULO/montedo.com

8 respostas

  1. Já vimos que a coisa vai ficar feia! Mas as forças armadas teriam é que mobilizarem mais recursos e mais pessoal para proteger hospitais e unidades de saúde. Logo multidões, desesperadas, transformarão estes locais em infernos impedindo o trabalho do já sofrido e heróico pessoal da saúde.

  2. Tá louco, parece que o EB se planeja com base nas informações da #globolixo. Larguei de mão. Aí reclamam quando são escalados pra missões rolhas que surgem do nada. Pqp!

    1. As FA são órgãos de estado que diante de qualquer adversidade monta cenários e planos de ações. Em Angra dos Reis tem 3 usinas nucleares, que pouco ouve-se falar, mas tem planos de evacuação da população. O comandante do EB falou que a guerra da nossa geração e essa, e querer negar o que está acontecendo e vira é pior ainda. Na minha opinião as FA já deveriam ter sido acionadas, no momento estão fazendo ações isoladas apenas, e só não o fizeram pelo fato do presidente ir contra os fatos e evidências. Acredito e espero que quando estivermos a beira do precipício ela acorde.

  3. Q genio perdido fez esta bela pesquisa?
    se escrever o q vejo nesta bela iniciativa publica muitos “agradecimentos” terei.
    genio sem lampada.

    isso mostra a capacidade de discrição dos envolvidos.
    é igual a agente secreto ter crachá.

  4. Pois é, ministraram um “estagio” sobre recolhimento de corpos contaminados com aquele padrão EB de qualidade, e vão mandar a gente p esse verdadeiro abatedouro. Será que na Itália os militares precisaram entrar desarmados em favelas, em áreas dominadas por milícias e traficantes, de madrugada, para recolher corpos em residências? Será que os militares italianos precisaram trabalhar com aventais de tnt, máscaras clínicas e coturnos? Se isso ocorrer, se preparem para uma enxurrada de militares com transtornos psicológicos, e para uma enxurrada de ações judiciais por negativa de tratamento.

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