Militares no governo: A caserna trabalha sem alarde e faz diferença (II)

Anderson Gabino

O DIPLOMÁTICO:

General Hamilton Mourão (vice-presidente)

ADNILTON FARIAS

No início do governo, o vice-presidente e general Hamilton Mourão pediu ao presidente Jair Bolsonaro que ele tivesse uma função preponderante no governo, para que não ficasse como mera figura decorativa.

Ele queria ser uma espécie de supervisor das ações de todos os ministros na Esplanada, mas acabou se sentindo escanteado. Por isso, criou uma agenda própria. Passou a dialogar tanto com políticos da direita, quanto da esquerda, abrindo uma janela de diálogo mais ampla que a do próprio presidente.

Assim, Mourão se transformou no contraponto pragmático do governo, ajudando a estreitar relações com parceiros comerciais históricos como os países árabes e a China, regiões com as quais Bolsonaro criou atrito por conta, sobretudo, da tentativa de transferir a embaixada brasileira de Israel para Jerusalém.

O CONSELHEIRO

General Augusto Heleno (ministro do Gabinete de Segurança Institucional)

Valter Campanato/Agência Brasil

É tido como o principal conselheiro do presidente. Com um estilo calmo e conciliador, vem atuando como bombeiro em várias crises provocadas por integrantes do próprio governo, principalmente a decorrente do episódio das investidas públicas do ideólogo Olavo de Carvalho e dos filhos do presidente contra militares. Lhano no trato, ele é visto por todos como a voz mais ponderada do Palácio do Planalto.

O EMPREITEIRO

Capitão Tarcísio de Freitas (ministro da Infraestrutura)

Alberto Ruy

Considerado um dos ministros mais competentes do governo Bolsonaro, o capitão Tarcísio de Freitas tem como principal característica a efetividade do trabalho.

A infraestrutura é a pasta de onde estão vindo as principais notícias positivas do governo, com a concessão de 12 aeroportos e a recuperação e reestruturação de rodovias importantes como a BR-163 até Miritituba e a BR-135 (no Maranhão), parada desde o governo Dilma.

O ministro destravou também outros leilões de privatizações, como a venda de seis áreas portuárias no Pará, assinou oito contratos de adesão de Terminais de Uso Privado (TUPs) para ampliar a movimentação de cargas em portos, e agilizou outros dois leilões de arrendamento dos Portos de Santos (SP) e Itaqui (MA), tudo para facilitar a concessão da ferrovia Norte-Sul.

O ARTICULADOR

General Santos Cruz (ministro da Secretaria de Governo)

Metódico e direto, o ministro Carlos Alberto Santos Cruz, da Secretaria de Governo, é o grande personagem da articulação política do governo Bolsonaro, avocando para si funções do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

Para a tramitação da Reforma da Previdência, por exemplo, Santos Cruz montou um núcleo de acompanhamento político e organizou uma lista de 25 deputados federais que o tem auxiliado na função.

Foi ele quem ajudou o PSL a indicar nomes para fazer parte da tropa de choque em defesa do Planalto na Comissão Especial na Câmara. Nos bastidores, é visto como um dos ministros que mais trabalham. Em geral, é o primeiro que chega e último que deixa o Palácio do Planalto.

Também tem comandado com pulso firme a comunicação, desautorizando o repasse de verbas publicitárias a blogs, alguns deles alinhados, inclusive, ao bolsonarismo, o que irritou o filho do presidente, o vereador Carlos.

O COMUNICADOR

General Rêgo Barros (porta-voz da presidência)

Valter Campanato/Agência Brasil

Se dependesse exclusivamente do general Otávio Rêgo Barros, porta-voz da presidência, o governo não teria entrado nem em 10% das enrascadas provocadas por erros de comunicação.

Graças a ele, houve melhorias no diálogo do presidente com a imprensa a partir do final de janeiro. E é ele o responsável por amenizar confusões provocadas pelo governo. Militar formado na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), tem como especialidade o gerenciamento de crises.

Indicado pelo general Augusto Heleno, é considerado dentro do núcleo militar como um dos melhores quadros da caserna. Também é respeitado pela ala ideológica do governo, justamente por não emitir opiniões sem antes combiná-las com o presidente Bolsonaro.

Prestigiado, passou a integrar o primeiro-time de conselheiros palacianos. Ultimamente, é ele quem dá a tônica moderada das notas oficiais lidas em nome do presidente da República.

ISTO É, via DEFESATV/montedo.com

23 respostas

  1. Encher o governo de militares foi uma estratégia inicial do Presidente para ter mais apoio popular e transmitir credibilidade à população e aos demais interessados, embora somente a figura dele já fosse suficiente.

    Todos nós que compomos as fileiras das FFAA sabemos que ser militar de alta ou baixa graduação não é sinônimo de ética ou compromisso com um bem maior (o interesse do país). Todos aqui devem ter tido inúmeros exemplos na carreira de pessoas vaidosas e EGOístas.

    O presidente precisa tomar cuidado com esses militares que lá estão, principalmente com o seu vice e o min. Gen. Santos Cruz.

    E esses devem reconhecer que se não fosse pelo Presidente Bolsonaro, eles não estariam ali. Possivelmente, estariam sendo oprimidos por partidos de esquerda, assim como toda a população brasileira.

    Precisamos de lealdade e compromisso desses militares com o nosso Presidente, para que possamos ser uma nação livre, soberana e rica. Tomar um caminho muito diferente daquele desenhado pelos criminosos de esquerda.

    1. Acredito que o maior problema do presidente Bolsonaro não são os militares do seu governo, nem o Olavo e suas opiniões…o problema são as velhas raposas da política que continuam na ativa no Congresso! Estes políticos não querem que nada mude no país! Querem continuar a enriquecer com o dinheiro sacrificado da população! Querem a política do toma lá dá cá! Não querem mudanças…é muito triste! Não tenho a menor ideia de como o presidente pode lidar com esta quadrilha…quando vejo o gordinho falando e se achando o dono do Brasil…dá uma vontade de vomitar! Que sujeito asqueroso…

  2. Bolsonaro que fique esperto com esses “generais”. A maioria só pensa em seus cargos. Gen santos cruz fazendo “articulações” com direita e esquerda !? Como assim, cortando volta por fora sem se reportar a chefia? Todo mundo sabe como são nossos políticos e como estão acostumados a fazer sua politicagem na base de negociatas.

    Os mais comedidos parecem ser gen Heleno e o min da infraestrura. Ficaria bem desconfiado a partir de uma reportagem dessa revista “isto é…lixo” elogiando certas figuras. De resto, só sobra a familia dele mesmo pra confiar.

  3. É fato que muitos dos 57.000.000 de votos que o Presidente recebeu foram frutos de descontentamento com governos passados (PT-MDB-PSDB), mas o que temos hoje está longe de ser uma República Presidencialista, estamos mais para um Sistema Parlamentarista, isto porque o Presidente não governa, haja visto as derrotas que já sofreu em poucos meses, as cartas e o jogo estão nas mãos do Congresso, com os respectivos Presidentes (Senado e Câmara) remando contra e engana-se muito que vê ou pensa contrário, sem deixar de mencionar suas Excelências os Ministros do STF.
    Vejamos:
    – MP 870; Decreto de Posse/Porte de Armas, Reforma da Previdência, Orçamento Impositivo.
    Analisem se de fato o atual governo está mal intencionado ou se são esses péssimos parlamentares que com medo de perderem poder estão sabotando todas as iniciativas propostas.

    1. Todos sabiam que não seria nada fácil para este novo governo! São mudanças consideráveis,e para quem já passou por mudanças bruscas,sabe muito bem do “caos” que geralmente ocorre no início ,mas que depois se adequam às novas regras do “jogo”. Medidas impopulares mas necessárias geram discórdia e facilitam a vida da oposição. O porém está na crença ingênua de que a conservação total dos direitos trabalhistas,a anulação da reforma da previdência e a anulação do atual contingênciamento de verbas públicas deveriam prevalecer sobre as medidas do governo. A situação econômica atual é uma pré-condição do inferno financeiro no qual se encontram países como a Argentina por exemplo!

    2. Ao #acordabolsonaro no 11 de maio de 2019 a partir do 16:01,

      Acorda cara pálida. Quem está sendo derrotado é o povo brasileiro. O presidente Bolsonaro e sua equipe estão fazendo a parte deles.

      Vc acha que a retirada do COAF e a proibição de a Receita Federal informar indícios de crimes financeiros foi derrota do governo? Foi derrota do povo que vai ter que continuar arcando com os prejuízos causados pelos corruptos.

      Infelizmente, as derrotas são todas nossas. Muitos políticos estão se lixando para o povo, pensando só no deles.

      Só para refletir!

    3. A culpa dele não poder governar, não é dele. Se ele fosse corrupto, pagando mensalao, estava todo mundo feliz. Não foi só descontentamento não. FOI ROUBO MESMO. A oposição disse em campanha para reeleger aquela burra, que não iria mexer nos direitos trabalhistas, nem que a vaca tossir se. Três meses depois de assumir, a vaca tossiu. Faliram a Petrobras….E a agora com a cara Mais lavada do mundo, sai contra a privatização. Povo sem memória, o cara faz o correto, mas esse povo só quer saber do bezerro de ouro, quando o bezerro assume, ficam chorando que a vida está difícil. Está difícil mesmo? Faça um exame de consciência, esqueça a mídia. Você já não esteve em situação pior? Vamos deixar o Presidente governar. Daqui a três anos e meio, você aguentou dezesseis anos de comunistas ladrões, aí você vota em quem você quiser. Até no bezerro de ouro.

    1. Por isso você não se cura da sua doença. Tem que ler a bula, identificar a doença, tratar dela, e principalmente, no final da bula, como se prevenir para não pegar a doença de novo. Espero, que você melhore.

  4. Tomara que sejam capazes o suficiente para melhorar o Brasil. Infelizmente não foram suficientemente capazes como comandantes, não representaram a instituição Exército Brasileiro quando essa foi sucateada, achincalhada, menosprezada, perseguida e humilhada. Talvez representando apenas seus interesses e sua individualidade consigam algum aproveitamento. Certamente nenhum militar que tenha vivido os últimos anos de vida castrense, e com algum grau de consciência e discernimento não os recomendaria como chefe de coisa alguma.

  5. Na minha opinião não fazem diferença em nada. Não fizeram diferença pra proteger seus comandados da fúria petista que deixou a maioria da tropa na penúria que se encontra hoje. Foi um tiro no pé que o presidente deu, colocando tantos generais no poder.

  6. E que diferença… nos meus vinte e tantos anos de serviço a única diferença que vi foi no aumento de vagas de PTTC para esses grandes heróis. Ficam cinquenta anos na ativa, na mais absoluta moita, vivendo como nobres as custas do dinheiro do contribuinte, subvertendo os valores da república e no fim, vendo que nada fizeram que os tornasse dignos de algum reconhecimento pela sociedade, resolvem prestar tributo a si mesmos, reconhecendo a si mesmos como vultos sagrados das hostes nacionais. Retornam então aos quartéis em sinal de autorreconhecimento para uma derradeira mamada nas tetas da mãe pátria. Julgam-se insubstituíveis nos seus afazeres e saberes. Porém jamais os vi sendo reconhecidos por empresa alguma pelas suas grandes qualidades profissionais, seja do setor de defesa ou da fabricação de canapés. Fora daquela boquinha gostosa que preparam para si mesmos, o único reconhecimento que tem é o do Estatuto do Idoso. Andam de graça nos coletivos e passam na frente na fila da padaria. E tão somente!

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