Ô bandidagem, pode esperar, os FE vão te pegar!

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Tropa que chegou ao Rio para enfrentar tráfico e milícias fará operações de alto risco
Grupo é comparado aos Seals da Marinha americana
Forças especiais do Exército durante treinamento Foto: Divulgação / Exército brasileiro
Forças especiais do Exército durante treinamento – Divulgação / Exército brasileiro
VERA ARAÚJO, FÁBIO TEIXEIRA E RAFAEL GALDO
Resultado de imagem para simbolo forças especiais  brasilRIO — Uma tropa que recebe treinamento de alto nível, com sede em Goiânia, chegou ao Rio para ficar na linha de frente da intervenção federal na área da segurança pública do estado, sob o comando do general Walter Souza Braga Netto. Na caserna, entre os militares, seus integrantes são chamados de “fantasmas” por atuarem nas sombras, em operações sempre cercadas de sigilo. O Batalhão de Forças Especiais do Exército conta com aproximadamente 2 mil homens. Não raro, eles são comparados aos Navy Seals da Marinha americana, que mataram Osama bin Laden no Paquistão em 2011. Esses militares, preparados para ações antiterror, têm nas mãos uma missão muito difícil: expulsar o tráfico e as milícias de algumas favelas cariocas.
É por isso que se espera, nas ruas, um resultado muito diferente dos obtidos até agora pelas operações de Garantia da Lei e da Ordem no Rio. Os integrantes das Forças Especiais passam por um rígido processo de seleção no Forte Imbuí, em Niterói, antes de seguirem para um mínimo de cinco anos de preparação em Goiânia.
— É incomparável a qualidade deles. Eles alcançam uma qualificação extrema não só em nível tático, recebem treinamento de ponta para ações de alto risco em áreas urbanas. Trabalham com inteligência e entendem como funcionam as forças de sustentação de uma guerrilha — afirma Montenegro, acrescentando que a formação visa, em condições normais, a proteger o país contra invasões. — É um treinamento que capacita o militar a suportar situações extremas. Cada integrante das Forças Especiais tem um nível de conhecimento que o permite planejar sabotagens em grandes instalações e até produzir explosivos de forma improvisada.
O símbolo das Forças Especiais foi criado para passar a imagem de que seus homens são os mais temidos do Exército. No brasão dos FEs, como são chamados, aparece uma mão empunhando uma faca. Não por acaso, ela está com uma luva, referência às ações sempre discretas, que não deixam rastros. A lâmina está manchada de vermelho. Até mesmo o fundo do desenho, na cor preta, tem um significado: a tropa, preferencialmente, age à noite. O primeiro grupo de FEs desembarcou no Rio no último dia 16, e, na madrugada de sexta-feira, fez uma incursão à Vila Kennedy antes da chegada de 3 mil homens do Exército à comunidade.
Preparo para ação em área de mata
Os FEs integram uma unidade do Comando da Brigada de Operações Especiais do Exército, que tem em seu brasão uma faca enfiada numa caveira, desenho que inspirou o símbolo do Bope. Mas, enquanto os homens do batalhão da PM inspiraram os filmes da franquia “Tropa de elite”, os FEs atuam cercados de mistérios. Fontes ouvidas pelo GLOBO revelam que eles são submetidos a situações extremas durante o processo de formação: chegam, por exemplo, a ser atacados por veteranos que usam óculos de visão noturna em salas escuras, onde os novatos têm o desafio de encontrar uma saída enquanto tentam reagir.
Só militares de carreira podem ser FEs. Se o candidato à tropa de elite do Exército for um sargento, além do período de cinco anos na Academia Militar, ele precisará de mais dois para concluir sua formação. Há ainda três cursos obrigatórios. O primeiro é o básico de paraquedista, que dura seis semanas. Em seguida, começa o de comandos, com carga horária de 800 horas, distribuídas ao longo de quatro meses, durante os quais são ensinadas técnicas de uso de explosivos e de combate e infiltração. A etapa final exige 1.200 horas de treinamento, num período de cinco meses.
Montenegro diz que, por mais estranho que possa parecer, a aptidão dos FEs para combates na selva poderá fazer a diferença no Rio:
— Há vários treinamentos que, à primeira vista, parecem não fazer sentido no contexto atual, como salto de paraquedas e mergulho. Mas, no Rio, há grandes extensões de mata nos morros. A polícia não possui a capacidade dos “fantasmas” para atuar nessas áreas. As Forças Especiais têm preparo e equipamentos para isso, como óculos que detectam movimentos em meio à escuridão. Especialistas em helicópteros, eles também têm a habilidade de um sniper para atirar de uma aeronave.
Os FEs são treinados para atuar com discrição absoluta, mas a tropa especial já foi acusada de perder o controle da situação e provocar uma explosão de violência. A tropa foi colocada sob suspeita de envolvimento na morte de oito pessoas no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, em novembro do ano passado. O Comando Militar do Leste, no entanto, nega a participação de “fantasmas” no caso.
Os “fantasmas” do Exército brasileiro atuaram em diversas ações no Rio nos últimos anos. Ao contrário de outras tropas, eles preferem não dar publicidade às suas ações. De acordo com o coronel da reserva Fernando Montenegro, os FEs agiram durante a ocupação do Complexo da Maré pelas Forças Armadas, entre 2014 e 2015. O coronel, que coordenou ações do Exército na região, afirma que os FEs tiveram papel importante. O Centro de Comunicação Social do Exército informou que o grupo também fez trabalhos no Complexo do Alemão, entre 2010 e 2012.
— Foram usadas equipes das Forças Especiais do Exército e da Marinha. Eles atuam em situações pontuais e muito significativas. Mas essa é uma tropa que faz questão de não aparecer. Os FEs realizam a operação, mas quem colhe os louros são outros. Muitas operações que entraram na conta de outras unidades foram feitas e articuladas pela tropa das Forças Especiais. A filosofia é fazer a operação para ter o resultado — observa Montenegro.
Segundo o Ccomsex, a tropa de elite também participou de todos os grandes eventos internacionais que ocorreram no Brasil nos últimos anos. Eles foram empregados no Pan-Americano, nos Jogos Mundiais Militares, na Jornada Mundial da Juventude, durante a visita do Papa, na Rio+20, na reunião da cúpula do Mercosul, na Copa das Confederações, na Copa do Mundo, e durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Em todos os eventos, seus integrantes tiveram papel fundamental na estratégia de prevenção e combate ao terrorismo. Lá fora, os FEs participaram de operações especiais integrando as forças da ONU no Haiti, além de ações em Kinshasa, na República Democrática do Congo; e em Abidjan, na Costa do Marfim, fazendo a segurança da representação diplomática brasileira até a retirada dos brasileiros da região.
Ex-subcomandante do Batalhão de Forças Especiais, o coronel da reserva Roberto Criscuoli chama os FEs de multiplicadores, pela sua capacidade de atuarem no lugar de dezenas de militares comuns. Criscuoli, que foi colega de turma, no curso dos FEs, do general de divisão Mauro Sinott Lopes, braço direito do interventor federal general de Exército Braga Netto, se arrisca a dizer que uma outra vantagem do grupo é ser focado apenas na missão, com índice zero de corrupção.
— O maior desafio do interventor federal, sem dúvidas, será a corrupção nas polícias. Os FEs são blindados para não haver desvios de conduta. É uma tropa que consegue fazer com que as pessoas cooperem com a missão e confie nela. Uma das vantagens que Braga Netto terá com o emprego dos Forças Especiais é que ele fará muita coisa com um pequeno grupo de militares altamente qualificados, que não escolhem a tarefa — diz Criscuoli. — Não é a toa que o nosso lema é: “o ideal como motivação; a abnegação como rotina; o perigo como irmão e a morte como companheira” — conclui, lembrando que a própria tropa militar comum está corrompida.
A transferência das Forças Especiais do Rio para Goiânia, na década de 1990, ocorreu justamente por causa do assédio de traficantes cariocas a militares e ex-integrantes da tropa. Em 2004, o Exército criou a Brigada de Operações Especiais, atual Comando de Operações Especiais, que reúne o 1º Batalhão de Forças Especiais, o 1° Batalhão de Ações de Comandos, o 1° Batalhão de Operações Psicológicas e a 1° Companhia de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear.
Militares, segundo especialistas, estão bem preparados, mas verba para armas e veículos diminuiu
O preparo dos militares mobilizados para a intervenção federal é reconhecido por especialistas em forças de segurança, mas parte dos equipamentos da tropa está defasada. No ano passado, o investimento do Exército em material para operações foi o menor desde 2010: R$ 619,1 milhões. Em 2014, época de Copa do Mundo e de preparativos para a Olimpíada de 2016, os gastos com armamento, veículos e utensílios de apoio chegaram a R$ 2,47 bilhões.
Hoje, a tropa convocada para combater a violência no Rio tem à disposição tanto um fuzil de última geração, o IA2, como um que o Exército usa desde a década de 1950, o FAL.
— Isso é um problema porque exige, na intervenção, duas cadeias diferentes de suprimento de munição e peças de reposição — diz o coronel da reserva Fernando Montenegro.
Uma das prioridades do Exército é substituir sua frota de veículos Urutu, dos anos 1970, pelo modelo Guarani.
— A blindagem do Guarani é superior, assim como sua mobilidade em terrenos acidentados. Mas o Urutu não é sucata, pode ter boa utilização nas operações no Rio — afirma Vinicius Cavalcante, diretor da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança (Abseg).
O Globo/montedo.com

24 respostas

  1. o crime vai tentar barrar essas ações por meio de seus agentes de sustentação como OAB, Mídia corrupta (Rede Globo), Comissões de Deputados (comprados pela bandidagem), agentes de segurança comprometidos com a criminalidade(são MUITOS) e claro, o nosso ilustre judiciário estadual que acompanhou de perto a roubalheira da quadrilha que se instalou na estrutura do estado do Rio de Janeiro e não fez NADA.
    Não são ações pontuais e diretas, que vai resolver a situação dramática de um estado tomado pelo crime.Embuste não resolve.

  2. Preparo para aniquilar os vagabundos, eles indiscutivelmente têm ,mas entra aí a questão jurídica, o "efeito colateral" e a maldita imprensa esquerdista que vigia com olhos gigantes cada passo de cada operação. E ainda tem os " ongueiros " e os "direituzumanus" para infernizar e desqualificar as ações! Uma coisa é certa,sem confronto direto ao estilo "Maquiavel "…será apenas um caro e ineficaz "show pirotécnico "!

  3. Eu vi um vídeo dos FEs treinando pras olimpíadas. O primeiro da fila tomou um tombo na hora de entrar em um dos vagões do metrô. Passou até ni fantástico na época…

  4. Sou contra essa divulgação antecipada que os FEsp vão atuar na área de conflito, isso tem que ter o mais alto sigilo, sei bem do que são capazes, é só esperar pra v, agora essa mídia toda em cima acaba comprometendo o trabalho dos FEs! O que foi divulgado na matéria acima só atrapalha!

  5. Ilusão senhores, vamos estudar…

    Enquanto a IF rola no RJ, meu papiro rola em casa todo dia quando chego do quartel pé preto.

    Rumo à PF 2018!

    3 sgt com 2013

  6. Ao anônimo das 18.15, de 25 do corrente, sugiro que aproveite seu tempo livre assistindo vídeos de seu interesse, porém seu comentário não soma nada na conjuntura atual.

  7. Aquela situação do tombo pode ocorrer com qualquer um, FE ou pé preto. Na operação Lança de Netuno um helicóptero caiu sem força de ação inimiga, e nem por isso os SEALs ou 173º SOAR são ridicularizados. Isso só tem uma resposta: INVEJA!

  8. Isso não funciona no nosso atrasado EB, aqui impera a política do farinha pouca primeiro minha promoção. Só um desses FE matar alguém a mídia cai encima e exoneraram o Cmt geral da OP. Para os comandantes é preferível que morra o militar, repercute menos.

  9. A diferença é simples os Seals Americanos… Pode trabalhar de verdade… Carta branca… Tolerância zero… Aqui teremos acompanhado nossa tropa os Direitos Humanos… A OAB e a Deputada Maria do Rosário…

  10. Foram falar da FE, agora, está no Extra de hoje, já tem um bocado de defensores de bandidos preocupados com a atuação dela. Daí, pode-se concluir que não se trata de ficção. Eu mesmo já havia ouvido falar nesses caras, no meu tempo de militar da ativa, mas nunca vi.

  11. Não critiquem o que os Sr não conhecem…as missões que já foram feitas ou as q ainda serão nao chegarão e talvez não cheguem ao conhecimento dos senhores…como deve ser…essa matéria foi desnecessária…militares do EB..não critiquem quem está na linha de frente… Claro que resolver o problema do rio é muito mais complexo…mas tenham certeza que muitos bandidos foram para a vala e muitos ainda irão…e esses não farão mais mal nenhum a sociedade

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