Generais da reserva e da ativa rechaçam pedido de intervenção militar

Faixa de apoio a Bolsonaro pede intervenção miitar
Imagem: Felipe Pereira

Chico Alves
Colunista do UOL

Apesar de tantas faixas e cartazes exibidos nas manifestações de domingo em favor de uma intervenção militar no país, a posição de quatro generais ouvidos pela coluna (três da reserva e um da ativa) é de que não há qualquer possibilidade de que isso aconteça. Os oficiais concordaram que as Forças Armadas vão se manter dentro das diretrizes estabelecidas na Constituição.
O general da reserva Paulo Chagas, candidato derrotado ao governo do Distrito Federal, diz que falas mais agressivas verificadas em algumas mobilizações pelo país são fruto do que chamou de “síndrome do olavismo”, referindo-se ao astrólogo Olavo de Carvalho, incensado por alguns bolsonaristas.
Chagas esteve na manifestação em Brasília e diz que os apelos pelo fechamento do Congresso pelas Forças Armadas são uma “burrice”. “Vai fazer de Bolsonaro um ditador? Então deixamos de ser uma democracia? É uma ilusão, as Forças Armadas jamais vão endossar uma coisa dessas”, diz ele, que apoia o governo do atual presidente.
O oficial da reserva avalia que ir à rua pedir para fechar o Congresso ou o Supremo Tribunal Federal é um retrocesso. “Vamos voltar quantos anos na nossa maturidade política?”, questiona.
Outro representante das Forças Armadas que critica a ideia é o deputado federal General Peternelli (PSL-SP). “As instituições estão funcionando, não há nada que justifique uma proposta como essa”, diz ele.
Peternelli não foi às manifestações porque preferiu seguir as recomendações das autoridades de saúde e ficou em casa para prevenir contágio do coronavírus.
A coluna ouviu ainda um general da reserva que preferiu falar sob anonimato. Para ele, as manifestações tiveram “agenda muito aberta”, mas disse que “tem que ver quais são as medidas práticas para os focos de descontentamento”. Sobre o pedido de intervenção militar, classificou como algo “fora da realidade”.
Um general da ativa também emitiu opinião parecida. Foi lacônico: “Isso tudo é ridículo”.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.
UOL/montedo.com

10 respostas

  1. Conseguiram o que queria agora os graduado que se lixe. e assim a politica dos nosso of. generais. os graduados continua com o pire na mão depois da reforma, só não ver quem não quer. acorda Brasil.

  2. Os generais deveriam estar preocupados com o avanço assustador do coronavírus e seus impactos terríveis na economia! Desemprego, doença, fome…nossa sociedade poderá entrar em colapso! E muito rápido!

    1. Esses da reserva deveriam e estar preocupados com os filhos desempregados…
      Não possuem legitimidade para falar uma vírgula das Forças Armadas e continuam em busca de holofotes.

  3. Os generais que foram dar um abraço no general Heleno nos últimos dias que fiquem com suas “barbas de molho”! “Parabéns” ao Bolsonaro pela indiferença com os graduados da reserva e também pela viagem aos EUA,trazendo de brinde o Coronavirus com sua comitiva! Certamente é um “good” não muito “good”!( Essa vale prós ” muambeiros” de plantão).

  4. Estão preocupados por que se os militares tomarem o poder os generais terão que trabalhar. Sair dos seus castelos de vidro e fantasia e botar a mão na massa.

  5. Claro que eles não querem uma Intervenção Militar, a reestruturação da carreira deixou-os muito bem, com os generosos a altos índices em gratificações, eles querem é mais curtir a quarentena numa boa!
    Depois que passar essa fase da quarentena, eles continuarão sem fazer nada, enquanto que os Praças Graduados trabalham para dar deixar os “ESTRELADOS” famosos e receberem suas condecorações…

    “sem o devido merecimento” claro!

    Numa intervenção militar, eles teriam que trabalhar!

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