Projeto Guarani, um faz-de-conta para “dourar a pílula”!

Blindado Guarani (Imagem: Sargento Manfrim/MD)

Paulo Ricardo da Rocha Paiva*
O projeto guarani visa dotar a força terrestre de uma nova linha de blindados sobre rodas, em substituição às antigas urutu e cascavel, em uso já fazem mais de trinta anos. até aí tudo bem, sem comentários. mas, que se diga, o fato por si só dá margem a explorações descabidas, elocubrações do tipo “jogar confete” tais como afiançar que: uma das grandes vantagens das viaturas do dito projeto seria o seu emprego como material de defesa na proteção das infraestruturas estratégicas do país; por apresentar robustez, simplicidade no emprego e custo reduzido de manutenção, esses blindados podem ser utilizados no fortalecimento das ações do estado, na segurança e na defesa do território nacional. em verdade, isto só se aplicaria num caso de segurança interna, envolvendo ações de proteção de instalações de significado estratégico e isto em contexto de “garantia da lei e da ordem/glo”. quanto a proteção destas mesmas infraestruturas, numa situação de segurança contra agentes oponentes externos, não há como duvidar, isto só pode ocorrer no caso do inimigo já ter consumado uma invasão do território nacional, não representando por isso mesmo muito pouco ou quase nada em termos de segurança e defesa do território.
A constatação a que se chega é a de que essas viaturas blindadas de transporte de pessoal/VPTP, armadas apenas com: torre ut-30br criada pela AEL SISTEMAS para canhão automático de 30mm ou REMAX (reparo de metralhadora automatizada x) para metralhadora de 12,7 mm (.50) e 7.62x51mm, ou possivelmente um morteiro de 120 mm raiado, na versão porta-morteiros, ou .possivelmente um canhão de 105 mm, na versão de reconhecimento, ou= possivelmente um canhão de 120 mm, na versão caça-tanques, somente serão empregadas na defesa do território se o inimigo lograr um desembarque bem sucedido. fato que só se concretizaria se o EB e a MB, com mísseis de cruzeiro (falo de “vetores de respeito” VDR 1500/2500 km sem limite de carga e não do “busca pé” AVMATAMOSQUITOS 300 km limitado em 500 kg de carga) não conseguirem cumprir a missão de “dissuadir oponente ainda em alto mar”.
Quanto a dizer que, com índice de nacionalização de cerca de 90%, o guarani está alinhado com os objetivos da estratégia nacional de defesa, na medida em que colabora com o desenvolvimento da indústria nacional de defesa, gerando divisas para o brasil, é de se refutar a assertiva na medida em que “não seria bem um alinhamento com a Estratégia Nacional de Defesa/EDN”, mas, sim, um lamentável atrelamento com o “Deus nos acuda”, já em “campanha de terra arrasada” nos moldes da resistência da Rússia na Segunda Grande Guerra.
Quanto a apontar como principais benefícios: a elevação da capacidade tecnológica da indústria nacional, porque não se ganha do mesmo jeito priorizando com rigor a montagem das viaturas plataformas de vetores de cruzeiro astros ii-1500/2500km (?); a diversificação da pauta de exportações, por que não se lucra do mesmo jeito com a exportação das mesmas viaturas plataformas já preconizadas(?); a ampliação da capacidade de dissuasão do eb, discordo diametralmente posto que vbtp e carros de combate nunca dissuadiram ninguém, quanto mais em se tratando de ‘grandes potências militares”; o emprego no apoio à defesa civil, que seja dito, é feito com restrições, quem sabe para destruir barricadas nas vias de acesso que conduzem às ver dadeiras “zonas liberadas pelo crime organizado” nas capitais estaduais do país.
Aí, como se não bastasse, se apresenta cronograma de execução com prazo para que toda a família de blindados do projeto guarani seja implantada no exército brasileiro em 20 anos. Para que se tenha uma ideia, a previsão total da VBTP Guarany para a infantaria mecanizada, é de “2044”, já tendo sido entregues em torno de “400” ou mais. para que? para emprego em coalizões imperialistas dos “soldados universais” no Oriente Médio?! Sim porque, raciocinando fria e calculadamente, estes meios, realmente, só serão de utilidade após a invasão bem sucedida do território por “grandes predadores militares”! Por que não fabricar então, tendo em vista a urgência/emergência da defesa nacional, antes dos “1644” Guaranis que faltam, as “15” viaturas x “15” baterias (total de “225”) necessárias para permitir a plena cobertura do grande arco defensivo, iniciado em Tabatinga/AM e finalizado em Rio Grande/RS? sim, porque não providenciar neste sentido será como condenar nossos filhos e netos fardados à morte no próximo confronto (este texto comenta matéria contida no link ttps://www.defesa.gov.br/industria-de-defesa/paed/projetos-estrategicos)
*Coronel de Infantaria e Estado-Maior

14 respostas

  1. Se é que queremos ser fortes, o porquê que não adquirimos os Strikers, já testados em combate ao invés dessas viaturas que só servem de engôdo assim como o SISFRON(interrogação). Pela ravina da economia de meios, já que estão acabando com o verdadeiro “sargento” do FFAA, preferindo o sargento “idiomático”, apresentem um plano de reserva voluntária pros antigãos, os subão, os primeirão e os segundão, já que serão a escória, ou os residuais que ainda sabem ensinar o recrutar a progredir, rastejar, explanar sobre a distância do PAC na PDef e o porquê da Marcha para o Combate, deixem estes RAMBOS irem pra reserva antes, com 15,10 e 25 anos de excelentes serviços prestados, deixem os almofadinhas assumirem, pois aqueles não recebem mais atualizações, são movidos a diesel, como disse o Stallone em um filme, parafraseando e adaptando…. Essas guerras(tempos) não são mais minhas(meus)…

    1. O guarani é um excelente blindado para o fim que se destina.

      O Brasil não tem como acompanhar os países do primeiro mundo em relação aos quesitos militares.

      Atualmente as forças armadas estão mais para “auxiliar das polícias militares e dos outros órgãos civis”.
      O inimigo interno é pior que os inimigos externos.

      1. O sr deve ser infante. Pra era motorizado, é realmente um avanco, porem a a quem tem um pouco de conhecimento sabe que a viatura nao cumpre a finalidade. Ha varios aspectos tecnicos que a desabonam perante outras do genero no cenario mundial

  2. Lastimável…. ignorando os erros ortográficos, de pontuação e de coesão entre as ideias, concluímos que a argumentação não faz sentido. Se dissuasão não se faz também com blindados, verifique qual era a maior ameaça à Europa durante a Guerra Fria senão as colunas de blindados da União Soviética.
    Com relação à capacidade das armas de longo alcance, devemos recordar que a limitação de carga e de 300 km se deve à tratados internacionais dos quais o país é signatário.

  3. Falou um monte de besteira baseado em ideias erradas… A crítica que ele faz sobre o Astro é totalmente descabida, pq o limite de carga e de alcance é apenas para exportação, para ser usado no país não existe limite e o que se sabe na raia miúda é que o alcance do míssil do Astro está em volta de 1.000 Km.

  4. 1000km o ASTROS RSRSRSRSRS
    Eu sirvo aqui cara pálida.

    Quem comanda os Astros são os 3º Sgt “pica fumo”, pois ninguém quer, a galera já chega da ESA querendo ar condicionado e papel.
    Sendo assim, o material é mal manutenido e só serve de verdade para apresentações para autoridades, regadas a cafezinho quando é pela manhã, suquinho e refigerante quando é a tarde e wisk quando é a noite.

    Vcs que estão na reserva e nos gabinetes, não tem noção do que ocorre na ponta da linha.
    Vou atualizar vocês: A ATIVIDADE FIM, ACABOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOU.

    Vejam o GEPARD 1A2, Vejam o radar saber (tudo inutilizado ou capenga pelo Brasil afora).

    Pessoal, por favos, caiam na realidade e entendam que estes “pseudos projetos estratégicos do EB”, são apenas para mandar os peixes para o exterior e para os politicos que assinam ganhar seu quihão.

    Estão “CAG….. para o poder de dissuasão.

    Por fim, eles compram o material e não ligam para a manutenção, sendo assim, o material que era para durar 15 anos, dura 3 nas mãos de lobinhos que se trancam no cafofo para papirar e deixa tudo na mão do cabo e do Sd safo.

    QUEM DUVIDA E SERVE EM QG, pede para seus chefões fazerem inspeções inopinadas nos quarteis, ai sim verão a realidade.

    1. Na minha OM ao invés de fazer a manutenção dos Leopard, só o que vem do cmdo é faxina, novas escalas de serviço(todos cb/sd na 24), preocupações como não colocar potes de água pra cachorro, colocar todos pelotões pra fazer pesquisa de preço, palestra sobre história, e tempo pra cuidar das VTR? não é prioridade

    2. É verdade o 3 sgt já entra na om de costas. Só pensa em papirar para cair fora, afinal ele ganha menos que um sd pm na maioria dos Estados. Morre de tirar sv é não é reconhecido.

  5. tudo como dantes no quartel de abrantes, pessoal querendo trabalhar em seção e não na tropa, isso sempre existiu, gente que só chega perto das vtr em época de campo,perto de um fuzil quando está de sv ou quando tem TAT, enlouquecem atrás dos fuzis dos atiradores de competição,chegando dez ou mais atirarem com o mesmo fuzil, não tem novidades nenhuma.

  6. O Brasil tem que investir mais em tecnologia de misseis e desenvolvimento de drones dos mais diversos tipos, geralmente são mais baratos que as armas que irão combater, vejam o exemplo da Turquia aparentemente destruiu 8 Pantsir da Siria, qual será a diferença em valores de tal feito, os vetores atuais que mais preocupam os Países de primeiro mundo são os drones armados do tipo suicida, principalmente os portáteis que podem ficar voando até 2 horas procurando um objetivo como morteiros, viaturas, metralhadoras, artilharia, etc.

  7. Sou Oficial de Manutenção de OM de Cavalaria. Fico abismado com a inferioridade do Guarani quando comparado aos Urutus, levando-se em consideração a gigantesca diferença de gerações das ditas famílias de blindados. O SLI (Suporte Logístico Inicial) da Iveco, foi bem pensado, fruto da desastrosa experiência com os Leopard, todos parados nos RCB. É como se fosse a garantia de fábrica. O problema é que ela começa a contar quando sai da fábrica, e não quando chega na OM. Resultado: as VBTP chegam na OM, e começam realmente a serem operadas, já no fim do prazo da SLI. Problema nenhum, não fosse o blindado um colecionador de panes. Credo, nunca vi uma Vtr assim, nem mesmo as da Agrale, essa “zero” km, tem no mínimo 10 Ordens de Serviço lançadas no sistema de gerenciamento da frota de Bld. Um exemplo são os periscópios: quase 100% das VBTP chegaram com os 6 (todos) periscópios quebrados ou trincados. Isso sem nunca terem participado de uma manobra em Saicã. decepção total com essa L Aç. Manutenção caríssima, valor unitário de cerca de 4 milhões de reais (sem torre e armamento) cada VBPT. Inacreditável.

  8. O Exército é cheio de projetos de “vôo de galinha”. Temos um rádio ‘Gurgel’ (rádio Mallet fabricado pela IMBEL), temos um fuzil ‘Gurgel’ (IA2 fabricado pela IMBEL) e um blindado ‘Gurgel’ fabricado pela Iveco.

    Os projetos no Exército servem pra meia dúzia de Oficiais fazerem algum tipo de lobby com empresas pricadas. Depois eles vão pra reserva com suas vantagens (R$) e deixam suas ‘bombas’ para as gerações posteriores.

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