Presidente do Uruguai demite chefe do Exército por críticas à Justiça

Vázquez entendeu que general, que já tinha sido preso por criticar reforma da Previdência para militares, quis se intrometer no Poder Judiciário

Discurso de Guido Manini Ríos em acoemoraço do Exército Nacional do Uruguai, em Montevidéu Foto: Fernando Ponzetto / Agência O Globo

AFP
MONTEVIDÉU – O presidente do Uruguai , Tabaré Vázquez , demitiu o comandante em chefe do Exército, general Guido Manini Ríos, por críticas à Justiça do país, atitude “incompatível” com a continuação das suas funções, disse o governo em um comunicado. Segundo a Presidência, o mais alto dirigente militar do país “fez sérios questionamentos ao Judiciário” em reunião com o chefe de Estado, entendidos como uma tentativa de interferência em outro poder.
De acordo com o texto, o ex-comandante em chefe afirmou que os militares acreditam que “a Justiça uruguaia em muitas ocasiões se afastou dos princípios mais elementares do direito, não dando garantias para o acusado. Em suma, aplicando uma espécie de lei para inimigo”.
“O militar que é citado como investigado pela Justiça é muitas vezes considerado culpado antes mesmo do julgamento, não tem as garantias do devido processo, e é condenado com base em conjecturas ou convicções inadmissíveis, sem provas concretas, e em muitos casos forjadas ou inventadas”, disse Manini Ríos.
O militar, sempre segundo a Presidência, disse ao presidente que seus subordinados estavam convencidos de que “não havia nenhum julgamento justo quando os acusados eram militares”, afirmando que “muitos dos acusados foram condenados sem provas e sem as garantias do devido processo”.
O governo entende que estas questões são “incoerentes com a posição” ocupada por Manini Ríos, que nutre, segundo alguns analistas, ambições políticas no Uruguai.

Quase 30 dias preso
O Executivo argumenta que em um sistema republicano democrático de governo com separação de poderes “o respeito pelas decisões da Justiça Criminal pelo Poder Executivo e seus membros deve ser uma premissa fundamental” e por isso resolveu pela “interrupção imediata” das atividades do militar no governo.
O Globo/montedo.com

4 respostas

  1. Aqui ninguém precisa se preocupar com isto…nossos chefes não estão nem aí para os subordinados…só pensem nos seus respectivos umbigos…

  2. Se for assim, aqui no Brasil vai ter gente demitida “de tudo quanto é lado”, pois é um tal de Poder interferindo no outro, principalmente, o Judiciário. Não é senhores Fux, Gilmar, Marco Aurélio de Melo, dentre outros?

  3. Todos sabemos que o Uruguai vive um comunismo atualmente. Imaginem se o Haddad vencesse as eleições……. com esse time do STF sobraria a mesma coisa para as Forças Armadas, pois no Brasil, deram poderes inalcançáveis aos magistrados e unidos a falta de caráter, tanto da esquerda quanto do judiciário, iriam acontecer “N” exonerações até restar apenas os cabeças que compartilham da mesma ideia. Venezuela está aí de prova, enquanto a tropa morre de fome, os comandantes ordenam que não parem de lutar para proteger um sistema tenebroso.

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