“Tamo junto Michel”! Após campanha na internet, capitão do Exército encontra doador compatível para transplante de medula.

Fico feliz em ter colaborado nessa grande vitória, ainda que minimamente. 
Parabéns, Capitão Michel. Tamo junto! 

Como ganhar na loteria, militar comemora 1 chance em 100 mil de achar um doador
A felicidade estampada no rosto e o cartaz com o anúncio: Encontrei o doador. (Foto: Divugação/Facebok Tamojuntomichel)
A felicidade estampada no rosto e o cartaz com o anúncio: Encontrei o doador. (Foto: Divugação/Facebok Tamojuntomichel)
Elverson Cardozo
“Desde o início, mesmo sem entender por quais caminhos iria seguir, sabia que tudo daria certo pois nossa fé em Deus é nossa maior força e sustentação. Hoje tivemos a confirmação de que um doador 90% compatível foi encontrado e está disponível para fazer a doação de medula óssea”.
Foi com este texto que o militar Michel Maruyama Gomes, de 32 anos, avisou aos amigos, parentes, conhecidos e desconhecidos, no Facebook, que conquistou mais uma vitória contra a LMA (Leucemia Mieloide Aguda ). A comemoração emociona pelo sorriso de quem tem mais uma chance, conquistada ao lado de gente que engrossou a campanha “Tamo Junto Michel”, que começou em Campo Grande, terra natal dele, e chegou até Porto Velho, como um incentivo as doações.
O aviso sobre mais uma etapa vencida foi dado nesta quarta (1), depois de um ano lutando contra a doença, diagnosticada em março de 2014, após um quadro de fadiga e anemia grave. Forte, ele mesmo escreveu um relato sobre os primeiros sinais:
“No mês de fevereiro de 2014 estava no sul do Estado de São Paulo, naquele calor insuportável do verão, quando observei que estava com a gengiva inchada e sangrando com facilidade. Fiz contato com minha dentista, mas achava que era apenas uma gengivite. Passadas algumas semanas comecei a sentir um grande cansaço, mesmo dormindo muitas horas já acordava cansado e não tinha disposição nem para as atividades domésticas.
No início achei que apenas estava fora de forma, com o condicionamento físico ruim por falta de exercícios, mas depois percebi que atividades como subir um lance de escadas me causavam “falta de ar” e sentia palpitações no coração. Enquanto isso, comecei a ficar pálido, com minhas mãos, pés e o próprio rosto meio amarelados. Eu e minha esposa pensamos que se tratava de uma anemia e que poderia ser resolvida por um reforço alimentar.
Michel durante o tratamento, raspando a cabeça para mais uma etapa de quimioterapia. (Foto: Divugação/Facebok Tamojuntomichel)
Michel durante o tratamento, raspando a cabeça para mais uma etapa de quimioterapia.
 (Foto: Divugação/Facebok Tamojuntomichel)
Pessoas amigas da área de saúde observaram os sinais de anemia e sugeriram para que fosse ao médico e fizesse exames de sangue. Foram cerca de duas semanas sentindo esses sintomas até que fui a um laboratório para fazer exames de sangue. Naquela semana meu estado piorou, comecei a ficar tonto, o que quase nunca aconteceu, e minha vista começou a embaçar. Fiquei muito preocupado pois cheguei a pensar que fosse algum problema na minha cabeça.
O pessoal do laboratório nos telefonou e pediu para que eu voltasse lá para refazer os exames, pois estavam com algumas alterações. Achei estranho, mas fui. Minha esposa também havia feito exames mas ela não precisou refazer nenhum. Naquela mesma semana, antes mesmo do resultado dos exames, procurei o hospital da cidade pois como disse, meu estado tinha piorado. No hospital refizeram os exames de sangue e depois de algumas horas tivemos as primeiras respostas.
Eu estava realmente com uma anemia grave, precisava ser internado naquele dia para receber transfusão de sangue e de plaquetas e recebi a primeira notícia da suspeita de que eu pudesse estar com leucemia. Achei tudo muito estranho e perguntei ao médico se poderia ser outro diagnóstico, ele me disse que poderiam ser outros problemas sim. Foi então que resolvemos seguir para Curitiba, pois estávamos a duas horas dali e a estrutura hospitalar de uma capital era melhor do que de uma pequena cidade.
Naquela mesma noite, dia 21 de março de 2014, fui diagnosticado com leucemia. Precisaria fazer exames específicos para saber qual o tipo e o grau em que estava a doença, mas já marcaram a cirurgia para implantação de um cateter e a quimioterapia estava com data prevista para seu início também. Foi tudo muito rápido. Começava uma longa jornada, uma grande maratona. Com a Graça de Deus, fomos amparados em todos os sentidos desde o início do tratamento e tudo tem dado muito certo.

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Preparação
Michel com a esposa, Milene (à esquerda) e a amiga, Michaela, à direita. (Foto: Arquivo Pessoal)
Michel com a esposa, Milene (à esquerda) e a amiga, Michaela,
à direita. (Foto: Arquivo Pessoal)
Nesta quarta-feira, Michel voltou ao Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba. Ele enfrenta, agora, o chamado condicionamento, que é quando o organismo é preparado para receber as células sadias da medula óssea do doador. A partir dessa etapa é que vem o transplante propriamente dito. Depois, vem o pós-transplante, uma das fases mais delicadas porque o paciente fica muito suscetível a qualquer infecção.
A explicação é de uma amiga muito próxima ao militar, a bióloga Michaela Sandim, de 26 anos, que faz, neste momento, a ponte entre ele e a imprensa. Michel, diz, ficou muito feliz com a notícia e confiante que vai dar tudo certo nas etapas seguintes.
“Ele nunca esmoreceu e a gente estava na torcida de que iria dar certo. Como ele é muito católico, falei que iria na Igreja Perpétuo Socorro agradecer”, conta. Agradecer a um milagre porque as chances de Michel encontrar um doar era, segundo ela, de um para 100 mil. “E o doador dele é 90% compatível”, comemora.
Não dá para saber, no entanto, se é um homem ou mulher porque os dados são mantidos em sigilo pelo Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea), criado em 1993 e instalado no Inca (Instituto Nacional do Câncer).
O doador de Michel só foi encontrado graças a esse registro e, também, às diversas campanhas emplacadas por ele próprio, pela esposa, familiares e amigos. A causa chamou a atenção de muita gente, inclusive de artistas como Munhoz e Mariano e o jogador de futebol David Luiz.
Desde que descobriu a doença, o militar tem se empenhado em divulgar a importância do cadastro nas redes sociais, especialmente na página “Tamo Junto Michel”, que ele mesmo faz questão de atualizar.
Cadastro de doadores
Há muitos mitos em torno da doação de medula óssea e é por isso que o Inca batalha para divulgar informações corretas. Qualquer pessoa, entre 18 e 55 anos, com boa saúde, pode doar medula óssea, que é retirada do interior dos ossos da bacia, por meio de punções, sob anestesia, e se recompõe em 15 dias.
Para se tornar um doador, no entanto, é preciso se cadastrar, preenchendo um formulário com dados pessoais, e coletar uma amostra de sangue para testes que determinam as características genéticas necessárias para a compatibilidade entre o doador e o paciente.
Os dados pessoais e os resultados dos testes são armazenados em um sistema informatizado que realizada o cruzamento com dados de pacientes que estão necessitando de um transplante.
Em caso de compatibilidade, o doador é, então, chamado para exames complementares e para realizar a doação. Para o doador, a doação será apenas um incômodo passageiro. Para o doente, a diferença entre a vida e a morte.
Em Campo Grande, o Hemosul faz o cadastro de doação e coleta a amostra. Para saber mais, visite o site da instituição ou acesse o portal do Instituto Nacional do Câncer.
CAMPO GRANDE News/montedo.com

6 respostas

  1. Sugiro aos colegas que visitem um hospital desta especialidade médica, se sensibilizem e cadastra-se como doador. Muitas crianças estão aguardando na fila e enquanto isto estão sofrendo.

  2. Que bom que deu certo, não conhecia o militar, mas eu e meu batalhão realizou uma campanha de captação de doadores quando soubemos do caso e conseguimos cadastrar 80 militares no REDOME do SUS como doadores de Medula.
    Fico feliz que tenha conseguido um doador, pois esta doença é uma praga e a luta ainda continua.

  3. O brasileiro, tem bom coração e já demonstrou isso em várias campanhas de solidariedades pelo Brasil. Os hospitais das FA, estaduais e municipais deveriam ter um banco de dados que facilitassem a procura, doações e transplantes de órgãos. Só quem passa pela necessidade, sabe como é importante isso.Uma vida, não tem preço!

  4. Em resposta ao comentário do dia 03 as 20:57. Poupe-nos do vosso comentário sem noção. Os revoltadinhos de plantão também tem sentimentos, e diga-se de passagem, mais altruístas do que sua ignóbil presença. Brasil acima de tudo. E não esqueçamos, abaixo de Deus!!!

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