Eventuais erros do governo ‘não podem ser debitados’ na conta das Forças Armadas, diz Mourão

Bolsonaro, Hélio Negão e Hamilton Mourão (Marcos Corrêa/PR)

Vice-presidente comentou a nomeação de mais um ministro militar para o governo, o general Braga Netto. Ele disse que governo e Forças Armadas são instituições separadas.

Pedro Henrique Gomes, G1 — Brasília
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse nesta sexta-feira (14), em entrevista à Rádio Gaúcha, que eventuais erros e acertos do governo “não podem ser debitados” na conta das Forças Armadas.
Ele deu a declaração ao ser questionado sobre a nomeação de mais um militar para chefiar um ministério, o general Braga Netto, novo ministro da Casa Civil. Com isso, todos os ministros que têm gabinete no Palácio do Planalto são militares.
O próprio Mourão e também o presidente Jair Bolsonaro são militares da reserva.
Mourão afirmou que a gestão do presidente tem a preocupação, desde o início, de deixar claro que as Forças Armadas e o governo são entidades diferentes.
“Essa é uma preocupação que a gente tem desde o começo do nosso governo. A gente tem que deixar claro que as Forças Armadas continuam do lado de fora, apesar de nós termos a presença de elementos do meio militar. Mas as Forças Armadas estão fora na mão dos seus comandantes. E isso a gente tem que deixar muito claro o tempo todo porque eventuais erros e acertos do nosso governo não pode ser debitados na conta delas”, disse o vice-presidente.
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão — Foto: Pedro Henrique Gomes/G1O vice-presidente da República, Hamilton Mourão — Foto: Pedro Henrique Gomes/G1
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão — Foto: Pedro Henrique Gomes/G1
Nesta quinta (13), Bolsonaro anunciou que Braga Netto assumiria no lugar de Onyx Lorenzoni, que foi para o Ministério do Desenvolvimento Regional.
De acordo com o Mourão, o presidente entendeu que as trocas vão dar mais “agilidade” e “capacidade de negociação” nas conversas do governo com o Congresso. O vice-presidente afirmou que o Executivo entregou “muita coisa” para ser votada no parlamento, porém recebeu pouca de volta.
“As mudanças que o presidente Bolsonaro promoveu são mudanças que considerou necessárias no sentido de dar mais agilidade, mais capacidade de negociação. Digamos também que ele julgou que a articulação política não andou da forma necessária. Nós entregamos muita coisa para o Parlamento e recebemos muito pouca coisa de volta. Apesar do parlamento ter aprovado a reforma da previdência, que foi uma coisa extraordinária e ser um parlamento reformista”, disse Mourão.

‘Demarcações foram excessivas’
O vice-presidente, que assumiu a presidência do Conselho Nacional da Amazônia Legal na última terça-feira (11), afirmou que as demarcações de terra indígenas foram “excessivas” no que diz respeito ao tamanho das áreas.
“O conhecimento de ter vivido na Amazônia e de ser filho de amazonense também, é em primeiro lugar, essa é a minha opinião, e do governo também, de que as terras foram demarcadas de forma excessiva em tamanho para cada uma delas e o grupo que ela engloba. Se você olhar o mapa, verá terras enormes”, analisa Mourão.
Entretanto, Mourão acredita que diminuir o tamanho das terras indígenas, possibilidade já levantada pelo presidente Bolsonaro, não é possível. “Isso não se pode mudar mais. Temos que entender que isso é dado do problema, faz parte da questão”, disse.
O vice-presidente também foi questionado sobre o impacto que o projeto de regulamentação da exploração econômica das terras indígenas que o governo federal enviou ao Congresso Nacional teria nas comunidades indígenas. Mourão disse que que o governo quer oferecer “dignidade” para o indígena que quiser montar um negócio no seu território.
“Tem que haver alguma legislação para que o indígena tenha dignidade. Muitas terras podem ser exploradas, e os índios lá estão morrendo de fome, vivendo do Bolsa Família. Essa é a questão que o presidente coloca”, defende Mourão.
O vice também foi questionado sobre o critério para a retirada dos governadores do Conselho da Amazônia. Mourão afirma que o objetivo do conselho é coordenar as ações dos ministérios voltadas para a Amazônia, e é, portanto, uma questão federal. Ele diz que vai ouvir os governantes locais para tomar as decisões.
“É algo de nível federal. Não estamos intervindo nos estados. Isso não significa que as administrações estaduais e municipais estão excluídas. Muito pelo contrário. Eu vou ir em cada estado, já fui em Roraima e na segunda irei ao Amazonas, para ouvir os governadores. Que eles me apresentem as formas como eles enxergam os problemas, como eles acham que podemos resolver e quais as demandas principais para que a gente possa alinhas as políticas do governo”, declarou.
G1/montedo.com

12 respostas

  1. Até pode não ser debitado da conta,mas trazem o pensamento da mesma e isso se confunde para o leigo,se errar ,possivelmente a imagem será associada .

  2. Não tiro a razão dos militares de quererem tomar conta do nosso território, que está sendo loteado e vendido aos poucos para estrangeiros por causa das riquezas minerais. os governos anteriores mostraram descaso e interesses escusos, então, os erros devem ser corrigidos. Em uma hora dizem que os índios devem ser deixados no lugar deles, outra hora dizem que devem ser integrados à sociedade dos brancos e suas tecnologias, Depois vão dizer o quê? Vão querer independência de seus territórios e fundar um novo país, sob orientação estrangeira, dentro do Brasil? A Amazônia está cheia de entidades estrangeiras endinheiradas, de várias denominações, sendo explorada e pirateada e os brasileiros não ganham nada com isso. Já vi índios falando inglês e não falarem português; já vi uns que detestam militares brasileiros mas são submissos a comunidades estrangeiras. São fáceis de manipulação, bastando dar-lhes roupas bacanas, tênis, aparelhos eletrônicos,etc. Já vi índios jovens se digladiando por causa de bombons(balas) e pedindo que lhes levassem leite Ninho(?). Por aí vai a dominação.

  3. E continua o mimimi, vamos fazer o seguinte quero saber porque os ST que foram para a reserva remunerada antes de 79 foram prejudicados, pois não foram promovidos a Ten QAO, que foi criado a partir de 79, é muita choradeira, querem colher o que nunca plantaram

    1. Para o anônimo no 15 de fevereiro de 2020 a partir do 16:59

      Caro anônimo o QAO foi criado por decreto e não lei, contrariando a constituição federal, mesmo assim o decreto 84.333/1979, revogou a lei 3.222/57.

      Portanto o QAO não possui lei como amparo para promoção de subtenentes ao oficialato, desde 1979, com os requisitos para o cargo, uma vez que é uma mudança de carreira de praça para oficial, pois se trata de provimento de cargo público.

      Vide Decreto nº 84.33, de 20.12.1979

      LEI Nº 3.222, DE 21 DE JULHO DE 1957.

      O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

      Art. 1º São extintos o Quadro Auxiliar de Administração do Exército (QAA) e o de Topógrafo do Serviço Geográfico do Exército.

      Art. 2º O Quadro de Oficiais de Administração (QOA) e o Quadro de Oficiais Especialistas (QOE) criados pelo art. 60 da Lei nº 2.851, de 25 de agôsto de 1956, serão constituído. de Segundos Tenentes, Primeiros Tenentes e Capitães.

      Parágrafo único. O recrutamento para o primeiro põsto far-se-á, entre os Subtenentes de conformidade com as normas estabelecidas na presente lei.

      http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/L3222impressao.htm

    1. Vc acreditou em um governo que diz que empregada domestica não pode viajar pra Disney…Que miliciano era herói, que estamentos inferiores devem se calar, entre outras coisas, foi ingênuo amigo.

    2. O governo tinha total conhecimento das distorções, não fez questão de corrigir, não atendeu as associações, não aceitou recebe-los. Agora acreditar que vao cortigir. Isso não passa de mais uma enganação, que passou de janeiro pra fevereiro e da pra outros messes. Essa corja nunca mais terá o apoio de minha familia. Nem esse papagaio de pirata, que anda nos ombros do governo, com único intuito de se eleger covernador do Rio de Janeiro, esse traira pensa que vamos esquecer dele.

  4. Vamos chegar em março e nada ainda foi resolvido cheguei a triste conclusão que se nada for feito até abril eu vou ganhar menos do que ganho agora sou 3s qesa reformado

  5. São instituições diferentes mas que compõem um mesmo Estado. E instituições não se regem sozinhas, precisam de pessoas para administrar, coordenar, organizar, fiscalizar, criar normas, leis etc. Em outras palavras, instituições são feitas de pessoas, sem elas não são nada além de uma estrutura inerte e sem sentido. É claro que as Forças Armadas, enquanto instituição, não podem ser confundidas com o Executivo e nem tão pouco irem além de suas atribuições constitucionais; assim como o Executivo não pode, sob qualquer desculpa, valer-se do prestígio das Forças Armadas junto à sociedade civil para endossar as políticas de seu governo. Porque não é assim que funciona numa democracia liberal. A política de militarização do Executivo e de amplos setores do Governo, independente do que diz o vice-presidente general, além de passar uma imagem distorcida para a sociedade civil (talvez conscientemente planejada), não obedece em absoluto (com todo respeito àqueles indicados) nenhum critério meritocrático ou de especialidade/experiência técnica e/ou funcional além do velho corporativismo entre oficiais, e sobretudo ideológico. Para terminar gostaria de perguntar se a lógica que dita que o soldado, mesmo fora do quartel, continua sendo um legítimo representante das Forças Armadas e que suas ações e conduta devem se pautar seguindo esse princípio continua valendo? Se assim for, não existe sentido na afirmação do vice-presidente general.

  6. Se o presidente quer valorizar as forças armadas, para valer, deve repor nossas perdas salariais de mais de 30% frente ao processo inflacionário! O resto é balela…

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