‘Impressionada’, diz viúva de soldado filho de brasileiros sobre telefonema que recebeu de Trump

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Mark de Alencar, filho de brasileiros, morreu em abril enquanto lutava contra o Estado Islâmico no Afeganistão. Sua esposa recebeu ligação do presidente, que agora se vê em meio a polêmica sobre a forma como expressa condolências às famílias de soldados mortos.
Mark de Alencar, morto no Afeganistão enquanto lutava contra o Estado Islâmico, e sua mulher Natasha (Foto: Reprodução/Fantástico)
Por G1
Natasha De Alencar contou esta semana à imprensa americana como foi o telefonema que recebeu do presidente dos EUA, Donald Trump, logo após o enterro de seu marido. Natasha era casada com Mark de Alencar, filho de um cearense e de uma mineira radicados nos EUA, que foi morto em abril enquanto lutava contra o Estado Islâmico no Afeganistão.
Segundo Natasha, Trump mostrou saber muito sobre seu marido e também sobre seus filhos. “Fiquei impressionada”, disse ela, sobre a ligação que durou cerca de quatro minutos, de acordo com o “Washington Post”.
“Foi um momento de generosidade que nós precisávamos, porque estávamos passando por um inferno”, contou ela, dizendo ainda que Trump cumprimentou seus cinco filhos – que escutavam a ligação no viva-voz – e disse que seu pai era um herói que ele respeitava.
O presidente americano está, nos últimos dias, envolto em controvérsia sobre a forma com que demonstra suas condolências a famílias de soldados mortos, depois que a mãe de um sargento morto no Níger acusou Trump de ser “desrespeitoso” com seus familiares ao oferecer condolências e dizer à viúva do sargento que ele “sabia no que estava se alistando”.
Mark de Alencar, soldado americano morto no Afeganistão, com a mulher e os cinco filhos (Foto: Reprodução/Fantástico)
Mark de Alencar, soldado americano morto no Afeganistão, com a mulher e os cinco filhos (Foto: Reprodução/Fantástico)
Em seu depoimento ao “Washington Post”, no entanto, Natasha disse ter sentido uma postura empática por parte do presidente. “Naquele momento, em que meu mundo estava de cabeça para baixo, e eu e meus filhos não sabíamos para onde estavamos indo, parecia que eu estava apenas falando com um outro ser humano”, narrou ela, que disse ainda que Trump disse que gostaria de recebê-la no Salão Oval, caso ela fosse para Washington.
Polêmica
A polêmica surgiu depois que Trump foi perguntado na segunda-feira por que não havia feito comentários públicos sobre os quatro militares mortos em uma emboscada em 4 de outubro no Níger.
“Escrevi cartas”, respondeu. “Em algum momento ligarei para seus pais e suas famílias, porque é o que sempre fiz”.
“Vendo o presidente Obama e outros mandatários, a maioria não ligou para eles, muitos não ligaram”, assegurou.
Trump reiterou que, em vez de contactar por telefone os familiares, “muitos presidentes” optaram por enviar cartas. “E alguns presidentes não fizeram nada”.
Trump está em meio a polêmica ligada à forma como reage à morte de soldados americanos (Foto: Kevin Lamarque/Reuters)
“Faço uma combinação de ambas coisas”, disse. “Acho que o presidente Obama fazia isso algumas vezes, outras não. Não sei. Foi o que me disseram”.
Ben Rhodes, conselheiro adjunto de Segurança Nacional de Obama, ressaltou no Twitter que as palavras de Trump são “uma intolerável e desrespeitosa mentira”.
Leon Panetta, ex-secretário da Defesa de Obama e ex-chefe de gabinete de Bill Clinton, disse à rede CNN que Obama “escreveu cartas, também fez telefonemas e, o mais importante, visitou as famílias”.
Protocolo
Nenhum protocolo da Casa Branca exige que presidentes falem ou se encontrem com as famílias de americanos mortos em ação – uma tarefa impossível em estágios sangrentos de guerra. Mas eles muitas vezes o fazem.
No total, cerca de 6.900 americanos foram mortos em guerras no exterior desde os ataques de 11 de setembro de 2001, a grande maioria durante os mandatos de Bush e Obama.
Apesar da imensamente maior carga em sua época – mais de 800 mortos por ano entre 2004 e 2007 – Bush escreveu a todas as famílias e se encontrou ou falou com centenas, se não milhares, disse seu porta-voz, Freddy Ford.
Em foto de 29 de outubro de 2009, o então presidente dos EUA, Barack Obama, faz uma saudação durante a chegada do caixão do sargento Dale R. Griffin aos Estados Unidos (Foto: AP Photo/Pablo Martinez Monsivais)
Em foto de 29 de outubro de 2009, o então presidente dos EUA, Barack Obama, faz uma saudação durante a chegada do caixão do sargento Dale R. Griffin aos Estados Unidos (Foto: AP Photo/Pablo Martinez Monsivais)
Grupos de veteranos disseram não ter queixas sobre como presidentes reconheceram os falecidos ou suas famílias.
“Não acho que exista nenhum presidente que eu conheça que não tenha telefonado para as famílias”, disse Rick Weidman, cofundador e diretor executivo dos Veteranos do Vietnã da América. “Presidente Obama e presidente Bush ligavam sempre. Eles também visitavam regularmente o Walter Reed and Bethesda Medical Center, à noite e aos sábados”.
G1/montedo.com

6 respostas

  1. A continência feita quando não se está fardado ou, não e militar, constitui uma das maires demonstrações de respeito, patriotismo e dignidade, mais que o militar fardado, pois esse fica obrigado a fazê-la.

    Cmt Narciso

  2. Guerra é isso, matar ou morrer, todos sabem.
    Porém, o sentimento envolvido dependerá de quem estiver morrendo. Se forem baratinhas importadas (sul-americanos ou africanos, ou outro povo explorado qualquer), os americanos não estão nem aí.

  3. O Trump pediu alguém para ir para lá?! Viver nos EUA é coisa para eles que deram seu sangue pelo país. Agora, sim, essa brasileira está com o direito de viver lá. Não sou hipócrita!

    1. Anônimo das 12:47,em nenhum momento é citado na reportagem que a viúva deste americano ,filho de brasileiros,seja brasileira. Certamente ela, assim como seus cinco filhos,são todos americanos de nascimento. Leia tudo antes de publicar seu comentário.

  4. A imprensa fake news americana e brasileira sempre tentando desmerecer Trump, não conseguem aceitar que não tem mais poder de influenciar a opinião das pessoas.

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