General vai ser o embaixador do Brasil em Israel

General-Meandro

Embaixada do Brasil em Israel será comandada por militar
Entre as tarefas do novo embaixador, está a transferência da embaixada para Jerusalém

Eliane Oliveira e Naira Trindade
BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro decidiu colocar um militar no comando da Embaixada do Brasil em Israel. Segundo informou a revista “Crusoé”, o escolhido por Bolsonaro será o general Gerson Menandro Garcia, que atuou como conselheiro da missão brasileira na ONU até o ano passado. A informação foi confirmada por fontes próximas aos governos brasileiro e israelense.
A expectativa é que o nome de Garcia seja encaminhado ao Senado nos próximos dias. Para assumir a embaixada, ele terá de ser sabatinado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Casa. Depois disso, seu nome será votado em plenário pelos senadores.
As relações entre Brasil e Israel foram reforçadas no governo Bolsonaro, que cultiva proximidade com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Porém, há temas delicados com os quais o militar terá de lidar. O principal consiste na prometida transferência da embaixada brasileira naquele país de Tel Aviv para Jerusalém.
O setor oriental de Jerusalém é considerado território ocupado pela ONU e reivindicado pelos palestinos como capital do seu futuro Estado. Mesmo assim, a transferência da embaixada já é dada como certa pelo governo brasileiro e deve acontecer até 2021.
A intenção de Bolsonaro de indicar um militar para o posto já era conhecida. Até dezembro, o preferido do presidente era Paulo Jorge de Nápolis, diretor de marketing de uma empresa de defesa israelense no Brasil, a IAI (Israel Aerospace Industries). Nápolis, que é coronel da reserva, foi adido militar na Embaixada do Brasil em Tel Aviv entre 2013 e 2015.
De acordo com uma fonte próxima ao Palácio do Planalto, Bolsonaro teria sido convencido a nomear alguém que estivesse no topo da carreira militar. Seria uma forma de demonstrar o quão importante é o relacionamento de Brasil com Israel.
Além de Garcia, chegou a ser cotado para assumir a embaixada o responsável pela articulação política no governo, o ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos. O general Ramos é evangélico e sua ida a Israel atenderia também ao interesse da bancada evangélica.
Segundo interlocutores no Palácio do Planalto, Ramos demonstrou interesse pela cadeira e chegou a dizer a aliados que “missão dada é missão cumprida”, o que no jargão militar sinaliza que ele aceitaria caso fosse convidado pelo presidente.
Pessoas próximas ao ministro, no entanto, dizem que a desistência dele de assumir a embaixada em Israel se deu pela resistência de parentes. Casado e avô, teria sido convencido a ficar no Brasil, perto da família.
Atualmente, a Embaixada do Brasil naquele país é chefiada pelo diplomata Paulo César de Vasconcellos, no posto desde 2017, por indicação do ex-presidente Michel Temer.
O Globo/montedo.com

6 respostas

  1. Notícias sobre boquinhas de generais são tão empolgantes como a previsão do tempo no Cazaquistão ou o ciclo reprodutivo dos lambaris…cadê nossa reposição salarial? 30% de perdas frente à inflação!

  2. Os árabes estão “vibrando” com essa transferência da embaixada brasileira para Jerusalém! Lá vem dor de cabeça pro Brasil! Outra coisa,esta mensagem é para o senhor Bolsonaro: ” Estamos aguardando o desfecho sobre a correção das distorções evidentes do PL 1645 ! As eleições para vereadores e prefeitos serão este ano, só pra lembrar vossa excelência,’talkei’?”

  3. A estratégia, se é que se pode dizer que isso é uma estratégia, de aliança automática e incondicional aos EUA (para não dizer completa submissão aos patrões do Norte, em prejuízo da nossa soberania e autonomia diplomática) pode nos gerar não só sérios prejuízos econômicos em relação ao mundo árabe, que sempre foram relevantes parceiros comerciais, mas sobretudo problemas políticos e de segurança interna. Estamos rompendo com uma tradição histórica e respeitada de pacifismo e mediador diplomático em conflitos internacionais para assumir uma postura belicista e parcial em assuntos e interesses que pouco ou nada tem a ver ou acrescentar ao povo e à pátria brasileira. Muito pelo contrário. Entendo que governar um país seja antes de tudo resolver os problemas, interesses e as necessidades principais e de primeira ordem do nosso povo sofrido e trabalhador. Sem isso não existe democracia, igualdade de oportunidades e nem tão pouco a tão propalada “meritocracia”. Se eu estiver enganado, por favor me corrijam.

  4. Embaixada em Jerusalem ou Tel Aviv, não interessa ao povão. Ademais, países árabes não boicotarão nossas exportações pois não vão achar mais barato em outro país. Por outro lado, paises árabes capitalistas, alinhados aos EUA, que são maioria, não ligam a minima para Israel.

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