Maré: sargentos das Forças Especiais são feridos em tiroteio com traficantes

Atualização: 6h
Militares das Forças Especiais são feridos no Rio
Unidade de elite foi atacada por traficantes no Complexo da Maré, que ainda feriram um terceiro soldado. 
Vídeo mostra ataque que deixou dois feridos
Movimentação de policiais militares e de soldados do Exército em comunidades do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro
Movimentação de policiais militares e de soldados do Exército em comunidades do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro(Gustavo Oliveira/Folhapress)
Leslie Leitão, do Rio de Janeiro
Criado em 1983, em Goiás, o 1º Batalhão de Forças Especiais é considerado a unidade de elite do Exército Brasileiro. O treinamento, um dos mais difíceis do país, capacita o soldado que se aventura a quase todo o tipo de missão, desde o planejamento e execução de ações de contraterrorismo, contraguerrilha, fuga e evasão, resistência física e psicológica. Se o Brasil entrar em guerra com alguma outra nação do planeta, os FEs, como são conhecidos, serão os responsáveis pelos reconhecimentos estratégicos e os primeiros ataques ao inimigo. Esta apresentação dá uma dimensão do tamanho do problema em que a ocupação do Complexo da Maré se transformou, na porta de entrada do Rio de Janeiro. Na noite do último dia 17 de maio, dois desses “supersoldados” foram feridos em confrontos com traficantes que, após mais de um ano de ocupação, continuam a mandar no território.
De acordo com a assessoria da Força de Pacificação, além dos dois sargentos FEs, um terceiro militar de outra unidade do Exército também ficou ferido. “Foram ferimentos leves e receberam atendimento médico imediato”, informam, sem detalhes mais aprofundados de cada caso. O fato é que desde 5 de abril de 2014, quando mais de 3 000 homens das Forças Armadas ocuparam a Maré – atendendo a um pedido de socorro do então governador Sérgio Cabral -, pelo menos 23 militares foram baleados e um deles, o cabo da Brigada Paraquedista, Michel Mikami, de 21 anos, morreu.
A pouco mais de um mês do término da missão, prevista para 30 de junho, os militares, informalmente, admitem o temor de que outras baixas possam arranhar ainda mais a imagem do Exército: “Se até a nossa tropa de elite é atacada desse jeito, está claro que muita coisa deu errado”, afirma um oficial do Comando Militar do Leste, que pede para não ser identificado.
Um novo vídeo postado nas redes sociais também mostra um pouco mais da ousadia dos criminosos. No dia 21 de janeiro deste ano, um comboio com cerca de 40 homens percorria as ruas da Favela Vila dos Pinheiros, quando foi atacado. Na ocasião, dois militares se feriram. As imagens mostram um confronto de mais de dois minutos ininterruptos. Depois de tantos tiros de fuzil, um militar grita: “Para de atirar!”, no que é prontamente atendido.
Os bandidos, no entanto, continuam a atacar. E os militares voltam a responder os tiros. E um deles diz: “Não queria ação? Taí ação”.
No mês passado VEJA mostrou as relações promíscuas de alguns militares com traficantes, chegando a avisar os bandidos de uma operação que seria realizada pela Polícia Civil em junho do ano passado. Com o vazamento, os bandidos do Morro do Timbau retiraram todo o arsenal que estava escondido ali e levaram para outra parte da Maré. Essa relação, no entanto, não foi a tônica da ocupação: “Muita gente passou a se omitir mesmo para não morrer. Essa guerra não é nossa”, diz um cabo, que foi atacado várias vezes. Numa única semana durante a missão, a Força de Pacificação chegou a se envolver em 80 confrontos diferentes.

Veja/montedo.com

25 respostas

  1. Se a tropa de elite demonstra isto…tem algo errado. Falta preparo psicologico. Fui pm do rj e nas ações o cmt da guarnição nunca usaria palavras de baixo calão com os subordinados. Correria o risco de levar um tiro na cara do companheiro haja vista a situação em que estão. Faltou preparo e principalmente um carro blindado…tipo caveirao. Os caras patrulham de peito aberto….muito vacilo. Coitados o próprio EB não garante a segurança dos seus soldados.

  2. Resumo dos últimos 15 dias:
    1 STen morto no TFM
    1 TC assassinado
    1 TC morto no TFM
    1 Sd morto no Sv
    1 Ten morto ao sair de Sv
    1 Maj que se suicidou
    1 instrutou que esbofeteou Sd Ev…
    ou seja,
    A BRUXA TÁ SOLTA!!!!!
    DEUS nos Livre e guarde de todos os males.
    2° Sgt perplexo!

    1. Isso eo exercito,se vc entra esta previsto a acontecer tudo com vc,isso que ta acontecendo na mare e politica porque se fosse pra nos atua de verdade ja teria morrido muito bandido,mas vc nao vai entender vc e pm

  3. Ao anônimo das 19:47, essa não é a "tropa de elite" , são militares do 9º BI Mtz. A notícia aborda sobre o caso recente dos FE e o vídeo é de janeiro, de uma troca de tiro.

  4. Os soldados não podem fazer o que eles estão treinados para executar em caso de guera. A missão, infelizmente, limita as ações das FFAA. Resultado: procedimentos catastróficos. Ou entra pesado ou não usem soldados para fazer cortina de fumaça. Estão banalizando não só as tropas de elite das Forças Armadas, mas também o BOPE, CORE, etc. A mídia tendenciosa, as leis, ONGs e políticos impedem que o trabalho correto seja realizado.

  5. Ao velha guarda das 19:47
    Amizade!!! Aqui nas FFAA não tem sociopata pra dar tiro na cara de ninguém não irmão!! Pois os que aparecem tratamos de extirpar do nosso convívio!! Esse guerreiros são preparados para, após o uso de apoio de fogo naval ou bombardeio aéreo, varrer o terreno rua por rua, casa por casa e cômodo por cômodo num ambiente livre de civis, caçando apenas homens em idade militar. É pé na porta, lancha chamas e granada tática pra tirar os ratos dos buracos! Sua corporação realmente tem muita experiência em fazer acertos com o tráfico entrando nas favelas apenas quando o arrego não é pago, quando o globocop filma os pontos de atividade na laje ou quando um político quer se eleger realizando operações midiáticas expondo seus pares em latas de sardinhas para serem alvejados facilmente pelos bandidos morrendo como moscas (ver os números dos três últimos anos). Portanto a questão não é de despreparo ou não. São ações limitadas por uma série de melindres que vocês conhecem bem, pois respondem quase que diariamente por ter tirado a vida de trabalhadores, mulheres e crianças inocentes (as vezes nem tão inocentes, concordo). Acredito que vc também seja uma pessoa bem informada, por isso não vou nem citar especificamente os casos mais recentes. Devemos sair já da Maré, pois corremos sim o grande risco de nos nivelarmos por baixo com outras instituições deste Estado. Todavia acho que esse não é o espaço para criticar negativamente dizendo o que se deve ou não ser feito e sim lamentar, nesse caso da ocupação de favelas, o que não pode ser feito!!

  6. Djalmão diz :
    Bom dia, Montedo.

    Não sei qual a finalidade desta noticia, mas ela tem ao menos dois erros gritantes:
    O Batalhão de Forças Especiais foi criado no Rio de janeiro, e inicialmente era da orgânico da Brigada Paraquedista;
    O Cabo assassinado pelos meliantes nem era do Rio de janeiro e nunca foi da Brigada Paraquedista; e
    Esse militar " não identificado" que a "folha press" usa como "fonte" para divulgar que dois sargentos FE foram baleados por traficantes, em abril de 2014, parece uma forma de alarmar ainda mais a população, exaltar o "poderio" dos traficantes e desacreditar as Forças Armadas~pois se fosse verdade, seria uma noticia "requentada"…realmente lamentável.
    Já estamos fartos de sermos "buchas", de fazermos parte da tal "ação de visibilidade" desses políticos inescrupulosos que nos usam para "fazermos de contas que estamos combatendo o tráfico nas comunidades", enquanto nos proíbem de atuar como policia.
    Somos forçados a "olhar pro outro lado" enquanto menores "bandidos" protegidos pela mídia e pelos canalhas dos "direitos dos manos" nos desafiam e hostilizam.
    Das duas uma: ou agimos como Exercito e arrebentamos esses vagabundos, ou voltamos para os quartéis e esperamos uma guerra de verdade.

  7. Tô com o Djalmão e com o companheiro "Fardado indignado".É evidente que nós militares não estamos com liberdade de ação, o que vocês estão assistindo é só uma figuração, um sopro na ferida. BRASIL, ACIMA DE TUDO!

  8. Gostaria que as noticias aqui publicadas fossem verificadas quanto sua idoneidade, pois a reportagem está cheio de erros grotescos, como por exemplo a unidade do Sgt Mikami, que conforme a reportagem diz que o mesmo pertencia a brigada de infantaria paraquedista, fato que não é verdade! O segundo erro contempla as graduações dos militares feridos no confronto, não são dois sargentos forças especiais, e sim um sargento FE, e um soldado comandos!!! Outro erro é quanto ao vídeo postado que faz deduzir ser o video do confronto, e não é! O mesmo se trata de um video do mês de janeiro de uma tropa que não tem nada a ver com a tropa de operações especiais!Desde de já agradeço a oportunidade.

  9. Hoje em dia confiar em matéria da revista veja é assim mesmo eles não verificam nada do que escrevem, passam a ideia de que não são jornalistas e sim buscam as coisas no google e publicam. Assim, a credibilidade, patrimônio essencial do jornalista, vai pro espaço. Lamentável

  10. Sou militar do EB e me sinto envergonhado e ao mesmo tempo revoltado diante de tudo isso!! na minha opinião isso é o resultado da frágil política de enfrentamento contra o crime organizado realizada pelos governos federal e estadual!! todos sabem que se nossas fronteiras fossem vigiadas tudo isso seria evitado!! sem drogas e sem armas e munições não haveria confronto!!! e se nossos militares fossem bem preparados e remunerados não haveria a corrupção dentro da corporação!!! diante de tudo isso quem ganha é a bandidagem e os nossos benditos políticos!! que a cada vez roubam e roubam mais mais!!!

  11. Eram dois FE sim, qual o problema? foram atingidos faz parte do conflito, deixem de ficar criticando, protegendo os brios, dessa forma numca vamos evoluir, o preparo para a missão tem que ser para todos os soldados, além do mais se está vivo sangra e pode morrer

  12. Os militares das FA não foram preparados para servirem de alvos sem a possibilidade de reação, sem que corra o risco de ferir civis. As PM's são os "especialistas" para esse tipo de ação nos morros. Se é para colocar as FA nas ações, que se danem os traficantes da mesma forma que primeira vez que houve a intervenção nos morros. Os traficantes pareciam ratos fugindo pelo matagal e só não foram exterminados no caminho por falta de vontade das autoridades. Era só usar um helicóptero com cinquentona, foguete e estaria resolvido. Agora eles ficam atirando contra os militares e não se pode revidar pois há civis no meio. Tem que meter o pé na jaca ou falar para as autoridades colocarem outros que não façam nada ou que frequentemente viram milícias. O povo que está lá quer saber de sossego, não importando quem "patrocine" isso. Qualquer civil ferido, a culpa será sempre das forças legais.

  13. Aos companheiros : "Djalmão e Fardado indignado"

    Parabéns pelos comentários, foi de lavar a alma!

    Obs: A noticia esta uma verdadeira salada. Misturaram fatos, imagens,de datas diferentes, dados incorretos… etc etc

  14. Amigos quem critica è pq não faz ideia da complexidade da missão. Só quem esteve lá pode realmente relatar. Os trabalhos sofrem influência de toda ordem e a tropa fica de mãos atadas e torcendo para que nada aconteça… O cenário é totalmente desfavorável para a tropa. Não falta preparo coisa nenhuma! a tropa tem treinado bastante e o soldado brasileiro já mostrou seu valor inúmeras vezes na história deste país. O que falta é liberdade para atuar. São regras de engajamento que beiram ao ridículo e a tropa fica ali apagando incêndio pq o verdadeiro problema está bem longe dali. Querem passar uma ideia de que estamos nas CNTP, mas na verdade os enfrentamentos estão cada vez mais frequentes. É a doutrina empregada no Haiti as avessas pq não existe ocupação de Pontos Fortes e isso é um erro primário. Qualquer Milico sabe que a ocupação de Postos de Comandamento determinam o êxito da ação pq permite o apoio de fogos, servirá de abrigo para a tropa, além da vigilância que passa a ser avançada. Resumo: tudo errado! Marruá em área vermelha? Não pode gente! No máximo num check point devem ser utilizadas a Marruá.

  15. Para fins de assessoramento, o Cb Mikami não pertence a Brigada de Infantaria Paraquedista, o mesmo era oriundo do contingente do 28º Batalhão de Infantaria Leve, situado em Campinas-SP.

  16. Vejam o filme "FALCÃO NEGRO EM PERIGO", sobre a Batalha de Mogadíscio, quando tropas de elite tentaram capturar/eliminar um líder somali em Out 2003, inclusive com Forças Especiais, e teve que enfrentar a população. Foi um fracasso. A situação na "Maré" é parecida e não é missão para as Forças Armadas. O Sgt Mikami foi assassinado pelo governo. Isto é reflexo da falta de influência militar na política nacional, onde o governante só está interessado em atender aos interesses de seus aliados e manter uma aparência de "direitos humanos".
    Do meu ponto de vista é possível desmantelar qualquer facção (AS Forças Armadas desmantelaram os grupos terroristas nas décadas de 60 e 70). A polícia sabe muito bem quem é quem. Mas isso já virou uma indústria. O faturamento é alto. "Arregos"; seguranças particulares; milícias; mercado negro de armas e munições; equipamentos de segurança (blindagem de carros; câmaras; alarmes; etc.).
    Enquanto o governo federal estiver preocupado com ideologia e com o que aconteceu há 50 anos atrás, a gente vai continuar enxugando gelo e… morrendo!

  17. Essas operações de pacificação são uma piada. É só para "inglês ver". O inglês nesse caso, é a população. Exército não foi feito para subir em favela atrás de vagabundo. Nessas operações, você acaba agindo menos que a PM. O que falta é licença para matar (mas aí, vem os direitos humanos, direitos da pqp, que não pode isso, não pode aquilo, etc, mas só para o lado da tropa, pq o vagabundo tudo pode). Pq a não deixam atuar como os três primeiros contingentes no Haiti? Lá podia, aqui não. Essa é a m em que fica a tropa.

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