Os dias eram assim: o dia em que Figueiredo teria mandado Roberto Marinho “tomar no…”

João Figueiredo
Segundo o Neto de Figueiredo, a Globo só se voltou contra os militares em represália ao surgimento do SBT (Imagem:PR)

Paulo Figueiredo Filho é neto de João Figueiredo, o último presidente do regime militar, ou o ditador que cumpriu a promessa de entregar o poder a um civil. Em postagem no perfil pessoal, o economista, empresário e articulista elucidou uma passagem do avô pela Presidência da República. Por causa do amor que ambos nutriam por cavalos, Roberto Marinho era amigo pessoal do militar. Mas, uma vez no poder, o ex-chefe do Serviço Nacional de Informações alertou o proprietário da Globo que não assinaria novas concessões para o grupo pois a comunicação brasileira já estava por demais concentrada.
De fato, em julho de 1980, após mais uma greve dos funcionários da emissora, Figueiredo assinou o decreto que extinguia a TV Tupi. Uma decisão conveniente, uma vez que já havia dois grandes grupos interessados não só no espaço deixado pela primeira emissora do país, como também no da TV Excelsior, cujo fim das atividades completava 10 anos. Desta forma, Silvio Santos e Adolfo Bloch trouxeram o SBT e a Manchete ao mundo.
Em 1981, o Grupo Bandeirantes também se expandiu, inaugurando uma filial em Salvador. Enquanto isso, e de acordo com relatos de Figueiredo Filho, a promessa seguia sendo cumprida sem qualquer concessão aos Marinhos.
A gota d’água teria sido justo a estrutura liberada para Silvio Santos:
“Foi a concessão ao Silvio Santos o motivo do rompimento definitivo de qualquer relação. Logo ao saber do fato, Marinho ligou desaforado e soltando os cachorros para o presidente, que não aturou e mandou o dono da Rede Globo “tomar no centro do c*”, nestes termos, com todas as letras.”
O SBT nasceu em segundo lugar na audiência e ficaria lá até o final da década, quando seria superado pela Manchete. Desde que Silvio Santos tornou-se um concorrente incômodo, o apoio da Globo a Figueiredo teria sido posto de lado. E, ao final do mandato, a empresa já fazia oposição ao Governo Federal.
Figueiredo Filho concluiu o relato com uma espécie de desafio: “não tenho dúvidas de que, caso se candidatasse em 2018, meu avô seria eleito presidente no primeiro turno“. A disputa, claro, jamais poderá acontecer. E não só porque João Figueiredo morreu em 1999. Mas porque o próprio militar deixou o poder pedindo para ser esquecido.
Em vão.
IMPLICANTE/montedo.com

8 respostas

  1. O que o povo deseja é eliminar a "democracia anarquista" fomentada pela corrupção generalizada que reina absoluta nas várias instituições federais.O "toma lá dá cá "mina a capacidade da nossa nação de superar as mazelas de terceiro mundo que convivem lado a lado com a tecnologia de primeiro mundo em outros setores.Não será um General ,um sassá mutema ou qualquer demagogo que irá mudar o país e alavancar de vez o nosso desenvolvimento e nos colocar em definitivo no protagonismo do mundo.As mudanças ocorrerão com uma participação mais efetiva da população, policiando e cobrando com rigidez,o uso do erário público por parte dos políticos!

  2. Dois tempos diferentes: O ex-presidente Figueredo mandou o empresário tomar naquele lugar; mais recentemente, a ex-presidente Dilma, era conhecida pela desproporção de palavrões e insultos aos militares do palácio do Planalto. Regredimos.

  3. Anônimo 11 de setembro de 2017 15:56, Como você fala em participação mais efetiva de um povo que só fala em futebol e adora rebolar no carnaval? E eu sou povo também, mas pode me excluir do citado grupo. Já estou mais que revoltado com esta gente brasileira, que de brava não tem nada.

  4. Conheça dez histórias de corrupção durante a ditadura militar

    O UOL listou dez delas, tendo como fonte a série de quatro livros de Elio Gaspari sobre o período ("A Ditadura Envergonhada", "A Ditadura Escancarada", "A Ditadura Derrotada" e "A Ditadura Encurralada") e reportagens da época. O primeiro item que envolve Delfim Netto contém uma resposta do ex-ministro sobre os casos. Veja:

    1 – Contrabando na Polícia do Exército
    A partir de 1970, dentro da 1ª Companhia do 2º Batalhão da Polícia do Exército, no Rio de Janeiro, sargentos, capitães e cabos começaram a se relacionar com o contrabando carioca. O capitão Aílton Guimarães Jorge, que já havia recebido a honra da Medalha do Pacificador pelo combate à guerrilha, era um dos integrantes da quadrilha que comercializava ilegalmente caixas de uísques, perfumes e roupas de luxo, inclusive roubando a carga de outros contrabandistas. Os militares escoltavam e intermediavam negócios dos contraventores. Foram presos pelo SNI (Serviço Nacional de Informações) e torturados, mas acabaram inocentados porque os depoimentos foram colhidos com uso de violência – direito de que os civis não dispunham em seus processos na época. O capitão Guimarães, posteriormente, deixaria o Exército para virar um dos principais nomes do jogo do bicho no Rio, ganhando fama também no meio do samba carioca. Foi patrono da Vila Isabel e presidente da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba).

    o delegado Fleury, quando pensava em afastá-lo: "Esse é um bandido. Agora, prestou serviços e sabe muita coisa". Fleury morreu em 1979, quando ainda estava sob investigação da Justiça.

    5 – As mordomias do regime
    Em 1976, as Redações de jornal já tinham maior liberdade, apesar de ainda estarem sob censura. O jornalista Ricardo Kotscho publicou no "Estado de São Paulo" reportagens expondo as mordomias de que ministros e servidores, financiados por dinheiro público, dispunham em Brasília. Uma piscina térmica banhava a casa do ministro de Minas e Energia, enquanto o ministro do Trabalho contava com 28 empregados. Na casa do governador de Brasília, frascos de laquê e alimentos eram comprados em quantidades desmedidas – 6.800 pãezinhos teriam sido adquiridos num mesmo dia. Filmes proibidos pela censura, como o erótico "Emmanuelle", eram permitidos na casa dos servidores que os requisitavam. Na época, os ministros não viajavam em voos de carreira, e sim em jatos da Força Aérea.

    Antes disso, no governo Médici já se observavam outras regalias: o ministro do Exército, cuja pasta ficava em Brasília, tinha uma casa de veraneio na serra fluminense, com direito a mordomo. Os generais de exército (quatro estrelas) possuíam dois carros, três empregados e casa decorada; os generais de brigada (duas estrelas) que iam para Brasília contavam com US$ 27 mil para comprar mobília. Cabos e sargentos prestavam serviços domésticos às autoridades, e o Planalto também pagou transporte e hospedagem a aspirantes para um churrasco na capital federal.

    8 – Newton Cruz, caso Capemi e o dossiê Baumgarten
    Paula Giolito /Folhapress

    Newton Cruz
    O jornalista Alexandre von Baumgarten, colaborador do SNI, foi assassinado em 1982, pouco depois de publicar um dossiê acusando o general Newton Cruz de planejar sua morte – segundo o ex-delegado do Dops Cláudio Guerra, em declaração de 2012, a ordem partiu do próprio SNI. A morte do jornalista teria ligação com seu conhecimento sobre as denúncias envolvendo Cruz e outros agentes do Serviço no escândalo da Agropecuária Capemi, empresa dirigida por militares, contratada para comercializar a madeira da região do futuro lago de Tucuruí. Pelo menos US$ 10 milhões teriam sido desviados para beneficiar agentes do SNI no início da década de 1980. O general foi inocentado pela morte do jornalista.

  5. Corrupção nenhuma tem justificativa, mas se comparar a da época com as dos últimos 32 anos, há um abismo colossal concorda ? O que os governos civis posteriores principalmente o do PT/PMDB praticaram é incomparável na história do Brasil, se vc discordar então és esquerdopata Lulopetistacomunista, e merece o meu total desprezo, os governos militares com todos os seus defeitos e erros, deram mais lucro do que prejuízo ao país, pesquise na internet os avanços tecnológicos e obras e verás que não há comparação com os de hoje, analise em relação proporcional a época, se os governos tivessem dado continuidade juntamente com o Plano Real e roubassem menos o Brasil estaria em situação econômica e social muito melhor.

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