Ministério da Defesa negocia criação de duas novas estatais

Uma seria voltada para novas tecnologias aeroespaciais, inclusive satélites e radares, e a outra irá operacionalizar parte das atividades de controle do espaço aéreo
O novo ministro da Defesa, Raul Jungmann, toma posse em cerimônia no Clube da Aeronáutica de Brasília (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)
ESTADÃO CONTEÚDO
O Ministério da Defesa negocia com a Casa Civil e com a área econômica a criação de duas novas empresas públicas que ficarão sob a alçada do Comando da Aeronáutica. Uma é a Empresa de Projetos Aeroespaciais do Brasil S.A. (Alada), voltada para projetos e novas tecnologias do setor, inclusive satélites e radares. A outra, ainda sem nome, irá operacionalizar parte das atividades de controle do espaço aéreo.
Um dos objetivos das novas empresas é criar condições legais para que os recursos obtidos com as tarifas aeroportuárias entrem diretamente nos cofres da Aeronáutica, sem passar antes pelo Tesouro Nacional.
Segundo o ministro da Defesa, Raul Jungmann, a criação das duas empresas públicas é “parte de um eixo muito mais amplo para trabalhar fontes alternativas e novos modelos de financiamento”. Ele lembra que é preciso “criatividade” para enfrentar dois fatores: o país convive com uma grave crise fiscal e não há recursos para investimento, mas a Aeronáutica opera com alta tecnologia, que tem uma dinâmica muito rápida e risco contínuo de obsoletismo.
O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Rossato, especifica que as duas novas empresas fazem parte do “Programa de Reestruturação Administrativa e Operacional da Aeronáutica”, que tem como horizonte 2041, quando a FAB completa 100 anos. Ele disse que, “seguindo uma tendência internacional de otimização de recursos, com redução de custos e de efetivo”, haverá enxugamento de estrutura e estímulo a empregos temporários, de até oito anos, concentrando o pessoal de carreira, militar e civil, nas atividades-fim, como infantaria, armamento e operador sonar.
Como exemplo, o comandante disse que as próprias bases da FAB ficarão mais enxutas, como as de Fortaleza, Recife e Florianópolis. Ele citou também o que já está ocorrendo com o Parque de Manutenção. Estão sendo fechadas as unidades de Belém, Recife e o Parque dos Afonsos, no Rio de Janeiro, deixando em atividade outras três, no Rio, em São Paulo e em Lagoa Santa (MG), mas reduzindo gastos com equipamentos próprios e fazendo parcerias com empresas da iniciativa privada, como a Embraer.
Hoje, a FAB tem um efetivo de aproximadamente 75 mil servidores da ativa, incluindo os civis, mas a intenção do Comando é reduzir o pessoal de carreira para dar vez a jovens formados nas mais diferentes áreas, como engenharia, psicologia, medicina, jornalismo, etc., que teriam um contrato de oito anos. Segundo o brigadeiro Rossato, isso reduziria os custos com pessoal em até 50%, pois os temporários não têm direito a movimentação entre Estados, residência ou aposentadoria. Em contrapartida, têm uma formação sólida e saem da FAB para o mercado com um bom currículo.
O objetivo da nova empresa é buscar “autossuficiência nacional em materiais aeronáuticos, espaciais e nos bélicos de emprego aeronáutico”. A Alada poderá, por exemplo, desenvolver tecnologias de monitoramento do espaço aéreo por meio de rede de satélites; implementar projetos de sistemas, subsistemas e componentes de emprego aeroespacial, tudo isso relacionado à renovação da frota com o caça Grippen NG.
(As informações são do jornal O Estado de S. Paulo)
ÉPOCA NEGÓCIOS/montedo.com

6 respostas

  1. o militar tb não tem direito à movimentação, o militar fica o tempo que a FORÇA quiser em um lugar,

    pois movimentação é interesse da FORÇA, POR ISSO SOMOS OBRIGADOS A IR OU NOS "QUEIMAMOS" NAS PROMOÇÕES.

    Respondido…

  2. DÚVIDA CRUEL,
    Ao nomear o comunista do FORO DE SÃO PAULO RAUL JUNGMANN para o MINISTÉRIO DA DEFESA, não estaria o TEMER seguindo aquele conselho que o FIDEL CASTRO deu ao comunista LULADRÂO quando eles fundaram o FORO DE SÂO PAULO ? ? ? .
    “CUIDE PRIMEIRO DAS FORÇAS ARMADAS, DEPOIS COMECE A GOVERNAR”

  3. O papel aceita tudo. Quando os temporários começarem a reivindicar seus direitos e ou ficarem doentes, machucados e forem reformados ficando eternamente vinculados à força, os comandantes terão muito trabalho.
    Principalmente quando os militares de carreira forem poucos.
    A pressão será grande para melhorar o tratamento e a legislação para os temporários.
    Vai chover de ação judicial.

  4. Mais duas estatais? Justamente agora que estão cortando funcionários e fechando unidades militares? Mais cabides de empregos para os "estrelas". Se for controle de tráfego aéreo em nova estatal, a INFRAERO já tem isso.De que adianta cortar gastos em uma ponta e aumentar na outra ponta, com essas criações?

  5. quem serão beneficiados com a criçao dessas estatais? talvez alguns "othons" da vida…atençao orgaos de fiscalizaçao…olho vivo!!!

  6. Pois é, a fôrça acaba/diminui o efetivo militar de carreira e começa a empregar temporários. Após alguns anos, quando o temporário começar a conhecer o sistema, fazer vários cursos pago pela fôrça e ficar pronto para as atividades, ele completa 8 anos e vai embora dando vaga para outro temporário e ai começa tudo novamente para preparar o temporário e por ai vai. Com certeza a qualidade do profissionalismo técnico e militar vai desmoronar.
    Enquanto o EUA quer aumentar seus militares profissionais, o Brasil vai na contra mão. O Brasil, não é um país sério.

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