Brasil não tem dinheiro e vontade política para pôr Exército na fronteira, diz ministro da Defesa

Falta de interesse político do Congresso Nacional emperra todo investimento para a segurança das fronteiras do país

Leandro Abreu e Michel Faustino
O Exército Brasileiro só não aumenta sua presença nas fronteiras por falta de dinheiro e desinteresse político do Congresso Nacional. Pelo menos é o que justifica o ministro da Defesa, Raul Jungmann, que esteve em Mato Grosso do Sul para acompanhar os trabalhos de uma operação das Forças Armadas em área fronteiriça.
As declarações de Jungmann ocorrem dias depois que Jorge Rafaat Toumani, chamado de “Rei da Fronteira” e apontado como um dos maiores traficantes de drogas da região, foi morto em um atentado no Centro de Pedro Juan Caballero, que faz fronteira com Ponta Porã. No ataque, até armamento antiaéreo foi utilizado.
O avanço da violência na fronteira – além da morte de Rafaat, na terça feira um policial civil foi assassinado em Paranhos, outro município na fronteira – no mesmo período da Operação Ágata 11, teoricamente feita pelo Exército para inibir criminosos, colocou Jungmann em uma saia justa em entrevista coletiva na tarde desta sexta. Ao jogar a culpa pela ausência dos militares na fronteira à crise financeira e ao Congresso, se viu obrigado a defender suas tropas.
“Estamos engessados por falta de recursos. O Brasil vive uma estagnação financeira e isso tudo reflete na questão de aumentar efetivamente a fiscalização na fronteira. O Exército dispõe de recursos humanos, logística e demais predicados para fazer esse trabalho, mas falta vontade política. Não falta vontade da parte do Ministério da Defesa, mas sim a liberação de recursos que emperra no Congresso Nacional”, disse durante entrevista coletiva na Base Aérea de Campo Grande.
Um exemplo dessa falta de recursos que acaba prejudicando o investimento na segurança da fronteira é o programa Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras). “É uma ferramenta importantíssima para fazer a fiscalização da fronteira de forma rigorosa por meio da tecnologia, mas para o funcionamento ainda faltam R$ 18 milhões”, citou o ministro, reiterando a falta de interesse político. “Um país que tem uma receita como o nosso poderia disponibilizar esse recurso para colocar logo em funcionamento o sistema”, completou.
Atentados
A execução do empresário e narcotraficante Jorge Rafaat Toumani na noite de quarta-feira (15) no centro de Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã, acabou criando um clima de “guerra” na fronteira com o país vizinho. Mas conforme o ministro, a situação só não foi agravada por conta da presença dos militares do Exército durante a Operação Ágata 11 do lado brasileiro.
“Essa situação foi muito grave, mas temos que destacar que esse conflito se deu em outro país. O fato de ter presença militar na região foi um fator de estabilização e evitamento, o que impediu que aquela guerra pudesse, inclusive nos alcançar e ser pior. O fato de termos expandido o monitoramento foi um fator muito importante neste caso.”, afirmou Jungmann.
Já na terça-feira (14), o policia civil Aquiles Chiquin Júnior, 34, foi executado em Paranhos, município a 469 km de Campo Grande. Pelo menos três pistoleiros encapuzados invadiram a academia de musculação onde o policial estava e cometeram o crime, que teria ligação com uma chacina ocorrida em outubro do ano passado em uma padaria no centro da cidade, quando cinco integrantes de uma quadrilha de narcotraficantes foram mortos. O ataque teria sido praticado pelo bando rival, do qual faz parte um irmão do policial civil assassinado.
Testes
Ainda de acordo com o ministro da Defesa, na próxima semana um satélite de baixa altitude deve começar a funcionar em forma de teste. “É uma tecnologia israelense e possibilita fazer a varredura e aproximação em até 50 cm em um espaço de 450 km. Com isso é capaz de identificar pessoas. Esse equipamento vai estar em fase de experimentos por seis meses e será utilizado nas Olimpíadas, mas é uma ferramenta que também pode ser utilizada na vigilância das fronteiras”, completou.
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Campo Grande News/montedo.com

16 respostas

  1. tudo besteira. Pq o vago que foi morto com tiro de ponto 50 estava andando solto, cercado de segurança armado? Mesmo sabendo que era traficante? Resposta: a porcaria de lei do Brasil que só presta pra proteger bandido! Se a lei não bota o bandido na cadeia vai ser o sisfron que vai botar? Quanto a não ter dinheiro depende. Se for dinheiro pra melhorar a eficiencia do EB o governo nao tem, mas se for pra mandar fazer banheiro feminino na AMAN pra receber as novas mulheres cadetes, aí já tem dinheiro. http://www.zerohedge.com/news/2016-06-02/why-conscripting-women-combat-will-result-cultural-disaster

  2. 18 milhões?….foi isso que eu li?….as FA não têm 18 milhões?…pqp…a marinha GASTA 1,3 milhão com artigos de padaria e o MD diz que não tem 18 milhões para o sisfron?….não pode ser isso kkkkk

  3. 18 milhões?….foi isso que eu li?….as FA não têm 18 milhões?…pqp…a marinha GASTA 1,3 milhão com artigos de padaria e o MD diz que não tem 18 milhões para o sisfron?….não pode ser isso kkkkk

  4. Exército na fronteira nao vai inibir nada! O EB não quer se envolver com problemas tbm! Todos sabemos que as operações que acontecem apenas tem caráter de exibir a imagem do EB! Ja vi sgt na fronteira tomando mijada porque realizou apreensão de drogas com um cidadão dentro de área militar! E outra, temos poder de Polícia a 150 Km da fronteira, agora pergunto, qual a unidade de fronteira que se utiliza disso em prol da nação? Que destaca diariamente militares a fim de combater o tráfico de drogas? Ninguém quer problema! Almejam apenas o próximo degrau! Quem acha que o EB vai resolver alguma coisa não conhece a realidade!

  5. Agora que as delações vão mostrando quem é quem, inclusive com ilações ao STF, e sem ter como apodrecer o nome do Deputado Bolsonaro, inventam outra coisa qualquer para achincalharem seu nome. É o medo? ou a profunda latrina que está a ética neste País.

  6. Fronteira não é só problema do exército. A PF e outros órgãos de segurança de cidades fronteiriças também devem participar e serem aparelhadas.Essa estória de interesse do governo em reforçar a vigilância nas fronteiras com as Forças Armadas não se confirma quando o governo tira dinheiro deles e usa para outros fins. Com o caixa vazio e um futuro incerto, a solução é cortar gastos fechando unidades militares. A aeronáutica está transferindo esquadrões do norte e nordeste e deixando as Bases com um efetivo mínimo. Os Comares, hospitais serão transferidos ou modificados para apoio mínimo e até o setor de controle de tráfego aéreo será reestruturado com transferências de militares e órgãos operacionais para as sedes dos CINDACTAs.Até a COMARA,que excuta obras pela amazônia, dizem, que está parada e talvez sofra desativações.

  7. Quem manda no país são os meliantes e chefões da máfia nacional.Se não fosse assim, não haveria a guerra urbana do Rio, nos morros, o cinismo dos bandidos quando são presos e sabem que logo estarão nas ruas, as facilidades que as autoridades dão para que bandidos famosos sejam soltos ou "resgatados" e envolvimento de policiais. Tudo gira em torno de muito dinheiro. Como pode um traficante procurado ser preso em flagrante, com cocaína, e um juiz mandar soltar? Está na lei? E as consequências para a população com esse ato, não conta? As respostas muitos sabem e nada podem fazer.

  8. O ministro da Defesa falou o que nenhum outro teve a coragem de falar.Agora, que é uma vergonha assumida é. Uma vergonha.Dizer que a Nação brasileira não libera 18 míseros milhões para um projeto dessa envergadura, extremamente relevante para a segurança nacional é , no mínimo, me autorizar a concluir queJAMAIS as Forças Armadas receberão um vencimento compatível e decente.Claro!!! Se o ministro afirmou que, nem ele e muito menos o comandante do EB, não têm poder suficiente e necessário para receberem essa miséria , imaginem quando a pauta for soldos decentes? Vergonha!!!

  9. O ministro da Defesa falou o que nenhum outro teve a coragem de falar.Agora, que é uma vergonha assumida é. Uma vergonha.Dizer que a Nação brasileira não libera 18 míseros milhões para um projeto dessa envergadura, extremamente relevante para a segurança nacional é , no mínimo, me autorizar a concluir queJAMAIS as Forças Armadas receberão um vencimento compatível e decente.Claro!!! Se o ministro afirmou que, nem ele e muito menos o comandante do EB, não têm poder suficiente e necessário para receberem essa miséria , imaginem quando a pauta for soldos decentes? Vergonha!!!

  10. nos 2 anos em que servi na fronteira com a Colômbia e o Peru por pelo menos um ano a Polícia Federal passou em greve reivindicando melhores salários.
    A Força Nacional recebia gordas diárias pra fazer o policiamento "ostensivo'.
    o Exército, com menor salário, constantemente fazia operações pela fronteira.

  11. Só alocar onde realmente precisa. O Exército como força terrestre deveria ocupar com grande parte de seu efetivo regiões de fronteiras e centrais que permitam rápida chegada aos locais sensíveis. Aí me pergunto. qual a razão de termos um efetivo tão grande em Brasília, Rio de Janeiro e apenas um quartel em FOz do Iguaçu que forma tríplice fronteira…. porta de entrada de armas e drogas no país.., isso é só um exemplo …??? Pode ser bom pessoalmente, mas para finalidade a qual a força existe está tudo descarrilado.

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