Marinha: a história se repete

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Na década de 90 a Marinha do Brasil (MB) viu-se numa encruzilhada: seus contratorpedeiros das classes Fletcher, Allen M. Sumner e Gearing recebidos na década de 70 estavam sendo desativados e a construção das corvetas classe “Inhaúma” que previa 16 navios, ficou somente em 4 unidades.
A solução encontrada pela MB na época foi adquirir 4 fragatas classe “Garcia” desativadas pela U.S. Navy (foto acima).
No século XXI, depois das tentativas de se construir navios de guerra no Brasil, o expediente deve se repetir, com a aquisição de navios usados.
A escolta mais nova da Esquadra brasileira é a corveta Barroso, que demorou 14 anos para ser construída. Em comparação, a China constrói 8 corvetas Type 056 por ano!
A Esquadra brasileira encontra-se atualmente em situação bem mais difícil, seus navios estão mais velhos e no mercado internacional existem poucas opções de usados. Em setembro, a MB deve desativar a fragata Bosísio (F48) e, em 2016, a fragata Niterói (F40).
Como agravante temos uma crise política e econômica no país que tão cedo não será resolvida e os planos de construção de novos navios para a Marinha não têm previsão de serem colocados em prática.
O Comandante da Marinha do Brasil está visitando os EUA e pode voltar com novidades para solucionar o grave problema da Esquadra. Pelo jeito, a história pode se repetir com a compra de 4 fragatas dos EUA, desta vez navios da classe “Oliver Hazard Perry” – OHP.
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As fragatas OHP não têm mais o lançador de mísseis Mk.13 da proa, mas mesmo assim são navios que podem operar com os novos helicópteros Sikorsky Seahawk SH-16. Além disso, empregam a turbina LM2500 que também é usada nas corvetas classe Inhaúma e Barroso.
A transferência de 4 fragatas OHP à MB permitiria a desativação das três corvetas classe “Inhaúma” que estão paradas há muito tempo e que dificilmente voltarão a operar a contento.
Por outro lado, as OHP poderiam dar à Esquadra mais um fôlego até a chegada das corvetas classe “Tamandaré” e das fragatas do programa Prosuper, se este vier mesmo a se concretizar.
Fragatas OHP atracadas
Na tabela abaixo pode-se ver o status das fragatas OHP construídas nos EUA, entre as quais algumas estão disponíveis para transferência.
Nome da fragata IndicativoVisual Construtor Comissionamento–Descomissionamento Destino
Oliver Hazard Perry FFG-7 Bath Iron Works 1977–1997 Inutilizada para desmanche, 21 de abril de 2006
McInerney FFG-8 Bath Iron Works 1979–2010 Transferida ao Paquistão como PNS Alamgir (F-260)
Wadsworth FFG-9 Todd Pacific Shipyards (Todd), San Pedro 1978–2002 Transferida à Polônia como ORP Gen. T. Kościuszko (273)
Duncan FFG-10 Todd, Seattle 1980–1994 Transferida à Turquia para sobressalentes
Clark FFG-11 Bath Iron Works 1980–2000 Transferida à Polônia como ORP Gen. K. Pułaski (272)
George Philip FFG-12 Todd, San Pedro 1980–2003 Descomissionada para ser desmanchada, em 24 de maio de 2004
Samuel Eliot Morison FFG-13 Bath Iron Works 1980–2002 Transferida à Turquia como TCG Gokova (F 496)
Sides FFG-14 Todd, San Pedro 1981–2003 Descomissionada para ser desmanchada, em 24 de maio de 2004
Estocin FFG-15 Bath Iron Works 1981–2003 Transferida à Turquia como TCG Goksu (F 497)
Clifton Sprague FFG-16 Bath Iron Works 1981–1995 Transferida à Turquia como TCG Gaziantep (F 490)
construída para a Austrália como HMAS Adelaide FFG-17 Todd, Seattle 1980–2008 Desativada e afundada para servir de recife artificial, 13 de abril de 2011
construída para a Austrália como HMAS Canberra FFG-18 Todd, Seattle 1981–2005 Desativada e afundada para servir de recife artificial, 4 de outubro de 2009
John A. Moore FFG-19 Todd, San Pedro 1981–2000 Transferida à Turquia como TCG Gediz (F 495)
Antrim FFG-20 Todd, Seattle 1981–1996 Transferida à Turquia como TCG Giresun (F 491)
Flatley FFG-21 Bath Iron Works 1981–1996 Transferida à Turquia como TCG Gemlik (F 492))
Fahrion FFG-22 Todd, Seattle 1982–1998 Transferida ao Egito como Sharm El-Sheik (F 901)
Lewis B. Puller FFG-23 Todd, San Pedro 1982–1998 Transferida ao Egito como Toushka (F 906)
Jack Williams FFG-24 Bath Iron Works 1981–1996 Transferida ao Bahrain como RBNS Sabha (FFG-90)
Copeland FFG-25 Todd, San Pedro 1982–1996 Transferida ao Egito como Mubarak (F 911), rebatizada Alexandria em 2011
Gallery FFG-26 Bath Iron Works 1981–1996 Transferida ao Egito como Taba (F 916)
Mahlon S. Tisdale FFG-27 Todd, San Pedro 1982–1996 Transferida à Turquia como TCG Gokceada (F 494)
Boone FFG-28 Todd, Seattle 1982–2012 Descomissionada para ser desmanchada, 23 de fevereiro de 2012
Stephen W. Groves FFG-29 Bath Iron Works 1982–2012 Descomissionada para ser desmanchada, 24 de fevereiro de 2012
Reid FFG-30 Todd, San Pedro 1983–1998 Transferida à Turquia como TCG Gelibolu (F 493)
Stark FFG-31 Todd, Seattle 1982–1999 Descomissionada para ser desmanchada, 21 de junho de 2006
John L. Hall FFG-32 Bath Iron Works 1982–2012 Descomissionada para ser desmanchada, 9 de março de 2012
Jarrett FFG-33 Todd, San Pedro 1983–2011 Descomissionada para ser desmanchada, 26 de maio de 2011
Aubrey Fitch FFG-34 Bath Iron Works 1982–1997 Descomissionada para ser desmanchada, 19 de maio de 2005
construída para a Austrália como HMAS Sydney FFG-35 Todd, Seattle 1983- Em serviço ativo (Royal Australian Navy)
Underwood FFG-36 Bath Iron Works 1983-2013 Descomissionada para ser desmanchada, 8 de março de 2013
Crommelin FFG-37 Todd, Seattle 1983-2012 Descomissionada para ser desmanchada, 26 de outubro de 2012
Curts FFG-38 Todd, San Pedro 1983-2013 Descomissionada, aguardando venda militar estrangeira, 25 de março de 2013
Doyle FFG-39 Bath Iron Works 1983-2011 Descomissionada para ser desmanchada, 29 de julho de 2011
Halyburton FFG-40 Todd, Seattle 1983-2014 Descomissionada, 6 de stembro de 2014
McClusky FFG-41 Todd, San Pedro 1983-2015 Descomissionada, 9 de janeiro de 2015
Klakring FFG-42 Bath Iron Works 1983–2013 Descomissionada, aguardando venda militar estrangeira, 22 de março de 2013
Thach FFG-43 Todd, San Pedro 1984-2013 Descomissionada, aguardando venda militar estrangeira, 1 de novembro de 2013
construída para a Austrália como HMAS Darwin FFG-44 Todd, Seattle 1984- Em serviço ativo (Royal Australian Navy)
De Wert FFG-45 Bath Iron Works 1983-2014 Descomissionada, aguardando venda militar estrangeira, 4 de abril de 2014
Rentz FFG-46 Todd, San Pedro 1984-2014 Descomissionada, aguardando venda militar estrangeira, 9 de maio de 2014
Nicholas FFG-47 Bath Iron Works 1984-2014 Descomissionada para ser desmanchada, 17 de março de 2014
Vandegrift FFG-48 Todd, Seattle 1984-2015 Descomissionada, 19 de fevereiro de 2015
Robert G. Bradley FFG-49 Bath Iron Works 1984-2014 Descomissionada, aguardando venda militar estrangeira, 28 de março de 2014
Taylor FFG-50 Bath Iron Works 1984- Descomissionada em maio de 2015
Gary FFG-51 Todd, San Pedro 1984- Descomissionada em agosto de 2015
Carr FFG-52 Todd, Seattle 1985-2013 Descomissionada, aguardando venda militar estrangeira, 13 de março de 2013
Hawes FFG-53 Bath Iron Works 1985–2010 Descomissionada, aguardando venda militar estrangeira, 10 de dezembro de 2010
Ford FFG-54 Todd, San Pedro 1985-2013 Descomissionada para ser desmanchada, 31 de outubro de 2013
Elrod FFG-55 Bath Iron Works 1985-2015 Descomissionada, aguardando venda militar estrangeira, 30 de janeiro de 2015
Simpson FFG-56 Bath Iron Works 1985- Em serviço ativo, para ser descomissionada em agosto de 2015
Reuben James FFG-57 Todd, San Pedro 1986-2013 Descomissionada para ser desmanchada, 30 de agosto de 2013
Samuel B. Roberts FFG-58 Bath Iron Works 1986- Em serviço ativo, para ser descomissionada em maio de 2015
Kauffman FFG-59 Bath Iron Works 1987- Em serviço ativo, para ser descomissionada em setembro de 2015
Rodney M. Davis FFG-60 Todd, San Pedro 1987-2015 Descomissionada em 23 de janeiro de 2015, programada para desmanche
Ingraham FFG-61 Todd, San Pedro 1989-2014 Descomissionada em 12 de novembro de 2014
PODER NAVAL/montedo.com

6 respostas

  1. Serví a Marinha do Brasil por longos anos e ví a chegada da fragata Niterói ! Uma pena o Brasil viver de restos de navios,verdadeiras sucatas que serviam somente para gastar zarcão e tinta além de inflar o ego de oficiais que queriam que marujos fizessem milagres em tantas ferrugens a base de prisão,impedimentos e todas a sorte de arbitrariedade ! Espero que tenha mudado esta mentalidade ! Um país que pleiteia um assento no Conselho de segurança da ONU não pode e nem deve pensar tão pequeno !

  2. E quem seria o ou os responsáveis por essa falta de planejamento e falta de investimentos? De que adianta ter tanta gente chegando ao topo do comando e não poder fazer nada? Alguma saída deve existir ou correr o risco de voltarmos às caravelas, não aquela construída para os quinhentos anos que pode navegar.

  3. Se os navios não prestam, só gastam dinheiro e dão prejuízo, então, usem para como museu e visitação que vai render mais, ou vende na sucata.Do jeito que as coisas andam por aqui, quando o submarino nuclear brasileiro for terminado, se terminarem, não terá mais serventia.

  4. Do jeito que anda daqui a pouco a 4 frota proposta pelos EUA vai patrulhar as costas brasileiras já que o Brasil não faz o seu papel. Os paises estrangeiros vão adorar.
    Pais que não garante a soberania nacional, não manda na propria casa.

  5. Uma saída: servir de alvo de artilharia e, depois que afundar, irá contribuir para atrair mais peixes.Agora que não tem mais navios, não adianta espernear, pois falta coragem e dinheiro.

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