ONU anuncia que número de militares no Haiti será reduzido para menos da metade em 2015.

Condição para que medida se concretize é a realização de eleições no final do ano
Saída da Minustah é exigência de movimentos sociais de todo o continente
Militares peruanos destacados para a Minustah em 2012 (Ministerio da Defesa do Peru / Flickr)
A ONU (Organização das Nações Unidas) anunciou nesta segunda-feira (06/04) que o efetivo de tropas que integram a Minustah (Missão para a Estabilização do Haiti), os capacetes azuis, será reduzido para menos da metade ainda este ano. Para que a medida comece a valer, no entanto, o país precisará cumprir uma série de requisitos, como a realização de eleições para pôr fim à crise política que vive o país.
Com mais de 5.000 homens e mulheres na Minustah atualmente, a ONU prevê a permanência de 2.370 militares no país, tal como fora aprovado pelo Conselho de Segurança em março deste ano, quando se completa o 11º aniversário da missão no país.
“O contingente militar vem diminuindo e modificando suas atribuições e esse processo de redução do contingente vai continuar nas formas definidas pelo Conselho de Segurança, em conjunto com as autoridades haitianas até, de fato, terminar a Missão”, explicou o diretor do Centro de Informação da ONU para o Brasil (UNIC Rio), Giancarlo Summa.
Apesar do anúncio, ainda não há data para a saída efetiva e total das tropas do país, o que é uma reivindicação de movimentos sociais haitianos e de outros países latino-americanos. O número de militares brasileiros, no entanto, se manterá praticamente igual após a ordem da diminuição das tropas no país
Crianças no campo de deslocados internos ‘En Face a la Catedral’ (UNIC Rio/Natália da Luz/ Facebook)
Ao mesmo tempo em que reduz o efetivo de militares no país, a ONU intensifica o treinamento da polícia nacional haitiana, encarregada de manter a ordem no país uma vez que a força internacional se retire do Haiti.
Previsto para 2010, o plano de redução do efetivo militar foi suspenso com o terremoto de 12 de janeiro do mesmo ano. Após a tragédia, a Missão ampliou seu efetivo e expandiu o mandato a fim de suprir as necessidades humanitárias, de segurança e de restruturação do país.
Veja vídeo da TV Opera Mundi sobre imigrantes haitianos em São Paulo:
Após ONU constatar que tortura é generalizada no México, relator denuncia pressão do governo
A ONU adverte, no entanto, que para a decisão valer, precisarão ser tomadas diversas medidas no país, entre eles, a realização das eleições, atrasadas há quase quatro anos. No final de 2015, haitianos deverão escolher senadores, deputados, prefeitos, representantes locais e um novo presidente.
Críticas
No ano passado, movimentos sociais convocaram uma série de mobilizações no 10º aniversário da missão, para que um novo mandato das forças de estabilização não fosse aprovado. Eles denunciaram, à época, que, “após dez anos de ocupação, o país se encontra em uma grave crise política e institucional, com clara regressão democrática e repressão aos movimentos sociais”.
UNPOL, órgão policial da MINUSTAH, trabalha com a Policia Nacional Haitiana para capacitá-la em direitos humanos
(UNIC Rio/Mariana Nissen/ Facebook)
Os haitianos denunciam, também, que os capacetes azuis “violaram mulheres e jovens, prostituindo meninos e meninas em troca de alimentos, usurpando escolas e outros recursos necessários para a população, contaminando a água e introduzindo a epidemia de cólera que até o fim de abril de 2014 matou 8.556 pessoas e deixou outras 702 mil doentes”.
Em 2012, um menino de 14 anos foi violentado repetidas vezes por policiais paquistaneses, hoje expulsos da corporação. A família pede cinco milhões de dólares e responsabilização das Nações Unidas pelos abusos.
Além disso, oficiais da Minustah abandonaram bebês e haitianas grávidas; Para o general do Exército uruguaio Girardo Frigossi, não importam quais sejam as circunstâncias, relações sexuais entre soldados da ONU e cidadãos locais nunca são aceitáveis. “Não há possibilidade de relação, consensual ou não,” ele diz, “porque o poder está com o soldado da ONU, porque eles têm comida, eles têm água, eles podem prover segurança, eles têm dinheiro.”
Opera Mundi/montedo.com

6 respostas

  1. Alguém pode me explicar por que a ONU repassa $ 5.000 por integrante da F Paz…éo SD só recebe $ 1.200…para onde vai o restante? Ta certo isso?

  2. O Exército Brasileiro precisa urgentemente encontrar seu foco. Estamos fazendo de tudo um pouco, verdadeiros quebra-galhos e não temos nem mesmo o essencial. Não temos munição para fazer um treinamento ideal com nossas armas (desde fuzil, pistola, obuseiro, canhão etc); Já vislumbramos falta de combustível para o dia a dia, a precariedade de instalações, de recursos , de meios, sem falar na condição aviltante de nossos quadros, com salários defasados ao máximo em relação até mesmo às forças ditas auxiliares. Até quando vamos suportar essa situação? E com a constante evasão de recursos humanos, como resistirá essa instituição no futuro próximo? Infelizmente percebe-se que a ideologia marxista está vencendo e conquistando seus objetivos.

  3. Essa missão virou um quebra galho para os "peixes" e puxa-sacos de generais que na maioria das vezes vão para essa missão pq estão endividados. A maioria vai para lá apenas para pelo dinheiro e sem foco na missão humanitária. O Haiti atualmente é usado pelas FA como um meio de tirar militares da situação extrema de endividamento e os critérios de seleção são descaradamente parciais. Criticamos tanto os políticos mas agimos da mesma forma, uma vergonha.

  4. ESSA MISSÃO E MUITO BOA, E HUMANITARIA, E AGENTE VÊ SÓ FANDO AS COISAS RUINS QUE FAZEM LA OS MILITARES, OS HAITIANOS TAMBÉM NÃO SÃO FLOR QUE SE CHEIRA, TEM QUE ACABAR LOGO ESTA MISSÃO PARA QUE ELES VEJAM COMO E SEM ORGANIZAÇÃO, AI QUEM SABE ELES PENSEM MELHOR. E VIROU AQUI NO BRASIL UM CABIDE GRANDE DE PEIXES DE BRASILIA, ESTÃO INDO SEM QUALIFICAÇÃO A MAIORIA SO PORQUE E MOTORISTAS E TRABALHÃO EM CASA DE GENERAIS, CHEGA LA FICAM ESCORANDO NOS POUCOS PROFICIONAIS QUE VÃO, ESTES AI TEM QUE MATAR UM LEÃO POR DIA PARA CONSEGUIR IR PRO HAITI

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