‘Nós estamos no limite’, diz ministro da Defesa sobre bloqueio de verbas

jungmann
Raul Jungmann afirmou que contingenciamento ainda não afetou Forças Armadas, mas que será será preciso reduzir serviços se não houver liberação.
Raul Jungmann falou sobre tensão após testes nucleares da Coreia do Norte (Foto: Reprodução/TV Globo)
Raul Jungmann falou sobre tensão após testes nucleares da Coreia do Norte (Foto: Reprodução/TV Globo)
Pedro Alves e Katherine Coutinho, G1 PE
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou durante visita ao Recife, na segunda-feira (4), que o contingenciamento de recursos da União não afetou operações de segurança no país, mas que a situação está “no limite”. Jungmann veio à capital pernambucana em visita ao Programa Forças no Esporte, que atende crianças e jovens de escola pública. (Veja vídeo acima)
Em março, foi anunciado um bloqueio de R$ 42,1 bilhões nos gastos da União, que afetou diversas áreas. Em julho, o governo fez novo corte, de R$ 5,9 bilhões. O Ministério da Defesa, pasta responsável pelos repasses ao Exército, teve R$ 5,75 bilhões de sua dotação orçamentária para 2017 bloqueada. Com isso, o valor liberado para despesas recuou de R$ 22,28 bilhões para R$ 16,52 bilhões. O Exército sofreu contingenciamento de 43%.
“Até aqui, nós não tivemos comprometimento operacional das Forças, mas nós estamos no limite. Ou seja, o nosso limite é exatamente o mês de setembro. Nós temos o compromisso que, aprovada a nova meta fiscal, nós vamos ter a liberação desse recurso e a vida segue para nós, eu espero, normalmente”, declarou Jungmann.
O ministro apontou que, caso não haja liberação do orçamento, o caminho vai ser o de reduzir os serviços. “[Caso não haja liberação] você terá um cenário complicado, em que terá que reduzir muitos dos serviços que são feitos. Você terá que, possivelmente, fechar unidades e outros problemas mais. Você vai ter que reduzir, por exemplo, o número dos que vão prestar serviço militar, que são 80 a 90 mil. Você vai ter uma série de restrições, procurando preservar o que é essencial para a defesa do país”, explicou.
Testes da Coreia
Durante a visita, Jungmann também demonstrou preocupação com o teste com uma bomba de hidrogênio feito pela Coreia do Norte no domingo (3). “Há um tratado de não proliferação [de armas nucleares], que está fazendo 60 anos, e está aí um caso a mais de que esse tratado não tem sido capaz de inibir. A situação é extremamente preocupante”, apontou o ministro.
O governo brasileiro, através do Itamaraty, emitiu uma nota condenando o teste, afirmando que “o exercício militar que teria envolvido a detonação de bomba de hidrogênio constitui inaceitável ato de desestabilização da segurança na região”. O texto aponta ainda que “é fundamental que se restabeleçam as condições para negociações de paz na península coreana”.
O ministro lembrou a necessidade de se negociar “uma saída que seja conciliatória”. Jungmann apontou que a situação da península coreana “é hoje o principal ponto nervoso de preocupação dos países e também da própria ONU”.
Pernambuco
O ministro também aproveitou a visita para falar sobre os índices da criminalidade em Pernambuco, que em julho chegaram à média de 14,4 homicídios por dia. Para o chefe da Defesa, a situação “pede esforços do governador Paulo Câmara”. Segundo ele, a situação tem se agravado em todo o país. “Caso o governador entenda necessário o apoio das Forças Armadas, como fizemos em dezembro de 2016, basta se entender com o presidente da República”, afirmou.
O ministro participou, nesta segunda-feira (4), do aniversário de dez anos do programa Programa Forças no Esporte (Profesp), desenvolvido em organizações militares da Marinha, do Exército e da Força Aérea e disponibiliza recursos para o fornecimento de alimentação saudável e de qualidade para as crianças, jovens e adolescentes.
“São 22 mil crianças, em todo o Brasil, que recebem iniciação esportiva, saúde, odontologia, reforço e aulas cívicas, voltadas para os princípios e valores que temos no país. É um programa que adoraria expandi-lo muito mais. Todas as crianças aqui são selecionadas em escolas públicas e escolas de periferia. É um diferencial muito importante na vida dessas crianças e algumas, eu espero, venham a representar o Brasil, um dia”, disse.

17 respostas

    1. General Villas Boas,peça pra sair.E saia com a mais absoluta das certezas de que foi um dos piores comandantes que a tropa já teve.Fomos enrolados na bandeira nacional por seu ministro Raul Jungmann que utilizou a tropa como palanque eleitoral gratuito.Peça pra sair!

  1. Quem está no limite é a tropa por tanta falta de informação em relação a tal reestruturação das carreiras dos militares. Se ocorrer será pra pior, como todas as mudanças dos últimos trinta anos.

    1. "As instituições no Brasil estão funcionando ,perfeitamente".General Villas Bôas.

      Claro que estão! Para todos os Generais…Muitas diárias…Para todos os políticos como Lula,Dilma,Zé Dirceu,Palocci,Gleisi Helena Hoffmam, João Vacari Neto,José Genoíno, Paulo Bernardo,etc,etc,etc…E o Geddel,hein,General Villas Boas ? O maior arrombamento mundial ,institucionalizado, aos cofres de um povo! Realmente,as instituições ,no Brasil,estão funcionando muito bem…Quantas malas e quantas caixas,hein ? R$ 51 milhões ,entre míseros reais e dólares,jogados num apartamentozinho…E a nossa prometida Reestruturação pelo candidato a governador de Pernambuco, Raul Jungmann ,hein,General Villas Bôas? O camarada lhe enrolou na bandeira nacional,hein? E levou a empobrecida tropa junto.Usou e está usando o exército como palanque eleitoral,gratuito.Não tá tudo funcionando,não,General ? Só pro Geddel Vieira Lima,né?

  2. Contraditório as declarações do ministro. Se não tivesse afetado não precisaria reduzir nada. Se ele se refere em retirar as tropas dessas missões fajutas, ótimo. é bom dizer que as Forças Armadas não fazem serviços, não são serviçais como estão sendo usados. O costume de dar tarefas diversas e alheias as suas atividades-fim, começa a provocar equívocos. Voltem as tropas para os quartéis, já que se meteram nessa roubada do Rio, deixando para a Força nacional, que é o papel delas. Reduzam o expediente, pois isso não afeta a segurança; deixem apenas o básico dos básicos para manter a operacionalidade da tropa; cortem todas as mordomias de carros para oficiais, pois não morrer se usarem os seus ou dividirem um UBER; cortem a festa de aviões grátis da FAB; mantenham somente formaturas necessárias e sem coquetéis de luxo. Na verdade, os militares estão colhendo hoje o resultado da confiança excessiva que deram aos governos. O presidente continua sendo o dono do "BODE".

  3. Então vamos tomar medidas de austeridade:
    1. Cortar os efetivos de oficiais NPOR;
    2. Reduzir vagas na ESA e AMAN;
    3. Reduzir o número de organizações militares nos Estados do Rio de Janeiro São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais;
    4. Dar meio expediente;
    5. Ter uma escala de 48 horas de folga após sair do serviço, descansando e não cumprindo expediente;
    6. Reduzir o número de organizações militares ociosas ou juntar organizações militares, desativando no período de crise;
    7. Adequar o Que;
    8. Reduzir a burocracia;
    9. Reduzir o efetivo, mas aumentar o adicional de habilitação para os que sobrarem;
    10. Um efetivo e Menor pode ser um efetivo mais operacional.
    11. Voltar com a licença especial a cada 10 anos, devendo ser gozada enquanto o militar estiver na ativa.

  4. Os petistas escolheram muito bem quem eles queriam na chapa com a Dilma. O resultados estamos vendo. Com essa sacanagem toda contra os militares, onde prometem uma reestruturação de carreira e melhoria salarial, defasada ha décadas, só para conseguirem mais serviços a preços quase de graça, acho melhor trocar os toques de corneta dos quartéis por toques do bode: BÉEE, BÉEEEE, BÉEEE!!!! É muita melodia de enganação.

  5. Sabemos disso. Não pagaram a diferença do CAS e dos movimentados em 2016. Fui para reserva e ingressei na Justiça. São hum mil e duzentos reais, pouco, mas é meu. Vou pagar 15% ao Advogado mas vou receber.

  6. Quem está no limite é a tropa!! Quero só ver capitães e tenentes, e muito mais as praças com filhos e dificuldades "recriarem" o movimento dos Tenentistas…pq dessa vez não vai haver falha e derrota, haja vista que não há comando e consenso na tropa!! O que vemos hoje é uma promiscuidade entre generais e políticos, o que é inconcebível para as FFAA. A cadeia dr comando está ruindo…só não vê quem é doente, cego, corrupto ou aleijado.

  7. Um general doente, na cadeira de roda, quando vai falar algo, psicologicamente, já começa derrotado, olhando de baixo para cima, posição de submisso. Tinha que ser trocado, nunca vi coisa assim antes. Se ele tivesse que marchar na tropa, como seria? Por motivos como esse é que sempre "enrolam" os militares, é muito fácil!
    Pelo que me disseram uma vez, só quem pode fazer alguma modificação para militares é o Presidente da República. E a outra forma de mudar algo é através de uma PEC. Então, vê-se que será muito difícil um presidente fazer algo para os militares, até porque o presidente está no Poder Executivo, mas ele é mesmo é do Poder Legislativo, para onde ele direciona todas as VANTAGENS para os funcionários. Não é preciso ser cientista político para entender isto.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo