Funcionários das Forças Armadas esperam reajuste em agosto

Nelson Lima Neto
Em meio ao discurso do governo federal sobre a necessidade de impor um limite aos gastos públicos e diante da proposta de elevar a contribuição previdenciária dos servidores da União de 11% para 14%, os 499.300 integrantes das Forças Armadas ainda esperam a sua vez, com a votação de um plano de reajustes para os próximos quatro anos, com a primeira parcela para agosto de 2016. O projeto de aumento já está no Congresso (foi enviado ainda no governo Dilma Rousseff). Além disso, há uma promessa do Ministério da Defesa de que nada mudará em relação às regras para os militares passarem para a reserva.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, há poucas semanas no comando da pasta, reforçou num discurso aos militares que sua maior preocupação era “solucionar a questão previdenciária da família militar”. Existe o temor de que haja um aumento da idade mínima para entrar na reserva e uma elevação da contribuição mensal para a geração de pensões, atualmente equivalente a 7,5%. Em nota oficial, porém, o Ministério da Defesa negou: “De acordo com a legislação, todos os militares (da ativa, da reserva e reformados) contribuem com o valor de 7,5% para a pensão militar, e não há previsão de alteração do atual regramento”.
Sobre os reajustes nos soldos, o Projeto de Lei 4.255 está tramitando em regime de prioridade na Câmara dos Deputados, desde o início maio. O problema é que os percentuais de aumento precisam ser aprovados logo. Já em agosto, uma parcela de 5,5% incidiria sobre os soldos de todas as patentes. Outras três estariam previstas para janeiro de 2017, 2018 e 2019.
“Vou procurar realizar o possível na atual conjuntura. Vou além na busca de soluções permanentes para a questão salarial das Forças Armadas”, disse Jungmann, num vídeo de apresentação no site da Defesa.
O ministério garante que o reajuste de 2016 está previsto na Lei Orçamentária. A base da carreira militar seria a mais beneficiada, com algumas patentes recebendo até 48,91%. A Defesa reforçou que os projetos seguem sem alterações, mesmo diante da necessidade de conter o aumento de gastos federais.
Servidores civis também cobram
A reivindicação dos militares é a mesma dos servidores civis do Ministério da Defesa. O grupo, composto por quatro carreiras, conta com cerca de 90 mil pessoas — entre ativos, inativos e pensionistas — e também aguarda uma decisão quanto à implantação de seu plano de reajuste linear.
Os funcionários estão entre as categorias representadas pela Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef). Eles chegaram a um acordo com a União no início deste ano. O grupo aguarda, agora, a deliberação do projeto que tramita na Câmara dos Deputados.
— Vamos avaliar a situação para ponderar sobre novas ações. Podemos até acionar o ministro da Defesa para que ele delibere a nosso favor na Câmara — disse Luís Cláudio Santana, diretor da Condsef e presidente do Sindicato dos Servidores Civis do Ministério da Defesa (Sinfa-RJ).
De acordo com ele, existe uma grande preocupação dos servidores civis ligados às Forças Armadas quanto ao replanejamento das carreiras dentro da pasta da Defesa.
— Não temos um plano de carreira até hoje. Chegamos perto de conseguirmos isso nos últimos anos, mas não tivemos sucesso. A proposta sempre foi de um aumento linear, sem qualificar a categoria — disse Santana.
Segundo a Condsef, a maior parte dos servidores civis do Ministério da Defesa trabalha no Rio de Janeiro (cerca de 45 mil pessoas). Uma parte do grupo é formada por inativos e pensionistas.
EXTRA/montedo.com

16 respostas

  1. Ta ótimo, temos o salário família de 0,16 centavos para fazermos o rancho mensal no super… e os generais continuam preocupados…

  2. Eu não sei o que é mais vergonhoso:um cabo ter um soldo inferior ao salário mínimo ou um general de Exército receber menos que um delegado da polícia civil do Sergipe.

  3. Eu não sei o que é mais vergonhoso:um cabo ter um soldo inferior ao salário mínimo ou um general de Exército receber menos que um delegado da polícia civil do Sergipe.

  4. Eles não deixarão os militares sem aumento porque vai ter Olimpíada e as obras abandonadas pelas empreiteiras, que serão "presenteadas" ao EB.

  5. So uma observacao Léo… Esse cabo que recebe menos de um salario minimo é o não engajado. Claro que é uma vergonha, mas o cabo engajado recebe, hj, quase 2000 reais.

  6. E do pelo jeito, nunca o soldo de Cabo será idêntico ao Salário Mínimo Federal (existem alguns poucos Estados q seguem tabelas próprias e superiores), pois o aumento deste é anual. Para mim é extremamente vergonhoso o Soldado Recruta ter um soldo inferior ao Salário Mínimo Federal…..

  7. Ao amigo anônimo.Qual a diferença no nível de autoridade e responsabilidade legais entre um cabo engajado ou não?Nenhuma.Ambis são cabos.Mesma hierarquia.Vergonha.Indecente.Uma faxineira ganha mais que essa esmola.

  8. Salário Família para os súditos 0,16 centavos, 2% de Representação. Para a Corte, polpudas diárias para inúmeras inspeções Brasil afora. É vergonhosa essa separação.

  9. Tá tudo bem eu ganho R$ 1,92 por dependente ao ano de salário-família no meu contracheque. Não dá nem pra comprar um caixa de leite no supermercado. Mas está tudo bem …. né?

  10. Sr Montedo, sou civil e venho sempre aqui no teu blog me informar sobre a situação dos militares. Eu queria saber: o soldo é o salário dos militares com os descontos? O Sr poderia fazer 2 quadros para explicar, por exemplo, 1 com o salário dos generais e 1 com o salário dos soldados para os civis entenderem melhor? Obrigada.

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