Jungmann diz que Forças Armadas começam a deixar a Rocinha nesta sexta-feira

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Declaração foi dada em entrevista exclusiva ao RJTV. Ministro afirmou que objetivo da atuação era acabar com guerra que levava terror a moradores, e que a favela está ‘estabilizada’.
Jungmann diz que tropas saem da Rocinha nesta sexta (Foto: Reprodução/TV Globo)
Jungmann diz que tropas saem da Rocinha nesta sexta (Foto: Reprodução/TV Globo)
Por RJTV
Tropas federais começam a deixar a Rocinha nesta sexta-feira
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, anunciou que o cerco das Forças Armadas na Rocinha começa a ser desfeito na sexta-feira (29). Em entrevista exclusiva ao RJTV, ele disse que está satisfeito com a atuação e que o objetivo do Governo Federal era acabar com a guerra que levava terror aos moradores, não a prisão de bandidos – pois isso cabe à polícia.
“Neste momento, a Rocinha está estabilizada. Isso foi alcançado sem uma bala perdida, sem uma criança ser morta ou ferida e também qualquer um membro da comunidade. Então, neste momento, já não se faz necessária a presença desses quase 1 mil homens que lá se encontram. Nós temos muitas comunidades aonde atuar”, disse o ministro, sem antecipar locais da ações.
Jungman disse que, havendo necessidade, as tropas têm capacidade para chegar rapidamente a qualquer parte da cidade para dar apoio às forças de seguranças estaduais.
“Nós temos, eu diria, um bom número de operações que já estão engatilhadas, estão planejadas, estão prontas. Nós vamos ter a capacidade de chegar a qualquer comunidade entre uma e duas horas porque estamos, a partir de então, com tropas de plantão, com efetivos de plantão, com a força de ação de resposta rápida para atender as demandas necessárias da segurança do Rio de Janeiro.”
Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança (Seseg) disse que “respeita e agradece a colaboração das Forças Armadas”, e que a PM vai reforçar o policiamento com as unidades especiais, o batalhão local e a Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha.
A operação das Forças Armadas na comunidade começou na sexta-feira anterior, dia 22. O cerco foi autorizado pelo ministro, a pedido do governador Luiz Fernando Pezão, após uma semana de guerra entre dois grupos dissidentes da mesma facção que controla o tráfico de drogas. De dentro da cadeia, Antônio Bonfim Lopes, o Nem, tentava retomar o morro de Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157.
Antigo aliado de Nem, Rogério é o traficante mais procurado do Rio, com recompensa fixada em R$ 50 mil, e teria fugido da Rocinha com a chegada das Forças Armadas.
Operações em várias comunidades do Rio estão sendo feitas à procura do criminoso. Nesta quinta, foi a vez do Complexo da Maré, onde mais de uma tonelada de droga foi encontrada, segundo a Seseg. Houve troca de tiros e os bandidos conseguiram fugir. Ninguém se feriu.
Na quarta-feira, tropas de elite da Polícia Militar fizeram varreduras no Vidigal e no Complexo do Alemão. Rogério 157 não foi encontrado.
A Secretaria de Segurança divulgou um balanço de quase uma semana de operações:
3 suspeitos mortos
24 presos
81 criminosos identificados
54 mandados de prisão expedidos
2 menores apreendidos
25 fuzis
6 pistolas
14 granadas e 7 bombas caseiras
munição: 3.224 unidades
125 carregadores de armas
A policia já identificou 81 traficantes suspeitos de envolvimento nos últimos confrontos na Rocinha. Cinquenta e quatro mandados de prisão foram expedidos.
À tarde, os policias da 11ª DP (Rocinha) entarram na casa que, segundo os investigadores, seria mulher de Rogério 157.
Na comunidade cercada e vigiada, dois adolescentes que estavam sendo torturados por criminosos foram resgatados por fuzileiros navais. Os jovens usavam um boné com a inscrição “Jesus é dono desse lugar”, que faz alusão à quadrilha de Rogério 157. A polícia disse que identificou os torturadores e que eles seriam do bando de Nem.
Aulas e serviços retomados
Aos poucos, a Rocinha retorna à rotina. As crianças voltaram a vestir o uniforme com a retomada das aulas, interrompidas devido à violência. No posto de saúde, o atendimento era normal, até as 17h. A quinta-feira na comunidade também teve limpeza na rua e reparos nos postes de iluminação.
Pela manhã, o prefeito Marcelo Crivella explicou como pretende investir R$ 15 milhões em serviços como caravana do emprego, cadastramento em programas sociais, biblioteca volante e vacinação antirrábica.
“Como já anunciei antes, é muito importante cobrir o valão. É importante reparar as casas e algumas igrejas que estão cravadas de balas. É muito importante reformar nossas escolas, reabrir a biblioteca. Há muitas ações que iremos fazer.”
G1/montedo.com

4 respostas

  1. A guerra não acabou Brasil.Na verdade o traficante sabe que se parar de fazer barulho as coisas voltam ao normal. Não foi a violência que provocou a ação do Estado, foi o barulho. Para-se com o barulho, o Estado diz que o assunto está resolvido e semana volta tudo ao normal para o tráfico.

  2. Como é que é??? E aquela declaração de "tempo indeterminado"? Quer dizer que utilizaram as FFAA e as de segurança pública só para apaziguarem a guerra dos traficantes e não defenderem a população? E os traficantes que estavam escondidos na mata, com fome e isolados, vão voltar alegremente? Por que não utilizaram as tecnologias disponíveis para localizarem os fugitivos? E o traficante líder, se entregou, foi preso ou fez acordo? E a missão de apreender armas e traficantes, falhou? E as pessoas da comunidade vão voltar a conviverem como vítimas diárias das facções? O que houve? Acabou o dinheiro, que diziam que era suficiente, para essa operação? Será que o dinheiro disponível foi transferido para a defesa do presidente e distribuir para os parlamentares? Se é para atender os pedidos e fazer uma operação "meia-sola", é preferível não participar. A confiança da população vai diminuir. Muito decepcionante para o Brasil. Acho que esse ministro não vai ficar muito tempo.

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