Comandante do Exército defende novamente mudança em regras de enfrentamento no Rio

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Alteração permitiria que um militar alvejasse um homem na rua por portar arma
Soldado armado ao lado de senhora sentada na porta de casa
Soldado do Exército e moradora da Vila Aliança, no Rio(Danilo Verpa/FolhaPress)
Rubens Valente
BRASÍLIA
O comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, disse que é “fundamental” uma mudança nas regras de enfrentamento armado que permitiria um militar alvejar um homem portando arma em ruas no Rio de Janeiro, durante o período da intervenção federal no estado.
O general falou à imprensa após solenidade nesta quarta-feira (28) no Comando do Exército para a troca do chefe da Secretaria de Economia e Finanças do Comando, o general Antonio Hamilton Mourão. Ele deixou o cargo e agora passou à reserva, após ter dado declarações públicas com sugestão de uma intervenção militar e críticas ao presidente Michel Temer.
Segundo Villas Bôas, a mudança na regra de engajamento, que vinha sendo defendida em entrevistas à imprensa pelo general da reserva Augusto Heleno, ex-comandante de tropas no Haiti, é “muito necessária”. “Essa questão está sendo discutida porque é fundamental para que nós tenhamos eficiência e obtenhamos algumas superioridades nos enfrentamentos [com] os integrantes do crime organizado. Mas não cabe a nós definir quais serão essas regras. Cabe sim aos órgãos da Justiça, ao Ministério Público, proporcionarem esse respaldo a nós”, disse o general.
Uma autorização para militares matarem pessoas armadas nas ruas tem despertado críticas de organizações de direitos humanos, para as quais a nova determinação seria um “cheque em branco” para as tropas e poderia levar a enganos e execuções sumárias. Villas Bôas ponderou que a mudança só ocorreria após um “debate” que, segundo ele, já está ocorrendo.
“Está havendo um debate, com posicionamentos bastante divergentes, mas a existência do debate é positiva, porque eu acredito que vai acabar provocando uma convergência e uma compreensão da necessidade e da importância [da mudança]. Até porque essa empreitada que nós estamos participando, realizando, ela tem que dar certo. É uma das últimas oportunidades de que o Estado brasileiro está buscando para superar esse problema que é o que mais aflige a nossa sociedade”, disse o comandante do Exército.
FOLHA/montedo.com

4 respostas

  1. Quando decidirem isso, a intervenção já acabou. Enquanto isso, marginais podem atirar à vontade em quem quiser. onde estão os entendidos das leis para defender ou criticar? Estão calados.

  2. Se os militares não podem, imaginem um civil tendo sua propriedade invadida por meliantes. Tem que esperar a primeira facada, o primeiro tiro ou o estupro para reagir. E se reagir e arranhar os meliantes ainda vai preso e condenado.

    Essa é a nossa Justiça que persegue os políticos e posa de salvadores da pátria para manter seus privilégios.

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