Os sargentos do Exército Brasileiro na era do conhecimento. Quando será?

A manchete aí de cima foi editada por mim. Segue a matéria da Revista Verde Oliva. No final, teço alguns comentários sobre o assunto.

Os sargentos do Exército Brasileiro na era do conhecimento.
Em consonância com o Projeto de Liderança do Exército Brasileiro, conduzido pelo Estado-Maior do Exército, e tendo por objetivo valorizar e motivar os sargentos que passam pelo processo de aperfeiçoamento empreendido pela Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas, foram criadas as funções de Coordenador-Geral do Corpo de Alunos (atual Comandante do Corpo de Alunos) e de Coordenadores de Turma, exercidas exclusivamente por sargentos.
O mundo vive a era do conhecimento, caracterizada pela rapidez e facilidade de acesso à informação global. Encurtaram-se distâncias e abriram-se fronteiras na difusão do conhecimento e da informação. Hoje, sabemos praticamente tudo de todos em poucos minutos. Nesse contexto, o Exército Brasileiro (EB) também evoluiu em vários aspectos. Entre os vetores de transformação e modernidade da Força Terrestre, apresenta-se a evolução na utilização dos recursos humanos – homens e mulheres que ostentam o uniforme verde- oliva e dedicam suas vidas à carreira das Armas e à defesa da Pátria.
Ao completar o 366º aniversário, numa demonstração de conexão com a era do conhecimento, o EB rende uma homenagem àqueles que, dentro da Força Terrestre, sempre foram tidos como o elo fundamental entre o comando e a tropa: os sargentos. Este artigo tem o objetivo de realizar uma análise da evolução da utilização das experiências e conhecimentos dos Sargentos, tomando como base a estrutura criada e desenvolvida durante os 21 anos de existência da Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas (EASA), em Cruz Alta (RS).
Como elemento de interface entre o comando e a tropa, os sargentos pouco assessoravam no processo decisório, ocupando naturalmente uma zona de conforto e acreditando que o pensar e o decidir não eram inerentes à carreira das Praças. Por outro lado, o que se exigia dos sargentos era que fossem auxiliares do oficial instrutor, na figura de um executante perfeito. Tal situação era sintetizada na palavra monitor.
A difusão do conhecimento evoluiu mundialmente a partir dos anos 1990, época em que as Forças Armadas do Brasil passaram a viver um momento ímpar, com graduados cada vez mais educados formalmente, escolarizados e cultos. As estatísticas apontavam um crescimento no número de sargentos que chegavam para frequentar o Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS) com um nível de escolaridade de ensino superior completo, pós-graduação ou mestrado, nas mais diversas áreas do conhecimento. Isso denotava que o EB contava com recursos humanos mais capacitados e ávidos por maiores desafios e responsabilidades. Justamente nessa linha evolutiva, fazia-se indispensável a utilização do graduado como um assessor direto, trazendo consigo toda a experiência pessoal e profissional, principalmente a visão do executante, combinada com a educação formal conquistada, para somar-se ao processo decisório.
No ano de 1993, atendendo ao desafio proposto pelo EB de acompanhar a modernização do ensino e motivar seus recursos humanos, a EASA implementou uma iniciativa com foco na valorização e motivação daqueles Sargentos que, ao passar por um rigoroso processo de seleção conduzido pelo Exército e pela EASA, demonstravam possuir maturidade pessoal e profissional compatíveis com o tamanho das responsabilidades que assumiriam. Os desafios propostos como forma de valorizar esses militares foi a criação da função de Coordenador-geral do Corpo de Alunos (atual Comandante do Corpo de Alunos), com as atribuições precípuas de assessorar o Comandante como membro do Estado-Maior da EASA e exercer a chefia e a liderança do Corpo Discente. Completando essa inovadora estrutura, foram criadas as funções de Coordenadores de Turma, exercidas exclusivamente por sargentos, com atribuições de chefia e liderança das turmas do Corpo de Alunos.
A iniciativa do então Tenente-Coronel Etchegoyen, primeiro Comandante da EASA, foi ousada e inovadora, pois a composição do Estado-Maior de uma organização militar (OM) ou de uma grande Unidade pressupõe a formação de uma equipe qualificada e, sobretudo experiente para assessorar o Comandante no desenvolvimento de linhas de ação que o levarão à tomada de decisões acertadas e oportunas. Os oficiais, ao longo dos séculos, identificavam e, por vezes, valiam-se da experiência dos graduados no decorrer do processo decisório. No entanto, os sargentos, embora possuidores de qualificações, não eram chamados a assessorar na tomada de decisões. Especialmente na evolução desse aspecto, distingue-se a estrutura criada na EASA, pois seu primeiro Comandante conseguiu ver nos graduados a experiência e a qualificação suficientes para atuarem como seus assessores em assuntos relativos ao Corpo de Alunos. Essa decisão foi ousada e contou com o esforço contínuo dos Comandantes sucessores para ser desenvolvida.
O exercício da liderança militar não é tarefa fácil e sempre exigirá do líder uma porção extra de estratégia, dedicação, coragem e caráter. O fato de o líder militar ter em mãos homens e mulheres que juraram defender a Pátria, até mesmo com o sacrifício da própria vida, não dá àquele o direito de dispor da vida de seus subordinados indiscriminadamente para o cumprimento da missão. Pelo contrário, recai sobre o líder o dever de treiná-los exaustivamente para que, se a Pátria os chamar ao dever, o resultado obtido no campo de batalha seja, sobretudo, a incontestável vitória e a economia de vidas. Com isso em mente, desde sua criação, em 1º de fevereiro de 1993, como Centro de Aperfeiçoamento de Sargentos do Comando Militar do Sul – CIAS-Sul, a atual (EASA) selecionou e designou dezenas de sargentos para o desempenho das funções de Coordenador-geral do Corpo de Alunos e Coordenadores de Turma do Corpo de Alunos.
Esses sargentos responderam à expectativa da Instituição e desempenharam suas funções com esmero e elevado grau de profissionalismo e responsabilidade. O sucesso dessa iniciativa é fruto de um criterioso processo de seleção que toma como base a necessidade de um perfil militar com elevado nível de maturidade pessoal e profissional para o desempenho de funções de chefia e liderança. Entenda-se aqui por maturidade pessoal a capacidade do indivíduo de entender, aceitar e resolver as situações problemas com serenidade e uma margem de acerto diferenciada. Entenda-se, ainda, a capacidade do militar de alinhar-se aos valores da Instituição e, com isso, empregar o conhecimento, a experiência e a intuição de forma a fornecer ao decisor linhas de ação que não atentem contra a ética militar, a hierarquia, a disciplina e a segurança das ações, levando o comando à obtenção do melhor resultado e preservando-se o ambiente e os relacionamentos. Além disso, o treinamento e a preparação a que tem sido submetido, é determinante para o sucesso desses profissionais que têm a oportunidade de participar efetivamente do processo decisório, na EASA, e no apoio à tomada de decisões relativas aos processos conduzidos pelo estabelecimento de ensino.
Os resultados são positivos e estão além do esperado, pois houve uma clara elevação da autoestima dos graduados que passaram pela escola, tanto nas funções de instrutores e coordenadores, como na condição de Sargento-Aluno do Curso de Aperfeiçoamento. O resultado é um estabelecimento de ensino que pode ser considerado como uma referência dentre os exércitos dos países da América do Sul, tendo aperfeiçoado 85 militares de Nações Amigas até o ano de 2013.
Apesar da estrutura criada e desenvolvida na EASA ser peculiar e ainda desconhecida, ela fascina e contagia a todos que por ela passam ou com ela tem contato, pois coloca o EB mais próximo dos exércitos mais modernos do mundo. Mas, por que a estrutura do Corpo de Alunos da EASA fascina? “A EASA é realmente uma ilha”. Essa é uma frase constantemente ouvida na EASA. É comum Sargentos-Alunos reagirem com um misto de encantamento e surpresa ao tomar conhecimento da estrutura organizacional da EASA, que conta com o Sargento Comandante do Corpo de Alunos como integrante do Estado-Maior. Eles ficam encantados pelo ineditismo, pelo sentimento de representatividade e pertencimento. Surpresa por ver uma estrutura estranha aos padrões das unidades do Exército Brasileiro e que dá certo, que estimula a liderança e, sobretudo, valoriza o sargento. É a expressão do profissionalismo, fruto de uma aposta ousada da Força Terrestre.
É certo que todo processo evolutivo ou transformador requer tempo, pois busca a quebra de paradigmas e modelos mentais. O Exército Brasileiro, desde guararapes, tem mantido seus valores e tradições, os quais são fundamentais para marcar a identidade da instituição. Contudo, a estrutura precisa acompanhar a realidade atual, que requer maior dinamismo e transformações. No contexto atual, é mais provável que as ações militares se desenvolvam por meio de alianças e coalizões. A experiência de outros exércitos nos mostra que é necessário um trabalho de operações conjuntas, integrado e sincronizado, tanto nas Forças Armadas quanto Interagências, para potencializar os resultados desejados em operações de amplo espectro, como operações ofensivas, defensivas, de estabilização ou de garantia da lei e da ordem. Toda essa quebra de paradigmas e mudança de modelos mentais perpassa por uma evolução ou transformação estrutural com vistas a possuirmos um exército moderno e adaptado à era do conhecimento, pretensão visualizada no modelo adotado pela EASA.
Em suma, a mudança estrutural a que foi submetida a EASA tem provado que é possível valorizar nossos recursos humanos, em especial, os sargentos, bem como transformar a Força Terrestre por meio de mudanças que levem à quebra de paradigmas. Conclui-se ainda, com base na experiência adotada na EASA, que isso não ocorre da noite para o dia, sendo necessário pensamento estratégico, conhecimento, visão moderna, tempo e preparação. Além disso, observou-se que as mudanças de estrutura ocorrem mais facilmente quando são faseadas. Primeiro, repensando e desenvolvendo as competências necessárias por meio de um sistema de treinamento direcionado e educação formal. Segundo, desenvolvendo a confiança por meio da atribuição de tarefas e funções mais desafiadoras e de maior responsabilidade. E, por fim, transformando a estrutura existente pela criação de novos cargos e funções, compatíveis com o conhecimento e as competências atuais dos graduados, ou seja, compatíveis com os sargentos na era do conhecimento.
Revista Verde Oliva/montedo.com

Comento
Tenho um imenso orgulho de ter servido na EASA por seis anos e, de alguma forma, estar inserido nesse processo. A transformação do Exército, Marinha e Aeronáutica passa, necessariamente, pela valorização da condição do sargento como profissional militar. 
Utopia, para alguns; bobagem, para outros; impraticável, para a maioria. Para mim, o único caminho possível para que as Forças Armadas se modernizem, efetivamente. De nada adiantam equipamentos modernos sob a tutela de mentes arcaicas.
Infelizmente, por muito tempo, a EASA continuará sendo uma ilha. Cito um exemplo: um concludente do curso de Sergeant Mayor do US Army foi Comandante do Corpo de Alunos da Escola. Ao deixar a função, foi nomeado instrutor de uma Academia americana por dois anos. Nesse período de cerca de quatro anos, exerceu funções de comando, chefia e liderança em alto nível. Ao ser exonerado, foi classificado numa OM de tropa e designado para a função de encarregado de material – tarefa que já desempenhei, com muito orgulho.
Ou seja, ao invés do Comando aproveitar a notória qualificação e vivência profissional do militar, designou-o para cuidar de panelas, montar barracas e instalar P Cags nos acampamentos, porque, afinal, é para isso que serve um subtenente. E ponto final!
Uma guinada rumo ao exemplo que deu certo na nação que ostenta o maior poder bélico do mundo, sepultando a visão do século XIX – herança do período imperial e da missão militar francesa – é tarefa de décadas, pois exige uma profunda mudança de mentalidade, tanto dos oficiais, quanto dos praças.
Tarefa para Comandantes, com C maiúsculo. 
Excelências do Alto Comando, algum dos senhores se habilita?


42 respostas

  1. Bom dia Montedo,
    Já havia lido a matéria na revista Verde Oliva. Quando realizei o CAS em 2005, essa estrutura já existia na EASA, porém, como é de costume no EB pega-se exemplos de fora, notadamente dos EUA, e aplica-se aqui com a visão tupiniquim de nossos oficiais generais altamente ultrapassados, como você disse formados com a ideologia estabelecida pela Missão Francesa e pela Doutrina de Segurança Nacional da ESG. Via-se a olhos nus a reprovação a essa estrutura pelos oficiais da EASA, Maj, Cap e Ten tratavam com desdém o Sgt Major Ch do CA.
    Olha Montedo como 1º Sargento, com meus 27 anos de serviço, não que eu seja pessimista, mais uma mudança grande no EB é algo que infelizmente não visualizo pelos próximos 20 anos, as mentalidades que dominam a Força hoje e que ainda vai durar por muito mais tempo não deixaram isso acontecer. Oficiais e praças de hoje foram formados com alguns "valores" que dificultam a transformação. Tive um Cap que foi meu primeiro Cmt Cia quando cheguei na tropa, militar muito qualificado, excelente ser humano e um Cmt possuidor das virtudes da lealdade e camaradagem, algo que se perdeu nos dias de hoje, não concordava com muitas atitudes do Cmt da OM e da Bda, um dia falei para ele "quando o senhor sair general vê se muda isso", ele respondeu "não saio general, sabe porquê? um general não promove outro que pensa diferente dele".
    Então a meu ver, para ocorrer uma mudança teria que mandar compulsoriamente para a reserva praticamente todos os generais de exército e divisão, promovendo o mais adequado general de brigada a Cmt EB, a fim de realmente mudar a mentalidade e romper com o corporativismo existente, só assim talvez ocorresse uma grande mudança, rompendo com aquelas famílias tradicionais que toda geração tem um general, a fim de se manter as tradições.
    Outra coisa, os nossos generais tratam sempre de alijar do Alto Comando as minorias, negros só chegam a general de brigada, uma coisa que sempre observo é que sempre que tem general de brigada negro aspirando a sair divisão vem o sistema e promove uma grande passagem forçada para a reserva, promovendo um general de brigada mais moderno a divisão, passando os demais compulsoriamente para a reserva, tudo a fim de alijar o general negro (o joio) no meio dos brancos de olhos azuis (o trigo).
    Outro grande preconceito é dirigido aos oficiais do QAO, que são preteridos até mesmo para os oficiais R2, formados em 10 meses de meio expediente, mais quase sempre alguém da elite local e quase sempre brancos de olhos claros.
    1º Sgt Inf

  2. Montedo, sou sgt com mais de 20 anos de sv e sinto vergonha do reconhcimento que a força me dá, alguns rápidos exemplos:
    – Of Tmpr sem preparo (curso de meio uca), sem concurso e sem competência, mais antigo q eu;
    – PNR só pra of (Curitiba);
    – Transferência pro mesmo lugar, um of ganha quase o dobro (acham que nossa mudança cabe numa t10);
    – Os Aspira que chegaram comigo já são TC e eu 1º Sgt ( 5 promoções contra 2)
    – Os Aspira que chegaram comigo agora são do Cmt de OM ou Cargo do genero e eu fui pra testa dos Sgt na formatura;
    – Já ouvi " Não tá contente pede pra ir embora" ou " a AMAN tá lá faz 200 anos", mais só tive oportunidade de fazer um cursinho qdo não tinha mais idade pra academia, ai fiz faculdade mesmo, que de nada vale no EB; e por ai vai…
    Abço

  3. No meu CAS um Sergeant Mayor deu uma palestra falando curso e como funcionava tudo por la. O clube é um só, la frequentava o Gen e os Sds. Entre outros exemplos de integração e profissionalismo entre oficiais e praças. Alguém vislumbra isso por aqui. Eu, ainda não. Sou sten encarregado de material, e a vida é essa mesmo barraca panela e Pcag rsrss

  4. O Sargento não é somente o prático… É o detentor de conhecimento. É o responsável por conduzir a instituição EB…enquanto nossos Ofiças ficam…de brincadeira….mais de 70%…possuem curso superior e pos…Alguns PHD…só falta o reconhecimento….a figura de sgt maior, assim como nos países democráticos é fundamental….reconhecer não é apenas dar mais rsp…como sindicância….direitos iguais…aux nat…fard…transporte e bagagem…e interstícios… Assim como PSB de alcançar o oficialato durante a carreira…Aman para os praças!

  5. Então a transformação estaria sendo feita se a 1ª medida fosse tirar o CAS desse lugar hostil chamado Cruz alta…..e colocar num lugar onde o Sgt tivesse mais dignidade e condições de estudo…..Onde o Sgt não fosse visto com maus olhos ao chegar na cidade, nem tivesse que se submeter a preços absurdos e superfaturados…..Sgt

  6. Jamais o praça será colocado ao nível dos príncipes da AMAN, muito menos ganhar um salário melhor. Os oficiais tem ojeriza ao ver o praça ganhar um pouco mais. Portanto desconfio de qualquer ação do EB, pois tudo é feito na obscuridade.

  7. Eu somente conheço desvalorização dos praças, pois se investem em equipamentos militares e construção de OM´s, enquanto não se veem construção de PNR's de praças ou estão abandonados sem reforma, pois o PO todo está no GLO da Maré ou é escalado para a operação pipa. Também não se paga direitos trabalhistas. A valorização dos técnicos do serviço público federal em nível médio tem gratificações salariais quando fazem curso superior, aki na FA os praças com curso superior jamais terão esse reconhecimento. O meu reconhecimento eu já o persigo há muito tempo, estudar para cair fora.

  8. Montedo, complementando o comentário que fiz "16 de fevereiro de 2015 12:21".

    Em Portugal existe duas carreiras distintas, uma para praça e outra para oficial.
    No EB também deveria existir uma carreira para praça, com escalonamento vertical de S Ten a Sd, porém o soldo de S Ten deveria ser o Cap e parar com essa história de praça sair oficial, são carreiras distintas, ainda acabaria essa pouca vergonha de bajulação que temos hoje, chega a ser vergonhoso a omissão de S Ten para conseguir sair oficial, por outro lado é conveniente para o EB essa situação, controla-se os praças com promoções, missões no exterior, boquinha em Brasília, etc.
    E sem falar no tal de perfil, militares com desempenhos idênticos conceituados de maneira diferentes.
    Cria-se artificialmente heróis e marginais.

  9. Fui soldado, cabo, sargento, e hoje sou oficial do QCO. Uma coisa posso dizer depois de mais de 20 anos de serviço: não há espaço para o sargento crescer. Ainda que se dê uma função de maior valor em razão de um eventual curso superior que o sargento tenha, ele não receberá o equivalente por isso. A solução é: passar em um novo concurso; montar um comércio e colocar um familiar para tomar conta ou investir na carreira da esposa. É nisso que acredito, o resto, é utopia!

  10. Senhores,

    o QA para oficial QAO está sendo confeccionado de forma ilegal, pois nã prever o critério de antiguidade previsto no Estatuto dos Militares (Art. 60).

    A promoção é um direito, o critério de merecimento (moeda de troca/política de cabresto) não pode é mais importante do que o critério de antiguidade.

    As portarias feitas nas pernas por esses generaizinhos burocratas não pode desconsiderar a imposição da Lei e dos Decretos os quais regulam de forma geral a matéria de promoção.

    Por força do direito, essas portarias devem especificar os detalhes no processo de promoção e nunca dar outro sentido ao previsto na norma superior.

    Foi nesse raciocino que formou-se a jurisprudência em relação as promoções de Cb Estab para 3º Sgt QE e 2º Sgt.

    Base jurídica: princípio da isonomia com os oficiais; omissão da adm mil por não considerar o critério de antiguidade nos QA para Of QAO, gerando a estagnação da progressão da carreira, entre outros…

    Muito breve o EB vai receber uma enxurrada de demandas judiciais, como as que tinha como objeto as promoções a 2º Sgt QE.

    O fundamento jurídico praticamente é o mesmo.

  11. Caro Montedo, no nosso tempo o acessor do comandante do CA chamava-se XERIFE. Era xerife pra tudo… tanta atribuição que o coitado dificilmente conseguia tirar uma nota boa no final do curso…. Agora me vem com essa história de especialista… kkk. ainda bem que meu tempo acaba em 28 de fev.Já vi demais.

  12. Fui praça por 7 anos, sendo 1 desses anos como aluno de CFS. Ascendi ao oficialato e hj sou major.
    Posso, com mt propriedade, lhes afirmar o seguinte: o EB carrega dentro da instituição valores arraigados de preservação e valorização do oficial. Para o praça, a situação pode ser dividida em 2 momentos: há 20 anos atrás, o Sgt era compreendido como executor e ponto final. Pensar, decidir, jamais.
    No entanto, de uns 5 anos para cá têm ocorrido algumas mudanças q o AC entende como de "inclusão" (distintivos e brevês dourados, praças como sindicantes etc.). Para o AC, tais ações proporcionarão ao praça mais satisfação – ledo engano, embora alguns gostem mt disso.
    Mas, o fato é q só há divisão marcante de círculos – e ainda se perpetuará por mt tempo – pq os praças são mt desunidos, em detrimento dos oficiais, q vivem se protegendo.
    Penso q a mudança tem de começar dentro do círculo, entre os praças, de forma q todos passem a se preservar. Sim, sei q o QAO é um mecanismo terrível de desunião e desagregação, mas entendo q antes de o Sgt chegar ao QA para o QAO, deve-se convencê-lo da importância de todos se cuidarem, pois se assim for feito, ao chegarem a tal situação a consciência será outra.
    Maj QCO Leonardo

  13. Excelente: 16 de fevereiro de 2015 15:25. Aos 30 anos todo Sgt deveria compulsoriamente ser Capitão. E pronto! O resto é balela. Segundo a legislação, sempre o Sargento foi um assessor. Afinal sempre foi o elo entre o comando e a tropa. Pena nossos oficiais não querem conhecer a legislação e seus princípios. Agora ficam copiando e querendo aplicar teses americanizadas cheias de modernismos. Nesse particular, muito provavelmente ultrapassadas e carregadas de vícios. Será que não sabem conceitos da palavras Adjunto, seja de serviço, pelotão ou Seção?

  14. Senhores, é extramente valoroso o papel e o encargo da função de Adjunto da Seção de Comando na função de Encarregado de Material. Função essa que carrega a experiência de Sargenteante e Adjunto de Pelotão no trato com pessoal e material, respectivamente, para emprego tático e técnico dessa importante célula combativa.

  15. Concordo com Anônimo, 16 de fevereiro de 2015 14:41.

    As Escolas de formação, Aperfeiçoamento, entre outras, para os Of estão bem localizadas, de fácil acesso. A EASA deveria, obrigatoriamente, estar em uma cidade mais bem localizada, mas pelo jeito a coisa vai se eternizar em Cruz Alta com a construção de um pavilhão de mais de 10 milhões de reais. Um pavilhão para alunos ao custo de mais de 10 milhões, dinheiro que dá para construir uma escola novinha em folha em outra cidade de porte médio/grande. Nada contra Cruz Alta, mas ir para uma cidade onde somos mal tratados…
    Sobre o comentário do Montedo…, há uns meses ví um ex Sergeant Mayor, que foi Comandante do Corpo de Alunos da Escola, carregando mala de Of Gen. Será que essa é a valorização????
    Espero que o Exército reveja essa absurda construção em Cruz Alta.

  16. Do meu ponto de vista, é tudo mentira. Fiz o CAS em 1997 e neste ano a ideologia dominante era a seguinte: O sargento aperfeiçoado deve ser empregado dentro da arma, sua destinação é basicamente operacional, portanto a minha turma que ansiava por um aprendizado administrativo, para o desempenho das diversas funções que apartir dali viriam no dia a dia, perdemos o precioso tempo fazendo "escola da peça", pois sou de artilharia, ficamos na mera repetição das matérias básicas do curso de formação. Obviamente que o CAS transferiu muita gente que não servia em corpo de tropa para as unidades operacionais, porém ao chegar na tropa a imensa maioria foi jogado a desempenhar funções administrativas e foi cobrado como tanto, afinal eram aperfeiçoados. De que adianta uma ilha como esta, ilha da fantasia? Que mal sabe para que lado pretende ir? O fato dos sargentos apresentarem cada vez mais alto grau de estudo, não resulta em nada além da instituição USAR esse conhecimento sem contrapartida. Na tropa o que se vê é os comandantes se assessorarem das opiniões de oficiais temporários, de oficiais recém formados, de civis, de todo e qualquer palpiteiro e jamais chamar os praças antigos para opinar sobre absolutamente nada. Muita coisa bonita que se publica, a gente desconfia que seja mentira, mas não tem base para contestar, porém essa situação eu vi, vivi, presenciei e digo a matéria é mentirosa. No exército só há valorização de um tipo de gente, o baba ovo. O sistema de avaliação foi feito justamente para isso, manter os puxa-sacos prontos a resolver todo e qualquer problema de seu superior e manter o mesmo sempre em situação confortável. Assessorar é sinônimo de concordar, muitas vezes com aquele sorriso certo na hora certa.

  17. Contribuindo.

    1. Por nossas origens históricas, em nossa sociedade sempre se vai valorizar a "autoridade", ou seja, quem detém o poder. Portanto, por mais que ingressem jovens pobres, humildes (muitos até vizinhos e amigos de infância de sargentos)na AMAN, após quatro anos teremos novos príncipes de sangue azul, que negam as suas origens e confundem "ter autoridade" com "ter poder absoluto";

    2. O próprio sargento é culpado pela situação atual de preconceito e descaso com o círculo. Chega a dar nojo a atitude de certos subtenentes em busca de pontos para promoção.

    Portanto, senhores, sargento no EB sempre será sargento, seja ele 3º Sargento ou Capitão QAO, tenha ele o Ensino Médio ou Pós-Doutorado).

  18. Caro Montedo, parabéns pela bela reportagem, mas infelizmente depois de 29 anos de serviço, e hoje frequentando o circulo dos oficiais, vejo a opinião da grande maioria dos oficiais de carreira, sem eceme; pois eles com eceme são outro mundo; da vontade de vomitar pela soberba e pelas opiniões deles, em achar que a sargentada são em sua grande maioria BURROS! Quanto a desunião eu ja observei faz muito tempo, mas isto não muda com esta nossa visão de 3º mundo! Felizes são aqueles que conseguem terminar o superior e caem fora da força! Eu, aguentei por minha incompetência e total falta de critérios em levar uma vida organizada e mostrando o que os oficiais de carreira acham de nós praças, BURRICE, a terminar meus trinta anos, conseguir sair promovido 1ºten, não com seus deveres e obrigações mas tão somente com o meu salario de oficial Pretendo continuar trabalhando na minha área técnica, ao qual ja venho desempenhado a mais de 15 anos e onde continuo a tirar o dinheiro dos INTELIGENTES OFICIAIS!

  19. Então lá vai mais uma verdade, esses sargentos no comando da EASA, foi uma invenção dos oficiais que estavam perdendo o comando e o respeito dos alunos na escola, foi uma cartada de mestre, hoje os alunos respeitam os seus colegas no comando, essa ideia vai morrer dentro da escola, eles têm medo de perder o comando para os praças, essa é a verdade….

  20. No meu turno veio um Ten com a máxima "nós os oficiais somos os gerentes e vcs os Sgt são os operários". Foi chamado atenção pelos superiores, pois estava falando demais. E pior é que o cara tinha razão!!!

  21. 16 de fevereiro de 2015 22:37"

    Sirvo no "Forte Apache". As palavras no amigo acima é a realidade, PRAÇA É PRAÇA. O tempo aqui me propiciou a afirmar tal palavras sábias. O que vejo aqui é os Praças ocuparem a função de cordinha e se achando que são importantes. Quando cheguei aqui essa função era ocupadas mais pelos coronéis (ECEME), visto que para chegar a General, com função tão nobre o acesso é facilitado. Na atualidade são raras essa função ser ocupadas por Oficiais (AMAN). Se são ocupadas por Eles, tiraram a cordinha.
    Ocupo uma função que gera direitos pessoais. Se eu não trabalhara com atenção e respeito pelos companheiros, podemos ficar sem pagar nossas contas.
    Vinha tentando por longo tempo ir para uma missão no exterior mesmo que fosse por um pequeno período, não fui atendido. Na mesma situação uma OTT que tinha chegado naquele ano fez o pedido e foi atendida. Uma “oficial” mal preparada, ganhado mais, com mais respeito, que não faz nada a não ser mostrar os dentes para ELES, que pode acabar com minha carreira de 26 anos de serviços num piscar de olhos e ainda faz vários cursos é mais valorizada e reconhecida. É realmente lamentável esse tal de reconhecimento que ELES falam que estão nos propiciando. Na avaliação que sou submetido me surpreendo todos os anos. Como disse: minha função é extremamente importante, principalmente no quesito confiabilidade, e nesse item meu conceito é C. Já tentei mudar fazendo os procedimentos junto ao órgão controlador, não tive sucesso, apenas uma advertência tipo: você está em Brasília. Fui avaliado por alguns oficiais que nadam sabiam sobre mim, muito menos pelo trabalho que executo, lamentável.
    Não vai adiantar os companheiros que estão na tropa pedir ajudar. Aqui falamos muito em mudança, mas quando é para executar, nos acovardarmos. Os Praças que estão na função de cordinha poderiam tentar mudar alguma coisa, devido a aproximação com os Generais, mais devidos a regalias e oportunidade de ser promovido na frente de alguns companheiros de sua turma tem prioridade.
    No oportuno me desabafo mais…

  22. o anônimo do dia 16 Fev – 20.01, tem toda razão.
    Aguardem… se nada for feito para corrigirem a falta de consideração, injustiça e sacanagem que fizeram com os 3º Sgt QE DA RESERVA, MAIS ANTIGOS PELA NÃO PROMOÇÃO A 2º SGT, NÃO HAVENDO A IGUALDADE, PARIDADE E ISONOMIA ENTRE UMA MESMA CLASSE, com certeza irão chover processos na Justiça Comum contra a União para que tamanha injustiça e erro imbecil seja corrigido. Já estamos todos unidos nessa luta.
    NÃO INTERESSA SE JÁ ESTÁVAMOS NA RESERVA… PORQUE É QUE MUDARAM A REGRA NO FINAL DO JOGO E BENEFICIANDO APENAS A ALGUNS… AFINAL, FORAM OS 3º SGT QE MAIS ANTIGOS QUEM INICIARAM ESSA LUTA E O BENEFÍCIO A ESTES NÃO VEIO.

  23. Um monte de gente querendo ser chefe disso, chefe daquilo. Eu penso diferente, ter maior responsabilidade e ganhar a mesma coisa que sargente? Isso é para quem não está raciocinando direito, melhor é ser sargento, cumprir apenas a sua parte dentro de sua Unidade e poder sair para estudar e trabalhar, fazer do quartel um bico de luxo, por causa da estabilidade, e trabalhar duro aqui fora e ganhar DINHEIRO pra sustentar a família, pra que mais responsabilidade? Deixa o oficial assumir tudo, afinal ele ganha pra isso, não é?

  24. Senhores, sem representação política de praças nada vai mudar..
    Vamos ficar nas mãos dos generais até qdo…
    Exemplo a promoção dos QE, só aconteceu por força política de fora…Agora imaginem se tivessemos uns 10 deputados Sgt ou que nos representa….
    Se isso não acontecer…. nada vai mudar….receberemos esmolas e continuaremos nesse exército de tradições colonialistas…

  25. Valorização zero. Desde quando dar missão é valorizar? Minha faculdade o EB não paga, aliás nem convenio tem mais. O PNR de 2° classe que eu moro é de fazer vergonha, em tempo de cair. Interstício gigantesco, salario miserável. Aí vem uns idiotas e perguntam: por que não sai do EB? Porque infelizmente eu demorei a perceber isso, e quando o fiz, já tinha mulher e filhos pra dar sustento, ou melhor, tentar dar sustento. Me dê um salario digno, moradia digna, assim estará me valorizando! Sem mais.

  26. Na primeira vez que disseram que iam valorizar os praças, sobrou a condução de sindicância.

    Desta vez será que vão alterar o CPPM para praça presidir inquérito….

  27. Na mentalidade dos Exmos Senhores valorizar significa pagar missão. Nós praças temos que parar com essa bobagem de valorização, pois isso nunca ocorrerá. O que nos resta é seguir em frente e pensar somente em nós e nos familiares, que talvez troquem nossas fraldas no futuro. Façam cara de bizonho e deixem que eles trabalhem! Boa era a época em que todas as praças, ainda que erroneamente, eram tidas como burras. Conheci muitos médicos (praças), advogados (praças), dentistas (praças), engenheiros (praças) etc… Que jamais fizeram sindicâncias e outras passadas de bola pq eram tidos como burros e incapazes.

  28. Vejamos apenas um aspecto da valorização dos praças. O oficial ao ser designado para a ESAO já recebe um PNR onde sua família ficará residindo enquanto o mesmo estiver no curso, sem falar que receberá duas movimentações, uma na ida e outra na saída do curso. Sem falar na localização do curso.
    Já o CAS além de ser realizado em uma cidade com muito menos recursos, não desliga, portanto não paga movimentação, não destina PNR. O aluno abandona a família, ou arca com as despesas de moradia caso resolva ir com seus dependentes. Onde está a valorização dos praças?
    Senhores oficiais, quando quiserem valorizar seus subordinados, comecem concedendo a eles alguns dos muitos direitos que só os senhores possuem, e não queiram valorizar fazendo-os executar o trabalho dos senhores, isso é aumentar ainda mais a sobrecarga sem retorno algum.

  29. Esta e uma das muitas maneiras de se desviar o foco, como ja foi dito, leiam Maquiavel, e outras obras semelhantes, e entendam o porque de tudo isso esta sendo posto em pratica.

  30. Essa discussão é vazia, não adianta reclamar, tudo nesse país é política, se não fizerem igual aos QE nunca serão reconhecidos, o negócio é arrumar um padrinho politico, pois daqui para a frente o negócio só vai piorar, promoções com 9 anos e ainda vão infiar essa m….de sargento mayor entre 1° e sub, ou seja sargento não sai mais oficial, além disso, não estão criando uma graduação, estão dividindo a de sub ou metendo uma no meio com remuneração menor…e nós continuaremos a trabalhar, elaborar documentos, relatórios para nossos grandes cmt de seç colocarem na pastinha preta e levarem para os cmt despacharem e ainda acham que fazem muitooo…kkk… é cada uma…se alguém aqui, ou algum oficial acha que é mentira, experimente tirar todos os oficiais de um quartel por uma semana, sabem o que acontece? NADA, isso mesmo nada, tudo segue normal…experimente tirar todos os sargentos e vejam o que acontece? NADA, só que um NADA diferente, um nada de para tudo, fim, nada funciona, trava o quartel…pois nossos oficiais não sabem fazer um documento, abrir um programa…e ainda vão passar a semana toda reunidos discutindo o que fazer!!!Só o papiro salva!!!

  31. Ser sargento ha doze anos atrás era coisa de status e prestígio.A carreira militar só piorou desde de lá para cá.Hoje, Sd PM ganha quase mais que sargento do EB ! Isso é vergonha para o Sgt e também para o EB.Muita gente vai embora, porque hoje em dia dinheiro para tudo.Eu também quero ir embora, sou 2 Sgt , 14 anos de serviço,sem perspectiva de melhora na profissão, e olha que estudei muito pra passar neste concurso, era mais de 100 por vaga.
    Desejo que Deus abençoe nossa profissão, e que ilumine a cabeça de nossos políticos , para melhora-lá.

  32. adianta RECLAMAR sim, é no inconformismo que toda revolução se inicia, seja no alojamento, na roda de amigos, etc…

    o problema é que por natureza os oficiais ao longos das décadas fizerem nós as praças, um BBB verde-oliva, pois com divisão a força não se consolida. os QE deram o caminho das pedras…

    BANCADA PRO-MILITAR E AÇÕES JUDICIAIS EM TODAS AS FRENTES, quais sejam, ilegalidade dos QA, pois não estão em equilíbrios com os dos oficiais, e sobretudo extinguiram o critério de ANTIGUIDADE no QA para QAO, sem permissão para tal (troca de moeda/política de cabresto)

    ISONOMIA DOS AUX MORADIA, FARDAMENTO, MOV, NATALIDADE, ETC..

    eu acredito no instituto do inconformismo, do leão de alojamento, e outros… o que não acredito é naquele que nem abre a boca para nada, esse é o peso morto das FA.

    por fim, não é a toa que a bancada pro-militar a qual está ganhando espaço no congresso nacional, está tirando o sono dos generais, pois todas essas queixas acima serão futuramente transformados em PL.

    não vamos mais criticar bolsonaro, feliciano e o raio que o parta, toda ajuda é válida, critiquemos os oficiais por legislar sempre pensando no umbigo deles.

  33. PARABÉNS AO Anônimo disse…18 de fevereiro de 2015 10:38… BELAS PALAVRAS…

    INCONFORMADO E CALADO, ACHO QUE TAMBÉM É BURRO!!!
    TEMOS QUE APRENDER A DAR NOSSA OPINIÃO, PRINCIPALMENTE NAS URNAS!!!

  34. Burro bom carga nele!!

    Infelizmente isso AINDA vem acontecendo. Fui Sargento formado pela EsSA em 2008 e vejo com tristeza que todas estas palavras dos colegas são verdadeiras.

    Lamentavelmente as coisas boas demoram muito para acontecer e mudar.

    O que acontecerá durante ainda muito tempo é que toda experiência e formação das praças será subutilizada- mão de-obra barata.

    Nesses anos de 2007-2015 pude fazer 2 faculdades aos trancos e barrancos e muito esforço e também uma pós graduação.

    Fui muito aproveitado e exigido, para missões que solicitavam um algo mais, apresentar simpósios, apresentar soluçõies, carregar uma SALC, fazer bons editais entre outras diversas missões.
    Com isso consegui algumas coisas como reconhecimento da chefia pelos bons serviços prestados, não nego. Porém $$$, nada.
    Em minha despedida da força o Cmt da unidade falou que já sabia que isso ocorreria mais cedo ou mais tarde. Este tinha uma boa visão do avanço das praças, mas para mudar alguma coisa, estes tem que chegar ao topo, coisa que é difícil, pois como disseram acima, Generais normalmente promovem aqueles que pensem como eles.

    Bom caros amigos, não me gabo disso. Gosto muito do EB. Infelizmente não existe forma de ascender ao oficialato pelo esforço de quem já é graduado, a não ser AMAN para quem é muito jovem, o QCO ou quando for mun-ha QAO. Se com meus esforços pudesse, faria o possível, não por ser Oficial ou ostentar o posto, mas por ter um soldo mais digno e uma série de prerrogativas na força como PNR mais fácil, apartamendo no hospital, porte de arma mais facil… entre outros que deveriam ser os mesmos para todos os militares, na minha visão.

    Tenho orgulho de dizer nunca deixei minhas missões para ninguém fazer.

    Passamos por um processo lento que mais cedo ou mais tarde terá que mudar pela globalização e avanço das mentes atuais. Ainda estamos sob o comando de pessoas que entraram na época do regime e muitos tem um teto sobre suas mentes ou quando pensam em algum tipo de melhora são podados pela nossa política.

    Bom, Outras coisas inconcebíveis, é o fato de um militar temporário ser mais antigo que um militar de carreira.

    Você faz um curso de formação de 1,5 ano rala horrores, aprende técnicas e maldades, para chegar um miojo que não sabe nem o que significam os emborrachados nas fardas da própria força que ostenta e ser mais antigo, isto é claro, sem querer desmerecer os grandes talentos que aparecem, mas em sua grande maioria apenas fazem o M1A1 e tchau, levam 8 remunerações, enquanto um estabilizado leva quanto??.

    O TAT das praças, salvo dos ST, serem realizados somente de fuzil, sendo que em muitas guardas ou sgt de dia o serviço é tirado de pistola, dá para entender??
    Rancho diferente…O soldado, que em geral mais ralam, comem pior. Isso é certo? tirem suas conclusões.

    O manual de socorros ainda prevê o uso de torniquete…

    Falta ainda a politização dos militares. Ainda não temos quase nenhum representante, falta união.

    Hoje alguns estão correndo para a formação do PMB. Grande avanço, se a finalidade não for prostituída com o tempo. Espero que os companheiros militares apoiem a causa.

    Bom senhores, continuo na torcida por melhoras para classe militar. Mesmo tendo saído da força tenho apreço pela nobre missão, os muitos amigos que fiz nesses anos de caserna e os bons exemplos que pude usar como espelho em minhas condutas.

    Desculpem-me se falei algo que não concordam.

    Grande abraço. BRASIL

  35. Parafraseando este dialogo
    "Uma terra infeliz é, portanto, uma onde ninguém mais sabe qual é seu dever, de modo que as pessoas buscam freneticamente um demagogo carismático que lhes diga o que fazer. E essa, se me recordo corretamente, foi a mesma ideia expressada por Hitler em "Mein Kampf"." Umberto Eco.
    E ainda tem alguns que acreditam que nossa situação poderá melhorar, isto até pode acontecer, mas a conta gotas, até chegar ao meio do copo, e veremos que somos apenas massa de manobra de nossos chefes, os quais tende a obter mais previlégios por deixar esta situção aceitável entre seus subordinados, pois assim dentro da visão deles já obtivemos direitos suficientes para a nossa existência como classe.

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