Antes de nascer, Partido Militar Brasileiro já é batizado como ‘folclórico’.

Não é piada: Brasil deve ter mais seis partidos políticos
Seis partidos devem sair do forno e podem obter registro para disputar a eleição de 2016 – mas muitas siglas já nascem com cara de legenda de aluguel

Plenário da Câmara dos Deputados durante solenidade de posse da Presidente da República, Dilma Rousseff - 01/01/2015
Plenário da Câmara dos Deputados durante solenidade de posse da Presidente da República, Dilma Rousseff – 01/01/2015     (Waldemir Barreto/Ag. Senado)
Gabriel Castro, de Brasília (edição: Montedo.com)Uma Câmara dos Deputados com 28 partidos representados, como ocorre neste ano no Brasil, é algo praticamente inexistente em outros países democráticos. Só a Índia possui um Parlamento com mais siglas – em contrapartida, a fragmentação aqui é maior do que lá. Apesar do excesso evidente, ainda há quem ache pouco. Nas eleições do ano que vem, seis partidos devem estrear nas urnas. São legendas que estão na fase final das etapas necessárias para obter o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A lista é representativa dos múltiplos interesses que movem os criadores de partidos. Há duas siglas ideológicas, a Rede Sustentabilidade e o NOVO. Há dois que podem se encaixar na categoria dos folclóricos: o Partido Militar e o Partido da Mulher. E há aqueles criados para reforçar o poder de legendas já existentes. Nesta categoria estão o Partido Liberal – o PL do ministro Gilberto Kassab – e o Muda Brasil.
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Enquanto isso, o Partido Militar Brasileiro já tem seu representante no Congresso. O presidente da futura sigla, deputado Capitão Augusto (SP), acaba de assumir um mandato de deputado federal pelo PR. Ele chama a atenção em plenário por usar uma farda da Polícia Militar. A legenda quer a redução da maioridade penal, a instituição da prisão perpétua e a privatização dos presídios. São bandeiras legítimas. Mas a estrutura do partido ainda é amadora: a página da sigla na internet exibe um banner que anuncia um álbum musical do presidente, gravado em parceria com um certo Riva Torres.
O deputado-capitão elogia o golpe militar: “A intervenção de 1964 garantiu a democracia no Brasil. Mas acreditamos que não há espaço para algo do tipo hoje em dia”. A maior parte dos filiados à sigla é de civis. Os policiais militares constituem quase 40% dos integrantes.
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Os líderes das novas legendas costumam citar como exemplo os Estados Unidos, onde existem dezenas de partidos em atividade. Mas há duas diferenças essenciais na comparação com o Brasil: lá, é possível criar partidos estaduais. E as legendas não têm benefícios legais como horário gratuito da TV e os repasses do Fundo Partidário. A realidade é que apenas cinco partidos existem na maioria dos estados americanos. E só dois deles têm representantes no Congresso de lá.

Já em 1990 o conjunto de partidos brasileiros era suficiente para representar as principais correntes ideológicas: liberalismo, democracia cristã, social-democracia, socialismo, comunismo, trabalhismo. Desde então, a profusão de siglas não contribuiu com o aumento da representatividade. Apenas ajudou a tornar o sistema confuso aos olhos do eleitor.

CD do PMB homenageia a PM
(Edição: montedo.com)
Existem esforços para combater os excessos. Nos últimos anos, o Congresso endureceu as regras para a criação de partidos e restringiu os benefícios a legendas recém-criadas. Após as últimas eleições, quando o número de siglas representadas no Congresso saltou de 22 para 28, esboçaram-se movimentos no sentido contrário: o DEM abriu conversas sobre uma possível fusão com o SD e o PSC. O Pros, do ministro Cid Gomes, também defendeu a formação de uma frente de esquerda para apoiar o governo.
A Câmara dos Deputados acelerou na última semana a tramitação de uma proposta que proíbe a fusão de partidos que tenham menos de cinco anos de existência. O alvo é claro: o PL, que pode roubar parlamentares de outras siglas caso se funda ao PSD e, assim, abra uma janela de transferências. Ao que parece, entretanto, o ritmo de formação de novas siglas continuará intenso.



Veja/montedo.com


Nota do editor:
A Presidente Nacional do PMB é Andréa França Coelho Rosa, esposa do Deputado Capitão Augusto que, por sua vez, é o Presidente de Honra da legenda. O 1º Vice-Presidente é o General Abreu, que foi candidato a vice-governador do RJ na chapa do Bispo Crivella.


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9 respostas

  1. Se o partido continuar com esses ideais de prisão perpétua, pena de morte e etc. Vai acabar se queimando e não conseguindo eleger ninguém. E os grandes prejudicados serão os militares que carecem de representatividade. Não será aumentando a pena, que a criminalidade irá diminuir. No Brasil existem um grande problema; muitos que hoje estão preso não deveriam estar e os que realmente deveriam estão soltos por aí. Deveriam lutar para equiparar aos crimes hediondos todos os crimes contra a administração pública. Isso sim é prudente.

  2. os generais devem estar se roendo, pois brevemente quem vai ditar o rumo das políticas de promoções, PNR, movimentações e outras, serão os parlamentares do PMB.

    SERÃO TODOS IGUAIS, POIS O COMÉRCIO NÃO FAZ DISTINÇÃO ENTRE O POSTO E A GRADUAÇÃO.AUXILIO FARDAMENTO, AUX NATALINO, INDENIZAÇÃO DE MOVIMENTAÇÃO, PROMOÇÃO, etc…

    (o QA para oficial QAO é ilegal, contraria a letra m) do Art. 50 e Art. 60 do Estatuto dos Militares, sem falar na caixa preta que é a famigerada comissão de avaliação de promoção), ETC…

    TODO QA DEVE TER EM SUA BASE DE CONFECÇÃO CRITÉRIOS DE ANTIGUIDADE E MERECIMENTO, E AO CONTRÁRIO DA POLÍTICA ATUAL, FOI ESTAGNADA E EXTINTO O CRITÉRIO DE ANTIGUIDADE PARA QAO SEM BASE LEGAL, APENAS PREVISTA EM PORTARIA, ONDE QUALQUER GENERALZINHO FAZ O QUE QUER E USA ISSO COMO MOEDA DE TROCA E/OU POLÍTICA DO CABRESTO DO CONCEITO.

    QUEM POSTA NESTE BLOG E EM OUTRAS MÍDIAS CONTRA O BOLSONARO E PMB, SABEM QUE DE ALGUMA FORMA SERÃO AFETADOS EM SEUS PRIVILÉGIOS, OS QUAIS PARA SE PERPETUAREM É PRECISO QUE SEMPRE SUBTRAIAM DE PRAÇAS O DIREITO DE IGUALDADE EM RELAÇÃO AQUELES BENEFÍCIOS.

    TAL RACIOCÍNIO NÃO SE APLICA AO FUSEX, PENSÃO MILITAR, PNR, HT, ETC… POIS MENSALMENTE CONTRIBUEM EM VALOR MAIOR QUE AS PRAÇAS, PORTANTO FAZEM JUS A DIFERENÇA DE BENEFÍCIOS.

    DIFERENTEMENTE DOS AUXÍLIOS ACIMA CITADOS, OS QUAIS NÃO CONTRIBUEM PARA TAL E A RELAÇÃO E EXCLUSIVA COM O COMÉRCIO, E QUE PORTANTO O PRINCÍPIO DA ISONOMIA DEVER PREVALECER, POIS DIANTE DO COMÉRCIO O TRATAMENTO É IGUAL PARA TODOS.

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