Líderes de partidos no Congresso temem predominância de militares no primeiro escalão do governo

Reforma da Previdência ara civis deve ser aprovada nesta semana no Congresso (PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO)

Nomeação do general de Exército Braga Netto nesta semana, que assume a Casa Civil, foi último aceno do presidente à categoria

Amanda Almeida e Bruno Góes
BRASÍLIA — Líderes de partidos no Congresso veem com cautela a predominância de militares no primeiro escalão do governo, especialmente em postos-chave no Palácio do Planalto. A nomeação do general de Exército Braga Netto nesta semana, que assume a Casa Civil, foi último aceno do presidente Jair Bolsonaro à categoria. Agora, todos os ministros que despacham no local são militares.
Líder do DEM, Efraim Filho (PB) avalia que a saída de Onyx Lorenzoni da pasta enfraquece a relação do Executivo com o Congresso. Para ele, há possibilidade de deterioração no diálogo entre parlamentares e o governo, apesar de a falta de interlocução ser criticada desde que Bolsonaro assumiu a Presidência.
— Com essa decisão, o governo assume sua identidade próximo daquilo que sempre defendeu. Gera um núcleo militar e tende a se afastar do núcleo político e do parlamento — diz o deputado.
Já o líder do PSD, Diego Andrade (MG), diz que só será possível ter uma avaliação “mais clara” da militarização no Planalto no decorrer do tempo. Ele elogia o diálogo com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, general do Exército. Mas critica, entretanto, o atendimento recebido pelo almirante Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia.
Segundo o parlamentar, Albuquerque não deu explicações razoáveis para o baixo nível do Lago de Furnas, em Minas Gerais, estado castigado pelas chuvas este ano.
— Eu não vejo nenhum problema na escolha de civis ou militares, desde que que tratem com sabedoria e respeito as instituições. Como líder do meu partido, tenho bons e maus exemplos. Com o general Ramos, por exemplo, eu tenho um bom diálogo. Já no Ministério de Minas e Energia, eu levei problemas em relação ao operador elétrico. Em Minas está chovendo e o lago (de Furnas) não enche, não sabemos por quê. No meu entendimento, um problema de gestão. E eu não tive uma resposta concreta do ministro. Então, vai de cada um — diz o líder do PSD.
Para o líder do bloco formado pelo MDB, PP e Republicanos no Senado, Esperidião Amin (PP-SC), a interlocução do governo com o Congresso não sofrerá mudanças com a “militarização” do núcleo político do Planalto.
— Imediatamente, não há mudança nenhuma. O diálogo com o Congresso, até onde conheço, já vinha sendo feita pelo Ramos. A Casa Civil, no formato que tem hoje, é um órgão de assessoramento do presidente. Então, não haverá mudança — diz.
Amin diz que, por ter comandado a intervenção na segurança do Rio, classificada pelo senador como “a maior arapuca armada para o Exército”, Braga Netto tem “total capacidade de lidar com as raposas de diferentes matizes do Congresso”.
Líder do PSD no Senado, Otto Alencar (BA) diz que sua impressão é que Bolsonaro “passa a desconfiar da lealdade dos ministros” depois das nomeações. Para ele, o investimento do presidente nos militares é justamente por considerá-los mais fiéis. Para ele, em relação ao Congresso, não há consequências na opção por militares.
— Espero que os militares possam corresponder à tarefa. Se der resultado, não interessa se está com farda — comenta.
O Globo/montedo.com

9 respostas

    1. Já deu o que tinha que dar esse assunto. Muda a fita, quem perdeu perdeu, vai correr atrás do prejuízo vendendo sacolé.
      Vamos nos preocupar com o que importa que é a força e os seus projetos estratégicos.

  1. Esperar não e fazer, quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
    Acabou., não haverá correção,pois, para o governo a, agora lei está correta.
    Quem se sentir prejudicado entre na justiça e, deixe para os dependentes, que o processo deve ser igual ao dos 28%, esse é o sistema.
    Nas próximas eleições graduado vota em gradusdo.

  2. Eles tinham que se preocupar é com os LADRÕES saqueadores do país. Quer saber de uma coisa, eles estão preocupados com eles mesmos, ou seja, com os ladrões da atualidade.

  3. Ninguém fala do Peru onde o presidente fechou o Congresso com total apoio da população ou do Chile que enfrenta protestos diários e onde a maioria da população NÃO QUER POLÍTICO NENHUM…porque será?

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