Quando a verdade torna-se um incômodo

Vocês lembram, no dia 22 denunciei a ‘versão vergonhosa’ que a jornalista Heloísa Cristaldo da Agência Brasil fez, ao cobrir, a palestra do Comandante do Exército aos estudantes e professores do UniCEUB, em Brasília, com o tema: “O papel do Exército na vida nacional”. Heloísa fabricou uma versão mentirosa da fala do General Villas Bôas, que transcrevi na íntegra aqui no blog.

Pois bem, na minha ingenuidade, aguardei por alguns dias uma nota oficial esclarecendo o equívoco. Mas qual! Reinou o mais absoluto silêncio nas colunas castrenses. Em tempos de troca de governo, o foco deve ser manter o cargo. A verdade torna-se um valor – digamos – incômodo.

Segundo o jornalista Jorge Serrão, ‘VB’ limitou-se a pedir a seus companheiros da Turma de 1973 da AMAN ajuda para ‘neutralizar’ a divulgação.




Do site Alerta Total, por Jorge Serrão

Joguinho da guerra suja ideológica

O Comandante do Exército, General Eduardo Villas-Bôas, enviou um alerta a colegas da turma 1973 da Academia Militar das Agulhas Negras, advertindo sobre uma manipulação que sua recente palestra sofrera pelo noticiário da Rede Brasil de Notícias – canal oficial do governo federal.A reportagem divulga a mentira de que Villas-Bôas criticara a Revolução de 1964.O Alerta Total reproduz a mensagem do General aos militares, difundida nas redes sociais:“Fiz uma palestra na UNICEUB em Brasília, que está disponibilizada na internet. Durante o debate, no contexto de uma pergunta, eu disse que o Brasil precisa recuperar a coesão interna, perdida por termos cometido o erro de haver deixado a linha de fratura da guerra fria passar por dentro da nossa sociedade, fazendo com que nos dividíssemos. A consequência é que hoje ninguém pensa no país e que a questão nacional nunca está presente nas discussões e no que se projeta para o futuro. Em relação a isso, a rede Brasil de notícias (do governo) editou uma matéria dizendo que eu havia criticado a Revolução de 64. Logicamente, está repercutindo e causando compreensível indignação entre alguns companheiros da reserva. Como nos conhecemos todos, seria desnecessário, entre nós, de 73, fazer esse esclarecimento. Peço contudo que me ajudem a neutralizar essa divulgação, principalmente nesse momento em que nos consolidamos como balizadores dos processos em andamento”.


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19 respostas

  1. Não entendi! O comandante do Exército está preocupado,em esclarecer o que disse, ou não disse a sua turma de 73 e ainda pede que os mesmos esclareçam o que disse. Alguém com QI acima da média, por favor esclarecer porquê o nosso comandante não dá uma nota de esclarecimento a tropa,um simples informex já é suficiente.

  2. Ele esta muito preocupado, mas com o q?
    Talvez, contudo, entretanto, quem sabe, um dia, teremos ou não um esclarecimento ou não.
    Assim esta explicado a não explicação.
    Alguma duvida após o dito não ter dito?

  3. Esse senhor deveria assumir uma postura mais séria, coerente com seu cargo, e emitir suas opiniões de forma clara para evitar desvirtuamentos.
    Nesse caso específico, se realmente ele não disse o que foi divulgado, deveria vir a público e esclarecer o que foi dito, simples assim.

  4. E alguns ainda comemoraram a saída do "burocrata" anterior para a assunção do "guerreiro" VB. Alguns bradaram: "agora temos Comandante"! Ledo equívoco, o EB continua sucateado, sem munição, sem dinheiro nem para pagar concessionárias, pagando soldos ridículos sem reajuste, o plano de carreira piorou (já era o pior em relação às outras FA), continuamos tendo de engolir sapos (comunista no MD,mulheres em linha bélica, ingerência sobre os currículos da AMAN e escolas de Sargentos, uma MP de 2001 que até hoje rugulamenta nossos vencimentos e tirou vários direitos legítimos (que alguns órgãos já cobseguiram reverter), etc), e por aí vai…sinceramente? Não sinto a menor saudade do Gen Enzo, o qual já foi tarde, mas o Gen VB está se mostrando "mais do mesmo". Tiririca "sabe de nada, inocente": pior do que está pode sim ficar!

  5. Eu sempre li nos informex da vida que informar é dever do Comando. Ingênuo, achava que era informar (a tropa) é dever do Comando. Agora vejo que na realidade é informar (a turma da AMAN de 1973) é dever do Comando (pelo menos do atual Comando). Feliz na reserva, EB acabou com a falta de coragem moral dos chefes de posicionarem. Concordo contigo, Montedo: todo mundo fingindo que não ouve, não vê, não fala, e assim se vai mantendo a posição de boa base.

  6. Por que ele próprio – o cmt do EB – não emite uma Nota desmentindo a versão da rede Brasil de noticias? Não entendi a solicitação aos "colegas de 73".

  7. As fichas de avaliação dos militares abrangem uma infinidade de aspectos irrelevantes, e não existe avaliação no atributo CORAGEM. Muito pelo contrário, por vezes vemos militares sendo penalizados quando corajosamente buscam defender sua integridade ou de seus subordinados. O resultado de uma vida inteira dedicada a uma carreira na qual a coragem é vista como um instinto errado a ser controlado, é exatamente essa subserviência e esse medo. Hoje no exército só tem coragem que não tem mais nada a perder.

  8. Solicitar que a verdade seja divulgada no mesmo espaço da mentira publicada não configura crime, então, não ha porque temer represálias e, mesmo que tivesse, o compromisso com a verdade não pode ceder às mentes deturpadas de governistas.

  9. Olha o que está chegando para os militares:

    http://diariodopoder.com.br/coluna.php

    GOVERNO DILMA PARADO: DNIT INTERROMPE 61 OBRAS
    Com a presidente Dilma dedicada exclusivamente a tentar salvar a própria pele, seu governo dá sinais de falência múltipla de órgãos: o próprio diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (DNIT), Valter Silveira, assina um documento em que propõe a paralisia de 61 importantes obras de construção rodoviária, além da suspensão de 40 contratos de supervisão. Tudo por falta de dinheiro.

  10. Nos dias atuais, aqui no Brasil, parece que cargos, "status" e mordomias são mais importantes que honra, ética, caráter!

    O cidadão vende até a alma em troca dessas benesses.

    Para onde nossas autoridades levarão esse país daqui a cinquenta anos?

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