RJ: Exército diz que envolvidos em ação no Salgueiro só serão apresentados à Justiça militar

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CML afirmou ainda que armas também estão à disposição apenas da Justiça militar, no âmbito federal
Carro da Defesa Civil que levou corpos de mortos no Salgueiro para o Instituto Médico-Legal Foto: Cléber Júnior em 11/11/2017 / Agência O Globo
Carro da Defesa Civil que levou corpos de mortos no Salgueiro para o Instituto Médico-Legal
Cléber Júnior em 11/11/2017 / Agência O Globo
CAROLINA HERINGER
RIO – O Comando Militar do Leste (CML), indagado se os militares que participaram da operação no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, prestarão depoimento à Polícia Civil, quando requisitados, assim como se as armas usadas por eles serão entregues à corporação, respondeu que “o armamento empregado e os militares presentes na ação estão a disposição da Justiça militar, no âmbito federal”. A operação deixou sete mortos.
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG). A ação, ocorrida na madrugada do último sábado, contou com a participação de agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil, e com militares do Exército. Tanto os policiais da Core quanto os militares negam que tenham feito disparos durante a ação.
O posicionamento do CML se apoia no fato de a Polícia Civil não ter atribuição para investigar crimes dolosos contra a vida cometidos por homens das Forças Armadas em missões de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), sancionada pelo presidente Michel Temer no mês passado. Por isso, os militares não constam como investigados no inquérito da DHNSG, mas apenas como testemunhas.
O próprio Exército, no entanto, não abriu inquérito para apurar o caso. “Não há indícios de crime militar que motive instauração de um inquérito policial militar, já que não houve disparo de arma de fogo partindo dos militares envolvidos na ação”, alega o CML.

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A DHNSG encaminhará ofício ao Exército solicitando que os militares que participaram da ação prestem depoimento e apresentem as armas utilizadas.
Ainda na nota, o CML afirmou que a Core é que estava no comando da operação, e o Exército apenas apoiou a ação. “O objetivo das Forças Armadas, na ação, era de apoiar a operação da Core”, diz o comunicado da assessoria de imprensa.
O delegado Rodrigo Oliveira, diretor da coordenadoria, afirma o oposto. Em depoimento, ele afirmou que a tropa de elite da Polícia Civil dava cobertura a uma “missão de reconhecimento” do Exército no Complexo do Salgueiro.
Os militares, ainda de acordo com o delegado, seguiam na linha de frente e os policiais, que seguiam atrás, apenas ouviram o som dos tiros. No local de crime, peritos da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) apreenderam diversos projéteis. As armas dos agentes já foram entregues para confronto balístico. Ao todo, 20 policiais civis participaram da incursão.
O Globo/montedo.com

36 respostas

  1. Ai sim. Estamos amparados.

    Querem ajuda e depois nos ferram !!!!

    Exército é para conquistar, eliminar e ocupar.

    Policia é Policia, simples assim.

  2. Foram apoiar a polícia e foram recebidos a tiros por trabahadores e vítimas da sociedade capitalista cruel. E a imprensa cai em cima? A polícia sugere que foi ação desnecessária? O rio não tem jeito mesmo.

  3. "Severinos", mal tratados, esquecidos na hora de repor salários, lembrados na hora do "salve-se quem puder", vão ser responsabilizados pelas mortes ocorridas nas operações e tem gente dizendo que tudo está sob controle. Vão me dizer que a polícia do Rio e a Força Nacional não tem condições de fazerem o que as Forças Armadas estão fazendo?? estão usando as FFAA para propaganda do governo nas eleições de 2018.

  4. Eu já citava situações que poderiam ocorrer como esta, quando na ocupação pelo EB ao Complexo da Maré. Dizia, na época, que se um soldado, "garoto" ainda de 19 anos, atirassem num bandido local, o jovem e sua família estariam com um problema sério a resolver, sem apoio nenhum do governo. Ainda bem que as FFAA correram para pressionar a aprovação da MP. O que o delegado quer agora? Vai prender o General?!

    1. Na Maré só tinha Sd EP (pelo menos do meu Btl), média de idade de 21 anos.

      Os confrontos eram diários, com enfrentamento do inimigo APOPs.

      Tombou, na ocasião o Cb MIKAMI.

      Digo que vc está certo qto à questão de desamparo caso, caso o inimigo é que fosse morto.

  5. Hoje no Brasil, não se sabe mais quem está do lado do bem e quem está com o mau…em TODOS os níveis da administração, executivo, legislativo e judiciário, todos os entes da união.

    Depois do que o Ministro da Justiça declarou, como confiar nas instituições falidas do RJ?

    Existem exceções logicamente.

  6. Nós somos guerreiros, não somos policiais. Atirou contra é inimigo e nossa formação é baseada na eliminação do inimigo. FFAA saim dessa furada. Enquanto não for por meio de decretação de estado de exceção, ficamos a mercê dos politicamente corretos.

  7. Por isso o Não emprego das Forças sem decretação adequada é fundamental. O amparo jurídico tem que vir da CF.Pelo menos pras FA deve ser assim!Essas gambiarras jurídicas feitas com o EB nos últimos anos, em operações policiais/militares sem amparo judicial adequado, tem servido tanto pra ferrar com a tropa como de palanque eleitoreiro pra políticos meia boca que infestam nosso congresso e senado.

  8. Estão cumprindo a Lei. A competência é da Justiça Militar, que é uma justiça especializada constitucionalmente constituída. Logo, a apuração é por IPM. O resto é chororô de esquerdista idealizador de "bandido coitadinho da sociedade".

  9. As PMs estão em situação muito pior. A competência em julgá-los no caso de crime doloso contra a vida de civil é da justiça comum. Ou seja, o caso vai parar na mesa do delegado. Hoje, com essas mudanças, o Exército adquiriu mais amparo jurídico para combater o crime do que tem as Polícias

  10. O mundo está girando ao contrário? Direitos aos delinquentes e pena de morte ao cidadão e pânico geral. Ontem, depois de muito tempo, peguei um ônibus. No trajeto de trinta minutos, subiram quatro indivíduos em pontos diferentes, até parece combinado.Um desce e outro sobe. Distribuíram papéis, "brindes", alguns com trechos da Bíblia, e, todos, se dizendo ex-detentos e blá, blá, blá. Uma forma sutil de fazer medo ao cidadão que já vive apavorado com assaltos constantes nos coletivos. A lábia dos malandros é tão grande que, quem não recebe o "brinde", fica meio constrangido pelo que eles falam. Mas, comigo não cola. Aqui na cidade onde moro, se você for "contribuir" com todos que te pedem ou se exibem nos semáforos, você volta sem nenhum tostão para casa, isso se não for assaltado.A lei é aplicada no seu rigor para defender marginais, enquanto que o cidadão fica a disposição da boa vontade da polícia e dos magistrados.

  11. Está aí o "Salvo Conduto" que os Militares tanto queriam.

    Obs: não estou defendendo ninguém, apenas que os fatos sejam devidamente esclarecidos. Se o Cel do CML afirma que não houve disparo e nem confronto, que entregue os nomes e as armas de quem participou.

    Outro ponto. A justiça militar no Brasil deveria ser extinta, assim como já ocorreu em vários países. Aqui só serve para condenar desertores, insubmissos, e crimes que existem no CPM, mas poderiam ficar restritos ao campo disciplinar. Mas como é uma "boquinha" a mais para 10 Oficiais Generais, é provável que isso jamais ocorra, ou só daqui uns 100 anos ou mais.

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