iG São Paulo – Bruno Martinolli
Rafael Lusvargui foi atingido em aeroporto no leste do país; conflito entre soldados e pró-russos ocorre há mais de um ano (G1) |
O ex-policial militar de São Paulo Rafael Lusvargui, 30 anos, ficou gravemente ferido durante um confronto na noite deste domingo (26) em Donetsk, região leste da Ucrânia. Lusvargui, que é tenente das forças pró-Rússia, estava em missão de observação com outros dez militantes quando foi atingido por tiros e explosões de morteiros.
“Ele ficou ferido nas pernas, tronco e nos braços. O estado dele é grave. Na hora ele não conseguia falar nada, só apontava os ferimentos”, relatou Rodolfo “Magayver”, outro brasileiro que está lutando no país.
Rodolfo relatou que também foi ferido em uma missão há alguns, mas que seu colete evitou um desastre maior. A Embaixada do Brasil em Kiev afirmou não ter informações sobre os incidentes.
Assim como Rafael Lusvargui, Rodolfo “Magayver” se juntou as forças pró-Rússia em 2014. O combatente, que após o ferimento de Lusvargui comanda os rebeldes, disse que muitos brasileiros buscam informações para tentar entrar para o grupo.
No momento, um terceiro brasileiro que não pode ser identificado passa por um processo de treinamento para poder acompanhar as missões de campo. Rafael e Rodolfo foram promovidos no mês passado e agora são tenente e sargento, respectivamente.
Antes de ir para a Ucrânia, Rodolfo “Magayver” trabalhava como segurança e fazia faculdade de Direito. “Coloquei em prática, de uma maneira constante, todos os meus conhecimentos. Vim prestar solidariedade ao povo e única forma era oferecendo minha especialidade. O problema foi o frio, mas não me arrependo”, disse o brasileiro.
Rodolfo diz que o clima em Donetsk é tenso, mas que mesmo com o “nosso amigo ferido, não vamos ficar desmotivados”.
Tenente Lusvarghi
O ex-policial militar Rafael Lusvarghi viveu na Rússia quando era mais jovem e até tentou se alistar nas forças armadas do país para conseguir cidadania. Mas a aproximação com os ideais do povo liderado por Vladimir Putin só aconteceu no dia 20 de setembro, quando ele desembarcou na Ucrânia após sair da prisão em São Paulo.
O militante foi detido no dia 12 de junho enquanto participava das manifestações contra a realização da Copa do Mundo em São Paulo. Ele ficou 45 dias preso sob acusação de atos violentos. Em entrevista ao iG em 2014, Lusvarghi disse que tem orgulho de suas ações. “Pretendo ajudar a reconstruir a Ucrânia”, finalizou.
Conflitos na Ucrânia
Os confrontos entre pró-russos e soldados ucranianos já deixaram mais de 6 mil mortos desde abril do ano passado, de acordo com estimativa da ONU. Atualmente, cessar-fogo instável permanece em funcionamento, apesar das violações. Líderes ocidentais, o governo ucraniano e a Otan, Organização do Tratado de Livre Comércio do Atlântico Norte, dizem que há evidências do envolvimento de militares russos no confronto, informação negada por Moscou.
iG/montedo.com
4 respostas
É só nao deixar voltar ao Brasil.
Eles que se acabem.
Parabéns aos combatentes pela coragem, aqui os tenentes e sargentos estão só no faz de conta, o restante nem isso.
Tomara que nao escape. Esse e os outros elementos são um perigo para o Brasil, se voltarem com vida pra cá.
Mais um "herói" brasileiro