No Exército, ordem é reforçar imagem e evitar associação a Bolsonaro

Bolsonaro com alunos do Colégio Militar de Brasília (Pedro Ladeira/Folhapress)

Carla Araújo
Colaboração para o UOL, em Brasília

Que a chegada do general Walter Souza Braga Netto, que assumiu a Casa Civil, fortalece a ala militar no governo, é um consenso dentro e fora do Planalto. Apesar disso, no quartel-general do Exército, em Brasília, onde fica o comandante general Edson Leal Pujol, a ordem é reforçar o trabalho de instituição de Estado e não associar sua imagem ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O general Braga Netto, que vai para a reserva em junho, disse ao UOL que há uma separação institucional entre a Presidência e as Forças Armadas. “As Forças Armadas são instituições de Estado e, portanto, não estão no governo. Dedicam-se ao cumprimento de suas missões constitucionais, e isso não muda pelo fato de haver militares servindo ao governo”, afirmou.
Desde que chegou ao comando do Exército, em janeiro do ano passado, pouco depois de Bolsonaro assumir a Presidência, Pujol deu ordens às tropas para que se voltassem para o fortalecimento da instituição. De forma reservada, militares da ativa reconhecem que há um desgaste para a Força por essa ligação com o governo.
Na caserna, uma das preocupações destacadas é que desgastes do governo possam respingar na instituição. O Exército, por exemplo, é municiado por pesquisas que mostram que sua aprovação pela sociedade é da faixa de 80%.
“O erro do governo talvez seja o excesso de vezes que recorre às Forças Armadas para tentar solucionar problemas pontuais. Há excelentes quadros entre os militares, mas não se pode misturar as atividades”, afirma um general ouvido pela reportagem.
Segundo outro general que despacha no Planalto, o fato de Braga Netto ainda pertencer à ativa se deve “a uma conjuntura do momento” e não a uma decisão do presidente de atrelar sua imagem à do Exército. “Se ele já estivesse na reserva também seria chamado”, disse. Além disso, uma fonte do Ministério da Defesa destacou que Braga Netto passará para reserva em junho e é um “quadro excelente que estaria à disposição”.
O atual chefe da Casa Civil conhece o presidente Bolsonaro há anos e seu nome foi apoiado pelo ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), que também é general da ativa, e pelo ministro da Defesa, o general Fernando Azevedo e Silva.
O ministro da Defesa, conforme a Constituição é o chefe das Forças Armadas, que institucionalmente são subordinadas ao presidente da República. Apesar disso, sempre que pode o general reforça a importância das Forças Armadas serem independentes.
Segundo uma fonte do Exército, a presença de militares no governo não interfere institucionalmente. “O funcionamento do Alto Comando tem isso muito claro”, disse.
UOL/montedo.com

17 respostas

  1. Os generais só usaram Bolsonaro para conseguir aumento de salário…Agora vai levar um pé na bunda…dos generais e da tropa….se ferrou…BOLSONARO

  2. ao Anônimo no 20 de fevereiro de 2020 a partir do 09:24, ao invés de ficar reclamando, use seu tempo para ler manuais militares, de preferência os de sua area de formação.

    1. As Forças Armadas correm sério risco a exemplo da Nicarágua onde temos o Exército Sandinista. Aqui o Exército Bolsonarista. O próprio General Vilas Boas usou isso como triunfo junto ao TSE/STF na eleição em 2018.

  3. Bolsonaro quis e conseguiu vincular sua imagem as forças armadas.
    Tem muito, mas muito milico na força que aprova essa vinculação.
    Lembrem-se, as forças armadas São perenes. A médio e longo prazo não será bom para estas instituições terem sua imagem ligada a esse fanfarrão comandante de milícia.

  4. UOL….kkkkk…credibilidade ZERO. Não sabem nada. Toda a mídia MAINSTREAM é podre e não informa nada. Só os otários e esquerdebilóides, acreditam, se bem que são as mesma coisa..kkk

  5. O maior erro que o Congresso poderia cometer o fez na PL 1645 não se trata de reestruturação das FFAA , mas sim de querer igualar Policiais Militares com militares em um só projeto de lei que virou lei. O resultado está ai no Ceará se não houver providências urgentes do Executivo firme e exemplar teremos sérios problemas.

  6. Muita bobagem escrita pela mídia! Repleta de “análises” e fontes militares não identificadas! Resumo: muita conversa fiada! E o reajuste dos nossos proventos? Os generais já se deram bem…qualquer migalha, mesmo parcelada, é bem vinda!

  7. O Brasil possui 4 poderes.

    1° – Poder executivo
    2° – Poder legislativo
    3° – Poder judiciário
    4° – Forças armadas.

    O 4° poder mantém o Brasil governavel, garantindo a lei e a ordem interna.

    Se o 4° poder ficar inerte os outros poderes sucumbem, principalmente o executivo.

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