‘Se vocês estão insatisfeitos, vão para a rua’, defende general

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Comandante do Sul afirma que ‘há uma insatisfação geral da nação, pede protestos ‘sem incendiar o país’ e ressalta que intervenção militar não é a solução
General Edson Leal Pujol
O comandante militar do Sul, general Edson Leal Pujol, em evento na Câmara Municipal de Porto Alegre
(Matheus Piccini/CMPA/Divulgação)
Da Redação
O comandante militar do Sul, general Edson Leal Pujol, recomendou à população que esteja insatisfeita com a situação política do país que vá para as ruas se manifestar “ordeiramente”, mas demonstrando sua indignação. “Se vocês estão insatisfeitos, vão para a rua se manifestar, mostrar, ordeiramente. Mas não é para incendiar o país, não é isso”, disse, depois de reconhecer que ele não pode ir para as ruas se manifestar. “São vocês, somos nós que temos de decidir qual o país que queremos. Há uma insatisfação geral da nação e eu também não estou satisfeito.”
As declarações foram dadas na terça-feira em evento da Associação Comercial de Porto Alegre. O general questionou quem, entre os presentes, estava insatisfeito com a situação do país. Diante das manifestações, perguntou quem foi para rua expressar essa insatisfação. “Se nós ficarmos somente reclamando, insatisfeitos e inconformados, não vamos mudar as coisas”, afirmou o militar. “Se os nossos representantes não estão correspondendo às nossas expectativas, vamos mudar.”
Pujol acrescentou ainda que “existe uma série de maneiras” de tentar mudanças no país, mas ressalvou que “o papel da Forças Armadas é seguir a legislação”. Ele citou que não tinha notícias de, nos últimos três meses, terem sido realizados protestos significativos no Rio de Janeiro, em Brasília, São Paulo ou Porto Alegre. “Não estamos gostando, mas estamos passivos. Não adianta nós só usarmos as mídias sociais”, disse ao pregar manifestações nas ruas.
Em seguida, o general lembrou a postura do povo da Venezuela, que está nas ruas contra o governo de Nicolás Maduro. “Com o regime que eles estão, lá tem gente morrendo na rua”, afirmou, reiterando que a população deve servir de “termômetro” para os poderes.
O general se queixou ainda do que está sendo ensinado nas escolas e questionou se as pessoas têm ido às secretarias de Educação ou ao Ministério da Educação perguntar sobre o que está sendo ensinado. “Vocês concordam com o que está sendo ensinado para os seus filhos, sobrinhos, netos?”, disse, sem querer “classificar” o conteúdo.
Intervenção
Sobre a crise criada pelo general Antônio Hamilton Mourão, secretário de Economia e Finanças do Exército e seu antecessor no cargo, que, na semana passada, defendeu a possibilidade de intervenção militar, Pujol evitou alimentar a polêmica. “Intervenção militar não é a solução”, afirmou, defendendo que mudanças nas leis sejam feitas por meio da democracia.
Mourão falou por três vezes em intervenção militar em uma palestra na Loja Maçônica Grande Oriente, em Brasília. Recebeu duras críticas das Forças Armadas e do ministro da Defesa, Raul Jugmann (PPS). Em 2015 foi exonerado de seu cargo no Comando Militar do Sul – agora ocupado por Pujol – após fazer duras críticas ao governo.
O discurso do general:
Se vocês estão insatisfeitos, vão para a rua se manifestar, mostrar, ordeiramente. Mas não é para incendiar o país, não é isso (…).
São vocês, somos nós que temos de decidir qual o país que queremos. Há uma insatisfação geral da nação e eu também não estou satisfeito.
Se nós ficarmos somente reclamando, insatisfeitos e inconformados, não vamos mudar as coisas (..). Se os nossos representantes não estão correspondendo às nossas expectativas, vamos mudar.
Não estamos gostando, mas estamos passivos. Não adianta nós só usarmos as mídias sociais.
Intervenção militar não é a solução.
Edson Leal Pujol, comandante militar do Sul
(Com Estadão Conteúdo)
Veja/montedo.com

15 respostas

  1. E agora? Vão dizer que ele transgrediu o Regulamento, Lei, Constituição ou sei lá o quê? O que ele falou é exatamente o que todos sabem que é o que se pode fazer, não foi nada demais. Vamos ver o que esta mídia de "M" vai arrumar para ele depois desta. Está mesmo faltando aquelas manifestações, do RJ e de SP, que espantaram os políticos de Brasília, parece que eles já esqueceram.

  2. Já perceberam que os generais 4 estrelas estão dando um recado toda semana para a população, para o judiciário, para o legislativo, para o congresso, para o jaburu. Ao falar que não iria tomar qualquer providências contra o General Mourão o General Vilas Boas mandou um recado bem claro para toda a nação, o General Mourão falou o que pensa todo o Alto Comando do EB. Em suma o recado está sendo dado, depois não digam que foi avisado. E para finalizar o Senado gosta de testar a democracia, ao questionar decisão do STF, eu sei quem é o poder moderador e pode resolver o impasse

  3. Enquanto a população vai as ruas, a bandidagem toma conta das casas. E isso não é justo, não é Comandante do Sul?…Muitos foram as ruas, muitos bateram panelas, e não foi só pra tirar a outra que desgovernou, apoiada por corruptos e corruptores não. E o que fizeram as #AAFF ?…Nada, assistiram de camarote. Só disseram que "não tolerariam badernas", e não gostaram quando um grupo tocou fogo, em uma parte onde estavam situados e sitiados os que tem o poder até agora. A população não tem armas, estão escravas das leis do desarmamento, que foi feita exatamente para que a população não pudesse agir…É triste ver, que para que haja soluções e desbanque das quadrilhas políticas, será preciso morrer mais um bocado, nas mãos de seguranças desses que se garantem com porte de armas deles e pelas armas do País. Porque é a eles que serão salvaguardados primeiro, pois quando da invasão e incêndio no Palácio, chamaram correndo o Exército porque à eles foi dado o direito de "exigir segurança"…Enquanto o #POVO…affffff

  4. Peraí as FFAA apesar de estar atrelada as instituições deste País, antes de tudo é formada por cidadãos Brasileiros que sofrem e são roubados por uma "classe política", então nesse diapasão as FFAA devem defender de forma tempestiva e incondicional o Brasil, não pela solicitação dos "poderes" e sim pela vontade do Povo Brasileiro. O Povo já fez a sua parte nas ruas em vários e belos momentos de magnitude de milhões nas ruas, agora falta ao Exército Brasileiro junto com suas coirmãs, Marinha e Aeronáutica, saírem as ruas de todo o País e salvar o Brasil!! Acorda Generais deixem a política e diplomacia para quem muitas vezes não sabem usá-las…Queremos ação e menos conversas…Chegou a Hora!!

  5. Em vez de insitar o povo irem pras ruas pra cobrar uma coisa que o sr.general não tem coragem que é a intervenção militar,eles não cobrão nossas reposição salarial e os esquecidos 28% isso sim é patriotismo.

  6. Que bom que estamos começando a ver generais se manifestando à favor do povo. Será resultados dos comentários através das mídias? Enquanto o povo passa as dificuldades e paga todos os prejuízos, os parlamentares estão aprovando mais verbas bilionárias para os partidos políticos. Há quanto tempo questionamos a necessidade de mudanças nas leis para acabar com a impunidade e proteção exagerada para os criminosos? Quantas autoridades, de qualquer dos poderes, tiveram a iniciativa para que essas mudanças sejam implantadas urgentemente? Quando vamos tomar vergonha na cara e não votar em qualquer um que conte uma estória bonita na TV, faça promessas inatingíveis em troca de algum favor? Se a população brasileira tivesse a mesma garra e vontade de cobrança aos políticos quanto tem os torcedores dos principais clubes de futebol, nossa história seria diferente.

  7. É general, já passou da hora de gritar e alertar às facções, instaladas no poder, de que os militares estão quase "chutando o balde". Outubro, o mês limite do dinheiro está chegando e parece que o rango dos quartéis vai ser S.O.S( salsicha, ovo, salsicha). Os militares voltarão a andar de charretes e generais em seus cavalos brancos? Vamos ter, novamente, o grito do Ipiranga e depois a Abolição da Escravatura? Enquanto isso, no castelo "encantado" em Brasília, onde tudo está as mil maravilhas no reino menos querido da história, a distribuição farta de dinheiro está fazendo a festa dos parlamentares.

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