Coronel reformado do Exército é suspeito de ameaçar casal de mulheres e tem arma apreendida em SC

Arma e munição apreendida em Florianópolis — Foto: Reprodução/Polícia Militar

Militar teria apontado revólver para uma das vítimas na noite de terça-feira, na Praia dos Ingleses, em Florianópolis.

G1 SC
Um coronel reformado do Exército de 66 anos é suspeito de ter ameaçado um casal de mulheres e teve a arma apreendida na noite de terça-feira (8). O caso ocorreu num bar na Praia dos Ingleses, no Norte da Ilha, em Florianópolis. A Polícia Militar foi chamada pelas vítimas. Um boletim de ocorrência por ameaça foi registrado e a Polícia Civil disse que vai investigar o caso.
(Correção: o G1 havia informado anteriormente que o militar tinha sido conduzido à delegacia. A informação foi corrigida às 20h43)
O Exército confirmou que o coronel teve a arma retida, assinou um termo circunstanciado e foi liberado. O militar é do Rio de Janeiro e está a passeio na capital catarinense. O G1 não conseguiu contato com ele. No BO, a PM afirma que o oficial estava alcoolizado.

Relato
A gerente de cafeteria Raquel Teixeira da Silva, de 32 anos, conta que estava com a esposa, a massoterapeuta Thuany dos Santos Pereira, de 25 anos, em um bar na Praia dos Ingleses quando ocorreu o caso, por volta das 20h.
“Eu saio do trabalho e sempre costumo ir na mesma praia, no mesmo bar com a minha esposa. Fui ao mar pra me reenergizar e sentamos numa mesa. Daí vimos que o homem e um amigo começaram a cochichar até virar a câmera de celular para nós duas”, relata.
Segundo Raquel, o homem disse “olha, na era Bolsonaro, duas sapatas na praia” enquanto gravava as duas no celular. A fala também está descrita no BO da PM.
Raquel conta que se levantou e foi até a mesa do homem para tirar satisfação. “Falei que ele não tinha direito de fazer aquilo e que era para apagar o vídeo. Ele se alterou e falou que não aceitava “ser peitado por duas mulheres, ainda mais duas sapatonas”, conta.
Ainda de acordo com ela, o coronel disse que iria buscar uma arma. Ele teria ido até o carro em que estava e pegado uma sacola cinza. Quando voltou para mesa, a esposa de Raquel, Thuany, se aproximou dele.
“Ele puxou um pouco a sacola cinza e apareceu a arma dentro de uma sacola amarela. A arma ficou a dois passos de distância do peito dela”, lembra. Depois disso, ela puxou a companheira para a mesa e na sequência ligou para a PM, de dentro do bar.
“Ele virou a cadeira pro nosso lado e a gente já estava com muito medo. Ele dizia ‘pode ligar para a sua policinha’, e que a gente não ia sair viva dali”, lembra Raquel.

Boletim da PM
A PM foi até o local. Segundo o boletim de ocorrência da corporação, o homem foi identificado como coronel reformado do Exército que disse aos policiais que estava na praia filmando seu sobrinho, e disse: “olha duas sapatas na mesa”.
Em seguida, relatou aos policiais que uma das mulheres foi até a mesa e disse que chamaria a polícia. À PM, o homem negou que tenha ido até o carro, mas confirmou que estava armado e que tem porte de arma. Porém, negou ter apontado o revólver para o casal.
Foi feito um termo de apreensão da arma, que estava com cinco balas intactas, e um termo circunstanciado. Porém, inicialmente, o coronel não quis assinar este último documento. Foi chamado um capitão do 63º Batalhão de Infantaria, de Florianópolis, que conversou com ele, que persistiu na recusa, conforme o boletim. Somente após conversar por telefone com outro oficial do Exército o militar assinou os documentos.
O Chefe do Estado Maior da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada, Coronel José Herculano Azambuja Júnior, foi quem conversou com o homem por telefone e orientou que ele seguisse os procedimentos da PM. Ele esclareceu que a polícia chama o oficial do dia do Exército em ocorrências envolvendo militares.
Azambuja também informou que o homem responderá ao caso na Justiça comum. “Depois que o militar é reformado, nossa alçada não atinge mais, é considerado cidadão comum. A gente só acompanha”, afirmou.
O revólver apreendido foi encaminhado à Brigada e só será devolvido após ser demonstrada toda a documentação da arma e porte, informou Azambuja.
Ainda segundo o boletim de ocorrência da PM, o homem a todo momento intimava os policiais, os filmou e dizia que mandaria o vídeo ao presidente da República, afirmando ser seu amigo íntimo. Disse também que os envolvidos se arrependeriam e que praticavam abuso de autoridade.

Permaneceu na praia
Segundo Raquel, o coronel permaneceu na praia após o caso e ainda teria zombado de duas mulheres policiais militares.
“E ele debochou o tempo todo. Quando chegaram duas policiais, inclusive uma capitão, ele continuou bebendo e rindo. Disse que elas não tinham autoridade, se não tinham bandidos para prender”, conta Raquel.
“A gente tá com bastante medo. Que se ele fez isso conosco, que apenas estavamos de mãos dadas, imagina o que ele pode fazer com outros homossexuais por aí? Ele estava muito alcoolizado. O que ajudou minha esposa a estar viva foi a nossa fé”, afirma.
G1/montedo.com

11 respostas

  1. Era tudo oq o inimigo queria: um boquirroto, irresponsável ameaçando as minorias. A partir d hoje usarão como prova que TODOS militares são iguais.
    Não conheço o cérebro de ameba, mas tenho pena dos subordinados dele. Não pelo preconceito, pq tenho certeza q ninguém se expôs ou assumiu, a época, no quartel, mas pq c certeza, este desregrado foi um chefe autoritário. Pena. Quando morrer, vai feder igual a quem ele acha inferior. A doença e a morte iguala a todos. Inclusive os pseudo deuses.

    1. Bom comentário. Passado presente e futuro.
      Soberbo bêbado armado e arrogante.

      Prejudicou com uma atitude incondizente, seu nome, sua Família, amigos, a classe dos coronéis do exército e o Nome da Instituição e ainda a Nobre PM de SC.
      Se o Fato for Verídico, Cabe bem uma perda de Posto e Patente da Força para dar o exemplo de que os integrantes, não ficam dando alteração grave, alcoolizado, armado a ameaçar mulher e ainda dando trabalho à noite pro ChEM da 14 Bda e aos Oficiais da Polícia Militar de Santa Catarina.
      Poderá vir ainda a decisão do Cmt militar de Área, com a atribuição perante a Lei para aplicar a devida com uma corrigida na esfera disciplinar. Se praça fosse , teria nome e até os dias de xadrez.

      Servir e Proteger!

  2. Estranho… A matéria do pracinha que fez M… em Porto Alegre teve mais posts que o do Cel… Pq será? Pq ninguém pede a condenação do Oficial com a mesma veemência?

  3. Tomara que pague uma indenização pesada para aprender a respeitar as pessoas, não importando a escolha sexual. Mau exemplo de militar, arrogante. Se no mundo de hoje ele for se revoltar com casais gays, vai ter um infarto.

  4. Este tipo de comportamento só prejudica os militares…principalmente com esta imprensa esquerdista…pegam o comportamento de um desequilibrado qualquer e colocam como se fosse de todos os militares!

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