Promoção de filho no BB faz Mourão se explicar a Bolsonaro

Antonio Mourão
Imagem: Reprodução/Facebook

Aline Bronzati e Julia Lindner
Brasília

Antônio Hamilton Rossell Mourão, filho do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, foi promovido a assessor
especial da presidência do Banco do Brasil e vai receber salário de R$ 36 mil – o triplo do valor atual. A decisão,
defendida pelo vice e pelo comando do banco, provocou polêmica no governo e fez com que Mourão tivesse de se explicar ao presidente Jair Bolsonaro, que se elegeu e tomou posse com discursos contra privilégios e pela meritocracia no serviço público.
Segundo Mourão, a promoção do filho foi por “mérito” e não ocorreu antes porque em gestões anteriores Rossell
Mourão teria sido “duramente perseguido”. Ele é funcionário de carreira do Banco do Brasil, com 19 anos de experiência na instituição, e estava havia 11 anos na Diretoria de Agronegócios. Com a posse da nova gestão, na
segunda-feira, 7, foi promovido e vai trabalhar em contato direto com o presidente da instituição, Rubem Novaes.
Apesar do tempo de casa, o salto na carreira foi visto com estranheza por pessoas de dentro do banco. Segundo funcionários, o cargo exige nível alto de conhecimento na instituição. Outros dois servidores que exerceram a mesma
função na gestão anterior – de Paulo Caffarelli – ocuparam postos de destaque antes de chegar ao cargo de assessor
especial da presidência. Marília Prado de Lima, por exemplo, foi superintendente de Varejo e Governo do BB no Distrito Federal. Sidney Passeri, antes de assumir a função, foi gerente executivo do banco.
O filho do vice-presidente é formado em Administração de Empresas e possui pós-graduações em Agronegócios e em
Desenvolvimento Sustentável.

Defesa
Após a repercussão negativa da nomeação, Mourão saiu em defesa do filho. “(Meu filho) Possui mérito e foi duramente
perseguido anteriormente por ser meu filho”, afirmou o vice-presidente. No Twitter, disse que Rossell Mourão é de “absoluta confiança do presidente do banco”. “Meu filho, Antônio, ingressou por concurso no BB há 19 anos. Com excelentes serviços, conduta irrepreensível e por absoluta confiança pessoal do presidente do Banco foi escolhido por ele para sua assessoria. Em governos anteriores, honestidade e competência não eram valorizados”, escreveu Mourão.
O vice procurou Bolsonaro para explicar que não interferiu na promoção. Segundo relataram auxiliares do governo, Mourão disse não ter sido informado com antecedência da nomeação e Bolsonaro evitou fazer comentários. O clima entre assessores do presidente e ministros que despacham no Palácio do Planalto era de “constrangimento”, conforme auxiliares.
A promoção do filho do vice-presidente da República alimentou nesta terça-feira, 8, a disputa velada no Planalto entre os grupos dos militares e civis do entorno do presidente. No palácio, assessores receberam informações de servidores do BB que ajudaram na transição de que, pela intranet, funcionários manifestaram repúdio à promoção. Nas mensagens, os funcionários observaram que havia expectativa de mudanças por parte do governo Bolsonaro dos métodos adotados pelo MDB e pelo PT de nomeações no banco.
O novo presidente do BB defendeu a nomeação. Em nota, Novaes disse que Rossell Mourão possui “excelente formação e capacidade técnica”. “Antônio é de minha absoluta confiança e foi escolhido para minha assessoria, e nela continuará, em função de sua competência. O que é de se estranhar é que não tenha, no passado, alcançado postos mais destacados no banco”, declarou Novaes.
Em nota, o Banco do Brasil informou que o cargo é de “livre provimento da presidência do BB e a nomeação atende aos critérios previstos em normas internas e no estatuto do banco”.
O novo posto equivale a uma cadeira de um executivo, com salário de cerca de R$ 36 mil. Na prática, o salário de Rossell Mourão triplicou. A renda do posto anterior varia de R$ 12 mil a R$ 14 mil, dependendo da carga horária de seis ou oito horas. O novo vencimento do filho do vice-presidente será maior que o salário do pai, que recebe o mesmo valor do presidente da República – R$ 30,9 mil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
UOL/montedo.com

17 respostas

  1. Ele é um funcionario de carreira com 18 anos na Instituição e não um petista desqualificado nomeado com fins politicos para delapidar o patrimonio. Se liguem !!!

    Um petista safado ganharia muito mais e ainda roubaria.

  2. Isso não é nepotismo e sim tráfego de influência começa com o filho depois a filha a mulher a amante e assim por diante.
    Bolsonaro tem que demitir esse presidente do BB se sedeu as pressões do Morão pra nomear seu filho vai deferir tamanho pra fazer um empréstimo fraudulento ou um patrocínio do Banco por interesse de políticos agora queremos ver se Bolsonaro realmente quer fazer diferente dos que o antecederam

  3. Pode ser até legal, mas transpareceu a sensação de apadrinhamento(Q.I), já que o novo presidente do banco foi nomeado pelo governo recém empossado.Criticar fora do governo e querer as coisas dentro da normalidade e honestidade pura, fica difícil de cumprir quando se está no governo. São os “sapos” que tem que engolir. Deixar de indicar ou aceitar parente nas instituições sob sua administração. Acho que foi precipitado.

    1. Isso é pedra cantada, quem conhece esse General só pelas bobagens que ele falava, quando ainda na ativa, pode até ficar falando que ele “me representa”, como vi muitos aqui. Mas quem precisava engolir os desmandos dele nas diversas chefias por onde passou sabe bem que ele só pensa no próprio umbigo e principalmente nas regalias que o cargo lhe permitia (mesmo sendo ilegais ou imorais tais regalias). Só o tempo dirá….vamos esperar pra ver!

    1. Não se justifica, o Brasil tem que acabar de uma vez por todas com esses apadrinhamentos, “mito faça esse seu vice cortar na própria carne”. Não decepcione nossa nação!!!O mesmo pelo mesmo, cadê a mudança??

    2. Concordo amigo, então nós militares e civis honestos e probos vamos fazer também…

      Também tem um ditado muito chulo sobre isso envolvendo gays…espero que vc pense o mesmo e faça igual.

  4. Vai tentar passar a perna no 01. Ele é ambicioso pelo poder, já demonstrou várias vezes. Se prezasse o que prega, daria um jeito do filho ser exonerado desse função o mais rápido possível. Imagino que o Presidente tomará as rédeas da situação e aplicará a melhor decisão ao caso.

  5. Daí fica difícil de defender… a acachapante maioria das pessoas que elegeram o atual presidente foi no sonho de tentar moralizar nosso desacreditado país de uma corja que sempre ficou em torno do “rei” para conseguir algum benefício… esse vice-presidente é só bola nas costas… quando que o vice-presidente vai começar a ajudar só um pouquinho?

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