Sargento da FAB preso com cocaína é condenado a seis anos de prisão na Espanha

O segundo-sargento Manoel Silva Rodrigues
Foto: Reprodução / Estadão Conteúdo

Sargento da FAB preso com cocaína é condenado a seis anos de prisão

O sargento da FAB (Força Aérea Brasileira) Manoel Silva Rodrigues, preso em junho do ano passado com 37 quilos de cocaína, foi condenado hoje a uma pena de seis anos de prisão na Espanha.
Durante o julgamento, ele confessou o crime e se disse “profundamente arrependido”. Rodrigues acrescentou que aquela foi a primeira vez que traficou drogas, que seu salário “não é muito alto” e passava por dificuldades financeiras.
Rodrigues fazia parte de uma equipe de 21 militares que prestava apoio à comitiva que acompanhou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na reunião do G-20, no Japão. A droga foi encontrada pela Guarda Civil da Espanha ao vistoriar a bagagem dele no aeroporto de Sevilha.
Por entender que ele foi sincero e “reconheceu os fatos”, a promotoria espanhola reduziu o pedido de pena para seis anos e um dia de prisão, além de uma multa de 2 milhões de euros (cerca de R$ 9,5 milhões). Inicialmente, o Ministério Público havia pedido que ele fosse condenado a oito anos de prisão e a pagar uma multa de 4 milhões de euros (cerca de R$ 19 milhões).
De acordo com o jornal ABC de Sevilla, Rodrigues afirmou que teria que entregar a droga para uma pessoa que lhe faria “um sinal” num centro comercial. O destino final da droga era a Suíça, segundo ele. “Minha missão era levar a droga para a Europa e voltar”, afirmou.

Salário “não muito alto”
Durante o julgamento, Rodrigues disse estar “profundamente arrependido”, mas destacou que seu salário “não é muito alto” e que estava passando por dificuldades financeiras.

  • “Foi a primeira vez que o fiz, lamento profundamente e peço desculpas ao povo espanhol e às autoridades espanholas. Em 20 anos de serviço militar, nunca recebi nenhuma sanção, mas meu salário não é muito alto e eu estava passando por dificuldades econômicas.”
    Manoel Silva Rodrigues, sargento da FAB

Rodrigues disse que pretende voltar a trabalhar e a ficar com sua família quando puder retornar ao Brasil.

Defesa diz que concluiu inquérito
Procurado pelo UOL, o Ministério da Defesa informou que o IPM (inquérito policial militar) instaurado no âmbito do Comando da Aeronáutica para apurar o caso foi concluído dentro do prazo.
“Os autos foram encaminhados para a Auditoria Militar competente, que enviou para o Ministério Público Militar, a quem coube promover ação penal, conforme determina o Código de Processo Penal Militar. A denúncia foi devidamente oferecida e o processo tramita perante a Justiça Militar.”
A pasta, porém, não respondeu quais medidas administrativas teriam sido tomadas a respeito do sargento, como eventual afastamento e corte de salários.

Errata: o texto foi atualizado
Diferentemente do informado no 4º parágrafo do texto, inicialmente, o Ministério Público havia pedido que ele fosse condenado a oito anos de prisão e a pagar uma multa de 4 milhões de euros, e não de 4 anos. A informação foi corrigida.
UOL/montedo.com

11 respostas

  1. Eu quero saber como ele vai pagar a multa?! Será que vai fazer empréstimo na Poupex?!

    oba: para que sirva de lição e exemplo a todos os militares, não existe caminho fácil, não se ganha dinheiro sem suor, trabalho e sacrifício. Perdeu a sua liberdade, comprometeu o seu futuro e de sua família, por pouco dinheiro. O difícil é acreditar que foi a primeira vez.

  2. Pena leve, infelizmente. Na Espanha, após cumprimento da metade da pena e dependendo do comportamento do apenado, começa a valer a progressão de pena.

    1. A pena não é leve. É proporcional ao crime que ele cometeu. Ele não matou ninguém. Apenas transportou um produto que no momento é considerado ilegal por todos os países. Digo isso porque, até a primeira metade do século XIX cocaína era vendida na farmácia. Ninguém me garante que daqui a 100/200 anos a cocaína e outros produtos que hoje são considerados ilegais sejam considerados de maneira diferente nas gerações futuras. Outra, não deseje o mau para ninguém, que aquilo que vc deseja para os outros, acaba conseguindo para você. Meu lema de vida. Que pague aquilo que foi imposto, e que não erre mais.

  3. O cara diz que é impossível para um sargento pagar R$ 9,5 mi, mas parecendo até que se fosse um oficial teria como pagar. “Na moral”, se for apenas com trabalho honesto, sem desvio de verba de quartel, nem general tem condição de pagar isso. Deixa de ser metido a KH cheiroso, mancebo!
    O outro diz que a pena é leve. Como se no Brasil a Justiça não fosse uma vergonha. Basta ver o LULA solto. A vovó já dizia: “Macaco olha o rabo dos outros mas olha o próprio rabo!” ACORDA, meu!!!

  4. A pena foi correta, no Brasil a justiça militar estabelece pena de 5 anos.
    Agora cadê os outros envolvidos, não precisa o condenado falar, basta investigar os oficiais e graduados que, estavam na aeronave, isso, seria só o começo.
    Os altos coturnos se protegem e, o graduado entrou de bucha, segurou a bronca sozinho pro bem da familia dele e, de outros envolvidos que, com certeza irão vigia-lo sempre daqui pra frente.
    Nem o recruta Zero acredita que foi só o sargento.

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