Ala militar tenta controlar crise em meio a insatisfação com Bolsonaro e Guedes

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Em momento de fragilidade, presidente foi aconselhado a moderar tom com governadores

Igor Gielow
SÃO PAULO

A insatisfação com as reações iniciais do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes, levou a ala militar do governo a tentar aplicar um freio de arrumação na gestão da crise do coronavírus.
O pronunciamento radical do presidente nesta terça (24) mostra, contudo, que o caminho será difícil.
Desde o fatídico episódio em que o presidente estimulou e participou de atos contra outros Poderes, no dia 15, o que era uma preocupação ganhou ares de emergência.
O descompasso entre o esforço do Ministério da Saúde e a atitude pessoal do presidente repercutiu muito mal entre fardados com assento no governo e também junto às cúpulas da ativa.
Não por acaso, o comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, publicou um vídeo no Twitter meia hora antes do pronunciamento de Bolsonaro pedindo seriedade no tratamento da crise e comprometendo a Força com o combate ao coronavírus.
O fato de que dois integrantes das Forças na Esplanada, o general da reserva Augusto Heleno (Segurança Institucional) e o almirante da ativa Bento Albuquerque (Minas e Energia), foram infectados pelo novo coronavírus ajudou a ampliar o desconforto.
A situação recrudesceu ao longo da semana passada, com o incidente diplomático entre o filho presidencial Eduardo e o governo chinês, no qual o deputado endossou a teoria segundo a qual o Partido Comunista era culpado pelo alastramento do vírus.
A parceria estratégica entre Brasil e China é, em boa parte, uma obra de bastidor do vice-presidente, general da reserva Hamilton Mourão, que se empenhou pessoalmente em construir pontes com Pequim.
Com efeito, Bolsonaro ligou nesta terça para o líder da ditadura chinesa, Xi Jinping, para colocar panos quentes na disputa, que fora incentivada pelo chanceler Ernesto Araújo, protegido de Eduardo.
O filho e o ministro são expoentes do setor dito olavista do governo, embora até mesmo o guru da turma, o escritor Olavo de Carvalho, parece ter abandonado a fé em Bolsonaro em postagem recente.
Para um oficial-general da ativa, isso é boa notícia, até porque Olavo agora virou negacionista da epidemia do coronavírus. A própria presença de Araújo na ligação a Xi ensejou um enquadramento.
A ala militar não age em ordem unida, mas hoje tem seu eixo na atuação renovada de uma trinca de generais egressos do Comando Militar do Leste e do trabalho na Olimpíada-2016: Fernando Azevedo (Defesa), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Walter Braga Netto (Casa Civil).
Coube ao último, novato no governo, o papel mais evidente na reorganização do trabalho palaciano. Ele passou nesta semana a ser o responsável por elencar as necessidades que os governadores passaram a apresentar na crise.
Outras questões são mais sutis. Após seguidas frases minimizando a emergência sanitária, Bolsonaro passou adotar um tom mais contido ao falar do coronavírus —ou ao menos tentou. Nesta terça, recuou de forçar competência sobre fechamento de estradas, mas depois voltou à rota de colisão com seu pronunciamento incendiário.
Foi aconselhado pelos militares a baixar o tom na sua conflagração com os governadores, em especial João Doria (PSDB-SP) e Wilson Witzel (PSC-RJ), o que de fato ocorreu a partir da segunda (23).
Um bom teste ocorrerá na manhã desta quarta (25), quando eles estarão frente a frente, mais os chefes estaduais de Minas e Espírito Santo, em videoconferência sobre o coronavírus.
O protagonismo de Braga Netto também serve ao propósito do presidente de tentar tirar o holofote de Luiz Henrique Mandetta (Saúde), que vinha destoando do chefe no tratamento sério da crise.
A ordem geral, ouvida entre integrantes do governo e também da ativa militar, é buscar estabilizar uma situação que já é bem ruim. Leia mais.
FOLHA DE SÃO PAULO/montedo.com

13 respostas

  1. Segundo a análise do jornaleiro da falha de São paulo, o pessoal do governo só ta faltando puxar as facas e começarem a se matar entre si. É o desespero da mídia que perdeu as verbas e de certos políticos oportunistas querendo a quebra do país e a volta do antigo sistema de propinagem. Não vão levar!! O Brasil vai superar mais essa!!

  2. Embora entendendo que Jair Bolsonaro, eleito democraticamente, foi ótimo para o Brasil em termos do combate a corrupção, é uma pessoa séria e comprometida com os anseios e interesses nacionais, tem lutado para colocar o país no rumo da ordem e do progresso, conseguiu acabar com o toma-lá-dá-cá, constituiu a melhor e mais competente equipe de Ministros que o Brasil já teve, é um patriota autêntico, tem travado um intenso combate na luta pela volta dos mais nobres valores da sociedade, preza a família e não é corrupto, por outro lado é possuidor de um temperamento que na esmagadora maioria das vezes o coloca em má situação até perante seus seguidores. Não só ele como seus filhos, são possuidores de algumas características em comum: A LÍNGUA DELES NÃO CABE DENTRO DA BOCA, são extremamente explosivos, não dão a mínima importância para o binômio causa e efeito, falam o que não deveriam (especialmente através do twitter, redes sociais) e não raras as vezes ao vivo, para emissoras e repórteres paus-mandados e claramente tendenciosos dessa nossa mídia corrupta e comprada. De fato hoje, até por estarmos vivenciando uma situação muito difícil com essa epidemia, a preocupação com tudo que acima é exposto, não é só dos militares mas também de todas as pessoas que o elegeram para Presidente, justamente por conta deste inadequado e inadmissível comportamento. Como o momento requer cautela, prudência e equilíbrio emocional por parte do governo, com vistas a tomar as decisões corretas, que tal se Jair Bolsonaro delegasse competência total a cada um de seus Ministros para falar em nome de suas pastas e ficasse calado sem entrar no jogo dos inimigos oportunistas cujo único objetivo retirá-lo do cargo para promover a volta dos esquerdopatas ao poder. O BRASIL SERIA IMENSAMENTE GRATO.

    1. O Presidente Bolsonaro foi eleito por parcela da população. Os cidadãos que queriam mudanças! A maioria dos votos válidos lhe deu a faixa presidencial.
      Estamos numa democracia e o Presidente têm a missão de governar para todos os brasileiros.
      O principal projeto da mudança: conservador na cultura e costumes, uma ideologia de direita mais responsável e uma economia liberal baseado no trabalho e meritocracia.
      O presidente após o atentado sofrido em que (graças a DEUS) sobreviveu, passou a pensar e agir como se fosse o ungido de DEUS. Ele pensa que deve seguir a intuição (para ele a voz de DEUS) e agir segundo ela.
      O Presidente passou a não ouvir e/ou considerar a assessoria que possui (ministros, militares, técnicos e especialistas), e tantas outras pessoas que querem o bem Dele e do povo brasileiro.
      As atitudes impensadas, impulsivas, desequilibradas, irresponsáveis e arrogantes estão custando muito caro. Ele está perdendo, dia a dia, a confiança dos brasileiros (e até dos seus eleitores).
      Se as coisas continuarem assim somente restarão os extremistas de direita (que são tão nefastos como os da esquerda).
      Presidente, aja, lidere, trabalhe, coordene sua equipe que é muito boa. Ouça sua equipe e também todas as pessoas de bem que querem o Seu bem e do país.
      Ainda acredito na boa vontade do presidente.
      Que DEUS lhe conceda, assim como a sua equipe e também a todos nós muita paz e sabedoria.
      Nos, militares, pagamos um preço altíssimo sobre os eventos da história recente (revolução de 64).
      Agora, queira Deus, que o preço a pagar não venha a ser ainda ainda!

  3. BRASIL: Em pronunciamento agora, o Presidente Bolsonaro acaba de questionar o Brasil sobre a paralização geral do País, bem como de escolas e universidades. Bolsonaro não determinou mas, sugeriu que o Brasil volte ao normal.
    Nossa análise: Bolsonaro é um estrategista. Nenhum governador fará o que ele quer, nem deputados, nem senadores trabalharão na direção de seu pronunciamento. Assim, a responsabilidade por parar o Brasil não é dele. No mais, o STF acabou de devolver aos governadores e prefeitos a competência para pararem seus estados. Daqui 3 meses haverá recessão de qualquer maneira, afinal, o mundo está em colapso, o comércio mundial, bem como fábricas estão fechadas, as bolsas loucas e as moedas desvalorizadas, e o que acontecerá? Será um tempo terrível na economia do mundo inteiro. Se Bolsonaro for responsável pela paralisação do País, naquele momento, a esquerda colocará a conta da dificuldade econômica do Brasil nas costas do BOLSONARO, culpando-o por parar o Brasil. Com o discurso de hoje, Bolsonaro botou a fatura nas mãos dos Governos Estaduais e dos prefeitos.
    Para pensar: se Bolsonaro quisesse parar o país, ele deveria dizer aos governadores para não pararem e vice versa. Nunca se esqueçam ao ouvir o Presidente, Bolsonaro age com os olhos nos inimigos que querem o destruir.

    1. Se de fato este quadro se confirmar na prática, caberá ao povo ( especialmente a população de São Paulo, Rio de janeiro e alguns estados do Nordeste ) sair às ruas e exigir a adoção do Art. 14 cominado com o Art. 142, ambos previstos na Constituição e para serem colocados em execução em casos dessa natureza.

  4. bem quartel mesmo, se o pais quebrar a culpa não e minha se morrer gente foi o vírus, ou seja se der merda alguém assume essa porra ai….

  5. Fico impressionado por nenhum dos assessores do BOLSONARO conseguir orientá-lo quanto as suas falas. Votei no BOLSONARO, mas também concordo que ele deve limitar suas palavras. Há um ditado dos antigos, que diz: “Quem fala demais dá bom dia a cavalo!” Bolsonaro tem de entender isto!!!

    1. Amigo, Se CuzoN, tu quer tu fala bonitinho, um limpinho, tem o FHC – que rifou a Amazônia para países através de ONG, ou PICOLÉ de CHUCHU, que rouba merenda dos filhos, ou o TraiDoria, financia Jatinho através do BNDES)

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