Sargento da FAB é condenado por receber dinheiro para liberar soldados do serviço no Carnaval.

CORRUPÇÃO PASSIVA
Sargento é condenado por receber dinheiro para liberar soldados no Carnaval

Por entender que ficou configurada a corrupção passiva, o Plenário do Superior Tribunal Militar manteve decisão que condenou 2º sargento da Aeronáutica e de mais três soldados envolvidos em esquema de corrupção. De acordo com a denúncia do Ministério Público Militar, o sargento cobrou de cada soldado a quantia de R$ 300 para liberá-los da escala de serviço durante os quatro dias de Carnaval. De outro soldado, o superior teria cobrado R$ 650 para permitir que ele usufruísse, em casa, de uma licença médica que o impedia de praticar exercícios físicos, mas não de cumprir o expediente.
A Auditoria Militar no Rio de Janeiro condenou os militares a penas que variavam de um a quatro anos de reclusão. Após recurso da Defensoria Pública da União, os ministros do Superior Tribunal Militar decidiram manter a condenação do sargento pelo crime de corrupção passiva, concretizado com o recebimento dos valores cobrados para liberar os soldados do serviço no carnaval. Quanto à condenação pelo crime de concussão, o Plenário decidiu absolver o sargento.
De acordo com o relator do caso, ministro José Américo dos Santos, “não houve materialização do delito [de concussão], primeiro, porque o sargento não recebeu efetivamente o pagamento da suposta quantia de R$ 650 para que o soldado pudesse gozar a dispensa médica em casa. E segundo, porque o sargento não possuía poderes para autorizar a fruição da licença, fora do quartel, haja vista que essa faculdade era do Comandante da Unidade Militar”.
Além da condenação a 2 anos e 8 meses de reclusão, o sargento foi expulso das Forças Armadas. A pena acessória está prevista no artigo 102 do Código Penal Militar e é automática em casos de praças condenados a mais de 2 anos. Com a exclusão, o sargento deve cumprir a sentença em sistema prisional comum, em regime inicialmente aberto. Ele ainda pode recorrer ao STM em liberdade.
Dentre os soldados denunciados, o Plenário manteve a condenação de um deles, mas declarou a prescrição para os outros dois envolvidos, pois eles eram menores de 21 anos à época do crime, o que diminuiu pela metade o prazo prescricional. Com informações da Assessoria de Imprensa do STM.
ConJur/montedo.com

4 respostas

  1. Independente de quem quer que seja, corrupto tem que ser punido mesmo. Essa atitude de extorquir dinheiro de um subordinado não se justifica de forma alguma. Recebeu a merecida punição

  2. Na minha última OM, um capitão se apresentou, por movimentação, já respondendo a uma acusação de desvio de cerca de mais de R$ 3.000.000,00, do quartel onde servia (batalhão de engenharia). Ficou um bom tempo sub judice. Depois foi absolvido, promovido a major em ressarcimento de preterição e pediu reserva remunerada proporcional (quota compulsória). Porém, no período em que aguardava a decisão, ainda como capitão, furtou remédios do quartel, desviava carne com o auxílio de um soldado, para abastecer um restaurante que tinha aberto na cidade (uma capital), furtou, com a ajuda de um sargento temporário, dinheiro de recrutas de uma companhia, destinado a comprar "kit do recruta" (aquele material de higiene e limpeza de coturno dos recrutas), entre outras. E quando tudo isso vazava, não dava nada com ele. O soldado citado foi "punido" com uma detenção apenas no papel, o sargento temporário foi licenciado no ano seguinte. Nessa mesma época, esse capitão tinha um patrimônio incompatível com a sua remuneração, possuía uma moto Harley Davidson, uma lancha, três carros tipo off road, um apartamento em bairro nobre, um restaurante, etc. O que aconteceu com ele? Repito, hoje se encontra na reserva remunerada como major, rico empresário e feliz com esse país maravilhoso e justo.

    Por isso, é a mais pura verdade quando dizem que a legislação só ataca as praças. Oficiais que são punidos, são exceções.

    Bandido, corrupto, qualquer um deve ser punido. Porém, não é isso que a gente ver na realidade, nos bastidores dos nossos quartéis.

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