Setenta dias depois, homem diz ter sido ferido por granada e acusa militares do Exército.

Homem ferido por granada acusa militares da Força de Pacificação na Vila dos Pinheiros
Estilhaços da granada atingiram a perna de Jorge Vicente
Estilhaços da granada atingiram a perna de Jorge Vicente Foto: álbum de família
Marcos Nunes
RIO (02/03/15) – Morador da Vila dos Pinheiros, no conjunto de favelas da Maré, o servente Jorge Vicente da Silva, de 59 anos, varria a calçada para limpar os estragos causados por duas granadas, arremessadas por militares do Exército na direção de sua casa, em 24 horas, quando houve uma nova explosão ocorreu. Eram 9h30m de 14 de dezembro de 2014. Imediatamente, o servente sentiu o sangue escorrer pelo braço. Estilhaços de uma granada de efeito moral, também arremessada por soldados, o haviam atingido no braço esquerdo, em uma das uma pernas e na barriga.
Jorge — que diz nunca ter tido qualquer problema com a Força de Pacificação — alega que os militares o viram ferido, mas foram embora do local sem prestar socorro. Uma parente pediu ajuda a um vizinho e levou o servente para a UPA da Maré. Uma radiografia constatou que alguns estilhaços ainda estavam em seu corpo. Ele então procurou ajuda no Hospital Clementino Fraga Filho, na Ilha do Governador, onde trabalha há 26 anos.
— Na hora que a granada estourou no portão, eu estava abaixado, colocando o lixo no balde. Essa foi a sorte. O médico disse que, se eu estivesse de pé, os estilhaços poderiam ter atingido meu rosto — disse Jorge, que, com o advogado Eduardo Archer Pinheiro, registrou o caso no Ministério Público Militar.
A primeira granada foi arremessada pelos soldados, às 16h30m de 13 de dezembro. Na ocasião, os militares haviam sido atacados com fogos de artifício por um grupo de jovens, próximo aos fundos da casa do servente. No domingo, no mesmo local, houve um novo ataque contra os militares, que reagiram da mesma forma.
Uma parente do servente reclamou com um militar, mas a terceira granada foi arremessada e feriu Jorge.
Resposta da força de pacificação
A Força de Pacificação informou que, no dia dos fatos, os militares foram alvo de disparos de rojão. Segundo a Força, teria sido usado armamento não letal para dispersar o grupo. A Força afirma, ainda, que uma varredura foi feita no local pelos militares, que não encontraram feridos. Em 20 de dezembro, a Ouvidoria da Força afirma que recebeu a vítima. Segundo a nota, foi oferecido tratamento médico ao servente. Na ocasião, a oferta foi recusada. (R. A.)
EXTRA/montedo.com

3 respostas

  1. O CONTADO NÃO ESTA CLARO, MAS HA FATOS: TODA E QUALQUER PESSOA AO DAR ENTRADA EM HOSPITAL PUBLICO POR TRAUMA SEJA POR ARMA BRANCA/FOGO/ACIDENTE DE AUTO/ESPANCAMENTO GERA UM BOLETIM POLICIAL FEITO PELOS AGENTES Q TRABALHAM NOS HOSPITAIS. O MEDICO TB RELATA TUDO NO PRONTUARIO MEDICO. ISSO EXISTE??
    EM HOSPITAL MILITAR TB EXISTEM PROCEDIMENTOS A SEREM REALIZADOS EM TAIS CASOS.
    ISSO GERA OUTROS PROCEDIMENTOS POLICIAIS.
    NESTE CASO, A DEGACIA DA AREA, ASSIM Q RECEBE O REGISTRO DO AGENTE POLICIAL DO HOSPITAL ENTRA EM CONTATO COM A AUTORIDADE MILITAR E RELATA O CASO, E ASSIM CAMINHA A APURAÇÃO. NÃO MUITO DIFERENTE SE FOSSE EM HOSP MILITAR. ISSO OCORREU?????
    NÃO SOU ASSESSOR JURIDICO, NEM SOU DA AREA, MAS É ASSIM QUE AS COISAS PUBLICAS FUNCIONAM. SE ISSO NÃO FOI FEITO FALTA MUITA COISA. DE RESTO, AGORA É PARA OS ESTUDADOS.

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