RJ: deputada quer voos comerciais na Base de Santa Cruz. FAB é contra

Clarissa Garotinho quer voos na base de Santa Cruz
Clarissa Garotinho apresentou projeto ao ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha. 
Aeronáutica é contra
CAIO BARBOSA
Rio – Famosa por abrigar o Hangar do Zeppelin, projetado para receber dirigíveis alemães na década de 1930, a Base Aérea de Santa Cruz, acostumada a receber aeronaves militares após a Segunda Guerra Mundial, pode ganhar vôos comerciais. O ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, recebeu no último dia 27 um projeto das mãos da deputada Clarissa Garotinho (PR) para o uso comercial do espaço.
A ideia atende a pedido de empresários do setor de turismo, tendo em vista não só os Jogos Olímpicos de 2016, como também o crescimento imobiliário da Zona Oeste do Rio. “A população da Barra e Recreio tem crescido muito. Somente nos próximos meses teremos mais 11 mil novos apartamentos. A utilização da Base Aérea atenderia esta demanda e ajudaria a evitar o deslocamento de ainda mais veículos para Centro e Zona Sul em direção ao (Aeroporto) Santos Dumont”, defendeu Clarissa.
A utilização comercial da Base Aérea de Santa Cruz reduziria em 15 minutos o tempo gasto na ponte aérea Rio-São Paulo, que cairia para aproximadamente 30 minutos, menos da metade do tempo gasto da Barra ao Santos Dumont, por exemplo. Para a deputada, a Base Aérea atenderia também parte da demanda do Porto de Itaguaí, além de alavancar o turismo na Costa Verde, sobretudo em Angra dos Reis e Paraty.
Moradores de Santa Cruz, no entanto, veem com desconfiança a novidade. Para muitos deles, a prioridade seria investimentos em saneamento, escolas e mais postos de saúde. “Aeroporto na região é para atender os ricos. E Santa Cruz precisa de atendimentos aos pobres”, cobrou o comerciante Jeferson Silva.
Clarissa Garotinho concorda com a reclamação dos moradores, mas lembra que as demandas são complementares. “É um fato que Santa Cruz precisa de mais serviços, mas um aeroporto comercial, numa base aérea que já existe, ou seja, com investimento a custo baixo, traria mais infraestrutura para toda a região. Seria benéfico para todo mundo”, defende Clarissa.
Aeronáutica: base é estratégica para segurança aérea
O Comando da Aeronáutica informou ao DIA , por meio de sua assessoria de imprensa, que não recebeu, até o momento, nenhum documento que trate sobre o tema. “Ressaltamos, no entanto, que a Base Aérea de Santa Cruz é fundamental e estratégica para o sistema de Defesa Aérea do país e para a segurança do complexo industrial da Região Sudeste”, disse, em nota.
A comissão liderada por Clarissa Garotinho — que incluiu representantes da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-RJ) e do Rio Convention & Visitors Bureau (Rio CVB), que representam o setor — lembrou ao ministro Eliseu Padilha, que esteve presente ao lado do secretário executivo, Guilherme Mora, e do secretário de Aviação Civil, Juliano Noman, que outras bases aéreas já têm uso misto, como o caso de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e do Guarujá, no litoral paulista.
“O próprio Galeão, hoje Aeroporto Internacional Tom Jobim, já foi uma base aérea. O ministro ficou animado e pediu um prazo de 15 dias para apresentar um estudo técnico prévio sobre a viabilidade do projeto”, explicou a deputada. Procurado por meio de sua assessoria, o ministro não se pronunciou sobre a proposta.
Independentemente da aprovação do projeto, os aeroportos Santos Dumont e Tom Jobim deverão receber uma série de melhorias até 2016. No Aeroporto Internacional, estão previstas mais 47 posições para estacionamento de aeronaves, 26 pontes de embarque e 63 balcões de check-in, melhorando o fluxo de embarque e desembarque de passageiros.
As obras previstas para o Santos Dumont incluem a reconstrução de 75 mil metros quadrados do pátio de aeronaves, com drenagem e pavimentação. O investimento é de R$ 42,8 milhões e dará mais segurança e agilidade às aeronaves no solo.
O Dia/montedo.com

13 respostas

  1. É uma boa idéia. A FAB pode administrar e com os recursos auferidos construir uma base nova e moderna em região com menor população. Além disso, pode também atender a população com posto de saúde dentro da base. Vai estimular os negócios na região, comércios, indústrias, serviços, além de gerar economia aos usuários.

  2. Acho que a Marinha também deveria abrir o presídio da ilha das Cobras no Rio de Janeiro para receber futuros presos da Lava jato e do mensalão !

  3. Agora virou moda quererem as Bases Aéreas. Os "Garotinho" estão nessa? Não há nenhum interesse particular? Não tem coisa mais importante e urgente para se resolver no município e estado?Ex.segurança, atendimentos na saúde, escolas mais eficientes, etc.

  4. Péssima ideia. Visa atender os endinheirados da Barra da tijuca, zona Sul em geral, enquanto isso a desigualdade social cresce demais no Rio de Janeiro. Base militar é Base militar, vamos fazer também da Base Aérea de Anápolis também aeroporto civil. Onde civil poe a mão é só corrupção e a parte estratégica vai indo pelo ralo. Em São Paulo faz anos que querem acabar com o Campo de Marte para construírem apartamentos para os simpatizantes dos comunas, por onde a gente olha é só "neguinho" crescendo o olho para roubar mais algum, tá PHOFA.

  5. O destino dessa Base Aérea juntamente com a Brigada de Infantaria Paraquedista é a cidade de Palmas-TO. Alguns anos atrás foi orçado em 230 milhões essa transferência. Elas devem ficar no centro do país. O problema para implantação é apenas R$….

  6. Se pensarmos em "estratégias" indo pelo ralo onde civil põe a mão é o mesmo que dizer que estratégias velhas são sempre bem sucedidas, mesmo que nas mãos de militares. Nesse raciocínio, Golbery do Couto e Silva estava certo ao criar o Lula. Era um estrategista, o mago. Talvez, por causa da despolitização dos militares, as FFAA, em geral, estejam aí nessa choradeira por melhores salários. Mas, e a produção?

  7. Aeroporto civil misturado com tráfego de aviões caças envolvidos em defesa aérea não é bom. O aeroporto pode ser usado durante as olimpíadas, possivelmente. Em Natal, se não me engano, essa mistura era uma complicação e perigo constante. Por que não aproveitar essa vontade repentina e fazer projeto de um outro aeroporto em local mais adequado e que atenda outros municípios?

  8. Amigo anônimo das 10:45 – Sinto informá-lo mas quem criou o Lula foram os "intelectuais de extrema esquerda" da UNICAMP e da USP no fim da década de 70, "eles" viram naquele então sindicalista uma saída para colocar um operário em Brasília, ali nasceu Lula, todos nós que frequentamos a vida acadêmica, sabemos da veracidade de como surgiu "LULA". Assim como o comunismo surgiu no século XIX, os comunistas estudam o Brasil a muito tempo atrás, ouvi de um professor que na região de Campinas – São Paulo, existem verdadeiros exércitos fortemente armados prontos para agirem assim que derem a determinação, então meu caro, canja de galinha e prudencia é sempre bom.

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